Chereads / Assim eu me tornei! / Chapter 21 - 21 - Ecos III

Chapter 21 - 21 - Ecos III

Astracar se encontra em um lugar totalmente escuro, tão escuro que nem suas próprias mãos são visíveis. Ele se pergunta, "Onde estou? Por que estou aqui?" Perguntas sem respostas ecoam em sua mente, até que, no meio da escuridão, telas de luz começam a surgir. Elas mostram imagens de pessoas e histórias diversas: um lobo solitário vagando pela China em busca de seu mestre, um cavaleiro errante que atravessa terras desconhecidas para se tornar um Lord prístino, um mercenário que controla uma grande máquina diante de uma decisão crucial.

Entre essas imagens, uma em particular chama mais atenção: a de um santo-heroi e seu grupo em uma missão para destruir o Rei demônio. Quanto mais Astracar observa, mais familiar tudo parece, até que ele toca uma das telas e percebe que está vendo suas próprias vidas passadas. De repente, ele é sugado para dentro daquela memória.

"Ei, Astracar, acorde! Já amanheceu. Estamos perto da fortaleza," uma voz o chama. Astracar abre os olhos lentamente e responde com um murmúrio sonolento, "Me deixa dormir mais, Órion!" Ao despertar, ele vê Órion,

o mago, é uma figura que inspira respeito e um certo mistério. Sua barba branca, longa e bem cuidada, flui como uma cachoeira prateada, contrastando com o manto vermelho que veste, bordado com símbolos dourados de antigas runas mágicas. Seus olhos são de um azul profundo, quase hipnóticos, refletindo uma sabedoria que transcende séculos. O cajado que carrega nas costas é feito de uma madeira antiga e rara, entalhado com figuras de criaturas míticas e incrustado com pedras preciosas que cintilam mesmo na penumbra da alvorada.

Astracar se levanta e, movendo-se um pouco, tem um vislumbre da fortaleza.

A fortaleza, por sua vez, é uma maravilha arquitetônica que desafia o tempo. Suas torres altas e afiadas se estendem em direção ao céu como garras de um predador ancestral. O aço negro que reforça suas paredes possui um brilho sinistro, como se absorvesse a luz ao redor, e as marcas de batalha são testemunhas silenciosas das inúmeras investidas repelidas. Os demônios que a guardam movem-se com uma graça ameaçadora, suas armaduras escuras adornadas com símbolos que prometem dor e desespero aos incautos.

"Órion, onde está a nossa vanguarda?" Astracar pergunta, confuso. Órion pensa por um momento antes de responder tranquilamente, "Ela disse que tinha coisas para resolver." Astracar apenas concorda, e então questiona, "Como vamos entrar?"

O cocheiro, que guiava a carruagem, diz, "Só passamos pela inspeção que os demônios fazem e eles nos deixam entrar na cidade." Astracar olha para Órion surpreso e fala, "Simples assim?" Órion não demonstra surpresa, mesmo sabendo que Astracar, o santo-heroi destinado a matar o Rei Demônio, pode simplesmente entrar na fortaleza.

Com a carruagem quase chegando ao portão da imponente fortaleza, uma figura marcante se junta ao grupo: Layra, a vanguarda. Seus cabelos vermelhos ardentes e olhos roxos profundos são tão distintos quanto sua armadura, que brilha com adornos de ouro e prata, complementada por tecidos vermelhos vibrantes. Ao chegar, ela anuncia com um sorriso travesso: "Cheguei, pessoal. Sentiram minha falta?" Astracar e Orion, sem perder o ritmo, respondem em uníssono: "Besta." O trio compartilha uma risada genuína, aliviando a tensão do momento.

Eles se aproximam do portão da fortaleza pandemônio, e são recebidos por um demônio de postura austera. "Olá, senhor, o que traz às nossas terras?" pergunta o guardião com seriedade. O condutor da carruagem, com um ar de confiança, responde: "Estou aqui para negociar mercadorias. Ouvi dizer que pagam bem por elas aqui." O demônio inspeciona as mercadorias com um olhar crítico e questiona sobre a identidade dos três companheiros. "São aventureiros que contratei como escolta," explica o condutor. Após uma avaliação cuidadosa, o demônio concede a entrada: "Estão liberados. Sejam bem-vindos à fortaleza pandemônio."

O grande portão se fecha atrás deles, e o grupo desembarca da carruagem, começando a explorar a cidade. Para sua surpresa, encontram um lugar não muito diferente dos reinos humanos, com lojas, parques e uma variedade de atividades. Essa normalidade leva Astracar a questionar as verdadeiras razões por trás do desejo do Rei humano de eliminar o Rei dos demônios, já que não há guerra nem predação entre eles.

Enquanto caminham, Astracar discute com Orion e Layra sobre o próximo passo. "O que faremos agora que estamos aqui dentro?" ele indaga. Orion sugere entusiasmado: "Podemos usar magia de camuflagem!" Layra, sempre ansiosa por um desafio, propõe: "Que tal desafiar o rei para um duelo?" Mas Astracar, sempre calculista, propõe uma distração que não cause dano aos civis demoníacos. "Posso contar com você para isso, Orion?" ele pergunta. "Claro, você pode ir. Eu e Layra cuidaremos disso," responde Orion, assumindo um tom sério. Layra, empolgada com a perspectiva de uma luta, não consegue esconder seu sorriso.

Com a missão claramente definida, Astracar, Orion e Layra começam a se misturar entre os habitantes da fortaleza pandemônio. Enquanto Orion prepara sua magia de camuflagem, tecendo um feitiço sutil que os faz parecer menos notáveis, Layra observa atentamente os arredores, procurando por qualquer sinal de ameaça ou oportunidade.

Astracar, por sua vez, se dirige discretamente para o castelo, movendo-se com o propósito de quem tem um destino claro em mente. Ele sabe que o tempo é essencial e que cada momento de distração é uma oportunidade para avançar em direção ao seu objetivo final: descobrir a verdade por trás das intenções do Rei humano e, se possível, encontrar uma maneira de evitar um conflito desnecessário.

Enquanto isso, Orion e Layra executam o plano. Orion, com um gesto de suas mãos, libera uma série de ilusões mágicas, criando imagens fascinantes que capturam a atenção dos demônios locais. Layra aproveita a distração para desafiar alguns dos guerreiros demoníacos mais jovens para amistosos duelos de treinamento, ganhando respeito e admiração por sua habilidade e honra em combate.

A fortaleza pandemônio, com suas torres imponentes e mercados vibrantes, é um lugar de contrastes e segredos. E enquanto Astracar se aproxima do castelo, ele sente a tensão no ar. Há algo mais acontecendo aqui, algo que nem mesmo os demônios parecem entender completamente. Mas com a ajuda de seus companheiros, ele está determinado a descobrir o que é, antes que seja tarde demais.