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Chapter 4 - O TRAÍRA E O GAY

Tinha como piorar a minha vida?

Claro que sim...

Eu tinha acordado na casa de um estranho e não sabia se ele era um perigo para mim ou não.

Levantei da cama em que estava, e saí daquele quarto todo chique e cheiroso.

O que poderia acontecer naquele momento? Descobrir que ele era um criminosos e eu estava sendo feita de refém.

Mas tudo aconteceu de um jeito diferente...

Eu saí daquele quarto e dei de cara com ele!

-Eu- eu vou embora...- eu disse tremendo

-Ok...Quer que eu leve você?- ele perguntou

-Não! Não!- eu respondi com medo

-Está bem, mas deixa eu chamar um táxi- ele pegou no celular

-Obrigado!- respondi olhando para o chão

O taxi veio me pegar e assim segui até ao destino.

E por mais estranho que pareça, cheguei bem em casa!

Não tinha sido decapitada ou violada...

E espera encontrar o meu pai furioso após passar um dia sem comunicar nada para ele, mas isso não aconteceu.

Não havia ninguém na sala de estar.

Na cozinha...

Os meus pais não estavam em casa?

-Haha você é um garanhão!- ouvi alguém no quarto dizer

-Sim, eu sou!- o meu pai respondeu

-Aii que nojo...O casal resolveu voltar?- eu sussurei

Deixei os meus pais e fui para o meu quarto.

No meio da noite eu saí e fui para a cozinha pegar um copo de coca cola.

-Ela anda um pouco estranha...- ouvi o meu pai falar, entrando na sala

-Já pensou em um internato?- ouvi uma voz que claramente não era da minha mãe

-Esse homem está traindo a minha mãe?- sussurei

Éh...Da forma que o digo, até parece que a "minha mãe" merece ser chamada de "mãe"

-Agora que o dizes, acho que o internato é uma possibilidade!- ele respondeu

-Sim, teremos mais tempo para estar juntos!- aquela mulher disse

-O director da escola tem dito que ela está a passar por um momento difícil- o meu pai disse

-Ela tem recebido muitos mimos e agora ficou assim...Tenta impor ordem nela!-- eu interrompi o que ela dizia e entrei na sala

-Muito bem papai! Você trai a mamãe com a minha "babysitter" e eu é que preciso de ficar internada?...Não acho- eu disse olhando para os dois

-Como assim estás em casa?- o meu pai perguntou

-E nem sequer me perguntas onde estive ontem...- eu disse tristemente

-Porque és uma adolescente rebelde? E porque não segues as regras de casa?- a minha babysitter respondeu

-Olha, o seu horário de trabalho já acabou faz anos. Isso é uma conversa de família, ok? Da qual você nunca fará parte- eu respondi

-Não sejas mal educada filha!- ele disse com calma, tentando pegar em mim

-Claro que sou mal educada...O meu pai nunca ensinou o contrário!- eu gritei me afastando dele

-Viu? Interna logo ela- a babysitter disse para o meu pai

-Cala a sua boca suja!!!- eu disse olhando para ela com nojo

-Filha!!- o meu gritou

-Eu vou-me embora...E senhor garanhão, podes ter a certeza de que a mamãe vai saber disso- eu disse saindo de casa

Tudo de errado acontece na minha vida...

Só faltava um camião me acertar para completar o dia!

Eu não tinha para onde ir...Eu não tinha amigos e até família já não tinha mais.

Eu só conhecia alguém...Bem não conhecia o seu nome, mas ele foi o único que me salvou.

Então fui para a sua casa, de novo!

Para casa do mesmo homem que me salvou.

...Cheguei em frente ao portão da sua casa e vi um carro saindo.

Era ele!

Ele estava a sair.

Enquanto o carro avançava, eu me joguei bem na frente e quase morri.

- Sua louca!- ele gritou, após abrir a janela

-Sou um pouco- respondi sem jeito

-És tu...- ele saiu do carro

-Posso entrar?- eu perguntei

Eu estava louca? Provavelmente!

Poderia morrer? Provavelmente!

Mas eu não tinha mais para onde ir.

-Sim, claro!- ele disse abrindo a porta do carro para mim e depois entrando também

Qual era a probabilidade de sair viva daquele carro? Talvez de 1%

Eu já não me importava com isso

Ele parecia ser bom, calmo, elegante e pacífico

-Para onde você quer ir?- ele perguntou

-Para onde você ia?- eu fiz outra pergunta

-Para a um hotel...Acabei de brigar com os meus pais- ele disse

-Não és o único...- respondi tristemente

-O hotel tem uma das melhores comidas no mundo- ele disse como se estivesse a sentir o cheiro

-Hum...Qual é o seu nome mesmo? haha- tentei não rir, mas não dava

-Ah sim...É Nico!- ele respondeu como se estivesse pensando

Apresentei-me e assim fomos para o hotel.

Eu não me divertia assim, desde os meus 4 anos.

Havia um spa por lá e uma piscina, que eu fiz toda a questão de evitar.

Esse foi o melhor momento da minha vida...Até se tornar o pior.

Deixa que eu vou contar...

O Nico e eu ficamos um mês naquele hotel.

Nós estávamos a namorar e tudo corria bem.

Sim, namorar...

Desesperada check! Ele insistiu!

Por algum motivo, ele queria poder me chamar de namorada.

Eu fazia tudo por ele...E isso inclui as noites que passávamos juntos.

Apesar dele ter 19 anos e eu 16, eu estava apaixonada por ele.

Ele foi o único que demonstrou algum afecto por mim.

Aquilo era ilegal e a qualquer momento ele podia ser preso, mas o perigo deixava tudo mais romântico.

Os meus pais não sabiam de nada...Eles nem se importavam com o facto de não estar a aparecer em casa.

A minha mãe nem acreditou quando contei que o meu pai a estava trair.

Ela também estava a concordar com a ideia de me internar, então o tempo que passei com o Nico só me fez perceber que eles não fazem diferença na minha vida.

Bom, voltando para o péssimo dia que Nico me fez passar...

Era de manhã, e eu tinha ido para o quarto do Nico.

Passei por lá para avisar que estava indo para o spa.

Ele disse que faria uma ligação rápida e que já iria descer.

Peguei a sua chave do quarto e guardei na minha bolsa, porque na noite passada ele havia esquecido.

E tivemos que esperar horas até nos entregarem a outra.

...Eu fui para o spa, fiquei por lá uns 20 minutos, mas deveria ter ficado 1 hora

Subi para o meu quarto para pegar o meu celular, mas não estava lá

Então fui para o quarto do Nico e abri a porta

-Está tudo a correr como planejado- ouvi ele dizer

Encostei a porta lentamente e tentei ouvir o que dizia

-Ela é mesmo burra- ouvi a voz de uma garota

-É tão nojento ter que beijar ela...- ouvi Nico dizer

-Ainda não é a hora certa para partir o coração dela- a garota disse

Aquela voz não era estranha...Eu já tinha ouvido.

-Eu já estou cansado!- Nico disse

-Se não fizer, eu conto para o papai como você se diverte com os seus amigos que leva para o quarto...Ele vai ter um treco se descobrir que você não gosta de meninas!- ouvi a garota dizer

-Você é uma fedelha Amanda!- Nico gritou

-AMANDA?- eu disse entrando no quarto

-Ah não!- Amanda disse quando me viu

-Você está por trás disso tudo?- eu perguntei, já sabendo a resposta

-Então? Não vai chorar, lamentar pela vida e dizer como o seu coração está partido?- Amanda perguntou

-Nico, como pudeste fazer isso?!!- gritei

-Desculpa, mas eras tu ou eu!!- ele disse

-E agora o papai vai saber mesmo!- Amanda disse olhando para o Nico

-Vai, diz para ele...Assim eu aproveito e conto como você tentou matar uma garota no mar, e a garota vai estar presente para contar- Nico disse

-O quê?!! Tu não serias capaz disso...- Amanda estava apavorada

-Queres apostar?!- Nico disse olhando para ela com raiva

-AAAAAHHHhhgg- Amanda gritou saindo do quarto

Olhei para o Nico, sem acreditar em como foi capaz de fazer isso comigo.

-Eu- eu queria pedir-- Nico tentou tocar em mim

-NÃO ME TOQUE!!- eu gritei

-Ela é que...Me perdoe por fa-- Nico dizia

-EU NUNCA VOU PERDOAR VOCÊ- eu disse saindo do quarto

Eu sai do hotel e voltei para casa, chorando como sempre

Me sentindo bosta como sempre...

Mas chegando em casa, as coisas só pioraram