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Chapter 22 - Ivan, O estrangeiro

Na escuridão da noite, o menino, encolhido em um canto sombrio da casa, observa impotente enquanto os soldados do Barão invadem seu lar. Seu coração acelera descontroladamente ao testemunhar a brutalidade com que os soldados tratam sua família, enquanto ele se mantém escondido, incapaz de fazer qualquer coisa para detê-los. 

Seus olhos se enchem de lágrimas ao ver sua irmã sendo arrancada dos braços trêmulos da mãe, o desespero em seus rostos cortando o coração do menino como uma faca afiada. Ele tenta fechar os ouvidos para os sons horríveis que ecoam pela casa, mas é impossível ignorar o som dos gritos estridentes de sua família e o som metálico das espadas cortando o ar. 

O menino se sente paralisado pelo horror quando testemunha seu pai, um homem de força e dignidade, sendo brutalmente assassinado diante de seus olhos. A voz suplicante do pai ressoa em sua mente, como um eco implacável de desespero e agonia. Ele assiste, em choque, enquanto o pai luta corajosamente contra os soldados, mas é rapidamente dominado pela crueldade implacável dos agressores. Uma onda de desespero o envolve quando percebe que seu herói, seu porto seguro, está sendo arrancado dele de forma tão cruel e injusta. 

No entanto, seus piores medos se tornam realidade quando os soldados se voltam para sua mãe e irmã. Ele assiste em agonia enquanto são arrancadas de seus braços amorosos e submetidas à crueldade dos soldados. O menino sente um nó se formar em sua garganta ao testemunhar o terror nos olhos de sua mãe e irmã, seus gritos ecoando como um lamento angustiante que penetra profundamente em sua alma. 

E então, o momento mais horrível de todos chega quando os soldados, liderados pelo implacável Sir cedric, cometem o ato mais vil de todos. O menino se sente sufocado pelo horror e pela impotência enquanto vê sua mãe e irmã sendo violentadas diante de seus olhos, sua inocência sendo destroçada junto com sua família. Ele fecha os olhos com força, desejando poder apagar essas imagens terríveis de sua mente, mas sabe que elas o perseguirão pelo resto de sua vida. 

As lágrimas escorrem pelo rosto do menino enquanto ele é forçado a testemunhar o massacre de sua família, cada segundo uma tortura insuportável. Ele se sente como se estivesse preso em um pesadelo do qual não pode acordar, sua mente girando em uma espiral de desespero e angústia. O mundo ao seu redor se desfaz em caos, e ele se vê sozinho, abandonado à escuridão e à dor. 

Com o coração partido em pedaços, o menino foge para a escuridão da noite, deixando para trás sua família destruída e o horror que nunca poderá esquecer. Cada passo é uma luta contra a dor que o consome por dentro, mas ele sabe que precisa sobreviver, precisa encontrar uma maneira de seguir em frente, mesmo que a escuridão o persiga onde quer que vá. 

Ivan acorda do pesadelo que o persegue, seu corpo ainda tremendo com as lembranças dolorosas que o assombram. A cena da noite fatídica em sua vila, onde testemunhou o massacre brutal de sua família, ecoa em sua mente como um eco persistente. Ele se lembra vividamente dos gritos de sua mãe e irmã, dos olhares de terror em seus rostos enquanto eram subjugadas pelos soldados cruéis de Konrad, o tirano que reinava com punho de ferro sobre aquela região. 

O coração de Ivan aperta-se de angústia ao relembrar os momentos agonizantes em que seu pai, um homem corajoso e trabalhador, foi forçado a assistir à violência impiedosa infligida à sua família antes de ser brutalmente executado. O cheiro do sangue e o som das espadas cortando o ar ecoam em seus ouvidos, como se a tragédia ainda estivesse acontecendo diante de seus olhos. 

Ele se força a se concentrar no presente, afastando as memórias dolorosas para o fundo de sua mente. Ivan sabe que não pode mudar o passado, mas está determinado a moldar o futuro de uma maneira que honre a memória de sua família e faça justiça às vítimas inocentes que pereceram naquela noite sombria. 

Enquanto se levanta da cama em sua cabana na floresta, Ivan sente uma mistura de raiva e determinação fervendo dentro dele. Ele sabe que não pertence a este mundo, que é um estrangeiro aqui, mas isso não diminui sua determinação em buscar vingança contra aqueles que trouxeram tanta dor e sofrimento à sua vida. 

Sua mente vagueia para os dias em que chegou a este mundo estranho. No início, a novidade da mudança de realidade o deixou animado, curioso para explorar e descobrir tudo o que este mundo tinha a oferecer. Mas logo essa excitação deu lugar à desilusão quando ele testemunhou em primeira mão a crueldade e injustiça que reinavam sob o domínio da nobreza. 

A nobreza deste mundo agia como deuses, com poder absoluto sobre os plebeus como ele. Ivan logo percebeu que a vida aqui não era tão diferente da terra que ele deixara para trás, onde os ricos e poderosos podiam pisar nos menos afortunados sem consequências. Mas aqui, a diferença era ainda mais marcante, com a nobreza tratando os plebeus como meros peões em seu jogo de poder e controle. 

Ele lembra daquele encontro fatídico com Konrad, o filho arrogante e sádico do Barão, cujo sorriso cruel ainda assombra seus pesadelos. Ivan o viu cavalgar alto em seu cavalo branco, rodeado por seus soldados leais que o protegiam como se ele fosse uma divindade. O olhar de Konrad enquanto observava as atrocidades cometidas por seus homens naquela noite ainda assombra Ivan, enchendo-o de uma fúria implacável e um desejo inabalável de vingança. 

Mesmo agora, enquanto se prepara para enfrentar o dia que se aproxima, Ivan sente o peso avassalador da dor e do sofrimento que ele carrega consigo. Mas ele também sente uma chama ardente dentro de si, uma determinação inabalável de fazer o que for preciso para acabar com a tirania da família Lourenços e restaurar a justiça e a honra naquela terra dilacerada pela guerra e pela opressão. 

Ele sabe que não está sozinho em sua luta. Desde que foi resgatado por aqueles bons aldeões que o encontraram ferido e desamparado na floresta, Ivan encontrou conforto e apoio entre eles. Apesar de nunca ter falado sobre seu passado sombrio, ele encontrou uma nova família naquela vila humilde, onde as pessoas o tratavam com bondade e compaixão, sem julgamento ou preconceito. 

É por causa dessas pessoas, desses aldeões corajosos e generosos, que Ivan sente uma obrigação ainda maior de cumprir sua promessa de vingança. Ele sabe que eles também foram vítimas da crueldade da familia Lourenços e que estão sofrendo sob o jogo opressivo da nobreza. Ivan sente o peso do dever sobre seus ombros, a responsabilidade de proteger aqueles que o acolheram e o ajudaram em seu momento de maior necessidade. 

Enquanto se veste e se prepara para o dia que se aproxima, Ivan promete a si mesmo que não descansará até que Konrad e seus cavaleiros sejam responsabilizados por seus crimes. Ele sabe que a jornada será árdua e cheia de perigos, mas está disposto a enfrentar qualquer desafio para alcançar sua vingança. 

À medida que sai de sua cabana na floresta e caminha em direção à vila.