Depois de ter chegado em casa, encontrei a minha "babysitter" no sofá me encarando.
-Onde está o meu pai, Pamella?- perguntei
-No quarto- ela respondeu
Assim que comecei a subir as escadas, a Pamella puxou o pé e eu acabei batendo com a cara no chão.
-Sua vaca!- eu gritei
-Tome cuidado quando for subir...- ela disse rindo
-Eu já estou farta! - eu disse tacando um soco no meio da cara dela
-Arrg me solte!!! SOCORRO!!!!- ela gritou, fingindo que eu estava batendo nela
-Pare com isso- eu disse olhando para ela
-SOCORRO?? ME AJUDEM!!- ela gritou apertando o seu próprio pescoço
-Estamos vivendo com uma louca, mas eu é que preciso de ser internada?- eu disse rindo dela
-O que está acontecendo??- o meu pai disse descendo as escadas
-Olha o que a sua filha fez comigo!- a louca da Pamella disse
-Epa pera aí! Eu não fiz nada!- eu disse revoltada
-O que você fez filha?!!!- ele gritou, pegando na Pamella
-Ela está louca!!- a Pamella disse chorando
-Louca és tu!!! Eu não fiz nada...Pai!- eu respondi
-VÁ IMEDIATAMENTE PARA O SEU QUARTO!!!- o meu pai gritou
-Mas eu não fi-- eu tentava dizer
-DESAPARECE!!!!- o meu disse, dando um tapa na minha cara
-EU TE ODEIO!!!- eu gritei para ele
Eu fiz o que ele mandou e fui para o quarto.
Peguei nas minhas roupas e comecei a arrumar elas.
Mandei mensagem para a minha mãe, dizendo que estava indo para lá, mas ela me ordenou para não sair de casa.
Não era normal ela responder as minhas mensagens.
Consegui perceber minutos depois...
Eu só entendi tudo quando ouvi sirenes da polícia.
Fui para a janela e vi carros da polícia e da ambulância na frente da minha casa.
Ouvi a porta por trás de mim abrir...
-A senhora terá que nos acompanhar...- três homens vestidos de branco entraram no quarto
-Eu não fiz nada com ela...Eu juro!- eu disse com medo
-Lamento, mas tenho que fazer isso...-eles colocaram uma camisola de força em mim
E assim começaram a me levar.
Enquanto eu passava por eles eu vi o meu pai, na porta de entrada...
-Pai eu juro que não fiz nada- eu disse, tentando me largar dos polícias
-Não acredito em você!- ele disse ordenando os para fazerem rápido
-A mamãe também sabe disso?- eu perguntei
-Foi ela que os chamou- o meu pai respondeu
-O quê?!! Não...- eu disse chorando
-Esperamos a tua volta para isso...Mas o que fizeste à Pamella...Só nos fez acreditar mais na tua loucura!- ele respondeu
-Vocês já tinham planejado?!! Eu odeio vocês!!- eu gritei
-Leva ela...- ele disse para os homens
O meu pai simplesmente acabou de partir os últimos pedaços que restavam do meu coração.
Isso tudo quer dizer que, mesmo se a Pamella não tivesse feito aquele show, eu teria sido levada...
Que bela maneira de demonstrar amor por uma filha.
Os polícias pegaram em mim pelos braços e ajudaram a levar-me até ao carro.
-Eu sou babysitter dela e enquanto trabalhava, ela começou a atacar-me...Veja como estou! E o patrão foi quem me salvou daquela louca!- Pamella se explicava para alguns jornalistas
As sirenes da polícia faziam muito barulho.
Chamaram à atenção de todos, todos estavam a ver aquele momento.
Eu me sentia humilhada!
Eles olhavam para mim, como se fosse uma criminosa...Ou mesmo uma louca
Toda a vizinhança olhava para a mim...
Até a minha mãe estava a olhar, ela estava em um carro olhando para mim.
Eu reconheceria aquele carro até de olhos fechados.
O carro estava distante...Ela nem sequer teve coragem de se aproximar para me ver.
Como mãe, ela poderia pelo menos me defender, ou até ficar comigo no carro.
Mas não fez nada disso...
Ela olhou por uns segundos, colocou os seus óculos, fechou a janela do carro e depois foi embora
-Ela é louca?- ouvi alguns vizinhos comentar
-Sempre teve um jeito estranho...- todos tinham algo para dizer
-Pobrezinha! Isso tudo é por causa dos pais...Já viu como eles tratam ela?- algumas senhoras estavam a comentar
Entrei para o carro da polícia e fiquei olhando para a janela.
Acenei para algumas vizinhas que pelo menos gostavam de mim
...Até não ver mais aquelas casas e até ficar distante da minha cidade.
Eles me levaram para um hospício.
Os meus pais me destruíram e depois me jogaram no lixo.
A minha vida já não tinha importância...
Eu estava sendo tratada como louca!
5 semanas depois
Aquele lugar era doentio...
Todos recebiam visitas, menos eu.
Afinal não havia ninguém naquela vizinhança, que realmente se importasse comigo.
Tal como dizem, quem fica no hospício se torna maluca de verdade.
Comigo isso não aconteceu.
Enquanto os outros falavam sozinhos, gritavam e choravam...Eu estava a pensar.
Eu já tinha arranjado um plano.
Eu não queria fugir, mas já tinha planejado algo...
Um dos dias na hora do lanche, roubei o fósforo da cozinha.
Passei pelos corredores e accionei o alarme do hospício
Enquanto os outros fugiam...Eu me tranquei no quarto!
Eu peguei no fósforo e botei fogo na cama...
Aquele hospício era distante da cidade...
-E quando os bombeiros chegarem, já será muito tarde!- eu sussurei
Aquele quarto queimou, sem atingir os outros...
A porta era de ferro, então não há probabilidades do fogo atravessar.
Eu não planejava matar mais ninguém.
Só a mim mesma...
E quando os bombeiros chegaram, tudo já estava em pó.
O que significa, que eu estava morta...
Era esse o meu plano.
"Morrer" e me vingar.
Todos aqueles que me tinham causado algum tipo de dor, estavam prestes a receber o melhor presente...
A vingança!