A noite sobreveio, piorando muito a situação deles.
Ricardo fez fogo para iluminar o ambiente.
Permitindo que enxergássemos o estado patético deles.
Ricardo e Matheus estão um pouco fracos, devido eles terem tomado algumas poções. Mas nem de longe se comparam com Rixas e Maria que estão sentados no chão, ainda sentindo os efeitos colaterais de terem tomado tantas poções durante a luta contra o minotauro.
Rixas se sente tonto e sua visão meio embaçada, semelhante a uma ressaca.
Maria está enjoada e com ânsia de vômito.
Maria vira o rosto para trás vomitando.
Rixas esfrega a testa, começando a ter dor de cabeça.
Camila iria curá-los, mas Rixas a impede.
-Filha, não faça isso, você tem que economizar mana.
-Você usou muita magia durante a luta, tenho certeza que você deve está cansada.
Maria.
-Não se preocupe… nós… vamos ficar bem…
Quase sem fôlego para falar.
-... Se descansarmos.
Camila com clara expressão de preocupação.
-Não!
-Vocês estão péssimos! Precisam ser curados agora!
Já estava para balançar o cetro, mas Camila foi impedida por Matheus.
-Espera Camila.
-Rixas e Maria vão ficar bem, isto são apenas efeitos colaterais das poções, daqui a pouco passa, e eles estarão perfeitamente bem.
Camila olha para Matheus e depois olha para Rixas e Maria.
-...
Camila então se afasta, senta no chão, pois suas pernas estão doloridas, devido ela ter corrido tanto e só agora pude parar para descansar.
Aplicou uma leve magia de cura, restaurando-as.
-...
Finalmente conseguimos achar um tempo para repor as energia, esperando os efeitos colaterais das poções passarem, nem me lembro qual foi a última vez que tomei tantas poções em uma só luta. Mesmo diante das mais diversas situações e perigos, nós nunca tivemos a necessidade de tomar poções em série, devido as consequência dos efeitos mais tarde.
-(Tomar um gole ou um terço do frasco, não gera efeitos adversos, mas esvaziar um frasco todo, já é outra história).
Mas com certeza eu e Maria tivemos sorte, de estarmos sofrendo apenas tonturas, dor de cabeça, enjoo e ânsia de vômito, já que é costume, quando se toma muitas poções, geram consequências piores, como algumas sequelas, desmaios, cegueira temporária, descoordenação motora temporária, sangramento interno, alucinações. Nos piores casos, redução da expectativa de vida ou até mesmo a morte.
-(As poções que compramos e as que eu encomendei, não eram baratas, então isto também contribui para não sofrermos muito).
Rixas se sente um pouco feliz, em saber que ele não é doido em economizar, quando o assunto se trata de equipamentos de boa qualidade, medicamentos e poções.
Uma das qualidades louváveis em Rixas, é a sua falta de muquiranice nessas coisas, ele sempre busca os melhores equipamentos e medicamentos de boa(alta) qualidade, até mesmo se Rixas não tiver o dinheiro na hora, mas ver que aquele material será de grande ajuda para a missão, ou para algum futura missão, não exitará em deixar uma dívida, e mais tarde dar um jeito de pagá-la.
Sua equipe, como todo, também pegou este bom exemplo de Rixas, não sendo idiotas em economizar quando se trata de seus equipamentos, poções e medicamentos.
Não que comprar materiais baratos seja sinônimo de má qualidade, mas na maioria das vezes, quando algo é muito barato, a qualidade desses produtos tende a ser muito baixa. E infelizmente, muitos aventureiros, principalmente os iniciantes, pensam que economizar nas poções e nas armas é uma boa decisão, mas quando o perigo realmente chega, será evidente sua péssima escolha e muita das vezes, sem ter segunda chance.
Maria e Rixas continuam sentindo os efeitos, mas já estão bem melhores, conseguindo até mesmo ficar de pé.
Camila continua preocupada, e por isso, preparou um chá frio para eles.
Ela segurava uma bandeja, mostrando para seu pai e Maria. Rixas e Maria agradecem-na.
Maria pega a xícara e engole o chá.
O sabor do limão e a frieza do líquido, era bem reconfortante, tanto para o paladar como para a garganta .
-???
-???
Imediatamente sentiram que os efeitos colaterais passaram.
Rixas.
-Uao!
Maria.
-Camila! Onde foi que você aprendeu a fazer isto?!
Rixas até consegue mexer-se corretamente, sem sentir o corpo pesado, a dor de cabeça desapareceu, como se nunca houvesse.
-Filha, quando foi que você virou uma herborista?
Camila alegrou-se ao ver que seu pai e Maria melhoraram.
-Aprendi com uma mulher alquimista, ela disse que eu era "interessante", e por ter poderes de cura, ela queria que eu também aprendesse a fazer chás medicinais.
-Então ela me ensinou.
Rixas.
-Quando foi que você aprendeu?
Camila.
-Foi após termos fugido da cidade Wiley, foi durante os meses que ficamos separados, neste período, essa mulher me ensinou a fazer chás medicinais.
Maria olha para Camila pensativa.
-E você sabe qual é o nome desta mulher?
-Para quem sabe um dia, podemos agradecê-la ou retribuí-la?
Camila balança a cabeça.
-Infelizmente não, ela não queria me dizer seu nome, ela só tinha me achado interessante e me ensinou.
-Eu queria agradecê-la, dando-lhe algo, mas ela recusou, dizendo: "Não, não, por favor, eu não te ensinei para que me pagasse, só quis que você aprendesse, porque achei você interessante".
-E nós nos despedimos, com eu indo ao encontro de vocês e ela ficando na cidade.
Rixas.
-Hum.
-Filha, você lembra da aparência dela ou provavelmente sua idade?
-Ela era humana?
Camila, focou sua mente em lembrar do rosto da mulher, mas estranhamente não se lembrava da aparência dela e muito menos de sua provável idade.
-Estranho… Não consigo lembrar de sua aparência, nem do rosto, nem das vestimentas, nem sequer de sua idade.
-Mas…
-Mas eu acho que ela era uma elfa.
Rixas.
-...
-Pelo menos você se lembra de onde a encontrou? Qual é o nome da cidade que você estava?
-Em qual rua que vocês ficaram? Encontrou com ela quando estava caminhando? Era perto de algum lugar?
Camila.
-...
-...
-...
Camila percebe que nem sequer se lembra de onde, especialmente do lugar de encontro que a tinha visto, não lembra nem sequer o nome da cidade em que estava.
-Estranho! Também não me lembro de onde a encontrei.
-Só me lembro que ela tinha uma…
-Uma loja!
-Sim!
-Uma loja de antiguidades.
-Durante boa parte do meu aprendizado de fazer chá, ela tinha me ensinado em sua loja, mas não me lembro de onde fica.
Rixas e Maria.
-...
-...
Rixas e Maria colocam a xícara de chá na bandeja.
O silêncio se instala no ar.
-...
-...
-...
Rixas quebra o silêncio.
-Hum… Bom, isto não importa.
-Mas que bom que você aprendeu a fazer chá medicinal, minha filha, eu agradeço muito a você.
Maria.
-Ajudou e muito.
Camila saiu da presença deles, levando a bandeja.
Rixas e Maria viam Camila saindo.
Imediatamente se olharam.
Maria sussurrando.
-Rixas, não sei ao certo, mas quem no mundo daria conhecimento sobre ervas medicinais para alguém só porque achou interessante?
Rixas faz o mesmo.
-Não faço ideia.
Conhecimento médico é igual a conhecimento alquimista, não são coisas que você aprende tão facilmente sem desembolsar uma fortuna, ao ponto que para aprender a fazer o básico, você tem que ir para uma escola de renome(de alto ou médio nível) ou então, a sua família já tenha este tipo de conhecimento, passado de geração a geração.
Rixas.
-Milha filha nem sequer se lembra quem era, ela só sabe que foi uma mulher da raça élfica, que a ensinou e que provavelmente é dona de uma loja de antiguidades.
Rixas olha sua filha se distanciando.
-(Isto é um mistério).
-(Se sairmos daqui, uma das coisas que farei é investigar isso).
Agradeço e muito a esta mulher elfa desconhecida, por ter ensinado minha filha, mas minha filha ter "perdido" as memórias em relação a esta elfa, já é preocupante.
Mas eu repensava o assunto, pois seja quem for essa mulher, pode não ser bom tentar investigá-la.
-(Quem com muitas pedras bole, uma lhe cai na cabeça).
Rixas olha para Maria.
-Não vamos nos preocupar com isso…
-Pelo menos por enquanto.
Maria balança a cabeça em sinal de concordância.
Rixas olha sua filha.
-...
Maria olha para Camila.
-...
Rixas sente que finalmente Maria parece estar mais calma.
Quase dando um leve sorriso.
-...
Maria.
-Tire esse sorriso no rosto, não pense que eu te perdoei, quando nós sairmos desta maldita floresta, vou pensar e muito se ficarei na equipe.
Rixas voltou a se entristecer, quase queria falar algo.
Maria levanta a mão na frente do rosto dele, olha nos olhos de Rixas.
-Já sei, você se sente triste e arrependido e por isso pedira desculpas.
-Mas se por sorte do destino, sairmos daqui vivos, dias depois, você voltará a fazer a mesma coisa, e que no final ficaremos novamente em extremo perigo e desta vez podemos realmente morrer.
Rixas.
-...
Maria vê a falta de resposta de Rixas, e enruga mais a cara.
-Não diga nada.
Maria se distancia um pouco.
Rixas olha Maria saindo de perto.
-...
No outro lado, Matheus e Ricardo estão encostados em uma árvore, conversando. Matheus explicando os acontecimentos que levaram a eles terem que lutar contra o minotauro.
Mas claro, tanto Ricardo como Matheus estão com seus sentidos totalmente focados no ambiente, não querendo ser pegos de surpresa novamente, por garantia, enquanto Rixas e Maria se recuperam, Matheus e Ricardo fizeram uma barreira mágica de proteção em volta.
Ricardo.
-Então quer dizer que uma cobra quase me levou embora durante a noite?
-E na manhã seguinte vocês sentiram uma onda de poder monstruoso que no final, atraiu o minotauro para nossa direção, mas vocês conseguiram de algum jeito despistá-lo, mas sem querer, eu acabei chamando atenção do monstro e então começamos a lutar.
Matheus.
-Éee…
-Mais ou menos isso.
Ricardo ponderava um pouco, processando as informações.
-De qualquer forma obrigado.
Matheus.
-Por nada.
Olha para Ricardo.
-...
Matheus via que Ricardo estava normal, mesmo que ninguém da equipe tenha visto, Matheus que estava ao lado dele, durante a luta com o minotauro, conseguiu ver que Ricardo tinha marcas pretas em sua pele e uma leve luz azul brilhava em suas mãos.
Matheus iria aproveitar e perguntar o que era aquilo, mas decidiu não fazê-la.
-(Seja o que for, é algo que Ricardo não quis dizer ou mostrar com facilidade).
-(Se ele não revelou para nós até agora, é porque ele não quer mostrar).
-(Então não será eu que irá perguntar).
-(Mas ainda estou curioso, será que aquilo era alguma nova magia?)
Eles viram Camila se aproximando, oferecendo-lhes chá gelado.
Matheus pega a xícara e Ricardo faz o mesmo.
-Obrigado.
-Obrigado.
Assim que tomaram o chá, elogiaram Camila.
Ricardo.
-Camila, muito obrigado, você me salvou também.
Camila sorri para Ricardo.
-Disponha.
-E obrigado também por ter me ajudado, se não fosse por você, eu sairia voando por causa do rugido do minotauro.
Ricardo logo se lembra, que ele tinha segurado Camila e feito uma barreira de proteção para ambos.
Sorri um pouco.
-Por nada.
Camila.
-Mas você se sente melhor?
-O veneno daquela cobra era realmente mortal.
Ricardo move as articulações do braço, abre e fecha a mão.
-Parece tudo normal por aqui, e só melhora com este delicioso chá.
Matheus.
-Realmente, nunca tinha provado um chá tão maravilhoso.
Continuaram a conversar, durante um bom tempo, principalmente sobre o excelente chá de Camila. Alguns minutos de descontração em meio de tanto caos, não os matará…
…
…pelo menos não ainda…
Eles logo viram Rixas e Maria se aproximando. Vendo que eles estão bem, Ricardo e Matheus desfizeram a barreira.
Rixas.
-Pessoa já está muito tarde, vamos comer algo e depois ir dormir.
Assim que eu terminei de falar, comemos algo rápido, bebemos nossa água, e nos preparamos para dormir, mas como nossa barraca foi destruída, pegamos nossa barraca reserva e nos preparamos para dormir.
É sempre bom termos mais do que uma coisa, para se caso danifique ou estrague, tenha outra para substituí-la.
Mas desta vez, não cometeremos o mesmo erro, agora que sabemos que não basta temos nossos sentidos em alerta, é necessário que tenha vigia, concordamos que um de nós ficará de guarda e que iremos trocar de tempo em tempo.
Rixas.
-Assim foi decidido a ordem: Começando por mim, vou ficar de guarda no primeiro turno, logo após, será Ricardo, Maria e por último Matheus.
Todo o grupo concorda.
….
…
..
.
O silêncio da floresta era como de costume… arrepiante.
O vento frio e silencioso passava por Rixas. Que está ao lado de fora da barraca, sentado no chão, próximo ao fogo.
-...
Ele assopra as mãos, vendo a nuvem fria sair da boca.
-(Ficar parado só piora).
-(Mesmo próximo ao fogo, está um frio terrível, nunca imaginei que passaria por um frio desses).
-(Mas tenho que aguentar, ainda não é hora de trocar de turno).
Mesmo que minhas roupas e armadura estejam danificadas, ainda dá proteção suficiente contra o frio, mas como eu disse, ficar parado só piorará, por isso, levantei-me do chão, dei uma caminhada envolta.
Comecei a andar em círculos, assim que dei o primeiro passo, dobrei meu joelho, levantei, e segui com outro passo, dobro meu joelho, prossigo repetindo essa ação até me sentir melhor.
-(Fazer isso, me faz lembrar dos meus primeiros dias de quando eu era um jovem aventureiro).
Esse é apenas um dos métodos de treinamento que o Vovô havia me ensinado, quando eu tinha tirado meu cartão na guilda pela primeira vez, eu era bem inexperiente e não sabia de nada, mas o Vovô, bondosamente me ensinou a ser um aventureiro, ensinou-me a como comprar(barganhar) e como tomar cuidado com outros aventureiros, principalmente os aventureiros mais velhos e experientes como ele.
Rixas para de andar em círculos e começa a alongar os braços.
-(Bem… bondosamente é meio que um exagero, são minhas memórias que estão engrandecendo como realmente foram aqueles dias).
-(Tava mais para uma parceria e, "uma mão lava a outra").
Naquela época, Vovô era mais jovem e ainda agia como um aventureiro. Durante uma de suas paradas em uma cidade, ele tinha me visto e enxergado potencial, mas como eu falei, "Vovô era mais jovem", e ele sabia que estava envelhecendo, e pela convivência que nós tínhamos, eu notava que ele não tinha com quem confiar suas costas. Então um jovem forte, inexperiente e principalmente ingênuo, como eu no passado, era uma boa opção para se poder confiar.
Rixas puxa um ar, terminando de se aquecer, sentindo-se bem melhor e pronto para continuar a vigiar.
-(Mas com toda a certeza, eu que acabei ganhando mais).
-(E nada disto me faz ser menos agradecido a ele).
-...
-(Talvez eu deva comprar um presente ao Vovô quando sairmos daqui).
Olhei para minhas espadas, vendo que estão muito danificadas, infelizmente minhas espadas ficaram assim graças a luta que tivemos com o minotauro. Vendo que não vai aguentar as próximas batalhas, as guardei no meu anel de armazenamento.
-(Mesmo danificadas, o metal delas pode valer alguma coisa).
Assim que as guardei, retiro outro par de espadas do anel.
-(Vou ter que comprar mais espadas).
-(Já deve ter estragado dois ou três pares dessas, não tenho estoque infinito de espadas para ficar estragando assim).
Com tempo sobrando e meu turno ainda não acabou, mas atento aos meus arredores, começa a fazer movimento com minha espada, praticando os movimentos que Vovô me ensinou.
Mas não os farei com muita intensidade, só o suficiente para não pegar no sono.
-(Se caso um imprevisto aconteça, devo ter forças para lutar).
….
…
..
.
O fogo da fogueira está mais fraco, por isso, joguei mais lenha.
-(Meu turno está para terminar, já, já acordarei Ricardo).
Rixas continuava a fazer leves movimentos com a espada. Balançando-a, assim que ficou satisfeito, ele olha para a lâmina da espada.
-...
Rixas sente falta de sua espada longa e pesada, que costumava ficar em suas costas, mas infelizmente ele a perdeu no confronto com os gatos verdes.
-(Também vou comprar uma dela. Melhor! Vou comprar mais do que uma, ficando a outra de reserva).
Mais uma vez, com o auxílio do fogo que ilumina esta noite, vi o meu reflexo na espada. Posso ver que estou meio acabado e reparando melhor agora, sentir meu cheiro, e estou fedendo.
Sorrir um pouco.
-Réh, não vejo a hora de poder tomar um banho.
Rixas deixa de sorrir.
-...
Estreita os olhos ao ver o reflexo.
-...
-Humm?!
-!!!
Vira rapidamente o rosto para trás, vendo um galho de árvore batendo na sua cara.
….
…
..
.
Nagaro acompanha a ventania nesta noite, como ele já está acostumado a enxergar no escuro, não houve problemas em sua corrida.
Repentinamente o vento desaparece.
Nagaro para de correr e olha em volta.
-É aqui?!?!
Mas o vento não lhe deu resposta.
-...
Meus olhos viam muitos esqueletos, reparando que os de roupa preta estavam realmente lutando contra os de roupa roxa, branca e cinza.
-Era uma emboscada.
-(Para cada um de roupa preta, tinha três inimigos, um de roxo, um de branco e um de cinza).
-(Esse padrão de inimigos se repete para quase todos, provavelmente, deve ter sido a forma que se organizaram para exterminar os que estão vestidos de preto).
Olhei para um esqueleto de roupa preta, verificando-o, e vejo que ele tinha o mesmo que os outros, armas, mas o diferencial é este tem um anel.
Retirei o anel, notando que está danificado, mas sinto que a presença de mana residindo no objeto e que se pode pôr mais mana. Então coloquei minha mana.
O anel brilha um pouco, mas devido ao tempo e estragos obtido pela batalha, repentinamente o anel termina de quebrar, mas consegue revelar para Nagaro o seu conteúdo.
Nagaro vê, surgindo bem na sua frente, um monte de pergaminhos, livros, algumas armas, poções, comida e uns cantis de água.
-Uao!
-É um anel que pode armazenar as coisas!
-Então neste mundo existe um objeto desse.
Alegro-me em saber que equipamentos mágicos convenientes com este, são realmente existentes.
Olhei para minha mão que segurava o anel, mas agora só restou pó.
-(Mas infelizmente o que estava na minha mão quebrou).
Nagaro voltou sua atenção para a pilha de objetos à sua frente.
-(Pelo menos conseguiu me revelar algumas coisas interessantes).
Invoquei uma esfera de fogo que flutuava em cima de mim, iluminando bastante o lugar, permitindo que eu visse com maior clareza os objetos.
Peguei um livro, mas infelizmente, devido a ação do tempo, assim que eu o peguei, ele se desfez. Pego os outros livros no chão, mas também não estão em bom estado. Um desses livros está mais inteiro, mas assim que eu a abri, as letras estão muito transparentes, praticamente ilegíveis, nem seu título se dá para ser lido.
Peguei um desses pergaminhos, mas está na mesma situação, muito desgastado. A comida está estragada a tal ponto, que chega a ser assustadora, mas para minha surpresa, a comida em sua maioria é enlatada, ou seja, neste mundo há métodos que permitem enlatar, deixando-a bem mais conservado o alimento, mas ainda sim, o alimento nos enlatados não está bom, e a água não se encontra nos cantis.
Peguei uma espada, mas ela esta partida.
-(As armas também estão enferrujadas e danificadas).
Minha atenção foi para os frascos, que estão rotulados.
-(A escrita está meio apagada, mas com esforço dá para ler).
Pega um frasco.
-Está escrito… c… u … r… a.
-Cura!
-Uma poção de cura.
O conteúdo de dentro da poção está meio gelatinoso e a cor brilha preto.
-(Não me parece ser seguro para consumo).
Provavelmente deve está fora(muito além) de sua validade.
Os outros frascos também são semelhantes, com seus conteúdos meio gelatinosos e tendo colorações estranhas.
Deixei no chão todas essas coisas.
-(Nem mesmo o anel de armazenamento deu para conservá-las).
Olhei para os outros esqueletos.
-(Se um tem… pode ser que os outros tenham).
….
…
..
.
Sai de perto de outro morto, fui em direção a outro esqueleto, mas semelhante ao primeiro que tinha um anel de armazenamento, o conteúdo de dentro, está muito velho e desgastado, não conseguindo obter nada de relevante ou de útil e muito menos ter algo que explique o que houve aqui. Olhei outro esqueleto, e nesse, eu vi que tinha uma bolsa de armazenamento.
Noto que alguns destes esqueletos tinham bolsas de armazenamento, mas o conteúdo de dentro delas está na mesma condição que a dos anéis.
Nagaro olha para outro esqueleto de roupa preta, mas este não tinha um anel ou bolsa de armazenamento.
-(Parece que esses objetos que podem armazenar materiais não são coisas que todos podem ter).
Nagaro observa os arredores.
-(Até agora, só estive verificando os esqueletos vestidos de preto).
Levantei-me, e fui verificar estes outros esqueletos vestidos de roxo, branco e cinza.
Olhei para um desse de roupa roxa, algo me chama atenção, tem um tubo de ferro colado em seu pulso.
Levantei seu braço e tento enxergar o que tem dentro, escuto um som baixíssimo de "click", uma faca voar em minha direção, mas eu a peguei antes que acertasse minha testa.
Olhei para a faca, vendo um líquido roxo escorrendo, que até pinga no chão.
Cheirei o líquido da faca, reconhecendo na hora que é veneno.
-(Veneno de cobra, o cheiro está fraco, é veneno bem antigo).
Após tanto tempo sendo envenenado, Nagaro consegue saber pelo cheiro, que tipo de veneno é.
Olhei mais um pouco o corpo, vendo que há outros mecanismos ocultos, e armas escorrendo veneno.
Além de ter alguns frascos redondos presos na roupa, com algumas legendas escritas: "veneno", "ácido" e "corrosão".
-(Veste roupas roxas e tem armas contendo veneno).
-(Só pode ser um clã ou povo especializado em venenos).
Este indivíduo tem um anel de armazenamento, liberei o seu conteúdo, mas semelhante aos outros, os papéis e pergaminhos estão muito desgastados.
-(Inútil).
-...
-...
-Humm?
Mas no meio das papeladas estragadas, vi uma caixa preta, muito bem conservada.
-(Sinto que a mana está conservando-a).
-(Me traz um sentimento semelhante ao que tem nos livros da biblioteca élfica).
Com isto em mente, agora sei que o método que os elfos daquele reino tinham, não é algo exclusivo.
-(Pela minha experiência, a mana parece ter naturalmente propriedades que permitem conservação de matéria, mas pelo visto, há métodos que podem amplificar suas capacidades de conservação).
Mesmo não sabendo como se faz, posso sentir que a forma como a mana mantém a caixa conservada é de qualidade bem inferior aos do livros da biblioteca élfica.
-(Mas ainda me parece ser bem decente).
Peguei a caixa, vendo que tem um cadeado, exigindo uma chave para abri-la, como eu não vi essa chave, amassei o cadeado e o puxei fora.
Abri a caixa e lá eu vi um livro e um pergaminho selado.
O livro infelizmente é um livro comum, sem ter a proteção da mana, mas por causa da caixa que o protegia, ele ainda tem algumas palavras legíveis.
Nagaro expande a bola de fogo, iluminando bastante o ambiente.
Como o livro em mãos, ler sua capa.
-"Arte 1: Técnicas venenosas do clã assassino dos venenos".
Lendo a capa do livro, já confirma que realmente estes que estão vestidos de roxo, eram de um clã que usavam venenos.
-(Eu não sei que letras são essas, mas eu consigo lê-las e entendê-las).
E isto mais uma vez reforça que eu tenho uma estranha capacidade de ler e entender qualquer linguagem e escrita desse mundo.
-(Não há dúvidas, tenho certeza que Eladreo me deu essa capacidade).
Nagaro abre o livro, lendo a sua introdução.
--------------------------------------------------------------------------------
Arte 1: Técnicas venenosas do clã assassino dos venenos
Desde a sua fundação, as artes venenosas são o nosso estilo de vida, o veneno desde da infância corre em nossas veias, não importa a toxicidade ou perigo que ela nos representava no passado, por meio do veneno, antes considerada uma maldição por todos, porque o veneno é nocivo e perigoso para esses fracos e sem conhecimento, mas para nós, é o símbolo de nosso clã.
Este livro representa apenas uma fração do nosso vasto conhecimento sobre venenos, antídotos e armas ocultas. O que você aprenderá é apenas o básico, um guia que irá ensiná-lo com as técnicas fundamentais, a montar equipamentos ocultos e mostrar o conhecimento cultural do nosso clã.
….
…
..
.
--------------------------------------------------------------------------------
Nagaro olha com expectativa sobre os segredos que irá aprender por meio do livro.
-(Artes venenosas, parece ser algo interessante).
Mas assim que virou a página, as traças mortas já tinham feito o seu trabalho, e o tempo também não colaborou.
O livro está totalmente ilegível e cheio de rasgos, tornando impossível aprender qualquer coisa.
O vento frio vem, batendo levemente na cara de Nagaro, como se estivesse zombando dele.
-...
Nagaro tinha um rosto neutro, seu olhar frio cai sobre o livro, parecia que a qualquer momento nascera gelo no livro.
-...
Ignorando anti clímax, fechei o livro deixando-o novamente na caixa, meus olhos se voltam para o pergaminho selado, percebendo que ao contrário do livro, o pergaminho está muito bem conservado, a mana que o rodeia, protege-o melhor do que até mesmo a própria caixa.
Pegue o pergaminho, vendo a corda que o prende, há um selo feito de cera.
-(Provavelmente é o símbolo de alguma família importante).
Olho para o selo, mas devido o pergaminho já ter sido aberto, não consigo idênticar corretamente a imagem do selo.
-(Parece que é algum tipo de chapéu?)
Nagaro estreita os olhos.
-É um chapéu.
-Uma cartola?
-É uma cartola!
Identificado o símbolo, abri o pergaminho.
E vejo que é uma espécie de missão.
--------------------------------------------------------------------------------
Emissor da missão: "Anônimo"(cliente vip).
Intermediário da missão: "Guilda dos assassinos".
Contratados: "Clã assassino dos venenos", "Clã assassino da névoa", "Clã assassino do gás".
Recompensa: 1.000.000.000,00 (um bilhão de moedas de ouro), 500.000,00 (quinhentas mil moedas de prata) e 300.000,00 (trezentas mil moedas de cobre).
Missão: Recuperação do livro de Lince, roubado pelo clã do vapor.
Missão: Extermínio do clã assassino do vapor.
Último paradeiro do clã do vapor: "Floresta dos Pesadelos do Sul".
….
…
..
.
--------------------------------------------------------------------------------
Nagaro olha para os detalhes da missão.
-...
-Humm.
-Agora tenho uma visão geral do que houve aqui.
-Três clãs assassinos foram contratados para destruir esse clã do vapor.
Nagaro olha mais uma vez o pergaminho, tentando captar todos os detalhes que encontrar.
-(Então posso afirmar que os esqueletos de roupa preta, são do clã do vapor).
-(Já os de roxo, é do clã dos venenos).
-(Só falta saber do restante, qual deles é a dos outros clãs).
Deixei o pergaminho e a caixa no chão e fui investigar os outros esqueletos vestido de cinza e branco, para ver se tem alguma coisa que me mostrem de qual clã pertenciam.
Procurei rapidamente, então pude ver, que alguns deles tinham em seus anéis de armazenamento esta mesma missão, mas nada que identificasse de qual clã pertenciam.
-(Mas só alguns deles que carregavam esses papéis da missão).
-(Será que eles eram alguns dos líderes ou chefes de seus respectivos clãs?)
Nagaro olha para mais um outro esqueleto, mas este não tinha nada de relevante, mas seus olhos via no chão, mais a frente, um enorme rasgo na terra.
Nagaro aproxima-se, agacha, tocando na rachadura, percebendo que o corte era perfeitamente liso.
-(É como se alguém tivesse partido o chão).
Olhei para onde o corte veio, mas o corte é tão distante, que não enxergo de onde se origina. Virei meu rosto para o outro lado e bem ao longe, vi um esqueleto no chão, que tem o ombro profundamente cortado.
Aproximei-me do esqueleto, e vejo que ele está vestido de cinza. E em suas mãos, vi que segura a espada e a outra mão, a lâmina da mesma.
-(A espada foi quebrada).
Nagaro sentou-se no chão e se imaginou como esse esqueleto tinha morrido.
-(Ele se defendeu com a espada).
Imaginando ter uma espada, levanta um pouco os braços, em uma de suas mãos, está no cabo e outra segura a lâmina, posicionando-se a espada imaginária na horizontal.
Em sua cabeça, imagina como teria sido, e logo vê que a espada foi partida porque não aguentou o golpe.
-...
-Hum.
Levanta-se do chão.
-Entendo.
Examinei o corpo e vi uma bolsa de armazenamento, que tinha um pergaminho bem conservado, mas o pergaminho não tem um selo, só a corda que o prende.
--------------------------------------------------------------------------------
Emissor da missão: "Guilda dos assassinos".
Intermediário da missão: "Guilda dos assassinos".
Contratados: "Clã assassino do gás".
Recompensa: 500.000,00(quinhentas mil moedas de ouro).
Missão: Recuperação do livro: "História poéticas do Rei Assassino", roubado pelo líder do clã do vapor.
Último paradeiro do clã do vapor: "Floresta dos Pesadelos do Sul".
….
…
..
.
--------------------------------------------------------------------------------
-Interessante, então estes que estão vestidos de cinza, pertencem ao clã do gás, então por último, os de roupa branca, só poder ser do clã da névoa.
Identificado quem são seus respectivos clãs, olhei mais uma vez para a missão de recuperação.
-(Posso ver que esse tal clã do vapor, queria mesmo ser exterminado).
-(Roubaram dois livros que parecem ser bem importantes).
Nagaro deixa o pergaminho no chão e olha para o rasgo do chão.
-(Quem teria feito isto?)
Corri em direção a onde o corte do chão vinha.
Enquanto corro, sinto o vento fazer barulho, parece que se alegra em ver que eu estou indo para essa direção.
-...
Atrás de mim, fiz com que mais bolas de fogo me seguissem.
-(Melhor eu me preparar).
….
…
..
.
Seguindo o rasgo no chão, me aproximo cada vez mais de onde se origina, percebendo que a quantidade de esqueletos aqui é surreal, onde quer que eu olhe, só se vê esqueletos caídos, árvores partidas e o chão está cheio de rachaduras e cortes.
Parei de correr, pois o rasgo no chão termina aqui, e sigo andando, observando meu entorno.
-(Se lá atrás tinha muitos mortos, aqui aumenta em expoente).
As luzes das bolas de fogo se intensificam, permitindo que víssemos as pinhas de esqueletos com mais clareza.
Nagaro vê todos os esqueletos despedaçados.
-(Aqui parece que a guerra desses clãs foi mais intensa, não há um esqueleto intacto).
Nagaro olha para frente.
-Nossa!
Assim que eu cheguei, me surpreendo com o que vejo, bem na minha frente, há um esqueleto de pé, vestido de preto, usando um capuz e máscara de pescoço. Em sua mão direita, segura uma espada longa.
O morto olha para mim e eu olho para o morto.
Já me posiciono em forma de luta, e minhas esferas de fogo já estão atrás de mim.
-...
-...
-...
-...
Mas nada acontece, o esqueleto não se mexe.
-...
-...
-...
-...
Nagaro abaixa a guarda e se aproxima do esqueleto.
-(Ele tá morto).
Suspira, meio chateado consigo mesmo.
-(Tô ficando ainda mais paranóico).
-(Agora estou até pensando que morto luta).
-(Sei que estou em um mundo diferente e já vi vários segredos e anormalidades, mas não acho que esses segredos e anormalidades possam fazer com que um morto fale, ande ou muito menos que lute, né?)
Distancio minhas esferas de fogo, iluminando mais o ambiente.
Assim que cheguei bem perto, vi que o esqueleto está perfurado com várias armas, Desde de o pé até o alto da cabeça, tem armas que o atravessam.
No chão, vejo que há muitos esqueletos vestidos de branco, cinza e roxo.
A rasgos na terra que se estende a quilômetro de distância, rasgos estes iguais ao rasgo que eu seguia.
-(Este esqueleto sozinho matou todos eles).
Me aproximei mais, ficando bem na frente dele, imediatamente vi que ele carregava anéis de armazenamento.
-(Ele tem um anel de armazenamento para cada dedo da mão)
-(Quão importante ele era?)
Olho também para sua espada, vendo seu brilho.
-(O tempo e este lugar não afetaram a arma).
-(Só pode ser um artefato lendário!)
-(Ou seja, um tesouro!)
As mãos de Nagaro estavam para pegar a espada, mas repentinamente, uma mão esquelética o impede.
-!?!?!?
Nagaro olha para o esqueleto, vendo o brilho roxo em seus olhos, e logo, todo o seu corpo começa a exalar névoa roxa.
A máscara em seu pescoço se abaixa sozinha, revelando sua mandíbula óssea.
O esqueleto abre a boca para Nagaro, liberando névoa roxa. Imediatamente as bolas de fogo são disparadas igual a balas de canhões.
A colisão das duas forças explode em uma mistura de vermelho e roxo.
….
…
..
.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------