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O Império da Grã-Bretannia

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Synopsis

Chapter 1 - O Grande Império

Ano Lunar 1577

Palácio Imperial

Reunião no Conselho Imperial

Um homem alto de cabelos negros estava sentado em uma cadeira de pedra em uma das pontas da mesa descansando os olhos.

Após um breve momento seus olhos se abriram e um lindo par de olhos dourados observou ao redor.

Alguns outros homens e mulheres com idades e vestimentas variadas aguardavam silenciosamente o homem se pronunciar.

O mesmo observou silenciosamente a cadeira vazia a sua frente e depois se voltou para seu assessor parado ao seu lado.

Seu assessor em questão foi rápido em identificar o motivo pelo qual recebeu aquele olhar e logo em seguida respondeu calmamente:

— O Arquiduque não me reportou nada sobre sua ausência na reunião de hoje.

O homem acenou com a cabeça em compreensão e então soltou um breve suspiro para enfim se pronunciar.

— Sejam bem vindos a mais uma reunião do Conselho Imperial, feliz em vê-los bem novamentente.

Todos se levantaram em uníssono e respeitosamente se curvaram brevemente, dando-o suas saudações.

— Nós saudamos o pilar do Império, o Imperador!

Então logo após todos se acomodarem em suas cadeiras novamente, o Imperador se preparou para dar continuidade, porém, foi interrompido.

A grande porta a sua frente silenciosamente se abriu devido o esforço de dois guardas que guardavam a porta do outro lado.

Uma magnífica mulher com uma aparência bem peculiar surgiu por trás dela.

Seu lindo cabelo único cor vinho descia livremente pelas costas e embora não houvesse nenhuma corrente de vento no momento, balançavam de um lado para o outro...

Seu par de olhos cor cinza lhe davam a impressão de não ter muita vitalidade, alguns até mesmo poderiam pensar que estava morta.

Sua pele tinha um leve tom pálido e claro, sua sobrancelhas eram grossas e ameaçadoras...

Suas feições simples lhe davam um ar inocente, incondizente com seu título. A mesma não se importou com os olhares fulminantes em sua direção e calmante caminhou até a cadeira vazia e sem pressa alguma se acomodou.

Seus olhos varreram todas a sala até pousar no homem na outra extremidade da mesa, então preguiçosamente se levantou e com uma meia reverência, saudou-o:

— Prazer em revelo Imperador, parece que tem estado bem como sempre.

O Imperador franziu levemente o cenho e se manteu em silêncio.

Porém, antes que se senta-se novamente, foi confrontada por um dos nobres na mesa.

— Arquiduque, tenha mais respeito com Vossa Majestade, não se esqueça quem realmente ordena aqui!

Um grito estridente de raiva ressoou pela silenciosa sala, alguns dos outros nobres presentes também o apoiaram com alguns olhares bem poucos discretos.

O Arquiduque em questão olhou pacientemente para o homem que gritou, esperando que o mesmo fosse dizer algo a mais.

Porém, alguns segundos de silêncio depois, chegou a conclusão de que aquilo era tudo, então resolveu se sentar novamente.

O rosto do homem avermelhou de raiva ao ser completamente ignorado, mas por estar na presença do Imperador apenas bufou e se sentou novamente também.

Então um silêncio mortal se instalou na sala e nesse momento a enorme porta se abriu mais uma vez para a entrada de um jovem servente.

O jovem serviu um pouco de café e chá a todos, embora alguns tenham optado por apenas água.

De maneira apressada correu para fora da sala, estar na presença de tantos nobres se mostrou mais difícil do que o esperado para o jovem que já suava frio ao finalmente cruzar a porta.

Quando a porta finalmente se fechou, o assessor do Imperador distribuiu rapidamente alguns relatórios para os nobres sentados e retornou a sua posição anterior.

O Imperador leu a primeira folha e se pronunciou em seguida:

— O primeiro assunto a tratarmos, o Conde Azir faleceu misteriosamente ontem ao fim da tarde, a autópsia informou que havia traços de veneno em seu sangue.

Os nobres não esboçaram muita reação com a notícia, afinal mesmo que tenha falecido ontem, a informação já se espalhou entre os nobres de todo o Império ainda no mesmo dia.

O Conde Azir, um forte soldado leal ao império, como também aquele que estava encarregado da batalha na frente leste.

Mas embora inesperado, sua morte era de pouca importância, o importante mesmo era quem deveria substituí-lo.

O Conde Azir embora não fosse um mestre da espada, já era um espadachim de 1° classe muito experiente devido a suas inúmeras batalhas.

Seria difícil encontrar alguém adequado para substituí-lo.

Porque embora houvesse muitos espadachins de 1° classe no Império, alguém disposto e capaz de liderar uma 'guerra' com um país vizinho de igual poder era realmente raro.

O Imperador se manteu em silêncio enquanto deliberava sobre uma solução e os nobres sussurravam entre si procurando um candidato decente.

O Arquiduque observou tudo com um traço de diversão em seus olhos, ela também soube sobre a morte do Conde Azir antecipadamente.

Levantando a mão lentamente, chamou atenção dos nobres e do Imperador para si mesmo.

— Deixem isso para mim, sinto que já estou ficando enferrujada!

Os nobres reagiram de maneiras variadas, alguns claramente chocados e outros alegres, o Imperador em particular parecia um pouco aliviado.

Afinal, se o próprio Arquiduque se encarrega-se disso, poderia se dizer que a guerra estava 'finalizada'.

Não é exagero dizer que ela é uma completa aberração, sua força de batalha era verdadeiramente surpreendente.

Alguns até arriscariam dizer que ela é a mais forte do continente, além de que sua habilidade de comandar e sua visão de batalha eram espetaculares.

Tudo isso em uma única pessoa, ao pensarem nisso alguns nobres azedaram de inveja, afinal, se tivessem só 1/10 daquelas habilidades suas vidas seriam bem mais fáceis.

O Imperador perguntou seriamente:

— Tem certeza do que diz, Arquiduque?

A mulher olhou divertidamente para o Imperador e sorriu.

— Considere feito, Vossa Majestade!

O Imperador suspirou interiormente e deu continuidade a reunião...

— Então esse assunto está resolvido, o Arquiduque estará indo para a frente leste amanha de manhã... Vamos para o próximo tópico...

Assim dito pelo Imperador, os nobres baixaram sua cabeça em consentimento e pousaram seus olhares na segunda folha em suas mãos.

O Imperador leu brevemente as informações e solicitou a opinião dos nobres em seguida.

Dessa mesma maneira a reunião se desenrolou até que terminassem de tratar todos os assuntos urgentes do Império...

***

Na manhã do dia seguinte...

Em um acampamento a quilômetros de distância da capital.

Várias tendas estavam fixadas no chão próximas uma a outra, com uma respectiva fogueira a sua frente.

As fogueiras exalavam pouca fumaça e a madeira já toda queimada estava escura como carvão.

A terra no chão estava lamacenta devido a chuva do dia anterior e pegadas estavam gravadas por todo lado.

Pessoas se moviam de todos as direções, indo e vindo apressadamente.

Em uma região no centro das tendas, estava uma tenda maior, onde se localizava atualmente o vice-chefe e outros dois cavaleiros ao seu lado.

Na mão do homem sentado jazia uma carta recém entregue por um pombo correio.

Nela dizia o seguinte:

"Lamentamos pela morte do Conde Azir, alguém adequado para substituí-lo já está a caminho, sua chegada será um pouco tardia"

Palavras simples organizadas em um único parágrafo, transmitindo uma informação preocupante.

Sem o nome, não há como saber quem o substituiu e o que torna tudo mais preocupante foi a velocidade em que tomaram essa decisão.

Segundo eles um novo comandante já estava a caminho e chegara em breve.

O homem orou interiormente para que não fosse um incompetente, não que dúvidasse da visão do imperador, porém a decisão foi tomada rápido demais para que não suspeita-se.

Na carta dizia que sua chegada seria tardia, o que lhe deram tempo para que pelo menos se organizassem para recebê-lo.

Com um suspiro resignado, ele se levantou e caminhou para fora da tenda, os dois cavaleiros o seguiram silenciosamente.

— Reúnam todos do acampamento, soldado ou não!

Os dois homens ao lado caminharam para direções opostas rapidamente e sumiram entre as tendas.

Alguns minutos depois os dois retornaram com pouco mais de 1000 soldados de elite e alguns outros membros do acampamento.

Embora fossem poucos, cada um possuía a capacidade de matar 3 soldados comuns sem muita dificuldades.

Isso por si só cobria em parte a discrepância em tamanho entre os dois 'exércitos'.

Porém já era bem menor do que o valor anterior, antes do início da guerra.

Todos se enfileiraram obedientemente e saudaram o vice-comandante.

— Saudamos o vice-comandante!

Suas vozes em conjunto até pareciam um coral bem treinado.

O vice-comandante olhou satisfatoriamente para os soldados e então gritou:

— Saudações soldados, como todos sabem o antigo comandante, o Conde Azir, infelizmente faleceu ontem e hoje, embora repentino, nosso novo comandante estará chegando.

Embora os soldados já soubessem da morte de seu antigo comandante e já esperassem que um novo fosse designado a eles, isso foi inesperadamente rápido.

Os soldados se mantiveram em silêncio apesar da notícia repentina, com isso o vice-comandante se pronunciou mais uma vez.

— Não me foi informado quem ele é, mas independente disso, tratem-no corretamente!

— Sim, senhor!

Os soldados gritaram mais uma vez em uníssono como um coral e depois foram dispensados.

Explosão

Enquanto os soldados se dispersavam, duas explosões foram ouvidas vindo da mesma direção.

O vice-comandante reagiu instantemente ao notar que era um ataque do inimigo e anunciou:

— Ataque inimigo, se preparem para o combate!

Todos correram em pequenos grupos em direção a explosão e o que viram em seguida foi chocante.

As duas torres de vigília caíram por chão e próprios vigílias estava longe de ser vistos.

Em vez disso, milhares de soldados eram visto em direção ao horizonte.

Vendo isso o vice-comandante cerrou os punhos e franziu fortemente a testa.

Eles estavam em completa desvantagem tanto em números, tanto em terreno, até mesmo foram pegos de surpresa.

O inimigo sabia sobre a morte de seu comandante de alguma maneira e se preparou para dar um golpe fatal a força do Império.

Toda a força do inimigo estava aqui, eles aparentemente queriam finalizar isso hoje e tomar esse posto de comando.

Então ao comando do líder inimigo todos os soldados no horizonte marcharam em direção ao acampamento do Império.

O vice-comandante azedou ao pensar que isso estava realmente acontecendo.

***

A alguns quilômetros de distância uma linda mulher de cabelos vermelho escuro e olhos cinza, vestia um uniforme militar preto com alguns traços brancos.

Em seu ombro esquerdo caia um pequeno tecido preto até o cotovelo e em sua cintura do lado direito estava um revolver branco reluzente no coldre e do lado esquerdo uma espada na bainha presa.

Ela avançava na floresta através dos galhos das árvores a uma velocidade horripilante.

Seu semblante calmo e inexpressivo lhe dava a impressão de que estava indo para tudo menos um campo de batalha.

Sua atitude relaxada e despreocupada não a ajudava muito em parecer um Arquiduque, muito menos demonstrar autoridade.

Ela parecia mais uma adolescente rebelde do que qualquer outra coisa.

Sua velocidade era constante e rítmica, correndo pela linda floresta verde abaixo de magníficas copas de árvores.

A cada pulo dezenas de folhas caiam em direção ao chão e cobriam a pequena trilha abaixo.

Mesmo depois de muito correr não havia um único pingo de suor em seu corpo e nem mesmo cansaço.

Mas depois de tanto correr algo mudou, agora já era possível ver algo a mais do que só árvores e grama.

Um pouco a frente já era possível enxergar um campo de batalha e um denso cheiro de sangue no ar.

Franzindo levemente o cenho, seus olhos estranhamente começaram a brilhar e sua visão a se expandir.

Agora ela já podia ver um enorme exército atacando o acampamento do Império.

Com essa visão ela murmurou inconscientemente:

— Que bagunça!

Aumentando o ritmo ainda mais ela se apressou para chegar finalmente ao campo de batalha.

O vice-comandante por outro lado já podia ser visto coberto de ferimentos, que embora fossem rasos, ainda atrapalhavam seus movimentos e isso por si só já era preocupante em uma situação como a que estava.

Mais e mais soldados avançavam e seus números não pareciam diminuir, mas por outro lado os soldados do Império já caíram para menos da metade.

A situação era precária e sem esperança, o vice-comandante já tinha decidido recuar e depois se reagrupar, mas já era tarde até mesmo para isso.

Eles já estavam cercados por todos os lados...

— Formação Circular!

O vice-comandante gritou apressadamente e os soldados formaram um enorme círculo de duas camadas.

Na primeira estavam os espadachins que seguravam firmemente suas espadas e logo mais no centro, constituindo a segunda camada, os magos.

Enquanto isso eram cercados lentamente por todos os lados pelos soldados inimigos.

Um homem em especial com cabelos e olhos verdes se aproximou da vanguarda calmamente e desceu de seu cavalo.

Seus pés tocaram levemente o chão e expurgaram toda a poeira próxima a ele.

Uma grande ventania carregou a poeira cegando brevemente os cavaleiros do Império.

Seu olhar se fixou no vice-comandante e o mesmo sentiu todo seu corpo se arrepiar com aquele olhar.

Ele instantaneamente reconheceu sua identidade.

Um mestre espadachim!

— Você é o vice-comandante aqui? Qual o seu nome?

Sua voz era rouca e desdenhosa e seu olhar gelado como gelo.

O vice-comandante se sentiu inconscientemente suprimido por aquela pressão invisível.

Ele queria atacar, queria confrontá-lo, porém só a pressão só oponente já extinguia seu espírito de luta.

— Kalfer... Kalfer Born.

Então sua única escolha era tentar prolongar a sua e a morte se seus soldados.

Cooperativamente respondeu ao comandante inimigo.

— Kalfer é? Bem, Sir Kalfer está nas suas mãos como isso aqui termina.

Sua voz era calma e indiferente, parecia estar lidando com insetos.

— Se renda e venha conosco ou resista e morra.

O vice-comandante que já tinha decidido anteriormente recuar e agora confrontado com a proposta de poder viver mesmo que como escravo, realmente cobiçou essa proposta.

Mas seus pensamentos foram interrompidos quando os outros soldados gritaram.

— Cale a boca, nunca iremos nos render ao inimigo!

Quando um soldado gritou e quebrou a pressão mental causada pela morte que o inimigo trazia consigo, os outros também se recuperaram do torpor e o apoiaram com mais gritos.

— Isso mesmo, nós lutamos pelo Império!

— Mesmo que morremos aqui, nossos companheiros irão nos vingar!

— Não pense que apenas por ter nos vencido que podem vencer essa guerra!

O comandante inimigo semicerrou os olhos com a atitude inabalável do inimigo.

Irritante, pensou consigo mesmo.

Ele quase conquistou o vice-comandante de espírito fraco, mas agora seria impossível devido a interferência dos outros soldados e esse lema moral medíocre.

E como se para confirmar, os olhos do vice-comandante que anteriormente vacilavam, agora já estavam firme novamente.

Suspirando interiormente, ele acenou com a mão para que os soldados avançassem...

— Realmente uma pena, você seria uma ótima fonte de informações.

Nesse momento uma mulher pulou no ar e sobrevoou pela cabeça dos milhares de soldados inimigos.

Enquanto girava no ar, várias bolas de fogo se formaram ao seu redor.

Essa mesmas bolas de fogo desceram em direção ao chão espalhadamente a uma velocidade assustadora.

Os soldados inimigos não tiveram tempo para reagir e apenas se tornaram cinzas...

Enormes áreas queimadas eram vistas por todo o campo de batalha...

Aquela mulher pousou calmamente sobre a ponta de um de seus pés e lentamente se pôs sobre o outro pé.

Seu olhar varreu o campo de batalha e com um sorriso divertido em seu rosto ela olhou o comandante adversário e disse histericamente:

— Hi Hi, é um prazer conhecê-lo, quem seria você Sr. Abacate?