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Chapter 127 - Lambendo as Feridas.

"Galateia, não está morta!"

Contei essa verdade enquanto fazia um grande esforço para me levantar e sentar contra a parede no centro da cama deixando minhas pernas esticadas para frente, só essa pequena ação, causou uma dor imensa, mas estou muito melhor, e tudo isso no decorrer do relato do Dick, que está em pé na minha frente com um braço enfeixado e preso contra seu corpo e uma cara tomada de cansaço.

Talvez, pensando que eu estava me enganando em descrença, Dick, balançou a cabeça negando minha frase com uma cara de pena.

"Dio, confirmamos a explosão segundos depois da nossa nave roubada, foi bem fácil de a perceber, e se isso não a matou, os outros dois o fizeram."

"Você está pensando nela como um robô comum ou um humano, o corpo dela não passa de uma casca, é irrelevante, pode ser destruído várias e várias vezes, o importante é o núcleo, e eu tomei muito cuidado o projetando."

"O núcleo, também não estava ligado ao corpo?" Ele perguntou, ainda não acreditando.

"Sim, mas ele é feito do mesmo material puro da minha lâmina e armadura, fora também que ele é pequeno, algo que você não acha se não estiver procurando, então sim, acredito totalmente que a Galateia, ainda está viva."

Meu amigo ficou pensativo, e no final, acabou relaxando, como se algo imensamente pesado tivesse sido removido das suas costas.

Sim, agora entende, foi ele quem deu a ordem de recuar deixando um companheiro para trás, nem imagino que ele sentiu no momento e depois dele, é por isso e por outros muitos motivos que nunca invejei sua posição como líder dos Titãs.

"O mais importante. Como está a Kori?"

E mais uma vez, mais um peso é adicionado nos ombros do Dick.

"Ela está na sala ou lado inconsciente, a Ravena, está com ela, tentando dar um jeito no que quer seja que está na mente dela."

"Alguém descobriu o que aconteceu?" Isso, é mais importante ainda.

"Não, nós e os Ômega Man, pensamos igual, para todo mundo menos para seus pais, Kori, está apenas se recuperando."

Não temos tempo para pânico, e a princesa herdeira de um dos membros mais poderosos da aliança sendo controlada mentalmente e ferindo um aliado em sua revelação como espiã, com certeza, vai causar pânico, mesmo sabendo vagamente que ela é um caso especial, muitos vão começar a olhar por cima dos ombros procurando outro espião oculto num amigo ou aliado, depois disso, não demora para as coisas ficarem fora de controle.

É arriscado, pode sim haver outros espiões como esse na aliança, mas duvido que eles sejam de alta patente.

"Primus, está procurando outros, ele não pode sentir a manipulação antes dela ficar ativa, mas ele tem os registros de todos que foram capturados pelos Psions e conseguiram fugir ou foram encontramos feridos depois de uma batalha contra eles, estamos mirando numa zona bem ampla." Continuou Dick.

"Isso não vai demorar muito tempo?"

"Não, só estamos procurando na tripulação das naves, e depois da batalha, nosso número reduziu bastante."

"E os outros?"

"Ferimentos graves, mas não fatais, todos estão livre de perigo e vão estar de pé em pouco tempo, eles têm sorte, a médicos e bastante conhecimento de como tratar as feridas de suas espécies, diferente de nós." Brincou Dick.

"Isso não está ajudando?" Perguntei apontando para o material azul segurando seu braço e ombro.

"Só está estabilizando a ferida, nenhum médico tentou qualquer tratamento após me estabilizar, eles queriam fazer uma bateria de exames para ver como minha biológica funciona, mas não temos tempo para isso."

"Vou te dar uma poção assim que pode levantar meu braço." Brinquei também.

"Está tão ruim assim? Nunca vi você demorar tanto para se curar."

"Se fosse só uma ferida aberta eu já estaria em pé a muito tempo, o problema é a queimadura, sempre demora para curar, mas vou ficar bem."

Dick, não me viu depois da batalha contra o Ares, as feridas que ganhei naquilo tudo demoram bastante para curar, esse momento também foi o meu recorde de tempo em que fiquei deitado numa cama me curando, com a minhas habilidades regenerativas, poções e feitiços, é bastante raro isso acontecer.

"Como estamos no geral?" Perguntei em seguida, mudando de assunto.

"Está uma bagunça tão grande que ainda não contamos as perdas ou nos organizamos, fugimos usando o hiperespaço para ir o mais longe possível daquele matadouro naquele momento sem nem mesmo ter um destino, só agora o temos."

Nossa fuga não deve ter sido nada elegante, e com certeza, fugimos apenas por que preparamos algumas armadilhas no caso do pior acontecer, só que o pior que aconteceu, estava muito fora dos nossos planos.

"Vai acontecer uma reunião daqui a mais ou menos dez horas com os líderes da aliança, temos que planejar nossos próximos passos e para isso eles estão conseguindo informações do que aconteceu."

"Estamos voltando para Tamaran então?" Perguntei ainda tentando me mover lentamente para checar minha regeneração.

"Sim, parece que os Psions e seus aliados estão focando em outros alvos mais importantes, vamos estar a salvo lá."

A muitas coisas que se dá para fazer durante uma viagem no hiperespaço, e muitas coisas que não podemos fazer, uma delas é cuidar dos feridos nas naves avariadas e fazer uma contagem de danos totais, só depois disso vamos ter uma ideia melhor do que perdemos.

"Dick, você tem que dormir."

Ele está claramente cansado, muito cansado, e também ferido, sem tomar nenhuma droga, a dor deve ser grande.

"Não, ainda tenho que fazer muitas coisas e ficar com a Kori, fora também a reunião, você me conhece, ficar acordado dessa forma não é novidade."

Ensinado pelo Batman, que tem uma vida muito ativa tanto de noite quanto de dia, todos os dias, Dick, aprendeu a dormi pouco e ficar no seu máximo usando meditação e auto-hipnose, ele só precisa de três horas de sono para ficar totalmente operacional, como mesmo ele diz, e isso é incrível para um humano, mas não tão incrível quanto o Batman, que pode manter esse sono curto por tempo indeterminado com apenas duas horas por dia, Dick, só pode usar essa forma de sono por dois ou três dias seguidos antes de ficar esgotado.

"Ficar acordado numa vigilância é diferente de fazer isso ferido, e você não dormiu bem desde que atacamos Tamaran."

"Eu vou ficar bem, tenho alguns estimulantes."

Com muita, muita dificuldade, consegui me mover para o fim da cama, mas Dick, teve que me ajudar a sair dela e ficar em pé.

"Olha quem fala, você também não deveria se mover." Ele brincou me erguendo.

Com meu braço por cima do seu ombro e com meu corpo colado com o dele, move rápido minha mão tocando com dois dedos na sua testa.

"Só estou abrindo espaço para você!"

Dick, caio inconsciente como se seu cérebro e corpo tivessem sido completamente desconectados, ferido como estou, nem posso o erguer se ele cair no chão, mas estamos do lado da minha cama, e só precisou de um empurrão para o fazer cair de cara de lado em cima do meu colchão.

Ele está tão cansado, que só precisou de um feitiço simples de sono, tão simples, que ele quase não funciona em outros alvos, ele foi criado para dar um jeito na insônia do próprio feiticeiro, e não forçar um alvo a dormir, e mesmo assim, deu certo, só que não vai durar muito.

Consegui conjurar uma poção âmbar, e a enfiei na garganta do Dick, em pequenas doses para ele não engasgar, essa é uma poção que vai ajudar na sua regeneração e também recuperar sua resistência, mas ela tem um efeito colateral, quem a toma entra em sono profundo por, pelo menos, quinze horas, por isso não a uso durante as batalhas.

Com isso feito, me virei e comecei a andar na direção da porta andando como um velho de mil anos, devagar, muito devagar.

Por que não me curar usando meus feitiços ou poções?

Porque é mais simples deixar a curar acontecer normalmente já que estamos fora de perigo, minha mana também está bastante esgotada, e não quero no momento tomar fogo liquido ou pagar um preço em dor usando meus feitiços de voodoo, também estou com poucas poções, as usei ou tomei como balas desde que essa aventura começou, fora também as que dei para ajudar os feridos na cidade de Tamaran, claro, todas elas foram muito bem gastas.

Antes de sair pela porta, percebi que estou sem a parte de cima das minhas roupas, mas esse pensamento foi jogado fora, estou numa nave Tamaraneana, estar sem camisa não é nada, e também não tenho nenhuma vergonha do meu tronco não muito musculoso, focando na perfeição da velocidade em mobilidade em vez de ser um armário com músculos gigantes.

A porta se abriu sozinha e saí num corredor amplo e não muito movimentado. Havia alguns soldados e membros da equipe de manutenção voando ou andando indo para os dois lados, ninguém se importou muito comigo, mas recebi muitos olhares que reconheço sendo como respeito. Lento como estou, segui a parede a usando como apoio, por sorte, meu destino não está muito longe, o quarto ao lado, como Dick disse.

Dá para sentir a Ravena e a Kori, aqui dentro.

"toc!" "toc!"

Bate duas vezes na porta de metal, e a Ravena, respondeu em seguida.

"Entre!"

A porta se abriu sozinha revelando um quarto que é exatamente igual ao meu, onde na cama está deitada a Kori, como se fosse uma princesa da Disney, com as duas mãos sobre seu umbigo vestida com um novo traje de batalha e cabelos vermelhos soltos, do lado da cama está a Ravena, flutuando com as pernas cruzadas um metro acima da Kori, vestida com seu sobretudo roxo antigo.

O quarto pode ser exatamente igual ao meu, mais Ravena, deu seu toque pessoal colocando muitas velas acessas no chão e algumas flutuando no ar, são elas as responsáveis pela iluminação, já que as luzes do quarto estão desligadas.

"Como ela está?" Perguntei em voz baixa, dando dois passos para esquerda, eu não vou muito longe, só esse pequeno trajeto me deixou suando de dor, por isso encostei minhas costas na parede do lado da porta e deixei meu corpo escorregar até sentar no chão.

Sem se virar, Ravena, fez para mim um breve relatório.

"Sua mente está ferida de tanta dor, nunca senti tanto arrependimento em alguém."

"Então ela se lembra." Blackfire, deixou bem claro que no momento em que ela fosse ativada, todo seu controle e memórias do que ela fez seriam apagadas.

"Sim, enviar mensagens de forma secreta para o inimigo é uma traição, mas isso não é nada comparado a ferir um amigo próximo, alguém que ela vê como um irmão de sangue, sua mente entrou em conflito com a programação do subconsciente, e tudo virou um caos."

Um humano na situação dela também sofreria, mas seria pouco comparado a ela, afinal, o povo da Kori, é muito emocional e ligado às suas emoções.

"O quão ruim é?" Perguntei, temendo a resposta.

A mente é algo complicado, ela não é organizada como um computador, onde as pastas estão em partições e por aí vai, entrar na mente de alguém usando telepatia é algo quase único, e se você não sabe se locomover pelos caminhos, que são praticamente diferentes em cada pessoa, você acaba não conseguindo nada. Isso não é o importante, o importante, é que quando a mente é quebrada, mesmo se você for um telepata tão poderoso quanto o Caçador Marciano, consertar o problema é como colar vidro quebrado, mesmo se tudo for feito perfeitamente, ainda vai dar para ver onde os pedaços foram colados pelas rachaduras.

Sim, estou temendo o pior.

"Não foi tão grave, a mente não chegou a se quebrar, e o choque, até mesmo nos ajudou." Ravena, me tranquilizou.

"Como assim?"

"Se não fosse pelo choque, o problema não ficaria tão amostra como está agora, eu teria que passar horas e mais horas entrando cada vez mais fundo até o achar."

"Fico feliz que o buraco que ela fez no meu corpo serviu para algo." Ri disso, que fez meu peito doer ainda mais.

"Por favor, não faça piadas, preciso de concentração total."

"Você precisa do mesmo que o Dick, está fazendo agora, dormir por, pelo menos, oito horas."

A biologia da Ravena, é aumentada como a minha, mas não chega a tanto, o poder do seu sangue está na magia e não no físico, que por sua vez limita bastante seus poderes, criando assim um certo equilíbrio.

"Como você conseguiu colocá-lo para dormir, acertou a cabeça dele com algo pesado?"

"É por aí. Ravena, é sério, só vou deixas você mexer com a cabeça da nossa amiga quando estiver descansada."

Ela parou por alguns segundos e depois girou seu corpo no ar, ficando com as pernas cruzadas levitando bem na minha frente de olhos fechados.

"Não gosto de a ver assim, é pior ainda sentir o que ela senti, dor e mais dor, e não o tipo passageiro da dor física, a mente castiga muito mais o corpo que a carne."

"Mais um motivo para parar, aqui!" Joguei para ela mais uma poção, a mesma que dei para o Dick.

Sem mover um músculo, a poção ficou parada flutuando na frente do rosto dela.

"Isso vai me fazer dormir por horas."

"Um sono sem sonhos, como você gosta." Não precisou mais do que isso para a convencer, ela tomou a poção do lado da cama da Kori, se sentando com as costas contra a cama quase da mesma forma que eu.

"E você, vai fazer o quê?" Ela perguntou, já parecendo sonolenta.

"Dormir um pouco, e depois ir para reunião…" Nem acabei a frase, e ela caio no sono.

Antes de me juntar a ela, eu precisava ter outra conversa.

"Por que você não usou nosso trunfo? Você tinha acesso." Perguntei em voz baixa, falando não com quem estava na sala, e sim usando minha conexão com a espada.

{As ações da sua companheira pegaram até mesmo a mim de surpresa, é verdade que eu poderia libertar a besta, mas mesmo com acesso, não tenho o mesmo controle que você.} Respondeu meu meio-irmão divino, preso na sua forma de alma na minha espada.

"Sim, desculpe, só estou um pouco bravo."

{Não tem por que ficar, sua criação está viva, posso sentir isso pela sua ligação com ela.} Zagreu, me deu uma boa notícia, mesmo esperançoso com isso antes, não tinha certeza, agora tenho.

"Ótimo, agora tenho que descansar um pouco."

{Durma meu irmão, há mais batalhas a serem travadas a seguir.}

De forma incrível, mesmo com a dor que estou sentindo agora, caio no sono na mesma posição em que estou poucos segundos depois.

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Todos os líderes da aliança estão aqui pessoalmente presentes ou não, junto de um acompanhante fora eu, sentados numa mesa enorme redonda.

{Vamos começar.} Lykan, Rainha de Eufórix, está presente na forma de holograma sentada na sua cadeira confortável com sua filha Kalista, pessoalmente, em pé do lado dela com os braços cruzados parecendo bem cansada.

Como sempre, a Rainha está vestida ricamente com um belo vestido azul longo cheio de joias, nem parece que ela passou horas e mais horas ajudando seu povo e recuperando o que podia das naves condenadas assim que chegamos a Tamaran.

Com todo mundo muito bem-vestido, me sinto estranho usando só uma longa capa preta cobrindo minha armadura abaixo, na verdade, cobrindo o buraco no meu peitoral, mas ninguém tem tempo para prestar atenção nas vestimentas.

{Os relatórios finalmente estão chegando, e infelizmente, eles não são melhores do que nos presumimos.} O Senhor da Guerra de Okaaran, um monstro enorme de pelo azul e presas também está como holograma, assim como o seu guarda, parado do seu lado.

"Estamos vivos, isso é o que importa." Hoje, o Rei de Tamaran ficou no chão, cuidado de tudo enquanto a Rainha Luand'r, junto de Karras, único Comandante da Guarda Real ainda vivo, parado do seu lado fazendo sua proteção, a Rainha, ainda parece delicada e feminina no seu máximo, mas posso ver os sinais do cansaço nela.

Por último, mais não menos importante, aqui está o General Ph'yzzon, como holograma sentado na cadeira vestido com seu sobretudo e braceletes dourados com a Alisand'r, parada em pé do seu lado. Nossa nova amiga não parou quieta desde que voltamos para nave, sempre voando e ajudando no que pode.

Era para o líder dos Ômega Man, também estar aqui, mas ele ainda não se recuperou completamente e a Kalista, veio como sua representante assim como acompanhante de sua mãe.

"Vamos começar devagar, General Ph'yzzon, por favor, o relatório das nossas forças." Pediu a Rainha Luand'r.

O general não estava representando apenas as forças armadas de Tamaran, mas também todos os militares, eles o escolheram em conjunto como representante.

{Falando claramente e sem rodeios minha Rainha, perdemos trinta e cinco por cento do nosso contingente unido.}

Trinta e cinco por cento é igual a milhares de naves e milhares de pessoas mortas, é uma perda substancial.

{Isso é uma vitória.} Falou o Senhor da Guerra de Okaara.

{Como isso é uma vitória!?} Gritou a Rainha Lykan.

{Tenho que concordar com o Senhor da Guerra, Rainha Lykan, levando em consideração o tamanho da armadilha em que caímos, trinta e cinco por cento é um resultado simplesmente positivo.} O General, não estava errado, e a Rainha Lykan, também entendeu isso agora, mesmo assim, perdas são perdas, não importa o número, nunca é agradável.

{Continuei General.} Pediu a Rainha Lykan.

{Da força que conseguiu recuar, oito por cento das naves estão avariadas em vários graus, a viagem no hiperespaço só as deixou em pior forma, ainda estamos averiguando, mas até agora, só um ou dois por cento das naves avariadas vão poder ser postas para lutar de novo.}

E mais uma vez, não é tão ruim, considerando o problema em que caímos, claro que meu pensamento pode mudar quando eu descobrir o número de mortes total dessa batalha.

"Quanto tempo até termos essas naves de volta?" Perguntou a Rainha Luand'r.

{As nossas vão ser facilmente reparadas, o problema são as outras naves, mesmo com tecnologia similar, elas são bastante diferentes, os engenheiros estão conversando entre si e vou ter essa resposta daqui a algumas horas.}

{Já pedi suprimentos de Eufórix, eles não devem demorar.}

{Já eu, não pedi nenhum suprimento e não move nenhuma força, não sei se isso é certo, pelo menos não ainda.}

"Como assim, Senhor da Guerra?" Voltou a perguntar a Rainha Lykan.

{O inimigo está se movendo de forma brutal e eficiente, estrategicamente, ainda não sei se o melhor caminho para nós é ficar em Tamaran, ou partir para outro lugar, estamos muito próximos da zona de batalha.}

"E quais são os movimentos do nosso inimigo?" Perguntou a Rainha Luand'r, olhando agora para o Senhor da Guerra.

Movendo sua mão enorme, o Senhor da Guerra ativou outro holograma no centro da mesa mostrando o mapa da batalha, reconheci o sistema imediatamente, era Uxor, mostrando em detalhes com pontos vermelhos e verdes espalhados por todo lugar se movendo em alta velocidade, uma recriação dos momentos finais antes do recuar.

{O que aconteceu assim que escapamos da armadilha não foi nada inesperado, sem nos, os Psions e seus aliados focaram toda sua atenção na Cidadela e nos seus aliados, foi uma luta que durou bastante tempo, no final, a Princesa Komand'r e seus novos aliados não deixaram sobreviventes.}

O holograma passou mais rápido, algumas horas depois da batalha, a força da Blackfire, se reorganizou mais uma vez se dividindo em três grupos, cada um indo numa direção diferente pelos túneis do hiperespaço.

{Os três grupos atacaram os mundos na fronteira da Cidadela, aí que vem a parte interessante, sua conquista foi rápida e brutal, até onde sei, nove mundos já caíram!}

{Como isso é possível? Grande parte da frota deles foi destruída, isso é verdade, mas eles não estão sem defesas!}

{Isso é verdade, Rainha Lykan, eles atacam com força e velocidade eliminando toda defesa orbital de um planeta, e em seguida, atacam o solo com suas armas e depois avançam para o próximo planeta sem consolidar seu controle.}

"Eles estão usando armas biológicas para lidar com as defesas no chão firme?" Perguntou à mãe da Kori.

{Sim minha Rainha, mas não da forma que a senhora pensa, eles não estão deixando os planetas completamente inabitáveis, em vez disso, estão usando isso!}

O holograma mudou de novo, agora não era uma simples simulação do que aconteceu, e sim uma imagem de vídeo 3D cheia de detalhes de um mundo alienígena. Seu céu era laranja, e estamos bem em uma cidade futurista com altos edifícios prateados no meio de um mundo desértico. No próximo segundo, a imagem focou no ar, onde pequenos meteoros em chamas cortaram o ar em direção ao solo. Eram apenas cinco deles, e todos se chocaram contra a cidade causando destruição.

A destruição do choque foi nada comparado o que aconteceu a seguir, das crateras do impacto, seres humanoides saíram de capsulas prateadas, todos eles eram diferentes de certa forma, mas todos monstruosos, com pelo menos três metros de altura, eles atacaram tudo que havia na frente, construções caíram e qualquer ser vivo foi morto brutalmente só por estar próximo deles.

Essa são armas biológicas feitas para guerra e destruição, clones biologicamente alterados para se transformarem em armas superpoderosas, pela força demostrada e resistência, já que nenhum foi morto no decorrer da filmagem mesmo sendo acertados por muita coisa, ficou claro o quão poderosos eles são.

{Essas criaturas continuaram sua destruição por uma certa quantidade de tempo até morrerem, mas no final, o dano já está feito, poucos sobreviveram e qualquer estrutura que o planeta teve foi totalmente destruída, os deixando totalmente vulneráveis e conquistados.}

O ataque continua e se repete, assim eles vão avançando antes que a Cidadela consiga reorganizar uma defesa.

Os Psions ou a Blackfire, acabaram de criar a versão especial da Blitzkrieg Alemã.

"Clones com limite de tempo." Comentou a Rainha em choque.

{São maquinas de destruição que não podem ser controladas, o limite de tempo com certeza, foi colocado pelos seus criadores, se a Cidadela não arma um contra-ataque imediatamente, eles vão cair!} General Ph'yzzon, deu a má notícia para todos.

Sim, é uma má notícia, porque assim que o império da Cidadela cair, vai ser a vez do resto do Sistema Vega, ou seja, nós.

Todos sabem muito bem o quão ruim a situação está, por isso, o silencio se manteve por um minuto inteiro até que Kalista, que conseguiu se manter calada até esse momento, gritou com todos ainda de braços cruzados.

"Estamos na *******, todo mundo sabe disso, então vamos sair da *****!"

Não foi a frase mais eloquente dessa reunião, mas ela está certa, o problema é que todos os líderes aqui sabiam o que tinham que fazer para sair da ******, como a Kalista mesma falou, e ninguém gostou da ideia, coube a Mãe da Kori, dizer o que tinha que ser dito.

"Vamos fazer uma aliança com a Cidadela!"

Sim, o único plano para ter a vitória antes que o resto do Sistema Vega entre em guerra total é nos juntarmos à Cidadela e vencer essa batalha no seu território antes que eles sejam completamente destruídos e não sobre mais nenhum inimigo à sua altura no sistema inteiro.

{Estrategicamente falando, essa é a melhor opção, mas essa lógica me enoja!} Comentou o Senhor da Guerra.

{Aqueles brutos, homicidas e sádicos nunca vão aceitar uma aliança.} A Rainha Lykra, pode estar certa sobre isso também, não vai ser a primeira vez que alguém escolhe a destruição em vez de esquecer o orgulho e pedir ajuda aos outros.

"Eles vão!" Essa, foi a primeira vez que falei com eles desde que a reunião começou, e assim que chamei sua atenção, continuei minha explicação.

"Eles são tudo que a Rainha Lykra, falou e mais, só que eles também são controlados por uma AI, e ela deve pensar de forma mais racional, eles vão aceitar, não a escapatória para eles."

General Ph'yzzon, com uma cara de desgosto enorme, acenou para mim e falou em seguida.

{Nosso aliado está certo, não seria a primeira vez que a Cidadela formou alianças para escapar de uma situação perigosa ou para lucrar com isso, mas temos que ter cuidado, eles também podem usar essa chance para nos usar como escudos de carne, se tivermos que nos juntar que seja, mas vai ser nos nossos termos e sobre nosso comando!}

Isso complica um pouco as coisas, aceitar uma aliança e exigir uma aliança com o controle tão amplo são duas coisas muito diferentes, mas o General está certo, eles não tem escolha.

"Vou mandar mensagem para o Complexo-Complexo, com nossos termos de aliança redigidos pelo próprio Senhor da Guerra de Okaara, vamos conversar mais depois que a resposta chegar, até lá, continuamos o que estamos fazendo agora!"

E assim, a Rainha Luand'r, acabou a reunião.

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Andei calmamente pelos corredores próximo da parede para não atrasar ninguém, posso estar curado o bastante para me mover sem uma grande dor, mas ainda faltam algumas horas para a cura total, continuei assim por mais alguns metros até sentir alguém pegando meu braço e o envolvendo.

"Para onde vamos?" Perguntou Alisand'r, do meu lado com aquele sorriso enorme, mas era um falso sorriso.

A decisão que tomamos colocou um limão bastante acedo na boca de todo mundo, na verdade, foram mais limões do que apenas um, diferente de mim, eles estão lidando com o que a Cidadela fez a esse sistema a muitas gerações, então sim, é pior para eles do que é para mim, muito pior.

"Um local vazio e agradável seria pedir muito?" Pedi olhando ao meu redor, como sempre, havia bastante movimento no corredor, e como o Dick, ainda está usando minha cama e a Ravena, continua dormindo, preciso de outro lugar.

"Sei do lugar perfeito." Prometeu Alisand'r.

Ela segurou meu braço e me guiou pelo corredor entrando em algumas portas a minha esquerda até chegarmos num pequeno observatório vazio, era realmente pequeno, apenas alguns bancos de pedra de frente para janelas enormes, não sei se foi de proposito, mas Alisand'r, nos levou para uma vista de frente para o planeta Tamaran.

Sentamos num dos bancos lado a lado com a iluminação quase em total escuridão, toda luz estava vindo do planeta, suas luas e das estrelas.

"Estou odiando só pensar nisso." Ela falou em voz baixa.

"Desculpe, mas não há outra escolha."

"Você não precisa se desculpar, eu sei disso, mesmo assim, ainda me sinto suja e furiosa só de pensar nisso."

Nossa decisão, se der certo, vai gerar muita raiva em nossos próprios aliados, e essa raiva não vai ser demostrada de forma tão contida como a Alisand'r, está fazendo agora, pode haver problemas, mas eles são soldados, e vão obedecer no final.

"Já te contei por que entrei para o exército de Tamaran?"

"Não, achei fosse um alistamento obrigatório."

"O quê? Não! Não obrigamos nosso povo a fazer nada dessa forma, entrar no exército ou trabalhar para o governo é uma escolha pessoal, eu bem que poderia ficar vivendo no luxo com o dinheiro deixado pelos meus pais, pode não parecer, mais sou uma nobre!" Essa é a primeira vez que converso de forma tão relaxada com ela, e estou gostando disso.

"Então, por que você entrou no exército?" Perguntou com um sorriso no rosto, que sumiu na próxima frase.

"Pelos meus pais, eles estavam fazendo uma missão de ajuda, distribuir suprimentos e cuidar dos feridos num mundo não tão avançado que foi recentemente atacado pela Cidadela, só que eles voltaram, e o pior aconteceu, me juntei ao exército não muito tempo depois de receber a notícia."

Mais uma vez, apenas fiquei em silêncio, a deixando saber que estava do lado dela, só isso que posso fazer, afinal, estamos nos aliando a um demônio para derrotar outro.