Capítulo 4
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Após Akechi ter seu olho esquerdo cortado, Shin disse para o mesmo ir dormir e curar seu olho. No dia seguinte, iriam trabalhar sobre a sua nova metamorfose.
Com dor, Akechi lava seu rosto e sobrepõe seu olho com uma bandagem. Após pensar bastante, Akechi decidiu arriscar no momento que seu pai dormisse... arriscar abandonar esta casa e voltar para a sua verdadeira.
Eram 22:00PM, Akechi, com medo de seu pai, não parava de hesitar em executar sua liberdade. Seu pai poderia ouvi -lo, ele poderia se atrapalhar e fazer algum barulho... "eu quero ir pra minha casa...!" É o que Akechi murmura e repete várias vezes.
Agitado, angustiado, andando em círculos com as mãos na cabeca e olhando para baixo, murmurando e repetindo diversas vezes:
Akechi: Eu quero ir pra casa! Eu quero ir pra casa! Eu me sinto bem lá. Eu me sinto Melhor lá! Eu preciso da minha casa!
Enquanto anda e murmura em seu quarto, o corpo de Akechi está lentamente a se desfazer no ar. Seus pés, tornozelos e pernas.. começam a desaparecer no ar como pequenos grãos de areia. Desfocado e ansioso, Akechi não tem noção do que está acontecendo com seu próprio corpo, até que o mesmo desaparece por completo de seu quarto.
Em Hakka, Cidade de Askkadia.
Segundos depois, o corpo de Akechi começa a se reconstruir, andando em círculos e murmurando seus desejos e inseguranças pra si mesmo.
Ao olhar pro chão, a sua respiração para por um instante... Akechi não está pisando no chão de seu quarto. Ao seu redor, não à paredes... apenas casas e rodovias, Akechi está pisando em uma calçada, e está de frente para uma casa.
Se acalmando aos poucos, Akechi consegue andar em direção a porta... até juntar coragem para bater na mesma.
"Quem é?"
Akechi se choca, ao reconhecer uma voz que ele não escutava a anos...
"Oi?"
Akechi: É o.. É o Akechi.. Eu posso entrar?
No mesmo instante, Akechi escuta a porta destrancar do lado de dentro, e quando se abre, ele vê sua mãe, Mariko.
Ambos se emocionam ao se ver, principalmente Mariko, quando toca no rosto de seu filho... e olha no seu olho, tendo certeza de que é seu filho querido, e abraçando o mesmo, que também se emociona durante o abraço.
Mariko não está tão diferente, envelheceu um pouco ao passar dos últimos cinco anos e deixa todo o seu cabelo amarrado por uma xuxinha. E por conta do horário, ela se encontra de pijama.
Ambos se sentam, no sofá e começam a conversar:
Mariko: Como você está?
Akechi: Não estou bem.
Mariko: É, tô vendo..
Mariko põe sua mão no rosto de Akechi, olhando para seu olho cortado.
Mariko: Vejo que seu pai não mudou.. só piorou.
Akechi começa a lacrimejar e pergunta:
Akechi: E você, tá bem?
Mariko: Não desvia de assunto, agora vamos focar em você.
Mariko tira a bandagem e pôe sua mão sobre seu olho. A sua mão começa a emanar uma aura laranja sobre seu olho, e ela tira após alguns segundos.
Mariko: Tenta abrir.
Com dificuldade, Akechi abre o seu olho.. que de início tem uma vista embaçada, mas passa a enxergar normalmente como o outro, e ganha uma cicatriz horizontal.
Akechi sorri pra sua mãe e diz:
Akechi: Obrigado, mãe. - sorri para ela.
Mariko: Não sabe a saudade que nós estávamos sentindo de ti..
Os olhos de Mariko lacrimejam mais uma vez. Akechi põe sua mão sobre seu rosto para secar suas lágrimas, e diz.
Akechi: Vai ficar tudo bem. Falando em "nós", onde está Fuyuki? Não sei se ela quer me ver, mais queria dar um abraço nela..
Mariko: Claro.
Indo em direção ao quarto de Fuyuki, Akechi sente um Gou enorme saindo de casa.
Akechi: Estranho..
Mariko: O que houve?
Akechi: Acho que é só impressão..
E ao abrir a porta, eles não veêm ninguém, além do filho de Fuyuki dormindo em seu berço.
Akechi: Onde ela tá?
Mariko: Fuyuki?? Acho que ela está no banheiro.
Enquanto Mariko a procura pelo resto da casa, Akechi observa que a janela do quarto, está aberta.
E antes que sua mãe saia do corredor, ele chama sua atenção.
Akechi: Mãe!
Mariko:...? - espera ele continuar.
Akechi: Se ela ouviu nossa conversa.. qual a chance dela ter ido atrás do pai?
Mariko fica em silêncio, assustada com o que sua filha pode causar.
Minutos Depois...
Favilla Gehennae.
De repente, a porta da casa de Shin é brutalmente derrubada e ecoa um grito firme e escandaloso.
Fuyuki: VEM AQUI, SEU MERDA!
A Fuyuki está claramente mais velha e mais forte, com seus 22 anos nas costas e o seu cabelo, com rabo de cavalo batendo no início de suas costas.
Ela usa uma regata preta com detalhes brancos, destacando seus músculos, junto de uma calça preta e botas pretas.
Shin acorda ao ouvir sua porta sendo destruída e reconhecer a voz de Fuyuki. Como ela pediu, ele aparece na sala, com as roupas que ele usa em suas missões.
Ele se veste com um traje ninja, apto para furtividade e combate.
Vestindo uma camisa justa preta, sobreposta por um colete azul. Em seus braços ele veste mangas pretas e azuis, que portam pequenas placas de metal.
Com um cinturão na sua cintura, ele segura sua calça preta e harém com dragões amarelos em seus tornozelos, junto de suas botas pretas.
Shin: O que está fazendo aqui?
Fuyuki: Vim vingar tudo que você fez a minha família!
Shin: Hmpth! Se você acha que consegue.. então, tente.
Ambos entram em posição de combate.
Sem paciência, Fuyuki vai para cima de seu pai lhe dando uma sequência de socos. Shin consegue defender e recua um pouco, logo se abaixando e se levantando com um soco imbuido com Gou.
Fuyuki não conseguindo desviar, leva o soco em sua barriga e empurra seu corpo para trás. Ao invés de contra-atacar, ela começa a alongar um pouco seus braços e sorrir para seu pai.
Fuyuki: Tsck! Tá precisando de Gou pra machucar, é?? Velhote de merda!
E após dizer isso, ela corre na sua direção e desfere uma sequência de chutes, um acerta sua perna, fazendo Shin perder um pouco de seu equilíbrio, o outro é direcionado a sua costela, causando bastante dor, e o último ela desfere um chute direto no tórax de Shin, o ferindo e o fazendo recuar alguns metros para trás.
Quando Shin recupera sua postura, ele olha friamente para Fuyuki.
Shin: Você é fraca.. como sua mãe.
Ele corre para a estante de katanas e volta para o combate com uma delas, ele tira sua bainha e avança em Fuyuki.
Fuyuki tenta fazer uma espada com seu Gou, porém, Shin é mais rápido e corta os antebraços de Fuyuki, a fazendo recuar.
Aproveitando seu recuo, Fuyuki recua um pouco mais do que o necessário e faz alguns sinais de mão, fechando seus olhos logo em seguida.
Recusando que ela termine seja lá o que for, Shin avança e faz um ataque com sua katana, mas de repente, suas mãos são seguradas por uma mão grande e vermelha que surge no meio do ar e levanta o Shin para deixa-lo suspenso e fora do chão.
Shin: Grr!!!
Fuyuki: Defende essa, seu merda! - disse, com suas mãos ardendo em chamas.
PUNHOS INFERNAIS!!!
Mãos Gigantes e Vermelhas surgem ao redor de Fuyuki e acertam bruscamente o corpo inteiro de Shin. Seu corpo é rebatido diversas vezes no ar pelos seus socos, caindo de mão em mão entre os ataques de Fuyuki, até ele voar e atravessar a parede de casa e cair no seu quintal, abrindo palco para pessoas observarem a luta de Fuyuki e Shin.
Logo, Fuyuki começa a caminhar para fora de casa. Enquanto o gou flamejante em seus punhos se desfaz, o fogo se espalha lentamente pelo mofo da casa.
Quando está no quintal, ela diz.
Fuyuki: Quem é o fraco agora, seu merdinha? Levanta, Ainda não acabou.
Shin, quietamente se levanta, se alonga, passa a mão em seu rosto, sente a grande quantidade de sangue descendo de seu rosto.
Ele bufa de raiva e uma pressão começa a exalar no ar, em seguida de seu Gou vermelho e escuro surgir ao seu redor. Seu Gou se concentra principalmente no seu punho esquerdo, e é possível vê-lo se tornando uma chama forte e vermelha. E olhando para sua filha, Shin não tem nada à lhe dizer... além de.
Shin: Morra.
Sem tempo pra pensar, Fuyuki cria uma grande película de fogo com o Hi Ni Taishite, decidindo reduzir o seu dano como reação de defesa.
Sem dúvidas, Shin acerta o ataque!
A película de Fuyuki começa a quebrar perante tal poderoso ataque, e seu corpo a ser empurrado para trás, até sua defesa finalmente ceder, e ela receber o ataque com sua potência minimizada. Mesmo assim, Fuyuki voa de forma absurda para trás! Derrubando o que restou da casa de Shin e parando apenas quando chega no quintal de outra residência.
Os civis ficam desesperados quando a casa de Shin começa a arder em chamas, chamando pelos bombeiros e etc, enquanto Shin, segue andando até a sua filha irritante, até se encontrar com ela se levantando, em outra residência.
As pessoas desta casa apenas abandonam ela com medo dos dois malucos que estão lutando, ignorando isso, Fuyuki se levanta e se alonga mais uma vez, assoando muito sangue de seu nariz e cuspindo um pouco de sua boca, que abre um sorriso e diz:
Fuyuki: Agora tá começando a ficar divertido!
Novamente, os punhos de Fuyuki ardem em chamas laranjas, assim como os punhos de Shin que queimam em chamas vermelhas, causando uma trocação de socos flamejantes entre Pai e Filha.
Pecando na sua força e precisão, Shin começa a perder nos seus contra-ataques e foca mais em bloquear e esquivar de Fuyuki.
Fuyuki se prepara para dar uma rasteira em Shin, porém ele salta para as suas costas e lhe desfere um chute, empurrando-a a alguns metros a frente. Aproveitando sua desvantagem, ele desfere uma sequência de chutes em Fuyuki, deixando ela ainda mais machucada.
Fuyuki recua alguns passos para trás, mas Shin a puxa pelos seus cabelos e da-lhe uma cabeçada no seu rosto, deixando que a mesma perca o equilíbrio e de alguns passos para trás, até cair de tontura.
Shin: Isso é tudo que tem a oferecer?
Com dor de cabeça, Fuyuki consegue se levantar. Com o pouco que resta de seu Gou, Fuyuki decide não usa-lo para fortificar seus próximos ataques, mas para fortificar seu corpo devido aos ferimentos que sofreu, fazendo com que alguns de seus hematomas diminuam e feridas abertas se fechem.
Então finalmente, Fuyuki volta para o combate atacando com diversos socos e chutes no seu pai, e acertando todos os golpes por completo. Cada parte de seu corpo sofre um dano prejudicial, forçando ele a recuar com a respiração ofegante.
Se sentindo pressionado, Shin entra em uma pose defensiva de combate, focando seu Gou em uma camada ao redor de seu corpo para se proteger melhor.
Fuyuki se dispara para cima de Shin, desferindo os mesmos golpes com cada vez mais fúria, mas são parados com a camada defensiva de seu pai, e são bloqueados.
Pelo anseio do fim deste combate, Shin aproveita que conseguiu bloquear sua filha por completo e abaixa sua guarda para agarrar o seu braço e lhe desferir um soco, porém a mesma consegue se soltar sem muita dificuldade e passar pela camada de seu pai, imbuindo os últimos resquícios de seu Gou no soco que ela acerta no seu rosto.
Com este soco, a concentração de Shin é completamente perdida e sua camada se esvai rapidamente no ar, e Fuyuki obviamente se aproveita disso.
Fuyuki concentra todos os seus ataques no seu rosto, até que seu pai caísse com a tontura e tentasse levantar, mas fracasse quando Fuyuki sobe em cima dele. Todos assistem o fim dessa luta, é terrível, Fuyuki soca cada vez mais forte o rosto de seu próprio pai, até mesmo depois dele perder a consciência e não ver mais nada além de sangue.
Surpreendentemente, Fuyuki se cansa... mas quando escuta um único suspiro de seu pai, como se fosse um gatilho, ela ergue seu punho novamente, mas outra mão segura a sua.
Fuyuki olha para o lado, e vê seu irmão mais novo, Akechi.
Akechi: Fuyuki, não faz isso.
Fuyuki: Me solta, Akechi! - volta a olhar para Shin.
Akechi: Você vai acabar com a sua vida.
Fuyuki: Isso pode acabar com minha vida, porém o que ele fez comigo, com você, com nossa mãe, com a nossa família, não acabaram com a vida dele! Todas as lágrimas, todos os machucados, hematomas e sangue derramado, não acabaram com a vida dele! Ele é um merda e o que ele fez não tem perdão, ele não merece nada menos que a morte!
Fuyuki levanta seu outro punho, mas ele também é parado, desta vez, pela sua mãe.
Mariko: Fuyuki, pare! Ele não vale a pena.
Fuyuki: Não me importo, ele vai pagar por tudo que fez.
Akechi: Você quer deixar o seu filho sozinho? Quer deixar ele se sentir sozinho, como ele fez comigo?
Como se quisesse aumentar sua raiva, Fuyuki põe mais força em seu punho, e grita com o seu irmão.
Fuyuki: Akechi, não me compara com esse cara! NÃO ME COMPARA COM ELE!
Akechi sente Fuyuki começar a ganhar e imbui seu Gou Azul envolta de sua mão, para continuar contendo sua irmã.
Mariko: Fuyuki, você estará sendo pior que ele se o matar.
Fuyuki: EU NÃO ACEITO QUE ME COMPARE COM ELE!!!!!!!!
Mariko: Estou te comparando para que compreenda Fuyuki, estragar sua vida por conta da vingança só fará você ser pior em vida do que ele jamais foi. Deixe o ódio de lado, não suje suas mãos com tal coisa.
Fuyuki se mantém ofegante e olhando fixo pro seu pai, que se encontra inconsciente e com o rosto totalmente ensanguentado, machucado e cercado de hematomas... ela consegue acalmar a sua respiração... com confiança, eles soltam as suas mãos e Fuyuki as abaixa. Após se levantar, ela continua olhando fixamente para Shin... como se esperasse alguma coisa.. talvez sua família insistindo para eles irem, seu pai insulta-la como sempre fez.. ou quem sabe, um "perdão" de quem ela sempre tentou ser amada. Sendo aquela quem decidirá o que acontecer, ela, seu irmão, e sua mãe, dão as costas e vão em direção ao hospital.
"Por coincidência", surge uma ambulância rápida que assusta todos que estavam assistindo este desastre. 3 médicos descem da viatura e começam a preparar o Shin para leva-lo para dentro.
Enquanto isso, Mariko e seus filhos se aproximam dos médicos, e diz.
Mariko: Com licença, minha filha também está gravemente ferida com o incidente.. poderiam leva-la junto?
Médicos: Claro! Esperem lá dentro.
Mariko: Obrigada. - Fuyuki e Akechi aceitam, sem protestar ou concordar de fato.
Dois médicos levam o Shin para dentro com ele deitado na maca, enquanto à um em cima de Shin, fazendo massagem cardíaca.
Quando estão para colocar a maca na ambulância, o médico responsável pela massagem, grita e assusta todos ao seu redor.
Médico: ESPERA!
Médicos: O que foi?!?!
Médico:.......Ele morreu.
Médicos:.....
Civis: "........" "caralho, ele morreu memo?" "essa mina é uma cuzona, vai ser presa e deixar o filho nas mãos da vó"
Ninguém consegue sentir uma dor real com esta morte... muito menos, uma dor maior que a da Família Takeaki.
Mariko, não estava fazendo mais do que forçar uma tranquilidade e racionalidade para os médicos e principalmente, aos seus filhos.. por dentro, seu coração estava em pedaços ao rever seu filho com o olho cortado e seu ex-marido e filha lutando até a morte. E agora, ele jamais estará completo, com a morte do homem com quem ela mais se importou e amou.
Akechi sente culpa... ele não sabe o que aconteceu, como ele parou de frente para a casa de sua família.. Seu verdadeiro lar, mas ele sabe que é o responsável por conseguir fazer isso... e levar a situação em que se encontram. Tudo isso é culpa dele. O dia seguinte seria apenas mais um dia de treino ou de punição... mas buscar sua liberdade, lhe custou a vida do homem que apenas queria deixa-lo forte.. e Akechi rejeitou isso, como um filho ingrato e indigno.
Fuyuki... a Fuyuki se sente como uma tela em branco com a preferência de ser pintada por algumas cores.. mas não consegue decidir qual. Raiva...Tristeza...Negação...Arrependimento...quem sabe, até Alegria? Seria mentira se Fuyuki dissesse que nunca desejou por este dia, o dia em que sua família estivesse livre deste maldito homem... e sua família poderia ser uma família normal, ou ao menos, a que ela sempre desejou... ela sempre odiou a Família Takeaki, tudo o que ela queria era uma Família Feliz. E agora ela tem isso? E se sim, porque ela não sabe o que sentir?