"Você garante que eles conseguiram chegar até o ninho?"
A voz do irmão a trouxe devolta das lembranças sombrias que jamais há deixariam.
"Hmmm...gruuf, tem mais.. chances."
"Aaahhhh, e quanto de ração e 'ração de emergência' ainda temos?"
"Para nós, bastante, para o ninho, não o bastante."
O primeiro goblin respondeu. Teriam vindo para essa invasão quase 300 guerreiros, dos quais os que realmente participaram foram menos da metade e ainda menos voltaram, o por que de tantas baixas se deu tanto pelo trajeto desde as terras escurecidas pela névoa negra, que os humanos chamavam de Corrupção, infestadas de monstros sorrateiros e perigosos. Quanto pelo preço que tiveram que pagar para abrir um buraco no domo de luz dos humanos nas terras verdes.
Uma tecna que o "Mestre" tinha mostrado para seu genitor, um modo rápido de entrar nas terras humanas protegidas, obviamentte ao custo das vidas e quais os seres vivos mais há disposição?
"Certo, eu mandei alguns dos primeiros atacantes que fugissem assim que as coisas começassem a ter baixas nas fileiras e que eles deveriam procurar comida antes de voltarem para o acampamente, isso deve ajudar um pouco. Também lembro de ver alguns outros conseguindo entrar em um dos armazéns dos humanos. Eles devem ter conseguido algum alimento tambem, talvez até sementes!."
'Não que isso fosse ajudar muito'
Yag pensou, goblins não são agricultores, mas escavadores e caçadores, mesmo que tivessem sementes era contra o modo de vida dos goblins ficar parado em um lugar e esperar a comida crescer. Isso os deixaria vulneráveis e exauriria os recursos locais ainda mais rápido, considerando o quão rápido os goblins se reproduzem.
Mas Gromb-go sempre teve ideias mais diferentes, era um dos motivos pelos quais eles se davam bem, goblinas guerreiras não eram algo comum, não chegavam a serem raras mas não eram comuns, talvez 1 em 10 goblins machos. SE considerar o tamanho das comunidades goblins e o papel das mães nela, essa não era uma estimativa muito ruim ruim para guerreiras. Porém era algo bem incomum que a filha de um chefe se tornasse uma guerreira, elas geralente eram incubidas de serem remendadoras de feridas sérias, as que ajudariam no nascimento dos novos membros e seria a principal supervisora e preparadora dos venenos ritualísticos nos casos de canibalismo.
Mas como na comindade do genitor deles essa posição não seria difernte de uma cozinheira que fazia partos. Ninguém questionou a escolha de Yag, até esperava essa escolha dela pois a consideravam tão monstruosa quanto seu genitor, e ela sabia disso. Afina ela foi a unica que não só comeu a carne da mãe como também foi ela mesma que a matou, a única dos filhos de seu genitor a fazer isso, rendendo há ela um status no mínimo negativo na comunidade goblin em geral.
Desnecessário dizer, ela odiava essa comparação com o genitor, odiava o jeito como olhavam para ela, e priciplamete ouvir dizerem o quanto ela se parecia com a mãe, e como isso a deixava ainda mais monstruosa oque tinha feito. Para tanto deixar deanchar a memória da mãe e não ser vista como igual ao genitor, ela pegou a pedra mais afiada que pode e fez questão de retalhar o rosto o melhor que pode, deixando-o irreconhecivel da mãe. Oque ironicamente foi visto como um ato de coragem pelo genitor fazendo com que ele apreciasse ela ainda mais, aumentando seu ódio por ele.
O único que não ha via assim era Gromb, foi ele inclusive que fez o elmo que ela passou há usar para as que os membros da comunidade não fizessem comparação seje com a mãe seje com o genitor.
Por essas e outras coisas, considerava ele familia mas não amigo, isso implicaria em ainda mais afeição com ele, e ela não suportaria perder outro membro como tinha perdido a mãe.
"Dividam os que ainda tem energia em dois grupos. Um vai ficar de guarda no topo das árvores e escondidos no chão, o outro volte va um pouco mais perto do acampamento humano e espere por qualquer um que ainda esteja vivo."
Os três acentiram e dispersaram, restando apenas os dois em um canto perto da parede Gromb-go se recontou e escorregou para o chão, Yag fez o mesmo logo depois, suas pernas já estavam no limite desde a luta.
Ambos ficaram olhando para o céu em silêncio por um tempo, ainda era impressionante a diferença do céu daqui para o céu das terras de seu clã. Mais azul e parecendo se expandir para fora que a coloração mais escura quase avermelhada que parecia querer esmagados toda vez que olhavam para cima, mas que ainda assim era tão facinante quanto esse céu azul.
"Acabou."
Gromb disse depois de um tempo, talvez segundos ou minutos.
"Não vamos mais, ter que nos preocupar com ele."
"Com ele não, com o Mestre, pode ser, diferente."
Ela disse numa voz mas grossa doque quando era mais jovem, tanto tempo usando o elmo e evitando falar desde aquele dia acabaram a deixando um pouco rouca.
"Verdade....."
Ele disse enquanto brincava sem perceber com uma folha de grama.
"Você teria, alguma ideia, de como lidar com ele? E das outras... coisas, que ele pode mandar ou fazer?"
Perguntou olhando com o canto do olho para a irmã, a única que seu genitor confiava para apresentar para o mestre. A única que tinha alguma noção do quão perigoso aquela criatura era.
"Não."
Respondeu imediatamente, porque realmente não havia nada que pudesse pensar, ou sequer se teria algum modo de se proteger dele. Mata-lo era ainda mais irrealista, os melhores guerreiros não conseguiram fazer cócegas no seu genitor e comparado há ele ao Mestre, seria como comparar uma formiga com uma montanha.
Gromb fechou o rosto e não disse nada por um tempo, só continuou torcendo a folha de grama nos dedos. Depois de um tempo pareceu ter uma ideia, ou melhor pareceu aceitar alguma coisa.
"Vamos nos unir com os goblins daqui."
Ele disse do nada, Yag levou alguns instantes para assimilar oque tinha dito.
"COMO É???!!!!! Cofff,cofff,cofff,coff"
Se juntar a outra tribo não é algo fácil para os goblins, ele tem laços de fortes com a própria tribo ensinadas pelas mães desde que nascem e reforçadas pelos guerreiros e pais. Por isso juntar-se há outro clã implicaria a submissão ao outro clã e esquecer todos os ensinamentos do seu próprio, ainda podendo pratoca-los mas nunca de forma ampla.
Mas não era por isso que Yag ficou chocada, foi pela simples ideia de que qualquer clã poderia aceitar o seu, afinal fosse qual fosse o motivo eles seriam canibais imundos que não demonstravam o mínimo de respeito pelos mortos, no mínimo seria assim que as outros clãs os veriam.
"Você, realmente acha, que vão nos aceitar?"
"Um clã comum? Não, concerteza não." Respondeu calmamente.
"Entao-"
"Mas!"
"Aqui existe pelo menos um clã que não é comum, se explicarmos e mostrarmos como nós somos. Você e eu. Eles podem aceitar, o líder deles parece ser mais... bem menos como ele."
Gromb disse, e mesmo que alguém não entendesse a "linguagem dos goblins" poderia entender o puro ódio que Gromb tinha quando o mencionou. O ódio dele pelo genitor não perdia em nada para o dela, assim como os outros irmãos mas esses preferiram deixá-lo de lado e aceitar modo de vida dele, ainda sempre guardado a mágoa em seu âmago mas a transformando em crueldade que eles descontavam nos fracos.
Mas o ódio de Gromb-go era um pouco especial, já que no dia que o genitor deles tentou obrigar a matar sua mãe ele deu uma alternativa para ele. Se ele não matasse a mãe deveria matar a irmã que tinha acabado de nascer, não Yag, essa era outra irmã, uma que nunca teve a chance de viver.
Ela, assim como a mãe dele, foi morta pelo genitor por ele se recusar a fazer esse ato. Goblins também não são contra o consumo de filhotes, porém nunca jamais os próprios, seria comum os pais se matarem para que os jovens tivessem oque comer que os pais comerem os filhos ainda mais recém nascidos. Mas outra vez, quando seu genitor foi minimamente razoável com algo que ele exigia dos outros.
"Como, podemos, ter certeza?"
"Era isso que eu ia pedir pra você."
Yag ficou parada por um tempo e logo entendeu, ela era a única com um javali de guerra ainda vivo, eles podiam carregar muito peso e ainda serem rápidos, no mínimo mais rápidos que um humano correndo a toda velocidade em linha reta. Meio de transporte, força para se defender e ainda ser filha de um chefe (por mais odiado e temido que fosse), tornavam ela a mensageira/mediadora ideal para uma possível junção com o tribo goblin a nordeste, segundo oque os batedores que voltaram disseram.
"O ponto, ainda continua, você acha, que eles vão, nos aceitar?"
Para goblins seria fácil dizer se alguém é um canibal "honrado" ou um canibal "sujo", o venobo utilizado antes da morte liberava um cheiro característico que ficava impregnado nos goblins por anos, em contra partida quando ele não era utilizado outro cheiro mais pingente, sujo, ficava preso ao goblin. Ambos faceis de detectar para os goblins, orcs e trolls, pois todos eram da mesma "família" ancestral com alguns costumes similares, no mínimo quando referente ao canibalismo.
"..... Só posso confiar que você vai conseguir, nos não podemos ficar lá. O Mestre sabe onde nosso clã fica, sabe de nossos números, e sabe como nos causar as piores dores."
Gromb disse lembrando das terras que seu clã ocupava, uma caverna rochosas com uma mina de água em meio há um vale, um dos únicos lugares (que conhecia) que ainda podia supelortar um número maior de 700 goblins. Um lugar dado há eles por esse mesmo Mestre, concerteza ele teria seus planos para os goblins, talvez quisesse tranformasr todos em monstruosidades como o genitor, ou seus irmãos. E isso era algo que ele não iria permitir, foi o juramento que fez para a mãe e irmã naquele dia.
Yag também sabia disso, e concordava com ele mas ainda não tinha dúvidas, será mesmo que esse seria o melhor caminho ou seria apenas o único caminho que eles teriam.
Ela então se pegou pensado outra vez no humano jovem de arco que tinha quase sido morto pelo genitor. Ela não entendia o porquê mas sentiu que não podia deixar ele morrer naquela hora então gritou alguma besteira a respeito de genes superiores ou coisa assim, ainda se envergonhava pelo que tinha dito. Era estranho mas tinha a impressão que eles se encontrariam outra vez em breve e também sentia que aquela não tinha sido a primeira vez que, por que?