"Nem pensar!" Digo um pouco alto demais nesse ambiente que deveria ser silencioso, mas a ideia proposta pela Galateia me assustou um pouco.
{Explicação.} Pediu Galateia, flutuando acima de mim na sua esfera prateada dentro da minha biblioteca pessoal na Casa.
"Não querendo me intrometer, eu também concordo com ele." John também estava aqui comigo, esse lugar meio que se tornou a sala preferida dele desde que sua estadia começou, não posso o culpar, também gosto muito daqui.
Nos dois estamos sentados em cadeiras de madeira um em cada extremidade de uma mesa quadrada, acima dela, livros e mais livros em diferentes idiomas todos abertos, temos um em cada mão também, quanto ao lugar, tive que limpar um pouco para ele não se perder na minha bagunça, as estantes cheias de livros continuam nas paredes, mas o centro foi limpo deixando apenas uma mesa enorme e uma boa iluminação acima vindo dos lustres.
{Explicação.} Pediu Galateia mais uma vez.
Seu pedido foi analisar as armas que recuperamos da Intergangue para então usar essa tecnologia no seu novo corpo ou até mesmo na nossa nave.
"As armas de Apokolips não são simplesmente armas, elas de certa forma estão vivas, assim como você, mas diferente de você, elas corrompem qualquer coisa que tocam, e não me leve a mal Galateia, você é forte e inteligente, mas não tanto." Responde olhando para a esfera.
Nem mesmo a tecnologia do Brainiac chega perto do que os Novos Deuses tem, acho que só a tecnologia do Monitor é acima disso, não posso arriscar nenhum tipo de contaminação, e não vou mentir, qualquer tipo de tentativa que tive para saber como essas armas funcionam foi jogada no lixo, afinal, quase não tenho conhecimento sobre o assunto, mas analisar de fora é muito diferente de absorver essa tecnologia, não quero criar minha própria versão do Ultron.
Eu até poderia considerar essa ideia se as armas tivessem vindo de Nova Gênese, mas estamos falando aqui de Apokolips.
{Não vejo como simples armas possam ter consciência.} Galateia tenta mais uma vez.
"A A.R.G.U.S já tentou encorpar tecnologia de Apokolips, não era uma má ideia, usar algo tão assustador para o bem, mas assim que conectamos essas armas a qualquer outro equipamento, ela simplesmente roubava o controle e causava algum tipo de caos, até os superiores que são sempre idiotas, concordaram que não podiam tentar mais isso." Informou John.
{Entendido, não vou tentar qualquer tipo de análise mais profunda até ter certeza que estou pronta.} Garantiu ela.
Não é que eu não confie nela, mas mesmo assim, não vou deixar as armas próximas dela, todas já estão seguras dentro do cofre da Casa, cofre que só eu posso materializar, elas estão seguras.
"Mudando de assunto, para um assunto também não muito agradável, alguma novidade na investigação?" John pergunta.
Já faz duas semanas que ele contou o que aconteceu na A.R.G.U.S, duas semanas que ele está preso no meu Local de Poder junto da Doutora Victória, duas semanas que procuramos pistas junto da Liga, só que de uma forma muito mais proativa e separados, e duas semanas sem nada concreto.
"Nada ainda, estamos batendo em parede após parede investigando os transportes, mas talvez tenha uma nova pista, vamos saber ainda hoje." Comentei enquanto fechava o livro sobre transmutação jogando-o em cima da pilha dos outros livros em cima da mesa.
Quanto mais o tempo passa, mas a paciência se esgota e a ideia do Roy de invadir a sede da A.R.G.U.S parece mais atraente.
"E a Liga?" Ele perguntou em voz baixa, já expliquei como as coisas estão um pouco tensas entre nós e o porquê disso.
"Se eles descobriram algo, não se deram o trabalho de nos dizer, mas como não houve grandes movimentos, acho que eles estão na mesma." Comentei essa pequena mentira.
Informamos no mesmo dia o que John e a Victória sabiam para a Liga, e eles queriam escutar a mesma coisa pessoalmente dos dois, o que aconteceu, depois disso, fomos quase que ordenados a deixar essa questão com eles de uma forma educada, o que foi negado pelo Kaldur, ele deixou bem claro que estamos nisso, a Liga aceitou mesmo não querendo, eles também não ofereceram uma união de recursos para fazer uma parceria acontecer de verdade.
Quanto a minha mentira na frase agora, não tenho certeza se a Liga agiria mesmo se tivesse provas de que a Amanda fez ou está fazendo algo de errado, não nego que eles ainda são heróis e campeões da justiça, mas eles gostam de agir sempre com total certeza de algo, e essa não vai ser a primeira vez que eles lidaram com a Amanda, mesmo ganhando nesses encontros, eles nunca tomaram uma medida mais, agressiva sobre ela.
"Eu realmente me arrependo de não ter tentado roubar algumas informações antes de fugir, isso deixaria as coisas muito mais fáceis." Suspirou John.
"Se você tivesse feito isso, vocês dois estariam provavelmente mortos agora."
"Pode ser verdade."
"Como está a Doutora Victória?" Perguntei para mudar de assunto.
John está confortável na minha Casa, mas a Doutora é uma mulher da ciência e não do mundo místico, não tem muita coisa aqui para ela passar o tempo a não ser TV e internet fora alguns arquivos no banco de dados da Burgdorf sobre a biologia de algumas espécies alienígenas.
"Passando o tempo da melhor forma que pode, estudando e pesquisando com o que ela tem, vamos ficar bem Dio, considerando nossa fuga, isso aqui é como férias." Ele garantiu arrumando seus óculos.
Acredita que tivemos que lutar também para os dois ficarem na minha dimensão?
A Liga queria encontrar um lugar seguro para eles, como se existisse lugar mais seguro do que aqui.
"Eu estava pensando, que tal um volta pelo lado de fora? Posso colocar uma ilusão em vocês dois por algumas horas, e temos acesso ao mundo inteiro, então não deve ser um problema, só por algumas horas." Sugiro.
"Vai dar certo com as câmeras?" Ele perguntou confuso.
Magia e tecnologia normalmente não conversam entre si, uma ilusão normalmente engana apenas outros humanos e não os eletrônicos, mas estou sugerindo aqui algo mais como um holograma na forma de uma ilusão cobrindo eles.
"Sim, de uma olhada nisso." Falei enquanto puxava um livro da pilha na nossa frente usando telecinese e depois o enviando lentamente para John que o pegou no ar.
"Em que página?"
Usei telecinese mais uma vez para mover as páginas até o feitiço em questão.
"bip!"
"De uma olhando por um tempo, estou sendo chamado." Falei me levantando imediatamente da cadeira.
Meu comunicador está em modo silencioso, ou seja, não estou escutando as conversas dos Titãs, mas ainda continuo conectado, para falar comigo é só mandar um sinal, como aconteceu agora.
John nem ligou para isso, sua atenção agora está focada apenas nas folhas do livro velho que deve ter uns duzentos anos escrito numa linguagem já morta. Andei calmamente até a porta da biblioteca que abriu e fechou sozinha assim que atravessei, no corredor, toquei no meu comunicador sabendo que o som estava sendo completamente isolado e meu hospede não poderia escutar minha conversa.
"Dio aqui, o que aconteceu." Falei enquanto andava pelo corredor em direção as escadas.
{É o Dick, encontrei algo.} Ele está falando em voz baixa, mas ainda posso escutar claramente.
"Alguma pista finalmente deu certo?" Perguntei até mesmo um pouco surpreso, sei que disse algo diferente para o John, mas era uma mentira, não estávamos indo para lugar nenhum ao ponto de eu também não estar muito esperançoso.
{Sim, conseguimos finalmente rastrear um dos veículos usados para sequestrar uma das crianças, não era um veículo roubado ou oficial, era um fantasma, sem placa ou chassi.}
"Como você o encontrou então?" Perguntei surpreso.
{Não posso levar o crédito todo por isso, foi o Detetive Chimp, ele "conversou" com alguns pássaros e conseguiu rastrear o veículo, a van está estacionada em um prédio abandonado, mas para um prédio abandonado, ele realmente está muito cheio, muitos homens amados fazendo a segurança.}
Sim, falar com os animais é uma habilidade útil para um investigador, afinal, quem vai ligar de realizar algum crime sendo visto por um cachorro ou gato.
"Como vamos fazer então? Esperar todo mundo antes de entrar?" Perguntei descendo as escadas, minhas roupas antes casuais foram mudadas para minha armadura e capa feita de sombras, minhas armas também estão prontas presas nas minhas costas.
{Não, não temos tempo, eles estão se preparando para se mover, é agora ou nunca.}
Os Titãs estão meio que separados no momento, investigando ou patrulhando nossa cidade, deve demorar mais ou menos meia hora ou uma para reunir todo mundo, bem, faz sentido irmos juntos, não podemos perder nenhuma oportunidade, não é como se estivéssemos cheios das provas para seguir.
Estamos ficando desesperados, até mesmo cogitei a ideia insana de convocar os espíritos das crianças mortas para conseguir algumas respostas, mas isso é a minha última opção, realmente a última, algo que não faria a não ser se não tivesse nenhum tipo de esperança ou ficar meses procurando uma pista e não achar.
Aquelas crianças merecem a paz do pós-vida, não sou um necromante que invoca almas ao meu bel-prazer, sou um herói.
"Só me dizer onde, vou estar aí num segundo."
Normalmente, faria mais sentido deixar eles se moveram para o novo local para os seguir até sua nova base, mas se eles forem até uma base da A.R.G.U.S, vamos perde a chance de ter qualquer outra pista, então é melhor agir agora mesmo.
Desci as escadas e cheguei à entrada da Casa, a porta da saída já está aberta para mim, de lá, só preciso de um pensamento para abrir um portal.
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Sai de um portal bem em cima de um telhado na cidade de Detroit, uma das cidades mais violentas do mundo, faz sentido sequestradores de crianças estarem aqui, nessa cidade fantasma, como é conhecida, ela sofre com uma onda de crimes já faz anos, mas isso não é o importante, a muita pobreza aqui, e por conta da crise financeira muitos negócios faliram deixando para trás prédios abandonados que se tornaram o lar das gangues e desabrigados.
"Estou aqui!"
Sou pego de surpresa, não escutei nenhum batimento cardíaco perto de mim ou qualquer outro tipo de som, olho para minha esquerda e vejo o Dick, saindo da sombra próxima à porta que leva ao interior desse prédio revelando para mim seu novo traje.
"Rob…."
"É Asa Noturna agora!" Ele me fala com um pequeno sorriso.
Sim, como estou feliz por simplesmente ver esse momento de transição, na minha outra vida, Asa Noturna foi um dos meus heróis favoritos, um homem que é respeitado até mesmo pelos grandes nomes, como Superman, e aqui está ele, bem na minha frente.
Seu novo traje é preto e bem colado ao seu corpo, não havia muitos detalhes, mas dá para ver um pequeno volume ao redor da sua cintura, o cinto de utilidades muito mais compacto que o do Batman, a única decoração do traje é o belo pássaro-azul no centro do peito dele, as asas do pássaro estão esticadas para cima cobrindo os ombros e descendo pelos braços até as mãos como duas linhas azuis, ele escolheu não usar uma máscara como seu mentor, sua mascara atual cobrindo apenas os olhos também tinha a forma de um pássaro negro com dois olhos brancos deixando quase todo seu rosto amostra e seus cabelos lisos curtos pretos soltos, era um traje simples, mas muito bonito, que ficaria muito melhor se ele tivesse me deixado colocar algumas proteções misticas nele.
"Amortecedor de ruído no traje?" Perguntei ainda surpreso por não escutar nenhum batimento cardíaco ou respiração vindos dele.
"Você sabe como é difícil se aproximar de vocês que têm super-sentidos? Peguei essa ideia do traje do Batman, também adicionei amortecedores psíquicos na máscara, mas eles só são ativados em caso de um ataque, não me pergunte como isso funciona, peguei a tecnologia já existente para isso." Comentou o novo Asa Noturna enquanto ele andava lentamente até mim.
"Asas Noturna, gostei do novo nome, sou o primeiro que viu o novo traje?"
"Oh não, a Kori deu algumas ideias, quanto ao nome, foi o Super quem me deu, mas isso importa agora, temos trabalho para fazer." Ele falou olhando para o horizonte.
Virei meu corpo e vi que ele está certo, bem na nossa frente, uns quarenta metros à frente, está nosso alvo, um edifício de doze andares abandonado e caindo aos pedaços, não tem um ponto nele que não foi pichado, o telhado onde estamos também não é lá essas coisas, a muitas siringas vazias e lixo espalhado, mas pelo menos ele está vazio.
Abandonado não é bem a palavra, dá para ver o movimento daqui, carros estacionados na frente dele, vans pretas e caminhões de carga, a também luzes em alguns andares e em outros não e muita movimentação no chão, Asa Noturna está certo, eles estão se mudando.
"Essa não é uma gangue comum." Falei apontando para as armas que eles estão carregando.
Todos que posso ver andando caminhando próximos da entrada do edifício estão vestidos com roupas comuns de inverno, luvas, casacos grosso e gorros, roupas comuns nas cores e padrões de uma gangue, mas eles têm uma capacidade ofensiva anormal, rifles e metralhadoras, e todos eles estão usando bandoleiras, pode parecer um detalhe idiota de se perceber, mas nenhum membro de uma gangue comum se daria o trabalho de usar isso, só aqueles com algum nível de treinamento militar.
"Sim, eles com certeza têm treinamento militar, contei dez no chão, seis vigiando e quatro carregando os caminhões."
"Como vamos fazer isso?" Perguntei olhando para baixo.
"Não temos tempo para ser sutis, quero todo mundo capturado e também o equipamento nos caminhões, vamos atacar com tudo a entrada, destruindo os caminhões e depois subindo andar por andar." Asa Noturna tomou a decisão ficando do meu lado na beirada do telhado, só tem um pequeno muro nos separando da queda.
"Eu chamo atenção, é você pega os caminhões primeiro?" Perguntei.
"Pode ser, só deixa eu tomar a dianteira." Ele falou para mim enquanto subia em cima do muro e após abrir os braços, saltou.
Dick foi criado num circo, seus pais eram acrobatas, ele nasceu e foi criado nas alturas e mesmo depois de tantos anos, ele não esqueceu como é isso, ele parecia livre de verdade enquanto caia em queda livre em alta velocidade até chegar num cabo esticado na rua, ele agarrou esse cabo girando duas vezes para em seguida o soltar, se projetando para frente e caindo de forma elegante depois de rolar algumas vezes no chão bem de frente para a porta de entrada do edifício, foi um belo voo.
Não voei, apenas usei o movimento das sombras para surfar pela escuridão até surgir dentro do local onde eles estão carregando as caixas para dentro do baú de um caminhão a minha esquerda, meu aparecimento não foi sutil, tenho que chamar atenção aqui, por isso mesmo sai do chão com minha capa feita de pura fumaça cobrindo quase todo meu corpo enquanto deixava a escuridão vazar ao meu redor deixando o ambiente muito bem iluminado pelos refletores acima perder um pouco sua luz.
Minha primeira vítima foi um homem do meu lado que estava carregando uma caixa, antes mesmo dele a soltar, minha mão segurou sua boca, olhei para seus olhos e minha magia entrou em ação, só precisei de uma pequena palavra falada em voz baixa, soltei o homem que caio no chão inconsciente, isso é na minha visão, para os outros, eles devem ter pensado que matei esse homem apenas o tocando.
"É um maldito herói, atirem nele, seus idiotas!" Gritou outro homem mais afastado próximo da porta.
"BLAW!" "BLAW!""BLAW!""BLAW!""BLAW!""BLAW!""BLAW!""BLAW!"
Eles agiram como profissionais agora, sua mira era ótima e tive que recuar, me movendo em alta velocidade na direção do mais próximo batendo com meu escudo contra seu rosto com tanta força, que ele foi lançado na direção do caminhão atrás dele. Girei meu corpo protegendo-o das balas e esperei alguns segundos até os dois homens do lado esquerdo acabarem suas balas, quando eles tentaram recarregar, usei minha mão livre para disparar uma Rajada Eldritch que atingiu os dois em cheio.
Havia mais dois disparando na minha frente, foi nesse momento que o Asa Noturna pulou de cima do caminhão atrás de mim dando um mortal no ar e caindo atrás deles que não tiveram chance, ele chutou a perna de um a quebrando e depois acertou o outro com um soco no rosto o jogando contra o chão para em seguida finalizar aquele com a perna quebrada.
"E os carros?" Perguntei enquanto girava meu corpo e jogava o escudo que rodou como um frisbee atingindo no pescoço de um homem que saio da entrada.
"Já cuidei disso!"
"BLOM!" "BLOM!" "BLOM!" "BLOM!"
Quatro explosões pequenas, os motores dos veículos explodiram de dentro para fora, as portas voaram para o alto e caíram ao nosso redor enquanto o motor continuava em chamas.
"Também cuidei dos outros."
"Bem, então vou isolar o lugar." Falei virando meu corpo apontando minha palma aberta para a entrada.
"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}
Névoa cor piche disparou da minha palma voando na direção da entrada como um míssil formando uma linha de vinte metros que continuou voando em linha reta até chegar no portal de entrada, foi quando a névoa começou a se espalhar para todos os lados seguindo o muro que circula todo o edifício criando muros de verdade, agora de gelo medindo dez metros de altura, cerquei o lugar inteiro e fechei a única saída.
"Isso foi, sutil." Brincou Asa Noturna.
"Eu poderia fazer algo mais refinado, mas levaria tempo, e ocasionalmente a solução mais chamativa e bruta, também serve." Falei caminhando lado a lado com ele na direção da entrada.
"O que você escuta?" Perguntou ele antes de entrarmos.
"Os primeiros andares estão vazios, o que é bom para nós, eles já sabem que estamos aqui, dá para escutar eles descendo pelas escadas."
Asa Noturna levou suas duas mãos as colocando atrás dos seus ombros puxando algo de suas costas, dois bastões negros, armas que ele já está acostumado.
"Bem, vamos trabalhar!" A ponta dos dois bastões se iluminaram como lâmpadas com um brilho azul elétrico.
Para não ficar atrás, saquei minha espada e juntos subimos o edifício.
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Asa Noturna enfiou a ponta brilhante do seu bastão contra peito do homem vestido com roupas camufladas equipado com uma colete de uso militar o empurrando contra a parede totalmente congelado pela eletricidade correndo pelo seu corpo, com a mão livre, ele jogou o segundo bastão que voou atingindo um andar acima a cabeça de outro soldado que estava apontando uma metralhadora para baixo.
Corri subindo um andar para ver o soldado cair de costas no chão pelo lançamento dele, mas outro soldado saio pela mesmo porta armado com uma pistola, atingindo seu rosto com meu escudo e depois o puxo o jogando contra a parede para em seguida dispara uma Rajada Eldritch para dentro da porta que leva a esse andar.
Minha energia negra invadiu todo o interior do andar o tingindo de preto derrubando cinco outros soldados e explodindo a janela no fim da sala que parecia um escritório, com isso feito, e todos derrubados, me viro só para ver o Asa Noturna usando a parede para soltar até onde estou caindo na minha frente, ele pega sua arma no chão e se levanta.
"Parece que eles não precisam fingir quando estão aqui dentro." Comentei olhando para o soldado no chão desacordado, diferente daqueles do lado de fora, esses estão totalmente equipados para guerra.
"Não é uma surpresa, mas o número é um pouco maior do que o esperado."
Estamos no décimo andar, não encontramos muitos inimigos na nossa subida até chegar no oitavo, de lá para cá, encontramos vinte soldados no total, contando com os que colocamos para dormir na entrada.
"Isso é uma boa notícia, quer dizer que esse lugar é pelo menos um pouco importante para eles, deve ter alguma pista aqui ou em algum equipamento do lado de fora." Comentei enquanto caminhava para as escadas, ainda temos mais dois andares para cobrir.
Subimos lentamente até o decimo primeiro andar só para o encontrar vazio, a não ser pelos insetos e o morfo cobrindo as paredes, o que não é novidade nesse lugar caindo aos pedaços, então continuamos subindo até o decimo segundo onde havia atividade.
Não fomos atacados na entrada do décimo segundo andar, mas assim que abri a porta, senti o cheiro metálico no ar que me fez parar de respirar por instinto.
"Sangue, muito sangue." Avisei o Asa Noturna em voz baixa que entrou primeiro com suas duas armas prontas.
Esse andar também está quase que vazio, mas diferente dos outros, o local foi limpo e suas paredes pintadas de branco, a iluminação está funcionando, lâmpadas brancas iluminando o local que se parece a sala de um hospital. O local é amplo, sem divisórias, por isso ficou claro onde está vindo o cheiro do sangue, de uma piscina vermelha no centro da sala.
"Isso responde à pergunta de quem está por trás desse lugar." Falei com ele do meu lado olhando para piscina de sangue na nossa frente.
"Um templo abandonado, de acordo os documentos que temos dos hábitos da Igreja de Sangue, sempre que eles deixam uma base a última coisa que é "desmontada" é o altar de sangue."
Não é um altar, tá mais para uma piscina para mim, uma que foi cheia com o sangue dado de bom grado pela congregação que usou esse lugar como base e igreja.
"É responsabilidade do padre desmontar o altar." Lembrei em voz baixa usando meus sentidos ao mesmo tempo, a minha esquerda, consigo escutar um coração batendo rapidamente e uma respiração irregular, isso significa que alguém está com medo.
Asa Noturna percebeu meu olhar e sem virar seu corpo jogou o bastão eletrificado para sua esquerda num só movimento, o bastão voou até o fim da parede batendo quase que de lado nela mudando de posição em vez de cair no chão.
"Haaaaaaaaaaaaaaaa!"
O som do grito para em seguida algo cair no chão.
Andamos até à esquerda da sala e encontramos o padre, um homem careca branco que aparenta ter mais ou menos uns quarenta anos vestido com um longo robe vermelho sangue, do seu lado, o bastão que meu amigo jogou e foi recuperado por ele.
"Você acha que o Detetive Chimp se enganou de local? Que isso aqui não ter nada a ver com Amanda e os meninos?" Perguntou Asa Noturna olhando para o homem desacordado no chão.
"Infelizmente, acho que ele acertou dessa vez também." Comentei em voz baixa.
Se o Detetive acertou o lugar, isso quer dizer que Amanda Waller e a Igreja de Sangue estão trabalhando juntos, o que significa que nossos problemas só aumentaram.
"Não entendo como duas entidades tão diferente possam trabalhar juntas, a Amanda é bem baixa, mas trabalhar com um culto, é baixo até mesmo para ela."
"Eles têm algo em comum, os dois odeiam dos Titãs." Falei virando e indo na direção do altar de sangue.
"Não adianta tentar conseguir nenhuma informação dos homens que capturamos, eles são fanáticos, não vão dizer nada." Falou Asa Noturna me seguindo.
"Sim, temos que ir até os equipamentos e rezar para ter algo de útil lá."
{Galera, onde vocês estão?} A voz do Wally ecoou pelo meu ouvido, ele falou alto e animado demais para situação.
"Kid Flash, estamos no último andar do prédio, onde você está?" Perguntou Asa Noturna.
{Acabei de chegar junto da Starfire, vocês fizeram uma festa aqui e não chamaram ninguém, estou me sentindo deixado de fora.}
"Vai ter diversão para você mais tarde, agora corra até aqui em cima, temos que mover todos os prisioneiros para o andar de baixo e depois dar uma olhada nos caminhões." Ordenou Asa Noturna.
Talvez não vamos poder prender ninguém aqui, as armas com certeza são legais, se eles não tiverem um mandado de prisão pendente na justiça, chamar a polícia vai fazer que nos sejamos presos, já que os atacamos sem motivo, Galateia vai dar uma olhada em cada um, ela tem acesso ao sistema de polícia.
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Os outros Titãs chegaram não muito depois e começaram a ajudar, assim foi rápido arrumar toda essa bagunça, movemos todos os soldados para a entrada e depois fizemos uma verificação com a Galateia, demos sorte, essa equipe de segurança está sendo procurada, o que significa que ninguém aqui vai escapar da prisão.
Antes de avisarmos as autoridades, tínhamos que olhar os caminhões, não queríamos entrar numa briga pelo conteúdo deles com a polícia. Metade do que encontramos era nada de importante, equipamentos na maior parte, o bastante para montar uma base funcional em qualquer outro lugar, também encontramos computadores, mas Galateia garantiu que todos os HDs foram apagados de uma forma mais do que profissional.
Estávamos perdendo a esperança quando encontramos finalmente alguma coisa, mas não nos caminhões, e sim dentro da roupa do padre que derrubamos no último andar, um pequeno caderno codificado, normalmente, demoraria semanas para quebrar o código de algo assim, mas Galateia vive e respira esse mundo, ela só precisou de meia hora para quebrar o código que misturava lingas mortas da Terra com demoníacas.
O caderno tinha uma lista de tarefas, por assim dizer, não havia muitos detalhes, mas os registros iam até a data em que as crianças foram raptadas, foi o Asa Noturna quem percebeu que as datas no caderno correspondiam perfeitamente com as dos desaparecimentos.
Não era muito, mas agora temos provas sólidas e não suposições que eles estão envolvidos nessa bagunça.
O prêmio final foram as tarefas registradas um dia depois dos sequestros, haviam coordenadas escritas, o local onde as crianças foram deixadas, temos um alvo agora.
Ele pode estar vazio, faz sentindo estar vazio, eles devem ter limpado tudo, mas sempre fica algo para trás, algo que vamos usar para chegar a outro lugar e depois isso em outro lugar, no final, vamos ter o que queremos.