Chapter 16 - Confronto

Haruki olhou para o CEO, "Homem, são muitas questões, _ A) eu não consigo pensar em um pessoal melhor do que vocês para passar por isso aqui. B) é essa união que irá nos tirar daqui são e salvos. C) obrigado por fazerem essa jornada mais leve e D) okay Saito-san, eu aceito sua oferta." O cantor se curvou respeitosamente para o grupo.

Ichida Saito passou por ele levando o baú, "Venha Haruki-san, vamos organizar suas coisas."

"Sim, ótima decisão Haruki-san. O quarto de Saito-san é maior que muitos apartamentos." O influenciador digital comentou de forma efusiva mal escondendo seu alívio. "Eles ficarão bem confortáveis lá!" Ele olhou para os outros a procura de consolidação para sua afirmação.

"E aquele sofá do closet?! É muito melhor que esta cama horrível!" Okane Hinata concordou e fez a comparação, sugerindo onde Takeda Haruki poderia dormir no aposento do CEO.

O cantor ficou incomodado com eles falando sobre ele como se o mesmo não estivesse ali para opinar.

Mas seu lado diplomático foi mais forte e para não discutir por bobagens Haruki decidiu olhar de novo o closet do CEO para ver o sofá, segundo Okane Hinata, maravilhoso, que ele nem tinha reparado na primeira inspeção.

ººº

"Saito-san, eu acho que Hinata-kun estava certo. Este sofá parece bem confortável." Haruki comentou se decidindo dormir ali.

"Você esta com medo? De dormir comigo? Minha demonstração com as cordas assustou você tanto assim?" Ichida Saito tinha colocado o baú sobre o sofá. E ele olhou nos olhos do cantor o encarando. "A cama é larga. Qualquer esbarrão será de propósito. E o meu lado é o esquerdo." Ele sentenciou e rindo da expressão confusa do cantor, Saito explicou, "O lada que fica de frente com o banheiro."

"Ah! Entendi." Haruki coçando a cabeça e muito sem jeito explicou, "Eu estou envergonhado de ter que dividir a cama. Saito-san eu prefiro…" E foi interrompido.

"Saito." Disse o CEO o interrompendo.

"Saito. Okay. Mas eu prefiro dormir no sofá." O rapaz terminou sua frase.

O aventureiro se aproximou mais e estendendo a mão esperou que Haruki entregasse o quadro ele segurava com sua foto.

"Somos amigos Haruki-kun. Não cabe ter vergonha. Eu sei de sua preferência. De dormir Nu. E eu não me importo." Saito tirou uma estátua do balcão, e colocou a foto no lugar de destaque. "Eu vou preparar o desjejum. Guarde suas roupas. E desça para comer," Saito saiu do quarto.

'Oh My God! Como isso pôde dar certo?' Haruki pensava na cara fechada de Jun quando ele seguiu 'Saito' para o quarto.

O cantor sabia que não tinha como isso dar certo. 'Droga! Eu nem consigo mais disfarçar o quanto ele mexe comigo.' Seus pensamentos estavam em Jun Lovebread.

O cantor sentou-se ao lado do baú. Ele nunca em sua vida havia experimentado emoções tão intensas. Tudo relacionado a Jun o tocava de imediato. Saber que ele desaprovava sua decisão de aceitar o convite do CEO fazia o cantor sentir-se mal, como se ele estivesse errado.

Mas o convite foi tão espontâneo e sincero que parecia muito mais errado , recusar do que dividir o aposento. Dividir espaços era comum para Haruki. Ele não vinha dividindo alojamentos nos últimos cinco anos?!

Sim dividia e Haruki estava mais que acostumado a ver a bunda dos garotos. E vice-versa. Todos ali eram lindos. Cada um tinha um tipo de beleza diferente. Mas todos poderiam modelar profissionalmente se quisessem. E não tinha sido pela aparência deles que foram escolhidos? Haruki não se achava o mais lindo, e coisa e tal. Jun estava bravo por outros motivos _ 1) ele não tinha gostado de Saito desde o dia em que se conheceram. E 2) eles estavam numa disputa pessoal para ser 'O' alfa do grupo.

Haruki já estava acostumado a ver isso no esporte e depois com os trainees. Quanto ao que Jun alegava era que ele, Haruki, tinha que decidir.

Sim, Saito tinha errado no 'lance' de amarrá-lo, mas se desculpou e Haruki aceitou suas desculpas então o assunto deveria ser perdoado e esquecido, certo? Não era assim que a vida seguia?

Mais calmo por ter analisado os fatos, o cantor organizou seus 'uniformes' no closet. E sorrindo, Haruki saiu para ir experimentar o desjejum de Saito. Seu estômago já estava reclamando! Ao sair do quarto, encontrou um mal-humorado Jun que esperando estava no corredor para conversarem.

"Venha," chamou Jun sem meias palavras e saiu caminhando para o seu novo quarto.

Haruki o seguiu pois precisavam terminar a conversa iniciada na praia, ao entrarem no aposento Jun fechou a porta atrás de Haruki e o puxando para si,

"Ficou maluco? Você vai dividir cama com o Sádico? Gostou de ser amarrado?" Jun o encarava, bravo enquanto o segurava colado ao seu corpo.

Indignado, Haruki tentou se soltar sem sucesso Jun era muito mais forte que o cantor. "Ei, me solta," teve que pedir já que na disputa de forças não tinha conseguido.

Jun abriu as mãos sem sair se descolar de Haruki, o mantendo preso entre a parede e seu corpo.

"Não é bem assim," o cantor respondeu. "Não é nada disso e você sabe disso. Ele ficou com um quarto mega grande e se indignou com a mesquinharia de Honda-san." Haruki explicou o óbvio que Jun negava teimosamente.

"Sério. Nossa como o Saito-san é generoso! Eu aqui maldando. Vou pedir um altar. Para Kami Yoshida. O kami do sadomasoquismo." Jun tentou ser irônico, mas só conseguiu inflamar-se mais ao verbalizar seu veneno.

Haruki se segurou para não rir. Isso era ciúmes!? Ou era algum tipo de manifestação de ego ferido? Ou pior, algum tipo de manipulação? Ele não queria que a rixa entre os alfas crescesse mais com ele entre eles. E Haruki já tinha deixado isso claro antes e reforçou agora. "Ele não pode. Ele precisaria da minha permissão para isso, e não a tem." O cantor explicou a Jun.

"Você pode vir pra cá," Jun falou, mas a linguagem não-verbal foi confusa para Haruki.

"Não faz muito sentido. Não vou voltar atrás sem uma boa razão." O cantor desviou seu olhar para não cair em tentação.

TOC TOC

Os dois afastaram-se, cada um indo para um lado do quarto ao ouvirem as batidas na porta. E Jun atendeu a porta mal-humorado de novo, era Yamada Daisuke.

"Decidimos fazer uma troca das coisas em nossos guarda-roupas que cada um achou que não combinava consigo. E que talvez os outros gostem. Chamam isso de Bazar. Então vim te chamar Jun" E olhando para o cantor ele o incluiu no convite. " Você também deve vir participar, Haruki."

Daisuke levantou uma sobrancelha olhando questionador para Jun. "Nós estamos colocando tudo na sala de jogos, e faremos o bazar depois do desjejum, não se atrasem se quiserem escolher as melhores peças." Ele completou saindo logo a seguir.

A conversa estava saindo do controle e a interrupção de Daisuke foi o que Haruki precisava para escapar. "Parece uma boa ideia, não é mesmo?" Ele se curvou levemente antes de sair, deixando Jun para trás.

ººº

A comida de Saito-san era saborosa e diferente. O desjejum correu normalmente com o aventureiro contando um pouco de si, "Eu viajei por lugares exóticos e aprendi a cozinhar o que me agradou. Mas sua especialidade é comida de acampamento."

Haruki ainda brincou perguntando,

"Gente, mudando de assunto, alguém realmente ia querer uniformes?" Já que era a única coisa que ele tinha ganhado.

"Eu tenho interesse em meias coloridas"Hinata disse.

Takashi também se manifestou dizendo, "Se as camisetas brancas servirem eu fico com algumas."

Quando finalmente trouxeram os objetos e roupas para o bazar a quantidade era tão grande que parecia mais uma loja masculina com diversos estilos. Eles estavam fazendo as trocas e se divertindo quando a famigerada música tocou novamente e a tela desceu.

"O que será agora?!" Jun resmungou com o seu característico mau-humor.

Honda Seichiro apareceu na tela com um copo de café na mão e grandes olheiras, ele disse, sem rodeios depois de um suspiro, "Senhores, sei que pode estar entediante aí dentro, mas por favor não mudem as coisas de lugares ou façam trocas. Resumindo, não alterem o cenário nem os arquétipos."

"Desculpe, mas não vai dar! Já dissemos que não somos arquétipos e sim pessoas! E enquanto somos forçados a ficar aqui trancados temos sim o direito de vivermos nossas vidas com liberdade!" Yamada Daisuke respondeu de prontidão.

"Pedimos roupas, não fantasias!" O Estudante Hinata argumentou surpreendendo Haruki positivamente.

"A divisão não foi justa. Alguns ganharam demais e outros ficaram com quase nada!" Noguchi Takashi pontuou.

"Por que Takeda-san não teve os mesmos direitos? É algum tipo de retaliação?" Jun perguntou diretamente, esfregando o assunto que incomodava a todos na cara do responsável.

"Não iremos concordar com isso!" Saito juntou-se à reclamação geral.

"Se quiser nossa cooperação, precisa cooperar também! Não aja como um ditador, Honda-san!" Yamada Daisuke voltou a falar.

"Não queremos estragar seu jogo nem seu cenário, mas você não pode nos obrigar a…" O Estudante ia continuar a argumentar mas foi calado pelo engenheiro-chefe.

"SILÊNCIO! CALEM-SE!" Honda-san gritou, tapando os ouvidos diante da balbúrdia.

"Vem fazer!" Jun provocou subiu em cima da mesa de bilhar, pegando um taco e ameaçando quebrar o lustre acima de sua cabeça.

"Parem! Sejam ordeiros! Seus… caóticos! Não se esqueçam dos contratos que assinaram!" O senhor os cobrou. A tela apagou após Honda cuspir as palavras com raiva e desprezo.

Eles se entreolharam e Jun pulou para o chão, "Uhn, ele mostrou sua verdadeira face! Que canalha!"

A tela ligou de novo e Honda-san apareceu, "Eu ouvi isso, Sasaki-san! Apenas não vou discutir enquanto vocês ficam gritando e agindo como símios. Até aqui eu prezei pela civilidade e respeito, mas vocês são…"

"Pessoas desesperadas!" falou Haruki com voz de tenor. "Veja, eu fui atraído para este lugar sem sequer entender o que estava fazendo. Me chame de burro ou imbecil. Mas eu mereço respeito. Todas aqui merecem. Ninguém sabia a verdade por trás do contrato. Honda-san eu clamo que cancelem este projeto e nos salve!" O cantor não se importava de seu pedido, parece que ele era fraco, o garoto estava determinado a sair, mesmo que precisasse implorar.

"Vocês não entendem?! Nós precisaremos de ajuda! De especialistas, de dinheiro! E sem o dinheiro de Abe-san, todos nós estamos de mãos atadas!" O engenheiro chefe finalmente admitiu. "Não quebrem nada ou apenas vão causar ainda mais problemas no programa! Não é apenas um problema para nós, mas pode ser um potencial problema para vocês mesmos!"

Um silêncio cheio de mal-estar se instalou entre todos

"Okay, isso faz sentido. É bom quando o senhor pára de fugir que está tudo certo e dá algumas explicações, para variar," disse Haruki insistiu.

"Agora, explique-se. Porque se vingou de Haruki-kun?" Jun perguntou voltando a insistir no assunto que os demais evitaram falar.

Saito complementou, "Espero que não faça distinção entre nós. Ele já pediu desculpas e pretende se desculpar com Miyu-chan. Essa tentativa de humilhação não pode se repetir. Nós não aceitaremos."

"Também não tem nada a ver essa medida de não podermos trocar objetos!" Daisuke interrompeu. "Não temos que viver como personagens o tempo todo. Nem atores fazem isso!" Este ponto era importante ser claro.

"Eu me recuso!" disse Jun ao pedido de Honda Seichiro.

"Eu não sei do que vocês estão falando. Eu sou um homem adulto com um grande problema em mãos. Porque eu estaria planejando vinganças contra um de vocês?!" O engenheiro-chefe respondeu indignado.

"HMMMM!" praticamente em uníssono eles mostraram sua desconfiança, e Noguchi Takashi sugeriu. "Apenas nos deixe em paz e vá descobrir uma maneira de nos tirar daqui vivos. Se quer nossa cooperação, coopere também. Vamos nos falar uma vez por dia. Não fique interrompendo nossa vida apenas para dizer que ouviu tudo o que falamos 'pelas suas costas'. Fica difícil acreditar que não estamos lidando com alguém de espírito vingativo quando você age assim, Honda-san."

Pela primeira vez Haruki viu Takashi ser sarcástico.

Honda Seichiro grunhiu algo antes de dizer, "Que seja assim. Nos falaremos às 19 horas."