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Chapter 26 - Longevidade

Reino Élfico, Palácio Real.

Uma Linda mulher estava sentada em um trono feito de videiras e flores.

Ela era alta, com quase um metro e noventa, lindos olhos verders e cabelos da mesma cor que desciam até o centro de suas costas.

Suas orelhas eram levemente pontiagudas.

Seu corpo era corberto por um vestido branco de seda, com detalhes doourados.

Sua pele era alvo como a neve e uma presença singular a rodeava, uma santidade descomunal.

"Aerin, venha até aqui..." Disse a Rainha Élfica.

Não demorou para uma elfa surgir, diferente da Rainha, ela era um pouco mais baixa e seus cabelos e olhos eram azuis escuros, como as profundezas do oceano.

"Sua Alteza..." Aerin falou enquanto curvava-se.

"Chame Estel, eu quero vê-la..." Disse a Rainha, chamada de Elbereth Aera.

"Sua Alteza, Estel não está atualmente no Palácio Real..." Disse Aerin ainda com a cabeça abaixada.

"E onde ela está?..." - Elbereth

"A Princesa Estel está com a Senhora Stelia..." - Aerin

"Ela tem que parar de mimar essa garota..." Disse a Rainha suspirando.

Sua mãe, a Antiga Rainha Élfica, gostava de mimar sua única neta, Estel Aera.

Ela já estava em seus vinte e poucos anos, mas, considerando que os Elfos viviam centenas de anos, ela ainda era uma criança para os Elfos mais velhos, como sua avó com quase setecentos anos de idade.

Até mesmo sua mãe já havia chegado aos quatrocentos e cinquenta anos, apesar de ainda aparentar estar nos seus vinte e poucos anos.

Se havia uma raça conhecida por sua beleza eram os Elfos Divinos.

Era dito que, atualmente, não havia mulher mais bela que a Princesa Estel.

Apesar de que na época em que ela estudou com Sophie, na Academia Continental, ambas pareciam travar uma batalha nos olhos dos demais alunos como a mais bela da Academia.

De qualquer forma, ela também era uma das poucas pessoas capazes de usar Quatro Elementos, bem como uma maga extremamente poderosa, com uma linhagem antiga dos períodos antes do Primeiro Herói.

Claro, considerando que o tempo de vida de um Elfo Divino era entre 800 e 1000 anos, ainda não haviam passado muitas gerações desde o começo do surgimento da Vida ao ser criada pelo Deus Supremo, pelo menos não para os Elfos Divinos.

A Raça Humana tinha uma longevidade menor, era raro um Aldeão atingir mais de oitenta anos de idade, contudo, diferente dos Elfos Divinos, que todos tinham uma média entre 800 e 1000 anos de longevidade, independente do poder, os humanos já variavam esse tempo com seus Ranks.

Por exemplo, quanto maior fosse o Rank Geral, mais longevo seria a pessoa em questão.

Haviam casos de poderosos Rank SS que viveram até os 400 anos de idade.

Era dito que um humano de Rank SSS seria capaz de viver até 700 anos.

No entanto, eram especulações, já que devido a característica destrutiva dos seres vivos, principalmente dos humanos, nunca houve alguém de Rank SSS ou Rank SS que viveu o suficiente para morrer naturalmente pela idade.

Contudo, haviam vários casos de pessoas com Rank S vivendo até os 250 anos de idade.

Atualmente, um dos Ministros de Guerra da Corte Real, do Reino Wolfstrong, era um senhor de 205 anos, de Rank S -.

Ele era consideravelmente poderoso e já havia servido o Reino Wolfstrong durante o reinado de três diferentes Reis.

De qualquer forma, variava muito o tempo de vida entre as espécies, alguns viviam décadas e outros séculos, da mesma forma como o potencial e velocidade de crescimento.

Elfos eram conhecidos por terem um crescimento explosivo, demonstrando uma genialidade desde cedo, mas após atingirem seus trinta anos de idade estagnariam e dificilmente haveria alguma mudança futura.

Por isso, era comum eles treinarem loucamente até essa idade e depois diminuírem o esforço, pois, já era quase que uma lei de que eles não conseguiriam evoluir mais.

Humanos já tinham um crescimento mais lento, mas cresciam por mais tempo.

Normalmente um humano conseguia evoluir tranquilamente enquanto houvesse vida em seus corpos, apenas na velhice que eles pareciam atingir uma muralha intransponível, no entanto, haviam casos, raros, de homens e mulheres de avançada idade que foram capazes de avançar em seus Ranks.

Em suma, a teoria era de que os humanos dependiam de algo diferente dos demais, enquanto a maioria das raças dependia puramente nos potenciais de seus corpos, os humanos evoluíam através da força de vontade e ela não tinha idade.

Já os Dragões Divinos tinham um dos crescimento mais lentos, praticamente estagnados, mas, quando atingiam seus cem anos da idade, tinham um crescimento colossal, de tal forma que em alguns casos, eles saltariam de um dia para o outro dois Ranks, por exemplo, indo do Rank C diretamente para o Rank A, contudo, eram ocorrências raríssimas.

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"Princesa Estel!" Uma voz masculina soou ao longe.

Não demorou muito para que um belo Elfo, de olhos azuis e cabelos da mesma cor, surgisse dentre as árvores.

Estel estava junto de sua avó Stelia, fazendo um piquenique nas imediações de um lindo lago, no meio de umas das várias florestas no território élfico.

"O que houve?..." Indagou a jovem para o homem, que era um dos mensageiros de sua mãe.

"Sua majestade lhe enviou um recado..." Disse ele entregando um pergaminho a jovem.

Ela rapidamente o pegou e abriu.

"O que diz?..." Perguntou Stelia, a Antiga Rainha Élfica.

"Estel, eu tenho uma missão para você. Movimentações atípicas de um dos Lordes da Destruição foram vistas, bem como uma possível ligação com a nobreza no Reino Wolfstrong.

Quero que você vá até o Reino Wolfstrong e investigue, considerando que você conhece Merlin, isso deve facilitar sua investigação.

Lembre-se, é uma missão de suma importância, caso o Reino Wolfstrong caia nas mãos da Igreja da Destruição, todos nós enfrentaremos dificuldades.

Tenha cuidado, até você precisa temer o poder de um dos Lordes da Destruição..." Estel falou o conteúdo da mensagem para sua avó.

A garota queimou o pergaminho que lhe foi enviado e após despedir-se de sua avó, ela desapareceu.

Stelia ficou olhando para o longe e um leve calafrio correu por suas costas.

Ela não estava tendo bons pressentimentos quanto a essa missão, mas ela sabia muito bem a importância das ordens de sua filha para a sua neta.

Se o Reino Wolfstrong caísse nas mãos da Igreja da Destruição, por ele ter uma localização incrível dentro do Continente, facilitaria muito a expansão de poder deles e isso era um perigo para todos os seres vivos daquele planeta.

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O som de uma brisa suave soava dentro de uma sala, movimentando levemente as lindas cortinas de seda que estavam entreabertas.

A janela dava diretamente um lindo jardim, algo digno de uma das mais poderosas famílias do Reino Wolfstrong.

Árvores frutíferas e pássaros raros abrilhantavam a visão.

Ao longe, algumas montanhas se faziam presente, servindo de proteção natural contra qualquer inimigo que tentasse atacar a colossal mansão que ficava no vale.

Alguns jardineiros e guardas andavam pelos jardins, bem como as empregadas corriam de um lado para o outro.

O Ducado de Grannus era um local lindo e cheio de riquezas.

As pessoas que viviam sob o domínio de Kenneth Grannus, atual Duque Grannus, não tinham o que reclamar.

Seu domínio era pacifico, apesar de ser arrogante e temido por muitos, era inegável que ele era um excelente administrador e um grande Duque.

Ele herdou um território quase aos pedaços de seu pai.

Com a morte de sua irmã, seu pai e sua mãe adoeceram rapidamente.

Seu pai passava boa parte do seu dia chorando e bebendo compulsivamente, indignado com sua própria fraqueza e incapaz de vingar a morte de sua amada filha.

Não tardou para que sua esposa morresse de tristeza e logo chegou a sua vez, com seu corpo destruído pelo luto e pela bebida.

Kenneth presenciou a perda de sua irmã e a morte através da tristeza de seu pai e sua mãe e isso o feriu seriamente.

No entanto, ele não teve muito tempo para chorar a morte de seus entes queridos, sendo ele o único herdeiro do Ducado Grannus, estava nas suas mãos a continuidade da história de sua família.

E, apesar de todas as chances estarem contra ele, lutando contra uma dor incomparável da perda de seus entes queridos, ele transformou o Ducado de Grannus em um local repleto de glória e poder.

Atualmente, o Ducado de Grannus era um dos mais poderosos Ducados, alguns até mesmo discutiam se não era o mais poderoso, mas haviam muitos contrários a essa ideia.

Contudo, mesmo com todo o sucesso, não havia alegria no olhar de Kenneth, sentado em um poltrona movendo um copo de whisky em sua mão.

Seu olhar era sombrio e sua aparência entristecida, claramente sua saúde não estava em seus melhores dias.

Contudo, apesar de tudo isso, seus olhos deixavam claro que ele não era fraco.

Ele era um dos maiores Magos de todo o Reino Wolfstrong.

Kenneth Grannus era considerado um gênio nas artes mágicas, tendo se formado com louvores na Academia Continental.

Porém, após a Morte de sua irmã e seus pais, ele nunca mais foi o mesmo e a sua genialidade na magia nunca mais foi vista.

"Toc! Toc! Toc!"

Kenneth respirou fundo e colocou o copo em uma mesinha à sua frente.

"Entre..." Disse ele.

"Com licença..." Uma voz feminina soou enquanto a porta era aberta.

Uma mulher em seus quarenta e poucos anos, vestindo uma roupa formal, a Governanta da Mansão Grannus, entrou com uma bandeja de prata em suas mãos, sobre a qual havia uma carta e uma pequena faca.

Ela silenciosamente curvou-se, estendendo a bandeja à frente do seu senhor.

"Pode sair..." Disse Kenneth já com a carta e a faca em mãos.

"Com licença..." Disse ela curvando-se novamente e saindo fechando a porta.

Kenneth Grannus olhou para a carta em sua mão, havia uma leve indecisão se abria ou não a carta, mas ele suspirou e abriu ela de uma vez.

Após ler o conteúdo, ele criou uma pequena esfera de fogo em suas mãos e queimou a carta de tal forma que nem mesmo cinzas sobraram.

Ele então levou seu olhar para o alto e uma lágrima escorreu do canto de seu olho.

"Em breve eu vou encontrar vocês..." Disse ele com um olhar de luto.