— Ora, ora, achei que fosse proibido fazer contratos com espíritos, o que será que eu deveria fazer sobre isso.
Eu olho para Haruka, ela olha para mim, apenas uma palavra sai de nossas bocas:
— Agora fudeu de vez.
Olhando pelo lado bom, eu cheguei até a garota com quem queria falar.
— Espírito? Onde tem um? — pergunto na maior cara de pau.
— Ele estava bem aqui, não tente mentir.
— Pense um pouco, se um espírito conseguiu entrar escondido na escola ele tem que ser muito forte, não vou querer brincar com o perigo, prefiro fingir que não vi… — disse isso e já vou saindo de fininho, mas…
— Nem pensem em fugir, mentiroso cara de pau.
Ela então me segura pelo ombro, facilmente me eleva do chão, ou seja, me levanta, com minhas pernas sem contato com o chão não tem como correr, de fato é uma merda ser fraco.
— Mentiroso-san, não se preocupe em fugir.
— Êh… Eu não sou um mentiroso, além disso, tenho um nome, Shin.
— Prazer Saika, então Mentiroso-san pode me explicar sobre esse espírito que está se escondendo atrás de você.
— Eu realmente não tenho muita percepção, não sei se já te contaram, mas sou bem fraco, então não tem como eu notar um espírito de alto nível.
— Mentiroso-san, quanto tempo pretende insistir nisso? — Quanto for necessário.
-- Não estou mentindo, na verdade, realmente me ofende quando você me chama de Mentiroso-san, minha mãe podia ser apenas uma prostituta, que aos olhos da sociedade é apenas um lixo, mas mesmo sofrendo tanto uma coisa ela me ensinou, nunca mentir, por isso prego a honestidade acima mesmo da minha vida.
-- Sério?
-- Olhe para meus olhos, acha que eu mancharia a honra da minha mãe morte, apenas para salvar minha pele, minha vida nunca teve sentido, sendo ela a unica coisa que importa, na verdade, nem me importo se quiser me matar agora.
Se estiver curioso, tudo que eu disse era mentira, não que importasse muito.
-- Mas tem um fantasma bem atrás de você.
-- Tem? Não consigo deixar de pensar, é realmente possível para um espírito entrar dentro das sagradas muralhas desta escola.
-- Em tese não, mas…
-- Mas? Por acaso não confia na capacidade dos professores, bem, não tenho direito de te dizer em quem devo confiar, mas para mim eles parecem incríveis.
-- Entendo.
-- Inclusive, eu nunca ousaria fazer um contrato com um espírito dentro da escola, prejudicando tão sagrada instituição.
Porra! Haruka, que tal parar de se esconder atrás de im com medo e sumir logo, porra! Inútil do caralho, velho, eu teria matado essa garota na hora, revivido, apenas para matar de novo, puta que pariu! Como ela pode ser tão burra!
-- Glup! -- Haruka parece sentir meu olhar assassino, então finalmente entra para dentro da minha lama, ficando completamente invisível.
-- Você acabou de…
— Mais importante que tudo isso, eu queria falar com você, podemos deixar seus contos sobre fantasma para depois. — disse empolgadamente me aproximando dela.
-- Calma.
-- A propósito qual seu nome, realmente preciso saber?
-- É Saika, mas calma.
-- Estou calmo, mas tem tempo livre? Eu queria…
-- Para!
Parece que alguém não gostava de muito contato físico, humm! Depois de pensar, decidi mudar de estratégia, indo pela abordagem tímida.
-- Desculpa, não queria te irritar, pode dizer o que quer, desculpa. -- disse me encolhendo pateticamente.
-- Êh…
Boa! Comemorei internamente, ela parecia não saber como lidar com meu novo eu, se sentindo culpado, era raro ver alguém que sentia empatia por alguém por aquelas bandas, mas já que ela era tão idiota porque não aproveitar…
-- Espera! Nada disso faz sentido, estamos falando de espírito, humm! Já sei, ei! Elfinha atrás dele, se mostre. — Saika disse e começou a liberar uma aura bastante assustadora, não esperava que ela fosse ser assim tão forte, me senti até sendo oprimido. — Vamos, se mostre, ou será que está com medo?
— Quem está com medo de que?
Idiota, idiota, idiota!! Haruka se materializa e se prepara para combate, ainda bem que não conseguia sentir nada, nem raiva, porque se não fosse isso, eu teria definitivamente perdido a calma.
— E agora Mentiroso-san, vai dizer que não consegue ver o espírito?
— Suspiro! Tá desisto, mas enfim eu realmente queria conversar sobre uma coisa com você.
— Nem pense em mudar de assunto. — Saika grita
— Por que você se importa? — pergunto calmamente.
— Ei! Vocês dois não se esqueçam de mim, eu me mostrei aqui porque você me chamou pro fight, agora vai arregar, garota demônio vou mostrar quão grandiosa e forte a bela eu sou.
— Cala a boca idiota. — Saika e eu dissemos ao mesmo tempo, então eu continuo. — Só estou nessa situação por culpa sua.
— Como assim ela definitivamente não estava acreditando em você.
— Mas quem foi pega para começo de conversa!
— Mas, mas… Sinf! Não seja má comigo.
Suspiro! Acho que já chega desse momento idiota, espero que tenha servido para criar pelo menos um pequeno nível de empatia com a outra parte, nunca tive muitos amigos, então vai ser difícil de saber, mas eu fiz o que dava, suspiro! Gritar e gesticular veementemente, dá muito trabalho.
— Saika, agora que descobriu, o que pretende fazer sobre isso?
— Nada, não dou a mínima. — Que sorte, conseguimos a melhor resposta possível.
— E sobre a luta e o desafio, você não tinha…
— Haruka, some. — disse friamente.
— Não, mas…
— Haruka. — Sou mais incisivo, aperto um pouco minha própria alma, Haruka também sente a dor, até um ponto que ela só obedece.
— Hummm! Como eu pensava… — Saika murmurou para si mesmo, mas não sei sobre o que ela está falando. — Agora, Mentiroso-san, você disse que queria falar sobre uma coisa comigo, me pergunto sobre o que seria, ou talvez você estivesse mentindo de novo, pois se esse for o caso. — Saika tenta fazer uma cara meio sádica, mas ela não parece conseguir muito, talvez um pouco forçada eu diria, na verdade ela era bem tímida, mesmo tentando esconder.
— Sim, sobre isso também estou curiosa, ele disse que queria você como seguidora, depois ele disse alguma coisa sobre time, além do mais acredita que esse cara quer ser o primeiro da escola.
— Primeiro da escola, seguidora, time? — Saika parece se perder em pensamentos, enquanto isso fico atento em um fantasma desnecessário, que deveria apenas sumir e saber fechar a matraca. — Espera! Você acha sou idiota por acaso?
— Como sua linha de pensamento chegou nessa pergunta? — perguntei meio sem interesse, meio que, sabia porque ela tinha feito a pergunta.
— Imagino que você queira ganhar o campeonato de simulação de combate no fim do ano, certo?
— Sim.
— Além do mais, pretende ser o líder desse time, mesmo sendo muito fraco, né?
— Sim.
— Além disso, quer me convidar, eu que seria aceita, em qualquer uma das melhores equipes da escola, para entrar nesse projeto furado e sem futuro.
— Sim.
-- Ainda por cima você é um mentiroso dissimulado, que usa coisas realmente sérias, como apenas uma pequena brincadeira, talvez se eu pelo menos conseguisse simpatizar com você, mas apenas te odeio, quer me convencer a entrar agindo dessa forma? -- Saika estava sendo bem honesta.
-- sim.
— E por que caralhos eu aceitaria, se não fosse por ser um idiota?!
— Ok, permite-me explicar minha linha de raciocínio, primeiro você é forte, segundo o incidente desta manhã, mostrou claramente que você não é alguém que costuma se esconder muito, pelo menos é o que pareceu, mesmo assim nunca ouvi sobre você, por que alguém forte e que não está se escondendo não seria conhecida por todos?
— Sei lá.
— Porque não teve chance de mostrar suas habilidades, mas pense se você ganhará o torneio, ou se for bem nele, sendo liderada por mim, alguém do primeiro ano e o mais fraco da escola, sem dúvidas você ficaria conhecida.
— … — Saika aparentar estar prestando atenção no que estou dizendo.
— Tudo que eu posso te oferecer é minha fama, no final das contas qualquer primeiranista que inventasse de formar uma equipe seria taxado como louco e arrogante, mas chamaria muita atenção, então imagina se for eu.
— Humm! A propósito não fico falando por aí, então a maioria não sabe, mas sou filha do rei demônio. — E lá se foi qualquer chance de ela precisar de mim para se promover, bem, nunca esperei que isso fosse dar certo, então tanto faz.
— Enfim, quer se tornar minha seguidora?
— Você ainda pergunta, realmente acha que sou idiota, né? -- Admito que achava um pouco.
-- Se a carapuça serviu.
-- Eu realmente não consigo te entender...