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Chapter 30 - Inicio 2: Fortaleza de Cyradell (2)

Em meio à vasta e serena planície, onde o céu azul se funde com o horizonte, um grande portal azulado se abre de repente. De dentro dele, surgem mais de cinquenta jovens.

Cada um deles está equipado com armas afidas e armaduras brilhantes, que refletem a luz do portal com um brilho ameaçador. O som do metal tilintando acompanha seus movimentos enquanto eles emergem, um a um. Olhares trocados brevemente entre eles revelam uma mistura de excitação e nervosismo.

Assim que o último deles atravessa, o portal se fecha com um som sutil, desaparecendo como se nunca tivesse existido. O silêncio recai momentaneamente sobre a planície, apenas quebrado pelo som suave do vento entre a grama.

Sem hesitar, os jovens começam a se espalhar, observando atentamente o ambiente. Mapas são desdobrados, olhares atentos percorrem a paisagem. Em questão de momentos, os jovens se alinham e começam a marchar na mesma direção, seus passos sincronizados causando tremores na terra.

Cada passo ecoa com uma força que abala o chão, um lembrete do poder contido em seus números. À medida que avançam, a fauna local recua. A presença massiva, combinada com o brilho de suas armas e o som rítmico de sua marcha, afasta qualquer ameaça que pudesse estar espreitando nas sombras.

Após uma semana de harmonia entre os jovens guerreiros, a tensão começou a crescer. O principal ponto de discórdia foi a liderança do grupo. O debate sobre quem deveria liderar tornou-se acirrado, e por três dias e três noites, discussões eclodiram, envolvendo todos. O conflito, inevitável, culminou na separação do grupo original em três facções distintas, cada uma com seus próprios ideais e líderes.

O primeiro grupo tinha 25 pessoas, ele é comandado por cinco descendentes diretos de grandes casas nobres, figuras de prestígio e autoridade que trouxeram conseguiram a lealdade dos demais. Seus seguidores eram 20 escudeiros, que os obedeciam com devoção. Este grupo se destacava em sua liderança aristocrática.

O segundo grupo tinha dezenove pessoas, Liderado por seis filhos de mercenários, indivíduos com experiência prática em combate e estratégias de sobrevivência. Seus seguidores eram compostos por nove guerreiros e quatro escudeiros, este grupo valorizava a força e a experiência prática.

O terceiro grupo tinha apenas seis pessoas, Composto apenas por guerreiros que foram marginalizados como "peso" pelos outros grupos. Eles formaram um grupo pequeno, mas resiliente, unidos no intuito de sobreviver e de passar pelas provações que viram pelo caminho. O líder deste grupo, era Octávio.

Com as facções formadas, o avanço continuou até que os grupos se depararam com um grande desfiladeiro, uma barreira natural que interrompia seu caminho. Segundo os mapas, contornar o desfiladeiro era a única opção, mas isso exigiria uma decisão coordenada para evitar maiores dissensões.

Os líderes dos três grupos — os nobres, os filhos de mercenários e Octávio — se reuniram em uma clareira, cercados por seus respectivos seguidores. O ar estava tenso, mas havia uma compreensão tácita de que, para superar o desafio à frente, seria necessário diálogo e cooperação.

Os líderes do primeiro e segundo grupo encaravam o mapa estendido sobre uma rocha plana, as linhas indicando os caminhos possíveis ao redor do desfiladeiro. O líder do primeiro grupo, com postura firme e o olhar confiante, apontou para o mapa, indicando a rota que passava entre as montanhas ao oeste.

Eu vou pelo caminho da montanha! — declarou ele, a voz ressoando com autoridade. Seus olhos se voltaram para o líder do segundo grupo, aguardando uma resposta.

O líder do segundo grupo, conhecido por sua astúcia e experiência prática, estudou o mapa por um momento antes de apontar para o leste, onde uma densa floresta oferecia um caminho alternativo.

Eu vou pelo caminho da Floresta! — afirmou, com um olhar decidido. Ele sabia que a floresta apresentava seus próprios perigos, mas confiava em suas habilidades e nas de seus seguidores.

Um breve silêncio se seguiu, enquanto ambos se encaravam. Então, o líder do primeiro grupo quebrou o momento com um sorriso confiante, estendendo a mão para o outro.

Ótimo, parece que não teremos problemas! — disse ele, com um tom quase jovial.

O líder do segundo grupo retribuiu o sorriso, apertando a mão oferecida com firmeza.

Certamente! — respondeu, sua voz carregando uma nota de alívio misturada com determinação.

Com o acordo selado, ambos se afastaram, cada um retornando ao seu grupo para organizar a partida. Octávio, que havia estado em silêncio durante a troca, observava os dois líderes se retirarem.

Octávio, com o rosto sério, caminhou de volta ao seu pequeno grupo. À medida que se aproximava, notou as cabeças baixas de seus companheiros, seus olhares evitando os dele. Era evidente que o encontro não tinha sido fácil para eles. Suspiros pesados e expressões abatidas indicavam que haviam sido alvos de comentários desdenhosos e provocações dos outros grupos durante sua ausência.

Soltando um suspiro profundo, Octávio deixou seu olhar percorrer cada um de seus companheiros, percebendo a mistura de emoções refletida em seus rostos: desânimo, tristeza, raiva e ansiedade. Ele sabia que o peso da situação recaía sobre todos.

Como vocês sabem, não muito à nossa frente há um gigantesco desfiladeiro, e infelizmente, as rotas para contorná-lo foram tomadas pelos outros grupos. — Sua voz era calma, mas carregava a gravidade da situação. Ele fez uma pausa, observando a reação do grupo. O silêncio que seguiu estava repleto de uma tensão palpável.

As expressões de desânimo se intensificaram, mas Octávio sabia que precisava reacender a esperança neles.

Mas isso não quer dizer que não há outro jeito! — acrescentou, com uma centelha de determinação em sua voz.

Todos o encararam com expressões de descrença e surpresa. Um dos membros do grupo, franzindo a testa, perguntou:

Há outro jeito? Há outro jeito de atravessarmos o desfiladeiro?

Octávio assentiu, seu olhar firme.

Sim, há. Mas eu não vou mentir para vocês. Esse caminho é... mais demorado. Se tomarmos essa rota, levaremos bem mais tempo do que simplesmente contornar o desfiladeiro. — Ele fez outra pausa, seus olhos encontrando os de cada membro do grupo, garantindo que eles sentissem o peso de suas palavras. — Será difícil, mas não impossível.

Ele então respirou fundo antes de fazer a pergunta que sabia ser crucial:

Vocês estão dispostos a me seguir?

O silêncio que inicialmente pairava sobre o grupo foi rapidamente quebrado por risadas calorosas.

Se estamos dispostos a te seguir? — disse um dos guerreiros, rindo. — É claro que estamos!

Que pergunta é essa? — exclamou outro, sorrindo. — Claro que te seguiremos!

Só mostre-nos o caminho, que te acompanharemos! — acrescentou um terceiro.

Somos uma equipe, e você é nosso líder. É claro que iremos te seguir! — disse uma voz firme, ecoando o sentimento geral do grupo.

Essa pergunta é desnecessária e você sabe disso! — brincou mais um, arrancando mais risadas.

Ouvindo as palavras encorajadoras e as risadas de seus companheiros, Octávio não pôde evitar um leve sorriso. O calor da união do grupo dissipava qualquer dúvida que pudesse ter restado. Ele inclinou-se sobre o mapa, apontando para uma área marcada ao sudoeste.

Certo, então... vamos para o Sudoeste. Vamos para a costa! — declarou ele com confiança.

O grupo assentiu em uníssono, as risadas transformaram a atmosfera tensa em uma atmosfera renovada. Com Octávio liderando, eles se prepararam para a longa jornada que enfrentariam.

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Após quatro semanas de caminhada sob o sol escaldante, o grupo finalmente alcançou a costa. O cheiro salgado do mar e o som suave das ondas quebrando na areia trouxeram um alívio imediato. Octávio fechou os olhos, inspirando profundamente o ar fresco, sentindo-se sereno. Com um leve sorriso, virou-se para seu grupo e disse com tranquilidade:

Vamos descansar aqui por hoje. Amanhã, seguiremos ao norte pela costa!

Os companheiros assentiram prontamente, sem questionamentos. Alguns já estavam retirando suas armaduras, ansiosos para se banhar nas águas refrescantes. A alegria que irradiava deles era contagiante. O som de risadas, brincadeiras e o chapinhar da água ecoava pelo ambiente, criando um cenário de paz e descontração.

Observando a animação do grupo, Octávio não conseguiu conter um sorriso. As travessuras e a leveza de espírito deles eram algo que ele não via há muito tempo.