Mike caminhava pela floresta com passos calculados, atento aos mínimos ruídos ao redor. Os raios de sol filtravam-se pelas copas das árvores, criando um jogo de luz e sombras. Thorax, sempre atento, acompanhava ao lado de seu mestre, ocasionalmente esmagando pequenos monstros que surgiam no caminho. O avanço era tranquilo, mas o peso da missão mantinha Mike em alerta.
Após algumas horas de caminhada e combates menores, Mike parou em uma clareira. Ele se sentou em um tronco caído, retirando uma garrafa d'água de sua bolsa enquanto Thorax permanecia de pé, os olhos brilhando com vigilância.
— Mestre Mike, sente algo estranho? — perguntou Thorax, sua voz grave e carregada de tensão.
Mike deu um gole na água e olhou ao redor.
— Não exatamente, mas essa floresta tem um ar... pesado. Fique atento.
Antes que Thorax pudesse responder, o som de galhos quebrando e folhas farfalhando ecoou. De repente, oito figuras encapuzadas emergiram da vegetação, cercando Mike. Suas roupas negras e olhos afiados denunciavam sua afiliação.
— Bom trabalho, garoto — disse um dos assassinos, com uma voz fria. Ele parecia o líder, empunhando duas adagas curvas que brilhavam sinistramente. — Entregue o bracelete, e talvez pouparemos sua vida.
Mike levantou-se devagar, colocando a garrafa de lado. Ele observou cada assassino, sentindo o peso de suas presenças. Todos eram perigosos. Ele apertou o cabo de sua foice, assumindo uma postura defensiva.
— Se estão aqui, sabem que isso não vai acontecer. — Mike olhou para Thorax. — Prepare-se.
O líder riu.
— Então, decidiu morrer aqui mesmo. Muito bem. Matem-no.
Os assassinos avançaram em sincronia, rápidos como sombras. Mike girou sua foice, bloqueando o ataque de dois adversários enquanto Thorax investia contra outros dois, usando sua força bruta para afastá-los.
Mike invocou suas sombras, gritando:
— Venham a mim!
Do chão escuro da floresta, as sombras começaram a tomar forma. O Lobo das Sombras emergiu primeiro, seguido pelos Guerreiros de Argila, Esqueletos Arqueiros e as Gárgulas Aladas. Até mesmo Luan apareceu, com sua espada brilhante pronta para a batalha.
— Um exército de sombras? — zombou o líder dos assassinos. — Isso não será suficiente.
Os assassinos se dividiram, enfrentando as sombras e Mike simultaneamente. A batalha se tornou um caos completo. Flechas cortavam o ar enquanto os Guerreiros de Argila protegiam Mike de ataques mortais. Thorax, com sua força colossal, esmagava os inimigos que ousavam chegar perto.
Mesmo assim, os assassinos eram incrivelmente habilidosos. Um deles conseguiu cortar o braço de uma Gárgula, enquanto outro disparava golpes precisos contra os Esqueletos Arqueiros.
Mike atacava com sua foice, mas os movimentos rápidos dos assassinos tornavam difícil acertá-los. Ele girou sua arma em um arco amplo, afastando dois oponentes, mas um terceiro conseguiu atingi-lo no ombro com uma lâmina, arrancando sangue.
— Droga! — Mike grunhiu, recuando alguns passos.
Thorax rugiu, avançando para proteger seu mestre.
— Mestre Mike, precisamos recuar. Eles são muitos!
— Não vou abandonar minhas sombras! — Mike respondeu, bloqueando mais um golpe.
Luan apareceu ao lado de Mike, cobrindo-o com sua espada brilhante.
— Mestre, deixe-nos segurar o terreno. Sua segurança é prioridade.
Os Guerreiros de Argila formaram uma barreira enquanto o Lobo das Sombras saltava sobre um assassino, rasgando sua armadura. Mesmo assim, os inimigos continuavam pressionando.
O líder dos assassinos sorriu ao ver Mike cambalear.
— Fraco demais. Você não tem chance.
— Ainda estou aqui! — gritou Mike, girando sua foice em um ataque desesperado.
Com um rugido, Thorax agarrou Mike com uma de suas patas, levantando-o do chão.
— Não é uma retirada, mestre. É estratégia!
Mike, embora relutante, entendeu.
— Certo. Façam o possível para sobreviver. Luan, você está no comando!
— Sim, mestre! — respondeu Luan, preparando sua espada enquanto liderava as sombras restantes contra os assassinos.
Thorax correu pela floresta, carregando Mike enquanto os sons da batalha ficavam para trás. Apesar da dor e do orgulho ferido, Mike sabia que recuar era a única opção sensata naquele momento.
No Silver Blades
Enquanto isso, na sede da Silver Blades, Gustavo chegou apressado. Ele entrou na sala de Castro, encontrando o capitão sentado à mesa, lendo relatórios.
— Castro, temos problemas. — Gustavo falou com urgência.
Castro levantou o olhar, surpreso.
— O que aconteceu?
— fiquei sabendo que enviaram Mike para buscar o artefato. Ele já saiu daqui?
— Sim. Relatei a ele sobre os assassinos. Ele parecia confiante, mas... — Castro hesitou.
Gustavo suspirou, cruzando os braços.
— Espero que ele esteja bem. Mas se esses assassinos conseguirem o artefato, teremos problemas sérios.
— O garoto é forte. Vamos torcer para que ele prove isso talvez seja melhor nós darmos uma olhada.
Castro assentiu, preocupado. Ambos sabiam que o destino de Mike e do bracelete agora estava nas mãos do jovem necromante e de suas sombras.