Christopher estava em uma sala privada em um pub. Ele não tinha tocado em álcool desde a noite em que ficou bêbado e transou com Abigail seis meses antes. Ele não queria repetir o erro novamente. Mas ele veio aqui hoje para ficar bêbado.
Brad, que estava sentado quieto ao lado dele e o observava há muito tempo, não conseguiu mais ficar de boca fechada. "Você tem agido mudo desde que chegou." Ele olhou para o copo de uísque em sua mão e acrescentou, "Você ainda não tomou um gole e aqui, eu já terminei duas doses. Por que você veio aqui? O que houve?"
Christopher olhou para o líquido âmbar no copo e o bebeu de uma só vez, depois bateu o copo em cima da mesa. Seu rosto se contorceu com a sensação de queimação descendo pela garganta até o peito.
Brad também franziu o nariz. "Bastante forte, né?"
Christopher afrouxou sua gravata e se recostou no sofá.
"Ei... Você está planejando se divertir hoje à noite? Devemos sair para encontrar uma garota?" Brad sorriu malicioso.
Christopher lançou-lhe um olhar assassino. Ele o teria matado se Brad não fosse seu melhor amigo.
"Eu sei, eu sei... você é um tipo fiel de pessoa." Brad levantou suas mãos no ar como se estivesse se rendendo. "Eu ainda sou solteiro e posso me divertir."
Ele se serviu de outro copo de uísque. "Eu estou perguntando por que você veio aqui depois de seis longos meses. Eu me lembro de você dizendo que não tocaria em álcool. O que fez você mudar de ideia? Você discutiu com Abigail?"
O nome de Abigail ecoou em sua mente. Christopher estava ainda mais inquieto. Ele desabotoou dois botões da camisa de cima para baixo.
"Ela foi embora," ele murmurou.
"Ela te deixou!" Brad exclamou, com os olhos arregalados.
Christopher lançou-lhe um olhar carrancudo. Ele apertou os punhos e abriu a boca.
Buzz-Buzz...
Sua coxa saltou com a vibração do telefone, forçando-o a engolir as palavras que estava prestes a dizer. Ele tirou o telefone do bolso e viu o número de seu pai.
Antes de atender a ligação, ele respirou fundo e recuperou a calma.
"Sim, Pai."
"Venha jantar hoje à noite. Não se atrase."
Beep...
Era a forma como seu pai sempre falava com ele... curta e afiada,como se estivesse dando ordens.
Christopher cerrou o maxilar enquanto refletia sobre o passado.
Seu pai nem sempre foi assim. Costumava amá-lo muito. Mas ele mudou sua atitude em relação a ele desde aquele terrível acidente.
Ele piscou e virou para o outro lado, tentando esquecer aquela dolorosa lembrança. Ele se levantou e colocou o telefone de volta no bolso.
"Você está saindo?" Brad também se levantou.
"Hmm... indo jantar na mansão." Christopher saiu da sala privada.
"Se divirta," Brad gritou atrás dele, e Christopher assentiu levemente.
Na mansão...
Todos já estavam reunidos na sala de jantar quando ele chegou lá.
Adrian Sherman, seu pai, estava sentado na cadeira reservada ao chefe da família. Gloria estava à sua esquerda, e seu tio, Austin Sherman, à sua direita. Ao redor da mesa estavam sua irmã, tia e primo.
"Chris..." Britney, sua irmã, correu até ele e o abraçou fortemente, com o rosto iluminado por um sorriso.
O motivo do sorriso de Christopher era sua irmã. Caso contrário, ele já teria esquecido como sorrir há muito tempo. Ele a amava tanto. Seus braços a envolveram automaticamente.
Britney fechou os olhos e se agarrou a ele. Ela inclinou o pescoço para trás para olhar seu rosto. "Estávamos esperando por você. Venha."
Ela segurou seu pulso e o levou para a sala de jantar.
Ele cumprimentou todos e se sentou entre sua mãe e irmã. Todos pareciam sombrios, exceto Britney.
Adrian franziu a testa para ele. "Você está atrasado." Seu tom foi tão frio como sempre.
Christopher também endureceu seu rosto e respondeu friamente, "Eu estava com Brad."
Adrian olhou para a governanta que estava um pouco afastada dele. "Sirva a comida."
A comida foi servida assim que o pedido foi feito.
Todos começaram a comer.
Christopher cortou o bife e levou um pedaço à boca.
"Sua mãe me contou tudo o que aconteceu esta manhã."
Ele fechou a boca e largou o garfo quando ouviu a voz gelada do pai.
"O que sua mãe disse é o melhor para a família e para você," continuou Adrian. "Você deveria considerar."
"Não há nada para pensar," respondeu Christopher enfaticamente. Ele inclinou um pouco a cabeça para o lado para olhar para seu pai. "Eu não vou deixar Abigail."
"Christopher, filho... ouça a sua mãe ... Você não deve arruinar sua vida por causa de uma mulher doente. Você tem um futuro promissor pela frente."
Christopher olhou para o rosto preocupado da mãe. Ele não gostava de vê-la assim, mas ela estava pedindo algo que ele não podia fazer.
"Essa mulher doente é minha esposa e eu não vou deixá-la." Ele virou o olhar para o pai.
Adrian bateu na mesa e rosnou, "Essa mulher não é adequada para nossa família. A mãe dela é garçonete em um dos nossos estabelecimentos. Como vamos encarar a sociedade se isso for revelado? Eu preferiria morrer de vergonha."
As sobrancelhas de Christopher se franziram furiosamente. Ele estava perdendo a calma. Seu pai estava apenas preocupado com o status da família, foi por isso que ele manteve seu relacionamento com Abigail em segredo. Apenas familiares e amigos próximos sabiam que ele se casou com uma mulher doente por compaixão.
"Eu não me opus a esse relacionamento até agora por causa da sua felicidade. Mas não há motivo para aceitá-lo agora que sei que ela não é capaz de dar um herdeiro para essa família. Divorcie-se dela. Eu vou conversar com meu advogado. Ele irá preparar o acordo. Não se preocupe. Não faremos injustiça a ela. Eu vou dar-lhe a fazenda e uma quantia substancial de dinheiro que será suficiente pelo resto de sua vida."
Cada palavra carregava arrogância e orgulho.
Christopher apertou os punhos, deixando suas juntas brancas. "Eu não vou deixá-la e ponto final. Você não pode me fazer mudar minha decisão."
Ele se levantou e virou-se para sair.