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Chapter 21 - Na Cama com Saito-san

O cantor tomou uma ducha rápida, e vestiu outro uniforme limpo. Claro que ele não iria dormir nu se iria dividir uma cama. E Haruki foi se deitar do seu lado, ficando bem na beirada do leito. Fato desnecessário, já que havia a distância de dois corpos entre eles.

Tinha sido um longo dia começando com a transmissão de madrugada de Honda Seichiro e terminando com a reunião depois da inesperada visita de Abe Miyu.

Haruki tinha consciência da importância de suas informações privilegiadas. Ele começou a pensar como juntar as informações contadas por Kenta, por Miyu, pelo grupo e até mesmo as que o engenheiro-chefe deixou escapar. Haruki também tentava imaginar como a dinâmica aconteceria.

Inquieto com tantos pensamentos, ele rolava na cama.

"PLAFFT!" Foi o som oco e alto dele se estabacando no chão do aposento. Haruki nem percebeu quando seu corpo rolando encontrou o nada embaixo de si e ele caiu da cama com estrondo, achatando seu traseiro no chão duro.

A vergonha do garoto era maior que sua dor.

Haruki sondou do chão a cama preocupado se teria acordado Saito. Constatou com grande alívio que não, e viu que o aventureiro estava na mesma posição respirando calmamente. 'Oh, ainda bem que Saito-san dorme pesado!'

Bem devagarzinho, Haruki subiu no colchão voltando a se deitar de novo. E desta vez ficou quieto do seu lado. Seu traseiro latejava de dor por causa do impacto. Ele massageou um pouco a região ficando em posição fetal. O sono custou a vir.

ººº

Quando Haruki finalmente acordou pela manhã percebeu que estava dormindo no outro lado da cama. Todo espalhado parecendo uma estrela-do-mar, agarrado a Saito. Seu braço jogado por cima do pescoço do aventureiro e uma perna se enroscava entre as dele.

"Se você está com frio vá pegar um cobertor Haruki." Saito falou sonolento.

Haruki o soltou rolando de volta para seu lado. "Me desculpe." Ele murmurou, sentindo o rosto ardendo de vergonha.

"Hahaha" Saito começou a rir virando-se para olhar Haruki. "Bom dia. Dormiu bem?"

"Bom dia. Sim, sua cama é muito confortável." Haruki respondeu sonolento, ainda estava escuro e ele não queria levantar-se,"Você já vai se levantar, Saito-san?"

"Hm, por que? Não me diga! Você só dorme bem quando está de conchinha? Hahaha, okay. Pode me abraçar de novo. Eu posso ficar mais um pouco na cama. E é Saito. Somos bastante íntimos. Podemos dispensar as formalidades. Lembra?"

O aventureiro se espreguiçou, colocando o braço sob a cabeça e olhando para seu companheiro de cama. "Sobre ontem. Eu entendo sua fé em sua família. Mas Jun talvez não tenha ninguém a quem avisar. Não alguém tão próximo. Os outros, eu não sei. A sua é a melhor relação familiar deste grupo." Saito explicou encarando Haruki.

O cantor pôde perceber que havia tristeza em suas palavras, "Oh, não lembrei disso, que vacilo. É verdade. Eu sou bem próximo de meus pais. Esta era minha maior preocupação. Avisar minha família. Achei que seria para os outros também. Mas percebo que eu deveria ter pedido outra coisa." Haruki se explicou e por curiosidade perguntou, "Sua relação com seus pais não é boa, Saito?"

O aventureiro fez uma careta, e suspirou antes de responder, "Sou filho de uma lenda do Judô. Tenho um irmão bem mais velho. E outros irmãos e irmãs com idades próximas. Enfim, uma família grande. Meu pai sempre exigiu que eu fosse o melhor."Ele demonstrou que continuaria a falar, então Haruki se posicionou mais confortavelmente para ouvi-lo bastante interessado.

"Comecei a escalar cedo com os amigos de meu pai. Aos 18 anos saí em uma aventura com um grupo para outro país. E ficamos presos neste país por questões políticas. Não estávamos realmente detidos, apenas não podíamos voltar. Neste período me relacionei com aquela pessoa. Ela era muito mais velha. Os outros reprovaram a atitude. Ao voltarmos eles contaram para meu pai. Ele não aceitou. Nós brigamos. Ele me expulsou de casa."

Haruki não conseguiu suprimir uma expressão de surpresa e aflição, e Saito assentiu com um pequeno sorriso triste, "Sim. Foi assim. Saí sem nada. Eu não tinha uma reserva financeira. Então precisava trabalhar bastante. Emendava uma excursão atrás da outra. Meu nome cresceu rápido no Alpinismo."

E nesse ponto seu sorriso parecia mais conformado que feliz. Provavelmente por causa dos motivos que o fizeram trabalhar tão duro para isso.

O relato continuou.

"Acabei abrindo uma loja. Era uma forma de comprar mais barato os produtos que eu usava. E de ter certeza que toda a equipe usaria produtos de alta qualidade. A loja deu lucro. E eu abri mais duas em cidades estratégicas."

"Ah, parabéns!" Haruki não sabia bem como ouvir a sucessão de altos e baixos na vida do aventureiro, mas achava que devia parabenizá-lo pelo trabalho árduo.

Saito deu um pequeno aceno com a cabeça, aceitando seu comentário,

"Mas… Percebo que estou fugindo da pergunta. Eu não falo com meu pai desde aquele dia." O alpinista profissional enfim tinha respondido a pergunta com tristeza. "Eu não condeno mais a decisão de meu pai. O entendo e o perdoo."

O olhar triste de seu novo amigo fez o coração de Haruki doer. O cantor nem imaginava como seria se ele não pudesse mais falar com seu pai. Compadecido, Haruki se aproximou de novo de Saito e o abraçou, dando tapinhas em suas costas.

Talvez tivesse sido seu treinamento para ser um idol que o fizesse ser uma pessoa com mais liberdade para tocar seus companheiros de grupo, mas sabia que a maioria das pessoas não era acostumada a isso. Então se explicou o que achava que devia dizer, "Veja, eu tenho certeza que seu pai acompanha suas aventuras e seu sucesso. Ele deve ter muito orgulho de você. E sendo orgulhoso demais, não sabe como ceder. Então assim que sairmos daqui, você terá esta história incrível para contar. E esta vai ser sua desculpa para ligar para seu pai e pedir que precisa vê-lo. Você se desculpa, e fazem as pazes. Ele está te esperando. Eu tenho certeza." Haruki falou ainda abraçado a Saito. Se afastou o suficiente para ver se suas palavras o tinham confortado.

O aventureiro tinha os olhos vermelhos e úmidos, "Você é tão inocente que dá ódio." Saito o soltou.

Suas palavras surpreenderam o cantor.

Limpando os olhos, o aventureiro contou, "Eu tentei me reaproximar. Fui entrevistado por uma revista que o velho assinava. Usaram uma foto minha escalando para ilustrar a capa. Pensei _ 'é uma boa hora para voltar'. Ele não me deixou entrar. Anos depois, fui ao casamento de minha irmã mais nova. Ele ameaçou ir embora se eu ficasse. Ele me odeia." Saito olhou para Haruki com um sorriso triste e finalizou, olhando diretamente em seus olhos, "Pessoas com o seu coração são raras, Haruki. Não os deixe saberem. Ou você ficará nesta redoma para sempre."

Haruki não conseguia desviar o olhar.

O silêncio caiu entre eles, mas Haruki ainda olhava para Saito, pensando em suas palavras.

O aventureiro passou sua mão pelos cabelos de Haruki, parando na nuca. Com um movimento fluído, o puxou para si, e beijou na boca!