"Eu quero saber seu nome. E quem é você?" Ela perguntou imperiosa.
O cantor sabia que até aqui ainda não tinha se apresentado, mas Abe Miyu não havia feito muita questão sobre isso, pelo menos até agora.
"Takeda Haruki."O cantor estava mesmo de mau-humor. Vê-la tratar mal Hinata por ele ser jovem e ela preferir homens mais velhos deixou Haruki irritado com Miyu. Mesmo assim esperou para ver se ela iria fazer mais alguma pergunta para ele.
Logo após ter seu pedido atendido ela voltou-se de novo para Jun.
O cantor observava Miyu encarar Jun. 'É ele o seu crush?!' Ele se perguntou ao ver a expressão sonhadora na cara dela.
"Jun Lovebread, por favor faça anpan para mim, eu sonho em comer o seu recheio de azuki! Eu quero muito te ver sovar a massa. Hm hm, por favor Lovebread!" Ela falava com vozinha infantil e fazia carinhas fofinhas.
Haruki conhecia esse tipo de pão doce de casca dourada, massa bem macia e leve com a cremosa com o recheio de pasta de feijão azuki. Ele imaginava o porquê dela querer tanto ver Jun fazer o anpan.'É uma safadinha!' Haruki deu de ombros. Não era da sua conta.
Mas continuou parado para ouvir a resposta de Jun.
O Bad Boy não fez contato visual com Abe Miyu, nem a respondeu ignorando completamente a ricaça mimada. Jun se levantou e passou por Haruki subindo os degraus dois em dois e rapidamente ao chegar no topo da escadaria desapareceu ignorando a garota que o chamava.
Ela olhou para o cantor na escada. "Haruki, por favor, eu preciso que você traga Jun aqui." Sua voz soou macia e agradável. Ela estava com os olhos bem abertos encarando o cantor com um olhar suplicante.
Haruki tinha passado cinco anos fora de seu país, mas ainda se lembrava do cerne da educação nipônica. Abe Miyu tinha sido profundamente grosseira de tantas formas! Repreendê-la por sua falta de bom senso e respeito era responsabilidade de sua família. Eles ainda não eram íntimos para comentar que ela forçou uma intimidade que não tinha com eles.
Só porque ela seguia as pessoas pelas redes sociais não a fazia íntima de ninguém.
E havia o seu hábito de tratar pessoas como empregados, mesmo pedindo por favor.
Claro que isso podia ser explicado pela vida que ela levava, mas ainda assim, era ofensivo. Principalmente porque todos ali eram mais velhos que ela. Tudo o que eles podiam fazer era ignorá-la, ou se rebaixariam ao nível infantil de seu comportamento. Uma pessoa inconveniente devia ser isolada até repensar suas atitudes e mudar suas ações.
Haruki preferiu seguir o exemplo de Jun e saiu silencioso sem a olhar.
ººº
Ao passar pela porta aberta do quarto de Jun, ele o chamou. O cantor parou na soleira sem realmente entrar,
"Miyu-chan é insuportavelmente mimada," Jun desabafou, irritado ao vê-lo.
"Sim, ela é. Mas ela pensa que somos personagens. Ela não sabe que somos reais," Haruki lembrou-se desse importante fato.
"Mesmo assim há condições nos jogos." Jun não se deixou convencer.
Os outros foram chegando no corredor, e para o espanto do cantor até Hinata abandonou a garota na sala principal.
Então Haruki ouviu a voz de Abe Miyu os chamando da escada.
Ela estava subindo atrás deles.
Jun deu um salto de sua cama e o pegou pelo pulso puxando Haruki para dentro do quarto. Ele fechou a porta na cara de todos girando a chave em seguida. O padeiro virou-se para encarar Haruki que ergueu uma sobrancelha em questionamento, mas não teve resposta.
Desviando o olhar, Haruki foi até uma parede onde estava uma guitarra vermelha. Ele ainda não tinha entendido porque Jun tinha trancado o quarto e muito menos porque o tinha puxado para dentro.
Jun continuava parado ao lado da porta, nitidamente atento ao que acontecia no corredor.
Mesmo dali era possível para o cantor ouvir a garota o chamando, e também ouviu as portas dos outros quartos se fechando, alguns com estrondo.
Haruki percebeu então que Jun cuidadosamente destrancou sua porta e a deixou somente encostada, após espiar pela fresta.
"O que…" o cantor ia perguntar qual o motivo disso tudo, mas antes que pudesse terminar sua frase Jun agarrou seu pulso com força e o puxou. Tropeçando em seus próprios pés, Haruki não teve outra opção a não ser deixar-se levar para a cama!
O padeiro o jogou no colchão e foi para cima do cantor.
Haruki tentou desviar-se, mas Jun entrelaçou suas pernas habilmente e segurou um de seus braços, o pressionando contra o colchão.
'Mas que raios ele está fazendo?!' Sua surpresa só não era maior do que seu desconforto, que não era maior do que… bem, o efeito que essa situação estava fazendo em seu corpo.
Seu sangue agitou-se e ele tentou evitar pensar que isso era sexy. Haruki tentou escapar novamente, mantendo o silêncio. Ele não queria que ouvissem, mas o que conseguiu foi virar-se para encarar Jun, quê murmurou com um sorriso sardônico, "Hm, bom!"
Antes que Haruki soubesse como, Jun apalpou seu traseiro com a mão cheia, fazendo o cantor empurrar o quadril para frente, encostando sua pelve na barriga dura do seu 'oponente'. Bom, ele podia sentir algo bem duro também contra sua coxa… e não era rolo de massa.
'P*TA QUE PARIU?!' Ele arregalou os olhos e esperou que Jun lesse seus pensamentos, mas Jun tinha abaixado o rosto nesse momento para seu pescoço, cravando os dentes, mas sem realmente feri-lo.
E, como se não fosse surreal e louco, o padeiro enfiava a mão por dentro camiseta branca do cantor, expondo seu abdômen trabalhado à exaustão para ressaltar cada músculo. E, descaradamente, apertou um dos mamilos de Haruki, que suprimiu um gemido.
"Ooh OH MEU DEUS!," Abe Miyu gaguejou ao surpreendê-los no meio dessa cena.
Erguendo o olhar para a garota parada na porta com a boca aberta, Jun soltou os dentes delicadamente do pescoço de sua presa para dar um sorriso diabólico, "Parece que você conseguiu realizar seu sonho, Miyu-chan. Você está me vendo amassar um delicioso pãozinho!"