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Chapter 15 - Paquerando (Parte 2)

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Ravina cavalgava ao lado de Lorde Steele e três guardas os seguiam atrás.

"Você falou com Sua Majestade hoje?" Ravina perguntou a ele.

"Sim."

"Espero que ele não tenha te dado uma bronca para cuidar de mim."

"Um pouco. Ele quer que você esteja em boas mãos." Lorde Steele disse.

"Parece que ele está preocupado desde que trouxeram o novo prisioneiro."

"Ouvi dizer que ele tem sangue real, então há algum perigo em mantê-lo vivo."

Ravina assentiu em concordância.

"Você descobriu mais alguma coisa sobre ele?" Ele perguntou.

"Não me é permitido descer lá." Ela disse.

"Duvido que você obedeça."

Virando-se para ele, ele a olhou maliciosamente. "Não se preocupe, eu não vou contar ao seu tio."

"Eu não descobri muito ainda. Foi Bram quem descobriu que ele é do clã Azar. Ele é o rei deles."

"Como você sabe disso?"

"A menos que ele pretendesse provar alguma coisa ao seu pai, um príncipe não se deixaria capturar, e se ele estivesse desaparecido por vários dias, seu pai certamente procuraria pelo filho. Mas se ele é rei, ele poderia ter dado ordens ao seu povo para não procurá-lo."

"Ele ainda poderia ser um príncipe. Nós não sabemos qual é o plano dele."

"Ele não reagiu quando eu o chamei de rei e admitiu que matou seu pai. Ele também disse que tem o sangue mais puro entre os homens, o que me faz acreditar ainda mais que seu pai está morto e sua mãe está viva, tendo sangue mais puro." Ela explicou.

Lorde Steele assentiu. "Você realmente analisou isso."

Ravina mudou a direção da conversa para saber mais sobre ele. "Você trabalhou com o meu pai. Como vocês se conheceram?"

"Seu pai estava procurando por guerreiros quando decidiu enfrentar os dragões. Ele veio às ilhas e me encontrou e à minha tripulação. Nós íamos para a prisão após sermos pegos, mas seu pai nos libertou em troca de trabalhar para ele."

"Essa é uma bela história." Ela disse.

"É sim. Seu pai queria homens que fossem expertos no uso de armas de fogo e durante nossas investidas nós nos deparamos com muitas armas diferentes dos tipos mais recentes. Ele precisava desse conhecimento."

"Você ajudou-o a desenvolver as armas de fogo."

"Sim."

"Por que ele o nomeou governador?"

Ele sorriu com a pergunta dela. "Porque eu sou bom no que faço."

Ravina desviou o olhar dele e olhou para frente, na estrada. Mas ela sabia que ele continuava olhando para ela.

"Até onde você se lembra de mim?" Ele perguntou, desviando a atenção de volta para ela.

Ravina tentou se lembrar. "Eu acho que quando eu tinha treze ou quatorze anos. Quantos anos você tinha na época?" Ela pensou em voz alta.

"Quando você tinha quatorze, eu tinha vinte e sete."

"Você ainda parece o mesmo." Ela disse.

"Você está muito diferente."

"As pessoas crescem e mudam, exceto você, pelo jeito."

Ele riu, divertido. "Eu só vou te contar meu segredo para manter a juventude uma vez que nos casarmos."

"Isso certamente me deixa mais ansiosa." Ela disse com sarcasmo.

De repente ele se tornou sério e reduziu o ritmo. "Você pode ter algumas ideias sobre nosso casamento, mas eu posso dizer com certeza que não será nada como você está imaginando agora."

"Como você sabe o que eu estou imaginando?"

"Eu sei por que você quer se casar e posso ver que você não está animada." Ele disse.

Ela olhou para ele percebendo que seu comportamento poderia ser prejudicial. "Me desculpe, Meu Senhor." Ela disse com um semblante fechado.

Um sorriso consolador curvou seus lábios. "Eu não vim aqui esperando algo diferente." Ele garantiu.

Eles pararam quando chegaram perto de um lago. Enquanto Lorde Steele a ajudava a descer do cavalo, os guardas começaram a preparar o piquenique que Lorde Steele havia planejado para eles. Eles estenderam um cobertor e colocaram as cestas com comida em cima.

Ravina nunca havia feito algo assim antes. Ela tinha ouvido falar como as damas eram cortejadas, levadas a bailes e piqueniques, e recebiam flores enviadas para casa. Ela nunca fez nenhuma dessas coisas antes.

Lorde Steele pegou a mão dela e os levou para sentarem-se perto do lago para o piquenique. Os guardas viraram-se para o outro lado para dar privacidade a eles.

"Eu não sei o que você gosta de comer. Eu trouxe frutas e alguns doces."

"Eu gosto de ambos." Ela disse.

Ele abriu a cesta e ela pegou uma pera enquanto ele escolhia uma maçã.

"Meu Senhor, por que você ainda não se casou?" Ela perguntou e deu uma mordida na fruta.

Ele olhou para a maçã em suas mãos, virando-a para frente e para trás. "Eu estive muito ocupado durante esses anos e sempre adiei o casamento. Sentia que uma família me seguraria, mas não posso mais adiar." Ele lhe disse.

Todo mundo queria ter uma família apesar dos problemas que ocorrem, então claramente ela era a única estranha que não queria. Mas ela iria assim mesmo.

"E sobre a sua família? Seus pais?"

Ele olhou para o lago à frente. "Eu nunca conheci meus pais. Eu cresci nas ruas e depois trabalhei como grumete, aos poucos me tornei parte de uma tripulação pirata e então me tornei o capitão."

Ravina sentiu pena dele. Pelo menos ela conhecia seus pais e tinha boas memórias deles.

"Isso deve ter sido difícil e... solitário."

Ele deu de ombros e depois virou-se para ela com um sorriso. "Estou aqui agora, com uma bela dama." Ele olhou nos olhos dela, puxando-a para perto com os dele. "Uma vez que nos casarmos em breve, eu não estarei mais solitário."

Ele levou a mão ao rosto dela, permitindo gentilmente que o dorso dos dedos tocasse sua bochecha. Ravina segurou a respiração lembrando das palavras de Ester sobre eles talvez se beijarem em breve.

Beijar?

O olhar dela desceu para a boca dele e observou seus lábios se curvarem em um sorriso delicado. Ravina olhou de novo nos olhos dele, sentindo o rosto queimar porque ele a pegou olhando. Ela queria virar-se constrangida, mas ele a segurou firme com uma leve preensão no queixo. Então ele se inclinou mais e mais…

Ravina ficou completamente imóvel e fechou os olhos até sentir o toque dos lábios dele nos dela. Seu hálito quente e lábios macios enviaram um arrepio pela sua espinha. A sensação foi inesperada, e a tensão em seu corpo se dissipou à medida que a boca dele se movia contra a dela.

Ele tinha gosto da maçã que comeu, proibido. Mas quem se importava? Ela ia se casar com ele de qualquer maneira e não tinha nenhuma inocência que desejasse manter ou provar.

O que importava quando ela não sentia tanto calor há muito tempo? Seu coração não esteve tão ativo em bastante tempo. Seus sentidos frios foram despertados do sono. Quem diria que o contato físico que ela evitava faria tal coisa.

Lorde Steele acariciava sua boca com os lábios, cada toque aumentando sua embriaguez e instilando nela um desejo obsessivo por mais.

As mãos dela alcançaram os ombros dele, depois envolveram seu pescoço. A boca dele ficou mais urgente na dela, e ela se encontrou deitada sobre o cobertor com metade do corpo dele cobrindo o dela. As mãos dela afundaram em seu cabelo macio, o puxando para mais perto, desejando mais dessa estranha sensação nova que fez seu coração bater com excitação. Mas a sensação logo terminou quando Lorde Steele arrancou os lábios dos dela.

Ele se afastou, seus olhos mostrando um toque de surpresa conforme olhavam para ela. Ravina estava sem fôlego, corada e um pouco envergonhada por ter se deixado levar. Ela não sabia o que dizer ou fazer além de apenas retribuir o olhar.

Lorde Steele se afastou e se sentou. Ravina lentamente se sentou também e então olhou fixamente para frente.

"Você quer dar uma caminhada?" Ele perguntou após um momento de silêncio.

"Sim."

Ou talvez eles pudessem apenas ir para casa para ela poder se acalmar e processar isso.

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