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Chapter 10 - CAPÍTULO DEZ

Durante as quatro noites que se sucederam outras duas crianças desapareceram sem que se tivesse qualquer pista.

A mesma situação se repetia. Uma janela aberta, sangue no berço da criança e parecia que a mesma fora tragada pela noite.

E em todas as noites o mesmo ritual macabro se repetia na casa da montanha. A cada noite, uma virgem era possuída por Cérbero e levada para a outra casa.

Anette Lerner, a sétima virgem, frágil moça de dezessete anos, órfã e profundamente cristã, reagiu ao seu terrível destino.

Enquanto era beijada por Eule, rezava fervorosamente a Deus, pedindo para ser levada para onde estavam seus pais. Desejou a morte, para se livrar de tão cruel destino.

E quando Cérbero veio sobre ela, chutou os testículos do cão, que em uivos de dor, fechou uma de suas enormes bocas na garganta.

O pescoço de Anette foi brutalmente estraçalhado e o mordomo foi chamado às pressas para retirar o corpo.

Ordenou que desmembrasse o corpo de Anette e com os ossos fizesse refeições para Cérbero.

A carne seria servida para as prisioneiras e teria que recrutar mais uma jovem, o que talvez já não fosse uma tarefa muito fácil.No vilarejo muitas moças haviam saído de casa sem retorno.

Então, ordenou que o mordomo saísse de charrete e procurasse pelos campos uma moça que servisse aos seus propósitos.

Naquela noite haveria tempo para chamar outra virgem. Ela não teria que caçar crianças.

A carne de Anette resultaria em muitas refeições.

O sangue de Anette deixara Eule e Cérbero muito mais lascivos e uma ideia surgiu na mente da diabólica criatura.

Levou a oitava virgem para a casa do pomar, sob o pretexto de que veria suas amigas.

As pobres criaturas estavam desgrenhadas e sujas. Um forte odor de fezes e urina pairava no ar e algumas delas haviam vomitado.

Então, como das vezes anteriores, Eule beijou e acariciou a virgem que seria submetida ao mesmo ritual das outras.

Aterrorizadas, elas assistiam a tudo, cada uma delas sofrendo, compartilhando a agonia pela qual já haviam passado.

Como sempre, depois foi a vez de Cérbero copular com Eule. Estar frente a outras pessoas fez com que o ser diabólico se tornasse ainda mais sensual e ganisse mais assustadoramente.

A oitava moça fazia desmaiada no chão, rodeada pelas outras que choravam convulsivamente.

Antes de sair com seu cão, Eule comunicou a morte de Anette. E deixou claro que o mesmo aconteceria a qualquer uma que não se submetesse as suas vontades.

Na tarde seguinte, pela estrada de terra que beirava o rio, o mordomo saiu na charrete com cavalos negros.

E encontrou Frida e Alexander Schaefer, sendo ela uma jovem de sardas no rostinho corado pelo esforço que fazia ao ajudar seu irmão a carregar pesados fardos de roupa molhada.

Wilfried prontificou-se a leva-los até em casa.

Cansados, os jovens aceitaram, selando os seus destinos.

Depois de estarem na charrete, viram que esta seguia em sentido contrário à sua casa.

Desesperados, puseram-se a gritar, em vão. A estrada era deserta. Ninguém ouviria.

Ao chegar a sua casa, o mordomo apresentou o seu duplo achado, o que deixou Eule muito contente.

Afinal, faltavam apenas três dias para que seu trabalho com Cérbero ficasse completo.

Sentia que precisava de mais alguns momentos com Bertha.

Sua amada estava muito sozinha. E agora, com a presença de Alexander em sua casa, tudo estava perfeito.

Frida e Alexander estavam apavorados, então não havia tempo a perder. Naquela noite, seriam eles.

A noite caiu sobre Vadenberg e chegou a hora do jantar. Nos quartos onde antes estavam as dez moças que esperavam um futuro promissor, agora estavam apenas duas em um deles.

A assustada Frida foi levada com seu irmão para o outro quarto e deixada sob a vigilância de Cérbero.

Os novos prisioneiros não quiseram jantar. Então o jantar foi servido na cozinha para as duas jovens que estavam no outro quarto e para Eule e Bertha na sala. Depois, todos se recolheram.

Eule pareceu dormir e Bertha sentiu-se melhor.

Ela sabia que já não era um ser humano normal.

Depois daquela mordida no pescoço, suas dores e sofrimentos diminuíram. Mas restavam lembranças dos seus pais e de seu noivo.

Gostaria de ter casado, de ter filhos, de caminhar pelos campos. E jamais poderia fazer isso. Se Eule conseguia ler seus pensamentos, então saberia que ela teria dado a vida para ser mãe.

Pensando nisso, dormiu profundamente.