"Contanto que o diagnóstico esteja correto, poderemos encontrar a melhor cura para a doença dela"
"É por isso que precisamos trazer a Dra. Janice o mais rápido possível, senão..." O silêncio se instalou em suas palavras. Ele caminhou de volta ao seu assento, mas antes de chegar lá, virou-se para olhar para Shawn e continuou com uma voz grave, "senão, sua Nana pode não conseguir sobreviver até o final deste ano."
Shawn baixou a cabeça, torcendo as mãos pelos cabelos, "ela ainda não está respondendo aos meus e-mails. Não sei mais o que fazer."
Ele se levantou da cadeira e começou a andar de um lado para o outro na sala. Não conseguia se concentrar em nada. O medo de que um dia seria chamado para a notícia de que sua avó teria falecido pairava como uma nuvem sobre sua cabeça, lançando uma sombra sobre tudo mais em sua vida.
"Se ao menos eu pudesse vê-la, não me importaria de sequestrá-la e obrigá-la a tratar a Nana, mas eu nem sei onde ela está." Ele estava totalmente sem pistas de como lidar com a situação.
O caso de sua avó era a segunda situação após o desaparecimento de Kathleen que o deixou nessa condição onde se sentia inútil apesar de sua riqueza e conexões.
"Por que é tão difícil conseguir essa mulher? Ela é tão evasiva e difícil quanto Kathleen."
"Kathleen? Quem é Kathleen" Steffan sondou.
Por que estou até comparando as duas? pensou Shawn. Elas são duas pessoas diferentes que não estão relacionadas de nenhum modo. Mas com certeza têm algo em comum, contudo; ambas estão determinadas a tornar minha vida difícil e miserável.
"Ninguém que você conheça." Shawn respondeu, saindo de seus pensamentos e lançando um véu sobre suas emoções.
"Seja firme, amigo. Vou falar com alguns dos meus contatos para ver se conseguimos rastrear a localização atual dela."
"Acredito que um encontro cara a cara com ela trará um resultado melhor já que a via de comunicação por e-mails está levando tanto tempo. Sempre que eu tiver alguma informação sobre ela, passarei para você sem demora," confortou Steffan.
"Obrigado, Steffan." Shawn respondeu sem ânimo.
Houve uma batida na porta e uma enfermeira entrou às pressas. "Dr. Steffan, o paciente na enfermaria cinco está tendo outro ataque."
"Preciso ir, Shawn." Pegando seu estetoscópio, ele se apressou em sair. "Checarei a sua avó quando eu estiver menos ocupado, e por favor, feche a porta quando sair," ele adicionou por cima do ombro.
"Pode ir." Shawn disse e saiu vagarosamente do escritório.
Shawn estava a caminho da enfermaria de sua avó quando viu uma figura familiar, acompanhada por um doutor, desaparecendo na ala de emergência.
'Aquela não é a Kathleen? O que ela poderia estar fazendo aqui no hospital? E quem ela foi ver na ala de emergência?'
Ele acelerou o passo, seguindo-a.
Acompanhada pelo doutor, Kathleen entrou na enfermaria e foi levada para uma cama onde um homem com tubos conectados a diferentes partes de seu corpo jazia.
A máquina de monitoramento cardíaco emitia beeps ritmados ao lado.
Apesar de a maior parte de seu rosto estar coberta por bandagens, Kathleen ainda foi capaz de reconhecê-lo como o homem que atirou nela. "Alguma informação sobre ele, doutor?"
"Não, ele já estava nesse estado quando foi trazido e não encontramos nenhum documento de identificação com ele."
"Nem mesmo uma carteira de motorista? Aposto que ele estava preparado e não queria deixar nenhuma pista. Ninguém apareceu ainda? Digo, um familiar, amigo ou alguém para identificá-lo ou fazer algum relatório?"
O doutor balançou a cabeça.
A cabeça inclinada de Kathleen balançou para cima e para baixo, seus lábios firmemente pressionados. "Eu preciso que você me faça um favor, doutor."
"Com todo prazer, doutora, mas o que seria?"
O Consultor-chefe do hospital ainda não havia se recuperado do choque de descobrir que a jovem e bela senhora parada ao seu lado era na verdade a Dra. Janice.
Quando ela entrou em seu escritório esta tarde perguntando sobre uma vítima de acidente específica e também solicitando estar a cargo do tratamento dele, ele ficou perplexo.
Pela sua formação, ele foi educado como sempre e curiosamente perguntou a ela a razão por trás de seu pedido. Teria sido um desastre descobrir sobre a identidade dela se ele tivesse se comportado de forma diferente. Poucas pessoas têm a boa sorte de encontrar a Dra. Janice pessoalmente. Ela preferia manter-se discreta e sua identidade sempre foi mantida em segredo.
"Primeiro, ninguém deve saber a minha identidade, e que estive aqui." Kathleen instruiu e checou o fluido IV.
"Segundo, quero que você mantenha um olhar atento sobre ele." Ela continuou, seus olhos ainda no IV.
Após calcular a taxa de gotejamento, ela sabia que deveria terminar em uma hora. Até lá, deveria ser seguro movê-lo.
"Eu preciso que ele seja transferido para outra enfermaria com segurança reforçada. Ele é suspeito de tentativa de homicídio, mas por enquanto, não quero envolver a polícia. Então, tudo deve ser mantido em segredo. O paradeiro dele, progresso e quem quer que esteja cuidando dele, deve ser alguém em quem se possa confiar."
"Você pode fazer isso por mim?" A sobrancelha fina dela arqueou em expectativa.
"Claro, mesmo que você não tivesse pedido. Pelo simples fato de ele ser um criminoso, eu faria isso."
"Suspeito," Kathleen corrigiu, dando um leve tapinha nas costas do doutor enquanto se dirigia à porta.
"Você se importa se eu perguntar algo?" O doutor coçou a cabeça, com uma expressão desajeitada.
Shawn chegou à porta da sala de emergência e a abriu depois de esperar alguns segundos.
Kathleen, que acabara de olhar para trás para ouvir o que o doutor tinha a perguntar, esbarrou em uma muralha forte no momento em que se virou em direção à porta.
"Ai! Por que você não está prestando atenção por onde anda? Ela olhou para cima e viu uma figura alta pairando sobre ela.