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Chapter 13 - CAPÍTULO TREZE

Durante cinquenta dias tornou se constante o desaparecimento de jovens adolescentes e de crianças recém-nascidas.

Desesperada, a população não tinha para quem apelar.

Sem a presença do padre Anton para salvar uma possível alma, os homens organizavam cruzadas temendo serem os próximos, pois as vítimas eram do sexo masculino.

Na noite do sexagésimo dia, a primeira mulher que fora possuída por Cérbero foi retirada da casa do pomar e nos confins dos jardins, as primeiras dez quimeras nasceram. Enquanto suas crias nasciam, Thereze inundava o solo com seu sangue.

Então, entre ganidos lançaram se sobre a mãe, devorando-a.

Em questão de segundos cresceram transformando se em criaturas de aparência feminina, com grandes e belos seios. Porém, tinham asas de morcego, chifres, cascos e cauda de cadela.

E voaram, perdendo-se na escuridão. Por dez noites sucessivas esse ritual aconteceu.

Na décima noite, nasceu também Chimäre a filha de Bertha, mas essa sendo uma criança linda e loura, aparentemente normal.

Eule sabia que ela também cresceria mais rápido que um humano comum. Seria adolescente em um ano e adulta em dois.

Bertha nunca soubera de todo o horror que assolara a casa durante os dois meses que se passaram.

E que esse horror se prolongaria até a extinção da espécie humana.

Por todos os lugares, os demônios alados atacavam.

Jovens e crianças eram atacadas e mulheres grávidas tinham seus filhos arrancados do útero e devorados para depois serem devoradas também.

Ao copularem com os jovens e arrancar seus pênis para depois devora-los, a succubus se transformava no homem que devorara e estuprava as mulheres que se transformavam em alimento.

Assim, a população humana diminuía consideravelmente e elas mais e mais se espalhavam.

Todas as vilas em redor dos Alpes Bávaros estavam tomadas de pânico.

Restava a população idosa que não serviria à luxúria das quimeras.

Eule então decidiu que estes e o que restara dos rebanhos de animais serviriam de alimentos para os outros habitantes da casa. Seu cão e seu mordomo seriam encarregados de caça-los e trazê-los até a casa, onde seriam servidos como refeições.

Deixou seu mordomo e Cérbero encarregados de cuidar de Bertha e Chimäre e mudou-se para a Saxônia.

E por toda a região a raça humana foi sendo dizimada. Um ano de terror se passara.

Bertha se sentia sozinha e não entendia o porquê de nenhum ser humano visitar a sua casa.

Porém numa tarde, num descuido de Cérbero, chegou até o portão com sua filha. E pôde perceber que não havia um sinal de vida em raios de quilômetros. Nenhum trilho de charrete, nenhum rastro.

Os arbustos que antes cobriam a casa da montanha agora cobriam as casas destruídas da vila.

Então, pensamentos que antes nunca haviam chegado ao seu cérebro se fizeram presentes.

Eule estava longe há meses e seu domínio pareceu diminuir sobre Bertha.

Em ondas, os pensamentos chegavam aos milhões e a cabeça doía.

Por que seus pais nunca a procuraram, nunca quiseram saber notícias dela?

Onde estaria seu noivo que parecera ama-la tanto?

E as dez moças que antes chegaram ali para trabalhar? Onde estavam?

Por que Chimäre crescera tanto?

Com menos de um ano de idade, sua filha falava, tinha o tamanho se se comportava como uma criança de dez anos

Desesperada começou a soluçar e apenas nesse momento percebeu que Cérbero estava junto delas, mostrando os dentes pontiagudos de suas três bocas.

Estranhamente Chimäre sorriu e brincou com ele.