Chereads / Dead End: Caos de Laplace / Chapter 11 - Desilusão

Chapter 11 - Desilusão

Residência dos Wright, São Francisco (US-CA) (4 de março, 2025 D.C.)

A porta se abre, e Jim Crooks sai do banheiro.

— Conseguiu cuidar dos seus ferimentos, Jim? — pergunto.

— Nada preocupante, como eu já esperava.

— Sei… Acho melhor você ficar aqui e cuidar da Esther.

— Bem, seria realmente perigoso deixar ela sozinha nesse estado, ainda mais com esse cara aqui.

— Sim, e você pode aproveitar e descansar um pouco.

— E você vai ter um tempo pra esfriar a cabeça, não é Bruna? — Ele debocha. — Acho uma boa ideia. Mas, será que você consegue?

— Diferente de você, eu não me deixo levar por sentimentos tolos.

— Tem certeza? Porque tudo que eu te vi fazendo até agora foi ser levada por seus sentimentos.

— E você está quase se matando para salvar pessoas que nem conhece! Qual o seu propósito?

— Já falei que não é nada pessoal. Só meu senso natural de justiça.

— Você deve estar achando que sou idiota. Mas, não importa.

Nesse momento, subo as escadas em direção ao térreo, e Jim se despede devolvendo-me a planta da mansão que George havia roubado quando me sequestrou.

— O problema deve estar onde fica o inversor fotovoltaico. Se der sorte, você encontra a Jessica lá. Boa sorte, Bruna.

Talvez eu tenha sido dura demais com esse soldado. Mas, por que ser impedida daquela maneira me deixou tão irritada? Aquela reação não foi meio desproporcional? Enquanto me questiono, caminho por aquela mansão ensanguentada, e os corpos espalhados pelo chão fazem-me acreditar que não sobrou uma pessoa sequer. Porém, o repentino som de um choro chama a minha atenção.

Ao procurar pelo barulho, deparo-me com um homem que se arrasta dificultosamente pelo chão.

— Socorro, socorro…

Além de estar chorando, ele está sem uma das pernas, possui feridas na cabeça, e seus movimentos deixam um rastro vermelho por onde passa.

— Moça, por favor me ajuda…

— Quem é você? Pela roupa deve ser algum funcionário da mansão.

— Sim… Eu sou o mordomo dessa casa. — Ele geme de dor.

— Entendo…

— Por favor, me ajuda! — diz o homem em um tom de desespero e com lágrimas em seus olhos.

— Sinto muito, mas, não posso me dar ao luxo de ajudar ninguém agora.

— Como assim?

— Não se preocupe, vou acabar com seu sofrimento.

— Não! Por favor, senhorita! Eu tenho família!

— Sinto muito…

Ao dizer estas palavras, atiro na cabeça do homem com a escopeta, matando-o instantaneamente.

— Eu não poderia fazer mais nada por você.

Na sequência, continuo a caminhada pelo térreo e, guiando-me pela planta do local, chego até o cômodo em que está localizado o inversor fotovoltaico, que curiosamente é a mesma despensa que eu havia visitado horas antes para coletar fertilizantes.

Então, chuto a porta daquela sala e, após me esconder atrás da batente, espreito o ambiente com a escopeta em mãos.

— Porra… Eu não sou quem vocês estão procurando seus fodidos! — Uma voz feminina grita de dentro da despensa.

— Hm?

— Droga, se arrependimento matasse…

Ao contemplar o interior do cômodo, vejo uma mulher loira com uma perfuração no ombro direito. Próximo a ela estão várias ferramentas de jardim, alguns grãos, fertilizantes e até alimentos que, muito provavelmente, já passaram da validade faz tempo.

— Vamos! Não vieram finalizar essa mulher moribunda!?

Nesse momento, a voz da mulher traz-me leves lembranças.

— Me faria um favor se você ficasse calada, Jessica Wright.

— Você? — diz a mulher, surpresa com a minha presença.

— O quê? Não esperava que eu escapasse?

Assim que pergunto, a mulher ri em resposta.

— Ah, vamos começar do início, certo? Por que você e o George me sequestraram daquela forma?

— George?

— O que foi? Mais alguém ajudou vocês?

— Hã? Não!

— Então, por que me sequestraram?

— Ah, claro. Fizemos isso apenas para atrair a Esther. Sabe como é, né? Não sabíamos como ela iria reagir ao nos encontrar, então precisávamos de alguma segurança.

— Não sabiam como ela iria reagir? Como assim?

— Ah, nunca se sabe, né?

— Isso é por ela ter perdido as memórias, não é?

— É, por aí. Eu acho…

— Entendi. E o que foi que aconteceu aqui?

— Veja com seus próprios olhos. — diz a mulher apontando para o inversor.

Diante de mim, é como se o inversor fotovoltaico tivesse sido esmagado contra a parede por algo muito pesado.

— O inversor foi destruído brutalmente por alguém bem forte, como pode ver. Quanto ao tiro no meu ombro, eu acabei entrando em confronto com um soldado da EDEN, mas, no meio do tiroteio, algo como um espectro negro surgiu e deu um fim no carinha.

— É uma história bem inusitada…

— Não precisa acreditar, provavelmente não vou durar muito mesmo. Não consegui parar o sangramento rápido e acabei perdendo muito sangue.

— Não dou a mínima. Preciso de você viva. Vai, levanta.

— Sua idiota, eu não consigo nem respirar direito. — A mulher ri.

— Então, se apoia em mim, vamos!

Em seguida, a mulher se apoia em meu ombro e, juntas, caminhamos pela residência.

— É assim que vocês, plebeus, resolvem as coisas?

— Saiba que você só está viva ainda porque preciso de você.

Passados alguns minutos em silêncio, decido perguntar à Jessica a respeito da família Wright.

— Estou curiosa, Jessica. Deve ter custado caro construir uma mansão tão grande quanto essa, um dinheiro que pouquíssimas pessoas tem. Quem são os Wright?

— Ah, parece que minha esposa não chegou a te contar.

— Não, ela não contou.

— Os Wright faziam parte da família real belga. Mas, parece que aconteceu alguma treta lá na Europa, e eles acabaram sendo exilados.

— Isso explica muita coisa…

— Eu cheguei bem depois disso. Mas, fiquei sabendo que eles tiveram que mudar muita coisa para se adaptarem ao estilo de vida aqui nos Estados Unidos.

— Conseguiram pelo menos?

— Pelo visto não. A Esther me contou que recebeu a educação de uma princesa, mesmo com a família não fazendo mais parte da realeza. Eles ainda tinham esperança de voltar para a Bélgica.

— E o dinheiro? Eles não perderam quando foram exilados?

— George já era dono de grandes fazendas e empresas desde aquela época. Isso sempre gerou uma fortuna desproporcional para a família.

— Caramba…

— A Esther também me contou que seu pai construiu esse lugar porque tinha medo de morrer. Homens como ele sempre acabam com muitos inimigos.

— Medo de morrer? Interessante. Ele não parecia ser esse tipo de pessoa.

— Nem todo mundo é o que parece. Aliás, qual o seu nome?

— Pode me chamar de Bruna, mesmo que esse não seja meu nome verdadeiro.

— Caramba… Me diz uma coisa. Você tem muitos arrependimentos, Bruna?

— Não, por quê?

— É melhor ir embora daqui o mais rápido possível se não quiser ter motivos para se arrepender depois.

Nesse momento, nós duas passamos pelo hall da mansão, onde, agora, corpos mancham o lugar de sangue assim como nos outros locais. Enquanto isso, a porta dupla que utilizei para entrar permanece aberta e o soldado morto por Esther ainda está lá.

— É estranho pensar que eu só tenho memórias dos últimos dois dias. Aconteceu tanta coisa.

Na sequência, surge um barulho de hélices girando que desperta a minha curiosidade, e faz-me caminhar até a entrada para descobrir o que está acontecendo.

— Ei, onde você tá indo!? — Jessica pergunta.

— Silêncio!

Ao abrir a porta suavemente, é possível ver o sol no horizonte, além de vários helicópteros da Corporação EDEN pousando sobre o solo do jardim.

— Merda! Eles chamaram reforços!

— O que é isso!? Parecem soldados de elite, Bruna!

Rapidamente somos avistadas pelos soldados, que alvejam a porta com tiros.

— Pro chão! — Grito, enquanto puxo Jessica comigo.

— Caramba… Você é forte…

— Se feriu? Tá tudo bem com você?

— Acho que tô bem. Tenho que te pedir desculpas por ter te sequestrado.

— Não é hora pra isso! Eles ainda estão atirando!

Após alguns segundos, os tiros cessam e um silêncio perturbador toma conta do ar.

— Por que eles pararam de atirar, cacete!?

— Melhor assim, não é? — Ela comenta.

De repente, o meu bracelete começar a tocar, como se fosse um celular.

"LIGAÇÃO RECEBIDA"

— Parece que tem alguém ligando…

— Atende, então!

— Quem é? — pergunto após atender a ligação tocando a tela do bracelete.

— Saiam da mansão devagar e com as mãos para cima. Vocês não são o nosso alvo.

— O quê? Eles vão tirar a gente daqui!? — diz Jessica, levantando-se para ir em direção à porta.

Porém, eu seguro em seu braço, impedindo-a de sair.

— Ficou maluca, é? Não dá pra confiar nesses soldados da EDEN!

— É a melhor opção que temos!

— Não é não!

— É bom se apressarem. Estamos sem tempo. — O homem continua falando.

— Quem é o alvo de vocês?

— Isso não lhe diz respeito, senhorita. Apenas saia da mansão.

— Me diz respeito sim! E você vai me contar, ou não vamos colaborar.

— Nossa, que brava! — O homem debocha. — Acho que vou chorar se vocês não colaborarem. Se eu estivesse na posição de vocês duas, estaria implorando pela minha vida.

— Seu…

— Por favor, nos diga quem é o alvo de vocês. — Jessica puxa a minha mão e pede educadamente pelo bracelete.

— Claro, querida. Viu? Você deveria fazer como a sua amiga simpática e pedir com jeitinho.

— Fala logo!

— Nossos equipamentos conseguiram detectar um indivíduo com um altíssimo Quociente de Laplace nessa residência.

— Quociente de Laplace?

— Se ele não for neutralizado imediatamente representará um perigo em potencial para os moradores da mansão e talvez até da vizinhança.

— Mas, por quê?

— Não é óbvio? Isso foi o que aconteceu com todos que acumularam altas quantidades de Laplace. É inteligência demais para uma mente humana suportar. O colapso é inevitável.

— Eu… Olha, nos deem algumas horas. Sei que eu posso encontrar esse indivíduo e trazer pra vocês.

— Você surtou, Bruna!? — Jessica grita.

— Tem certeza disso, senhorita? Eu não me arriscaria tanto. Além disso, estamos sem tempo. Só posso te dar duas horas.

— É mais que o suficiente.

— Depois desse tempo, vamos invadir.

— Entendido. Desligando.

— O que você pensa que tá fazendo, Bruna?

Após ignorar a pergunta de Jessica, olho rapidamente o bracelete e levanto-me.

Nome: Não consta nos registros

Idade: Estimativa de 19 anos

Tipo Sanguíneo: AB+

Frequência Cardíaca: 143 bpm

Quociente de Laplace: Menor que 1%

Data e Hora: 06:18 AM, 04/03/2025

— Bruna, o que houve? Você parece pálida!

— Se apoia no meu ombro. Falta pouco para chegarmos lá no porão.

— Você está tremendo muito!

— Cala a boca! Para de agir como se você se preocupasse comigo! Você nem me conhece!

— Ah… Me desculpa.

— Não, não me peça desculpas. Não é culpa sua. Só estou meio estressada.

— Por quê?

— Acho que qualquer um ficaria ao saber que é alvo de uma corporação como a EDEN.

— Ei, como assim!?

— Dá uma olhada no meu bracelete. "Quociente de Laplace: Menor que um por cento". É isso que está escrito. Além disso, eu tive um ataque de raiva alguns minutos atrás, o que pode indicar que minha mente já tá entrando em colapso.

— O quê!? Bruna, você não sabe o que é Quociente de Laplace, não é?

— Não, não sei.

— Isso explica muita coisa… Bruna, menor que um por centro é uma quantidade muito baixa para o Quociente de Laplace e não é suficiente para uma mente colapsar. Isso só poderia acontecer se você tivesse a mente muito fraca, mas, esse claramente não é o caso aqui.

— Hm…

— Agora, sobre o Laplace de fato. É estranho, mas é como se você ficasse mais inteligente sempre que mata pessoas. Já ouvi que alguns até adquirem conhecimento quando isso acontece.

— Uma forma sanguinária de ficar mais inteligente?

— Isso mesmo. Mas, você não parece nada surpresa.

— Não sei, acho que eu já esperava por algo assim. Tem alguma explicação pra isso?

— Já tentaram explicar pela ciência e até por um lado mais místico, mas ninguém conseguiu.

— Bem, ouvir isso me deixa mais tranquila. Mas, só poderei afirmar com certeza que não sou o alvo deles quando encontrar o alvo verdadeiro. Vamos, não tem porque perder mais tempo.

Terminada a nossa conversa, seguimos para o porão em silêncio e, chegando lá, vejo que a situação não mudou muito.

— Cheguei, Jim. A Esther ainda está desacordada?

— Sim. Você voltou mais rápido do que eu esperava.

— Trouxe a Jessica, mas ela está ferida.

— Sem problemas, eu resolvo.

— Jessica! — George grita em alegria. — Que bom que você está bem!

Nesse momento, Jessica corre em direção a George e lhe dá um abraço apertado.

— Você não sabe o quão feliz estou em te ver, George! — diz Jessica com uma voz chorosa.

— A Esther tá logo ali, Jessica. — diz Jim, apontando.

— Meu amor, você está tão machucadinha! — diz Jessica correndo até Esther.

— Reencontros são sempre emocionantes, não é Bruna?

— Quase isso, Jim.

— Bem, vamos falar de negócios agora. — diz o soldado, virando-se para o pai de Esther.

— Não precisam se preocupar. Cumprirei com a minha palavra.

— Acho bom mesmo. — diz Jim enquanto corta as amarras de George.

— Droga! Meu bracelete tá apitando de novo!

— Ainda não aprendeu a usar ele pelo visto. — Jim ri.

— Ah, cala a boca, vai. Não podemos perder tempo.

— Calma, ainda tenho que tratar os ferimentos da senhorita Jessica.

— Não, tá tudo bem. Não precisa disso. Já me sinto bem melhor que antes.

— Por que vocês estão com tanta pressa hein? — O soldado pergunta.

— Vem aqui, Jim!

Em seguida, puxo ele para um canto, a fim de informá-lo a situação.

— Escuta, Jim. A EDEN chamou reforços. — sussurro.

— O quê!? Então, foi por isso que eu ouvi tiros! Temos que sair daqui agora!

— Fala baixo, seu idiota. Escuta, eu preciso que você confie em mim.

— Confiar em você?

— Eu sei o que tô fazendo. Eles não vão invadir ainda, mas temos pouco tempo.

— Bruna…

— Confia em mim, Jim. É sério.

— Ah, tá bom! Eu confio.

Na sequência, nós quatro deixamos Esther no porão, ainda desacordada, e vamos até à sala de segurança. Chegando lá, George aproxima sua retina do scanner e a porta se abre sem demora alguma.

— Pronto, cumpri com o combinado. Agora é cada um por si, certo?

— Não, nada disso. Não até sairmos desse lugar. — diz Jim enquanto aponta seu fuzil para o pai de Esther.

— Você me enganou, seu merda!

— Eu não disse que te soltaria, lembra? Você ainda pode ser útil pra gente.

— Seu…

— George, só faz o que ele tá pedindo, é melhor. — diz Jessica.

— Tudo bem, tudo bem.

— Obrigado por colaborar. Agora, eu e você voltamos lá pra baixo. Não é seguro deixar a Esther sozinha por muito tempo. E Bruna, não demora muito aqui, tá bom?

— Pode deixar.

Assim que Jim Crooks e George Wright se afastam, eu e Jessica entramos na sala de segurança.

— Bem-vindo, mestre. — diz uma voz robótica masculina.

— Uau! — Jessica exclama.

Diante de nós, está uma pequena sala, ela possui paredes reforçadas com metal, uma porta bem pesada, armas nos cantos e logo à frente, um supercomputador com múltiplas telas.

— Olá, senhorita Jessica! Olá, desconhecida! Sou Nexus, a I.A dessa mansão.

— Nexus, que bom que você ainda está na ativa!

— Ah, então vocês já se conheciam... Bem, vamos direto ao ponto. Acha que consegue ler o conteúdo desse pen drive?

— Mas, é claro! Basta colocá-lo na entrada.

Então, coloco o dispositivo de armazenamento no local indicado, e Nexus inicia a leitura.

— Lembra de mim, moça? — Uma voz cumprimenta-me soando familiar.

Na tela do supercomputador aparece uma gravação daquele senhor careca de antes, utilizando seu típico jaleco.

— Acho que minha apresentação não foi das melhores, e, talvez, a Carry não tenha te tratado tão bem quanto eu gostaria. Me chamo Dr. Maximus, é um prazer te conhecer.

Além de sua voz suave e honesta, o homem também me hipnotiza com suas mãos acariciando gentilmente um gato preto.

— Primeiramente, gostaria de aliviar suas preocupações e deixar bem claro que tudo está ocorrendo como planejado. Você está indo muito bem e tenho certeza de que será ótimo trabalhar com você.

— Isso é bom…

— Agora, falando especificamente do trabalho. Saiba que estamos apenas começando. A essa altura você já deve estar ciente do que é o Quociente de Laplace, certo? Não se preocupe quanto a isso, pois sanarei todas as suas dúvidas em nosso próximo encontro. Enfim, a Residência dos Wright possui um indivíduo com uma alta quantidade de Laplace, e a Corporação EDEN pretende neutralizá-lo. A questão é que eu quero que você encontre esse homem antes deles e traga ele até mim com vida.

— Mas, isso vai ser completamente impossível!

— Você deve estar pensando que será muito difícil encontrá-lo, não é? Pois saiba que o seu bracelete utiliza tecnologia EDEN e consegue detectar esse tipo de anomalia. Quando você estiver próxima ao alvo, ele vai te alertar fazendo um barulho irritante.

— Isso é…

Imediatamente, lembro-me de todas as vezes em que o bracelete apitou, alertando sobre o alvo. O quê todos esses momentos têm em comum? O momento em que me capturaram, o momento em que eu estava no porão…

— O George! Eu estava perto dele todas as vezes em que o bracelete apitou!

— Boa sorte com sua missão.

Assim que Maximus diz essas palavras, escuto a porta da sala de segurança se fechando atrás de mim.

— O quê!? Não!

— Nexus, trancar porta.

— O que você pensa que tá fazendo sua piranha!? Ficou maluca!?

— Parece que você esqueceu o que eu te disse mais cedo, Bruna. Eu avisei que era melhor sair daqui se não quisesse motivos para se arrepender depois.

— Sua vadia! Ele vai matar você também, cacete!

— Nexus, iniciar processo de desinfecção da sala de segurança. Não deixe sobrar nada.

— Inciando processo de desinfecção.

— Você vai pagar por isso, sua cretina!

— Isso é o que você recebe por se intrometer nos assuntos da minha família.

Então, escuto os passos de Jessica cada vez mais distantes da sala e soco o painel de Nexus.

— Droga! Droga! Droga!

Com meus dentes rangendo e uma forte sensação de queimação no peito, toco meu bracelete na tentativa de contactar os soldados da EDEN.

— Alô!? Algum soldado na escuta!?

— Na escuta. Conseguiu encontrar o alvo?

— Desculpa por isso, Maximus. Não vai dar pra seguir o seu plano.

— Maximus?

— Ignora essa parte. Vocês precisam invadir a mansão agora! O alvo vai tentar fugir! O alvo de vocês é George Wright!

— George Wright? Mas, esse homem morreu faz três anos.

— Morreu? Como assim?