Capítulo 10
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Aquele que se recusou a dividir a cela com ratos imundos, começa a acordar lentamente com frases abafadas. Tomando ciência de seu corpo, percebe seus braços estendidos para trás e mãos presas por algemas que se estendem até as paredes, seus joelhos tocando o chão e tornozelos presos por algemas, igualmente a seu pescoço. Quando olha ao redor, se vê numa cela grande, com as bordas das paredes, chão e teto brilhando em rosa.. e 3 ameaças o esperando acordar, bem na sua frente. Yan, de pé e de olhos fechados, Pêonia, sentada e olhando para a seringa que tem em mãos, e Seth, também de pé.
Yan: Gente... ele acordou.
Algoz:...?
Pêonia: Dormiu bem, Princeso?
Seth: Bom dia, flor do dia. – sorriso meigo.
Algoz: Onde eu estou?
Pêonia: Obviamente numa prisão. Nós vamos fazer perguntas a você, e você irá responde-las.
Algoz:.... – Ao focar sua atenção em Peonia, repara na seringa que ela tem em mãos, o que o faz decidir abaixar a sua cabeça e encarar o chão.
Então, sem mais delongas, Pêonia se aproxima e injeta o soro da verdade no pescoço de Algoz, que não faz nenhuma expressão sobre, diferente de Yan que parece ficar apreensivo. E ao voltar para seu lugar, Pêonia faz a seguinte pergunta.
Pêonia: Muito bem, qual o seu verdadeiro nome?
Algoz:..... – continua encarando o chão, até olhar nos olhos de todos, e dizer – Eu sou Naoki Murakami.
Yan: ?? Ué? Você.. não vai resistir?
Algoz: Não vale a pena. Mesmo sem essa injeção, ser honesta era uma das minhas únicas opções.. junto de ficar em silêncio ou mentir. Vocês só garantiram que eu escolhesse essa. Próxima pergunta?
Seth: Pode explicar o seu poder?
Algoz:...Você não explicou pra eles? – olha para Yan.
Yan: Sim. Mas..
Pêonia: Queremos saber como você conseguiu ele. De onde tirou tanto poder?
Algoz: Eu nasci com ele. E ele foi melhorado ao longo do tempo.
Seth: Como?
Algoz: Experimentos... Treinamentos... – olha para o chão, refletindo sobre suas memórias – Até eu... não ser mais humano.
Yan: Você fez tudo isso sozinho??
Algoz:....Não.....Fizeram isso comigo.
Pêonia: Quem fez isso com você?
Em silêncio, Algoz se relembra de todos que atormentaram sua vida.
Homens e Mulheres de jalecos brancos... que conversam com ele e estudavam seu corpo.
Algoz:...Doutores...Psicólogos.
Pessoas com trajes de combate, capazes de manipular os elementos e fazerem ataques surpreendentes, previsíveis e etc.
Algoz: Lutadores....
Seres deformados e com fisionomia de diversos criaturas místicas.
Algoz: Anomalias falhas...
Os prefeitos e Yan olham confusos uns para os outros, e perguntam.
Pêonia: Anomalias? – Porém, é ignorada.
Quando Algoz se lembra do homem que sempre se destacou dentre os demais, o que andava com elegância e arrogância, e também carregava ambos no seu olhar... nos seus olhos verdes, acompanhado de sua pele negra e seus cabelos cinzas.
Algoz: E um Rei Escroto.
Yan: "Rei Escroto"?
Pêonia: Shura...
Seth: Perai, a uns 2 dias teve um incidente próximo do Monumento de Tétis. Como se tivesse sido uma batalha. – se virou para os dois – Aquilo foi... a sua fuga? – voltou para Algoz.
Algoz: Acha que teria criado uma facção de Saqueadores da noite pro dia?
Pêonia: Quem sabe? Você parece o tipo de pessoa que mataria o chefe de uma facção para rouba-la e já ter uma pronta.
Algoz:..... – olha para Pêonia. – Você é uma ótima adivinha. – olha pro chão.
Pêonia: Tsck!! Seu desgraçado!!!
Pêonia, enfurecida, começa a se aproximar após a confissão "tranquila de Algoz de ter cometido um homicídio. Porém, Seth impede que ela continue.
Seth: Espera, Peônia. – Estende seu braço a frente dela, parando a mesma.
E após isso, ele se aproxima de Algoz com sua cadeira e diz, enquanto ele segue olhando pro chão.
Seth: Eu sei que isso não deve valer nada, mas eu sinto muito por isso que você passou.. imagino o quanto foi difícil. E entendo se você tiver algum desejo de vingança ou justiça pelo o que te fizeram, mas acredito que saiba que a forma que você faz não é a correta... está forma que prejudica pessoas de fora disso, comanda saqueadores... Naoki, o que você declarou aqui foi um ato de abuso de poder do Rei Shura, algo que facilmente o prejudicaria. Não quero fazer isso apenas pelo nosso bem, mas principalmente pelo seu. Eu não acho que você mereça a vida que você está vivendo. Nós podemos te ajudar com isso, mas precisamos que você nos ajude também.
Algoz:...
Yan:....
Pêonia:...
Seth:...
Algoz: ....Eu não posso ajudar.
Para surpresa de todos, ele parece ter dito isso de maneira desanimada.
Yan:....?
Seth: Por que não?
Algoz: Porque eu não tô afim. – respondeu Seth, olhando nos seus olhos, com ignorância e desdém. Mas virou para Yan, logo em seguida – Aliás, como é que tá sua cabeça? Achei que teria que sair de Gaia com o Artefato e com uma chupeta do jeito que você tava chorando... até mais que você, acredita? – perguntou para Pêonia.
Pêonia: É melhor medir as suas palavras.
Algoz: Ah.. claro, desculpe. Vou fazer escolhas melhores agora... igual a sua mamã-
Num piscar de olhos, Pêonia lhe respondeu com um tapa forte em seu rosto, ao citar minimamente a sua figura materna. Com esse susto, Yan se aproxima de Pêonia para contê-la, porém Seth estende seu braço a sua frente e o impede de avançar, dizendo.
Seth: Tá tudo bem.
Quando Algoz volta a olhar para frente, Pêonia está olhando nos seus olhos, fria e determinada. Claramente, disposta a fazer qualquer coisa.
Pêonia: Se você quer escolher a morte... perfeito. Diga apenas 1 palavra... e esmagarei a sua cabeça agora.
Algoz:....?!
Yan:...?! Pêonia?!?
Pêonia: Silêncio! Nenhuma voz vai soar nessa sala, além do lixo que está na minha frente.
Seth:...
Algoz:...Isso é sério? – pensou, desacreditado.
Pêonia: Então... qual vai ser a sua escolha, Naoki?
Algoz:....
Pra alguém que pensa bastante... Naoki, enraivecido, não teve uma resposta.
Pêonia: Acho que já temos bastante informação, Seth... vamos embora.
Pêonia se retirou da sala, enquanto Algoz abaixou sua cabeça e aguardou todos partirem. Seth seguiu Pêonia, já Yan, observou Algoz de cabeça baixa, como se quisesse perguntar alguma coisa, porém ignora sua vontade, e se retira também, deixando Algoz no silêncio e solidão de sua cela.
Saindo da prisão, o Trio vai em direção ao Monumento, conversando sobre o que acabaram de ouvir.
Seth: Vamos conversar com o pessoal sobre o Shura.
Pêonia: Óbvio, algo precisa ser feito sobre ele.
Seth: O problema é que nossa única prova não vai ajudar..
Pêonia: o Soro da verdade vai nos ajudar.
Seth: Não acho, vocês viram o quanto ele é resistente... se em alguma entrevista ele aparecesse após a injeção provavelmente ficaria se contorcendo até desmaiar e nossa imagem ficaria horrível. "Prefeitos obrigam um Presidiário a acusar um Rei" não parece uma manchete legal, né Yan?
Yan: hehe não.
Seth: E outra, além da palavra dele, as provas que Algoz tem são os seus poderes incomuns e poderosos... mas eu não acho que ele tenha uma prova de que foi o Rei Shura quem fez isso com ele. A única coisa que ele pode provar é que não é normal.
Peônia: Então, ta dizendo que mesmo se o Algoz quisesse nos ajudar.. ele não seria o bastante?
Seth: Se ele não tiver provas concretas, não.
Pêonia: Entendi... Ah, lembram que ele falou algo sobre "Anomalias falhas"? O que será que ele quis dizer com isso?
Yan: Acho que foram pessoas ou seres que deram errado... supondo que ele é um dos que "deu certo".
Pêonia: Faz sentido... mais alguém pode saber disso, além das cobaias e funcionários do Shura?
Seth: Bom... algo tão perigoso e discreto assim deve ser algo que apenas pessoas do nível político do Shura devem saber. Ou seja, seus conselheiros e os outros Reis... só que....
Pêonia: Noro é um babaca, Fuyuki não vai querer arriscar a segurança de Askkadia e Ioro tá morto... Aí!! Que situação complicada!! – põe a mão na sua cabeça e fecha seus olhos.
Após minutos da conversa, eles estão de frente para o Monumento.
Yan: Bom, se vocês me dão licença, acho que vou indo pra casa... não acho que esse problema do Shura é algo que eu possa ajudar a resolver, então eu prefiro ir pra casa e ajudar as pessoas no que eu poder.
Seth: Hehe cara fofo.. – põe sua mão no ombro de Yan – Relaxa Yan, você nos ajudou no que pode, mas vê se tira um tempinho pra você... acredito que vai ser reconfortante passar um tempo em casa depois de tanto tempo fora.
Pêonia: Sim, vê se descansa. E obrigada pela ajuda.
Yan: Tudo bem, tchau. – sorri.
Seth: A gente se esbarra!
E ambos se retiram, enquanto Yan se despede de Gaia ao passar pelo seu portal.
12:40PM
Phrygia, Nação do Vento,
Cidade do Cata-Vento.
Na cozinha de Yan, um portal se abre e o mesmo a atravessa.
Yan: Ah.. finalmente em casa. – O portal se desfaz atrás do mesmo.
Ao abrir sua geladeira, ele pega a panela do arroz para verificar se estragou durante o tempo fora. Ao cheirar, ele diz..
Yan: Ainda da pra comer.
*Ting Dong!!!*
Yan: Hm?? – sua campainha tocou.
Enquanto se dirige a porta, Yan enxerga a pessoa através de seu Gou, aparentando ser um homem, mas irreconhecível para ele.
Yan: Não conheço... – ele pensou.
Então, ele abre a porta.
Homem: Boa tarde meu caro, gostaria de saber um fato curioso sobre os Deuses?
Ele é negro, com vestes sujas e claramente velhas, não é difícil de deduzir que é um mendigo.. ou suspeitar, já que para um mendigo, seu corpo é estranhamente limpo, principalmente seus dreads brancos e brilhantes, acompanhado de seus olhos escuros e barriga rexonxuda.
Yan: Hã.. sim?
Homem: Vixi, você não me vê? – repara nos seus olhos fechados.
Yan: Vejo sim. Pode me falar o fato curioso.
Homem: Bom, como estamos na Nação do Vento, direi uma curiosidade sobre um dos Deuses de seu Elemento. Fujin é representado como um homem musculoso, carregando um grande saco de tecido cheio de ventanias e que libera rajadas de vento ao abri-lo, que inclusive, graças a ele ter aberto a mesma que podemos ver o sol brilhar. Caso ao contrário, viveríamos diariamente com uma neblina densa e sem graça dia e noite. Sorte a nossa que ele dividiu o sol conosco, né?
Yan: Hmpth, sim.. eu não me lembro de já ter te visto por aqui. Você é novo??
Homem: Ahh, eu só sou um andarilho que gosta de dar boas informações pras pessoas...
Yan: Entendi. Você gostaria de alguma coisa pra comer na viagem?
Homem: Nãooo que isso!! Eu comi a uns 5 minutos atrás, nem estou com fome. – diz sorrindo, até sua barriga roncar bem alto e fazer uma expressão envergonhada – Hihi.. talvez eu tenha confundido com 5 dias, mas não tem problema.
Minutos depois, Yan está cozinhando para a sua visita, que se encontra sentada no seu sofá, aguardando.
Homem: Você se importa se eu ligar a televisão?
Yan: Não, fique a vontade.... – não termina, ao lembrar que não o conhece – Qual seu nome?
Bedlan: Eu sou Bedlan, obrigado pela hospitalidade. E pode ficar tranquilo que eu não vou roubar você ou coisa do tipo... só vou comer e ir embora.
Yan: Não se preocupe, você não é um incômodo ou uma preocupação pra mim. E eu sou Yan, prazer em conhece-lo.
Bedlan: O prazer é meu. – Então, Bedlan liga a televisão.
Diferente de quem possivelmente assistiria pela falta de opção, Bedlan não pensou duas vezes quando colocou num canal de Reportagem, para saber como estava o mundo que ele tanto explora. Porém, ele viu alguém que não esperava....
Bedlan: AAAAAAAAANNNNN??!?!?!??!?!?!?!
Yan: O que aconteceu?! – Se dirige a sala, vendo que Bedlan está apontando para a TV, na qual ele não enxerga como ele, usando Geolocalização ou Gou.
Bedlan: VO-VU—VO—VOC—V
Yan: O que foi??? Eu não posso abrir os meus olhos!!!
Bedlan: VOCÊ TÁ NA TV!!!!!!
Yan: O que?
Yan presta atenção para escutar a TV, enquanto Bedlan vê e escuta perfeitamente jornalistas cercando Yan e lhe fazendo perguntas sobre o ataque repentino, mas principalmente sobre o "novo prefeito" de Gaia.
Bedlan: VOCÊ É UM PREFEITO DE GAIA?!?!?!?
Yan: Não! Não! Ahh... isso não passa de informação sem contexto. Você deve saber do ataque que teve em Gaia né?
Bedlan: Sei.
Yan: Eu estava lá quando aconteceu, apenas ajudei os Prefeitos e nada mais...
Bedlan: Então... você é um super-herói?
Yan: Ann...não. Quer dizer...
Bedlan: Quer ajuda pra escolher o nome?
Yan: Não, não... não tenho que me preocupar com isso agora.
Bedlan: A Carne – aponta pra cozinha.
Yan: Por que eu me chamaria carne?
Bedlan: Você esqueceu de por a carne na panela hahaha
Yan: Aaahh ata!!
5 minutos depois, ambos estão comendo na mesa da cozinha, arroz, feijão, salada e carne de frango e um copo d'água ao lado.
Bedlan: Hmmn... Isso está ótimo! Você cozinha muito bem!
Yan: Obrigado... você se importa se eu fizer uma pergunta?
Bedlan: Não, fala.
Yan: Como você é tão limpo?
Bedlan: Eu tomo banho frequentemente.
Yan: Mas, não devia se esforçar mais pra conseguir comida ou abrigos...? Isso deveria ser o mais importante para um andarilho.
Bedlan termina de engolir a comida, limpa sua boca e olha seriamente para o Yan, e lhe faz a seguinte pergunta.
Bedlan: Você prestaria atenção nas loucuras de um mendigo sujo, ou na sabedoria de um homem limpo?
Yan:.....An...
Bedlan:...?
Yan: É, tem razão.
Bedlan: Hmpth! – Sorri, e continua comendo.
Yan: E.... a quanto tempo você é um mendigo?
Bedlan: A uma vida com certeza hihihi
Yan: Hehe... mas, como você se tornou?
Bedlan: Bom, acho que em algum momento alguém achou que os deuses cuidariam melhor de mim.
Yan: Entendo.... eu sinto muito.
Bedlan: Está tudo bem. Se não se importar, me fale sobre você também... não é todo dia que a gente conhece amigo de prefeitos haha
Yan: Haha... bom, eu moro sozinho... costumo visitar meu pai e meu irmão.. e como pode ver, eu gosto de cozinhar.
Bedlan: E porque você não pode abrir seus olhos? Tem algum poder secreto?
Yan: Quando abro meus olhos, meu Gou começa a exalar e pressionar as pessoas ao meu redor... sem contar que também prejudica a mim. Enquanto eu não controlar isso, uso o Gou ou Geolocalização para enxergar.
Bedlan: Caralho.... Apelão. Isso aí afeta até os seus inimigos?
Yan: Se não aguentarem a pressão do meu Gou... sim. Mas geralmente só abro meus olhos quando são muito fortes.
Bedlan: Hmpth! Então você se garante com os olhos fechados? Gostei da confiança. E esse braço biônico, faz alguma coisa?
Yan: Além de substituir o original... não.
Bedlan: E como você perdeu? – Pergunta, terminando o seu prato.
Yan: Foi na ultima guerra...
Bedlan: ???? *COFF* *COF* *COOFFF* ?????
Yan: Calma! Calma!! Pega água!!! – Se levanta e lhe dá o copo d'água.
Bedlan: *glub* *glub* *glub* Ahhh... cara, tu tava na guerra??!?! Como assim???
Yan: É, eu e meu irmão lutamos lá...
Bedlan: A favor de quem?? Ah, de Phrygia né... você é daqui.
Yan: Não, na verdade.....
Quando Bedlan faz essa pergunta, uma expressão confusa se faz no rosto de Yan. Ele tenta se relembrar por quem eles lutaram na guerra ou de momentos em que ele e seu irmão lutaram juntos.... tudo o que ele se lembra é do momento em que ele perde seu braço esquerdo para um inimigo na qual ele não lembra o rosto.
Bedlan: "Na verdade" o que?
Yan: Ann? Ah desculpa... eu estava tentando me lembrar de uma coisa.
Bedlan:...Tendi. Bom, eu só vou lavar nossos pratos e irei me retirar, tudo bem?
Yan: Certo...
Enquanto isso, Yan pega seu celular e escreve mensagens para seu pai:
Yan: Oi, tô indo aí.
Não demora para Yuma responder:
Yuma: Ótimo, preciso falar com você.
Bedlan: Foi um prazer conhecer você Yan, espero cruzar com pessoas como você pelo caminho...
Yan: Você foi uma ótima companhia, faz tempo que eu não almoço com ninguém. – Guarda seu celular.
Bedlan: 3 opções: Arranje 1 amigo, 1 namorada ou 1 gato. Com 1 desses, qualquer refeição é mais divertida.
Yan: Hmpth – estende sua mão.
Bedlan aperta de volta, e passa pela porta de Yan.
13:00PM
Askkadia, Nação do Fogo,
Casa/Instalação de Yuma.
Quando Yan está descendo pelo elevador, recebe a mensagem de que Yuma está esperando na sala, com sua Geolocalização, ele confirma isso. Então, eles se encontram na sala, com Yuma sentado.
Yan: Olá, pai.
Yuma: Oi, você está bem?
Yan: Sim, e o senhor?
Yuma: Estou bem. – se levanta – Vamos até o Akechi. – Sai da sala e Yan acompanha.
Em direção a Akechi, Yan percebe que eles não estão indo em direção ao seu quarto... mas a sala da ala médica, o que o deixa um pouco preocupado.
Com ambos tensos, Yuma abre a porta.
Yan: Hã??
Akechi se encontra deitado em uma cama de lençóis brancos, inconsciente, com várias faixas na maior parte de seu corpo e em seu braço direito se encontra inserido um macrogotas.
Yan: O que aconteceu com ele?? – se aproxima de Akechi.
Yuma: A quase 2 dias ele tentou pegar o Artefato de Askkadia... um inimigo poderoso apareceu e ele quase foi morto. Por sorte, eu impedi isso.
Yan: Por que você não me avisou?? Eu teria ido com ele!
Yuma: Nós não sabíamos da existência dele. Ele foi enviado sozinho pra uma missão, assim como você. E outra, depois de passar a madrugada cuidando dele, você me pediu ajuda com os hieróglifos e depois inventou de ajudar os prefeitos com aquele cara. Não existiu tempo pra falar com você, fora quando você acordou no hospital, que você devia gastar descansando e assim foi feito.
Yan: Hmm... e em quanto tempo ele vai acordar?
Yuma: Com sorte, em 1 mês.
Yan: Você deu seu sangue pra ele, não é?
Yuma: Sim.
Yan: Ok... então eu também vou dar o meu.
Minutos após a transfusão de sangue, ambos vão até o Escritório de Yuma para conversar sobre o que Yan queria.
Yuma: Então...?
Yan: Por quem nós lutamos na guerra?
Yuma: Por que essa pergunta de repente?
Yan: Eu tentei lembrar de coisas que aconteceram... e não lembro de nada exceto o momento que perdi meu braço. Não lembro nem mesmo de lutar ao lado do Akechi ou ele me socorrendo quando perdi meu braço.
Yuma: É normal não lembrar de coisas como essa. São cenários traumáticos, em que você pode não se lembrar de nada além dos tiros e Gritos que você escutou.
Yan: Tudo bem, mas e a minha pergunta? Por quem nós lutamos na guerra?
Yuma: Por Askkadia.
Yan: Askkadia?...
Yuma: Por que acha que pedi pro Akechi recuperar nosso Artefato?
Yan: Mas se é assim, por que eu fui buscar o de Gaia ou não fui junto com Akechi pra recuperar apenas o nosso?
Yuma: Porque Gaia também nos atacou e está sem um Rei. Por que eu te mandaria pra Phrygia quando as defesas de Gaia estão muito mais fáceis? E já disse, Akechi teria conseguido se não fosse aquele imprevisto.
Yan: Você devia ter suposto que nem todos os guardas seriam do nível dele.
Yuma: É verdade.... mas é por isso que quando ele acordar, ele vai estar mais forte.
Yan: E a Rainha sabe que estamos tentando recuperar e roubar artefatos das Nações?
Yuma: Tudo o que ela quer agora é reestruturar nosso país e recuperar suas forças, nunca que ela mandaria alguém nessa missão... nem mesmo, eu.
Yan: Então, estamos agindo contra nosso país?
Yuma: E ao mesmo tempo, a favor dele.
Yan: *suspira* Você mentiu pra mim... pra nós dois.
Yuma: Eu sei.. me perdoe por isso.
Yan: Eu não vou tentar roubar Gaia ou Phrygia, de novo.
Yuma: Tudo bem, eu entendo... até porque você quer ajudar as pessoas. Não devia ter te pedido isso. – se aproxima de Yan – Você me perdoa?
Yan:..... – consente com a cabeça. – Acha que posso tomar a missão do Akechi? Ou aquele oponente era tão poderoso assim...?
Yuma: Acho.. que você pode escolher sobre isso. Posso te dar um relatório sobre ele e todo o mapa do Monumento, mas você tem certeza disso?
Yan: Se for pra devolver forças ao nosso país... sim.
Yuma: Tudo bem...
13:30PM
Phrygia, Nação do Vento,
No Monumento da Nação.
Em uma sala escura, uma tela holográfica acende e se destaca no cenário, mostrando cenas de Yan evacuando civis ao lado de Seth e lutando contra Algoz.
???: É inacreditável , não é? Quase inaceitável... de tão frustrante. – Quando se aproxima da tela, se revela o homem que cuidava de Yan na sua infância... ou na verdade, torturou o mesmo sua infância inteira, Koji.
Koji: Como esse moleque tá vivo?... E tão forte... se ele tivesse sobrevivido, eu saberia. Ele teria ido atrás de mim ou vice-versa!! Eu não sei o que ele pensa que tá fazendo ajudando tantas pessoas, mas eu vou resolver isso agora!!! Quando eu descobrir onde esse moleque tá-
???: Não!
Ao se virar para trás, Koji vê uma silhueta familiar sentada num trono... se revelando, Noro, o Rei de Phrygia.
Noro: Você não vai atrás dele.
Koji: Aé? – se aproxima dele – E por que não?
Noro: Independente do que tenha acontecido com Yan depois que ele "morreu" ele está claramente mais forte, tão forte que se igualou ao Inimigo que derrotou os prefeitos de Gaia... e parece ter "countetado" de alguma forma. Se o pegarmos, vamos atrapalhar o seu desenvolvimento... de um jeito ou de outro. Independente do que esteja fazendo, vamos deixar continuar.
Koji: E DEIXAR ELE AJUDAR O MONTE DE ZÉ NINGUÉM AO INVÉS DE APENAS MATAR QUEM LHE DESAFIA??!?! NÃO FOI PRA ISSO QUE ELE NASCEU!!! EU TENHO QUE PEGAR ELE DE VOLTA!!!!
Noro: Tente... se acalmar, Koji! Agora ele é uma figura pública que agrada as pessoas, se você o pegar e descobrirem que meu nome está ligado ao seu, vou ter que explicar porque pegamos o homem que tanto ajudou Gaia e vou ficar com a mesma fama que o Shura de mentiroso e que quer esconder as coisas do meu povo. Eu não quero isso. Vou repetir, vamos deixa-lo solto... e na hora certa, vamos recupera-lo. Você me entendeu, não é? – sorriso.
Koji: Tsck... sim, Rei Noro. Mas saiba que se isso demorar – sobe a escadinha em direção a Noro – Não é você quem vai me impedir de buscar meu filho.
E então, Koji vai embora.