Em vez de se moverem pelo gigante corredor da nave mãe da Cidadela, os Ômega Man, pegaram um caminho alternativo dentro das salas na esquerda e direita do corredor para cumprir sua parte na missão, deixando assim que o outro grupo, chama-se mais atenção para eles, só que mesmo assim, isso não quer dizer que eles não encontraram inimigos no caminho.
"Kalista, cuidado!" Gritou Primus, usando sua telecinese para erguer uma arma do chão e a usar como uma lança, a jogando contra a cabeça enorme de um membro da Cidadela que estava prestes a enfiar uma lâmina de energia nas costas da sua amiga, o fazendo cair para trás.
Kalista, não teve tempo nem mesmo de virar para ver o que estava acontecendo, no momento, ela está lutando contra dois outros guardas usando apenas uma lâmina de mana, os dois, graças ao seu físico poderoso e suas armas de energia, eram bem complicados de se lidar.
Um segundo depois, Felicity, correu com seu corpo abaixado numa velocidade felina passando suas garras afiadas na parte de trás do joelho dos dois, a dor e a surpresa os fez torce seu corpo para trás de forma involuntária, e Kalista, aproveitou para cortar o pescoço dos dois num só movimento da esquerda para direita na horizontal, o golpe foi perfeito, ela atingiu um ponto vital escondido um pouco acima onde fica a laringe humana, após lutar anos contra a Cidadela, todo mundo aprendeu alguns truques, e não houve sangue, a lamina de mana e tão quente quanto um raio.
Primus, o mais poderoso no momento no local, já que seu amigo está no hospitalizado e os outros do seu grupo não conseguiram chegar a tempo, crio uma bolha telecinética ao redor do seu corpo e depois a expandiu livrando apenas suas amigas do seu efeito, os outros foram empurrados até não terem mais espaço, presos contra a parede numa pequena sala de quatro paredes, Kalista e Felicity, trabalharam juntas para acabar com os inimigos presos, limpando finalmente a sala de alimentação.
"Esse deveria ser o caminho fácil!" Gritou Kalista, desconjurando sua lâmina de mana para depois se sentar em cima de uma mesa prateada que antes estava ocupada, agora, aqueles que estavam jantando estão deitados ao redor dela.
"Esse é o caminho fácil, até agora não encontramos nenhum deles usando armamento pesado, você sabe muito bem disso." Falou o líder dos Ômega Man, também tirando um tempo para recarregar suas energia, seu poder gasta muito dele, só que eles não tiveram nem mesmo um minuto, Primus, virou sua cabeça para esquerda, como se estivesse escutando algo.
"O que aconteceu?" Perguntou Felicity, acostumada com os sinais do seu líder.
"Gordanianos!"
"O que está acontecendo?" Perguntou Kalista, muito surpresa.
Gordanianos, são usados como peões descartáveis pela Cidadela, grandes senhores de escravos do Sistema Vega, mas peões e nada mais, ninguém da Cidadela, daria o direito deles andarem na sua nave mãe, algo que eles têm grande orgulho, a joia do seu império militar.
"Esquerda!" Avisou Primus.
A porta da parede esquerda se abriu, e dois humanoides répteis de pele verde e corpo curvado e forte vestidos com uma armadura amarela e armados com seus bastões, entraram pela porta prontos para batalha, mas antes mesmo deles terem a chance de levantarem suas armas para atacar, Kalista, se adiando e jogou neles sua lâmina de mana que criou uma explosão cheia de faíscas azuis ao atingir a armadura amarela de um deles, Primus, não podendo usar sua telepatia, sabendo muito bem que os Gordanianos, tem bloqueadores telepáticos nos seus capacetes, levitou uma das mesas redondas do local e a jogou no segundo o fazendo tombar para trás.
Antes dos dois se recuperarem, as duas mulheres do time já estavam próximas, elas desferiram ataques rápidos e precisos nos dois soldados que vieram ao chão em segundos. Se os Ômega Man já estão acostumados a lutar contra a Cidadela, eles tem duas vezes mais experiência lutando contra os Gordanianos, já que eles são os mais presentes no sistema Vega.
"Isso é ruim." Falou Kalista, chutando a cabeça de um dos soldados, tirando na brutalidade seu capacete.
Entendendo, Primus, usou sua telepatia, mas não encontrou muita coisa, ele é apenas um soldado raso, ordenado a proteger esse lugar e seguir os membros da Cidadela, simples assim.
"Não encontrei nada."
"Primus, Kalista, não adianta ficar pensando nisso, temos que ir, agora!" Lembrou Felicity, enfiando suas unhas no metal do chão abaixada, lentamente criando um círculo no metal largo o bastante para eles passarem.
Os dois se juntaram a sua amiga abrindo rapidamente o buraco no chão, por onde Primus, passou primeiro flutuando sobre a tampa circular de metal que eles cortaram, as outras duas vieram depois com ele ajudando no pouso as levitando, afinal, era uma queda de trinta metros até chegar finalmente no último andar do anel ao redor da esfera, um enorme depósito de armas e suprimentos, todos guardados em caixas prateadas de vários tamanhos, a maiores medindo dez de comprimento e cinco de largura, a maioria fora colocadas uma em cima da outra deixando um espaço no centro para locomoção, mas havia também muitas flutuando no ar, suspensas pela tecnologia antigravidade da nave.
"Finalmente aqui!" Felicity gritou de animação, só se passou uma hora desde o início dessa missão, mas pareciam dias lutando sem parar sala por sala até finalmente chegar aqui, a também o problema dos ferimentos causados pelo pouso inicial, mesmo não sendo graves, eles estão machucados desde o início da missão, e esse, nem é mesmo o caminho difícil.
"Não se sente ainda, temos muitas caixas para abrir." Riu Kalista, um pouco animada por finalmente chegar aqui também.
"Estou sem contato com a Galateia, e os outros, eles estão muito longe, não consigo avisar eles." Falou Primus, fechando o buraco acima deles usando sua telecinese para colocar a tanta de volta no lugar e depois a grudar, torcendo um pouco o metal.
Eles destruíram todos os sensores e meios de segurança no refeitório acima de forma organizada sem ficar muito aparente, a ideia é desaparecer, todo plano depende deles terem um pouco de tempo aqui sem serem detectados, mesmo se forem, ainda a uma chance deles conseguirem se tiverem sorte de encontrar o que estão procurando rapidamente, infelizmente, eles não conseguiram acesso ao banco de dados para saber o onde procurar, por isso, eles têm que ser rápidos, e com o aviso do seu líder, todos começaram a se mover abrindo caixas e mais caixas sem parar.
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Galateia, desceu com dificuldade pelas escadas com cuidado para não tocar nos canos próximos dela, elas são veias na forma de cabos que levam a energia para toda a nave mãe, não havia muito espaço aqui, manutenção de tais zonas são feitas por androides e robôs, afinal, os grossos cabos que levam a energia alimentando todo esse lugar imite também uma temperatura insuportável para grande parte dos seres vivos, fora também a falta de oxigênio ou de qualquer outro tipo de gás, o túnel tinha um sistema de vácuo, para assim evitar qualquer tipo dano aos cabos ou invasão.
O ambiente é nocivo para qualquer ser vivo, mas ela não é orgânica, a temperatura e a falta de oxigênio não a afetam, mas descer sem parar por uma escada na vertical até o centro de energia da nave-mãe com apenas um braço, está se mostrando uma tarefa desafiadora, seu atraso é de dois minutos e quarenta e cinco segundos, de acordo seus cálculos, mas também de acordo seus cálculos, ela já estava próxima do seu destino.
E assim, ela continuou descendo adaptando seu corpo para o ambiente, mudando sua estrutura para não chamar atenção das defesas, os sensores só veem como nada mais do que um dos androides que fazem a manutenção indo até o local de um defeito, esse é o segredo dela ter conseguido chegar tão longe sem acionar nenhuma outra medida, infelizmente, ela não pode voar por exatamente esse mesmo motivo.
Mais dois andares abaixo, Galateia, parou na frente de uma porta hexagonal de metal na parede do outro lado das escadas que ela usa para descer, para evitar cair, ela teve que esticar sua perna tocando o outro lado do túnel com cuidado para não tocar em nada, depois ela transformou seu punho e mão num pequeno canhão, disparando chamas azuis concentradas, derretendo o metal lentamente, sem o oxigênio para cortar um pouco os seus gastos, Galateia, está usando muito de suas reservas de energia para manter uma chama tão forte acessa num ambiente com vácuo.
Vinte minutos depois, sua mão voltou ao normal e ela bateu contra a porta a soltando do molde que ela cortou.
"Eu estou entrando, iniciando a próxima fase do plano!" Ela avisou para os outros, mas sem transmitir sua voz para fora do seu corpo, tudo foi feito internamente.
"TUMMMMMM!"
Com isso feito, Galateia, pulou pelo buraco que ela criou entrando numa zona ampla e vazia a não ser por uma esfera gigante brilhando num tom azul de luz bem no centro da sala, havia também dois cabos conectados no topo da esfera, o mesmo tipo de cabo que leva energia para a nave, só que mais grossos, muito mais, era um coração gigante.
A sala está iluminada pela própria luz do núcleo de energia, e esse lugar é como um cofre, construído com os mais fortes metais envolvendo o coração, apenas aquela pequena porta de metal poderia ser usada como ponto de entrada, uma defesa que não pode ser reforçada como o resto, porque o núcleo poderia em algum momento necessitar de manutenção.
A alguns metros de distância do objetivo final, ela deu seu primeiro passo, só para ter seu corpo atingido por algo vindo da sua esquerda, a jogando para o outro lado da sala.
Galateia, bateu contra a parede e virou seu corpo no mesmo momento, ficando de frente para o inimigo inesperado e não detectado, mas não era só um inimigo.
Dois robôs com corpos parecidos com caranguejos sem pernas estão flutuando dois metros acima do ar, bem de frente para ela, ao redor dos seus corpos, seis tentáculos de metal medindo três metros, na ponta de cada tentáculo, uma garra com três dedos.
Esses são os responsáveis por fazer a manutenção dos túneis e dos caminhos de energia, mas eles não deveriam ser tão grandes, mas não é uma surpresa completa, eles não tinham informações do que havia dentro do túnel, tudo que eles sabiam era apenas teoria das poucas informações coletadas ou longo dos anos, informações muito vagas, já que ninguém entrou e saio com vida de uma nave-mãe da Cidadela.
Isso não importa, agora, Galateia, tem que lutar para completar a sua parte final do plano, só que ela não pode arriscar atingir o núcleo sem analisar suas defesas, coisa que ela não teve tempo, então, vai ser um luta próxima e difícil, a boa notícia é que o núcleo é tão poderoso, que mesmo contido, ele emite ondas concentradas de energia que estão atrapalhando a comunicação, isso fora todo o metal ao seu redor, por isso mesmo, ela avisou os outros antes de entrar nessa sala protegida, isso também quer dizer que sua missão não foi comprometida.
O primeiro movimento foi deles, os tentáculos se esticaram retos com os dedos das garras abertos, foram quatro contando os dois robôs, isso não representou dificuldade para Galateia, com uma graça mecânica ela pulou pisando num dos tentáculos o usando para dar um segundo pulo e fazendo um giro cinco metros acima do chão, bem no alto, outros tentáculos tentaram atingir seu corpo, mas ela calculou isso também, e nessa posição, com eles abaixo e uma linha reta, ela alterou sua mão e disparou seu feixe de chamas azuis que afastou os tentáculos e atingiu o corpo dos dois robôs, o disparo também a impulsionou para trás, antes de bater no teto, ela girou seu corpo e usou o metal para pular mais uma vez, caindo dez metros de distância dos dois robôs que flutuaram do chão se levantando.
Ela calculou mal, eles não foram construídos para a manutenção do túnel, redes de energia ou para defesa do núcleo, eles foram construídos para manutenção do núcleo, suas redes de energia e para sua defesa, a uma grande diferença entre os dois, a maior delas, e o material do que eles foram feitos, o mesmo usado para construir esse cofre ao redor do núcleo, ela deduziu isso ao disparar com tudo contra os dois, essa luta não vai acabar rapidamente.
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{Eu estou entrando, iniciando a próxima fase do plano!}
Ninguém teve tempo ou tentou comemorar o aviso da Galateia, aviso que era uma boa notícia para todo mundo. Estamos mais um passo próximos da vitória, e mesmo se tivéssemos tempo, não falaríamos em voz alta, estamos sendo observados.
Segurei a parte de trás da cabeça do réptil Gordaniano de joelhos na minha frente e a bate contra a parede a minha esquerda, quebrando seu nariz e manchando o metal com sangue esverdeado, com ele inconsciente, soltei sua cabeça o deixei cair no chão desacordado, livre dele, olhei para esquerda e vi outro Gordaniano, esse tentando me atingir no ombro com seu pequeno cajado, sabendo muito bem que não devo ser atingido por isso de forma alguma, levanto meu escudo, mas antes de haver contato, Alisand'r, surgi do meu lado atingido a lateral do crânio dele com um golpe usando a parte de baixo da sua lança o desequilibrando tempo o bastante para eu atingir dois bons golpes na sua barriga e rosto usando o escudo.
"Estamos bem?" Perguntei para todos, ignorando o sangue de lagarto no meu escudo.
Todos confirmaram, estamos bem, e os nossos inimigos estão agora ao nosso redor no corredor, só que esse corredor é diferente, não é o anel ao redor da esfera, esse e o corredor que leva diretamente para centro da esfera, onde fica a sala de comando do capitão, onde deve estar Blackfire e o Comandante Supremo da Cidadela.
"Estamos muito distantes?" Perguntou Dick, ele está fingindo bem, mas tanto tempo correndo e lutando sem parar estão cobrando dele, e olhe que ele está no ápice da força humana nesse mundo, e os humanos são quase sobre-humanos comparados ao que temos na Terra da minha vida passada.
"Não, só temos que passar por mais duas portas." Respondeu Raven, olhando para a porta dupla de ferro medindo cerca de dez metros para todos os lados, ela parece bem robusta.
Diferente do Dick, Raven, não está escondendo seu estado atual, quase ofegante, agora encostada numa das paredes, um dos poucos lugares limpos, o resto está coberto de sangue ou foi atingido pelos disparos perdidos dos Gordanianos, ou da Cidadela.
Gordanianos, esses malditos, apareceram meia hora atrás, Starfire, foi pega de surpresa, sendo atingida na lateral do seu corpo. Por sorte, sua armadura nova a protegeu do pior, mas agora toda parte esquerda do seu corpo está negra como carvão. Também recebe alguns golpes assim com todo mundo, mas nada muito grave, todos estão quase no mesmo estado, nada mal levando em conta o que aconteceu até aqui.
Devemos ter lutado com cerca de duzentos inimigos até agora nesse avanço louco, e olhe que estou sendo bastante humilde com esse número, como dito, foi um avanço louco, entramos num lugar, éramos atacados, vencemos os atacantes e fechamos entrada atrás de nós para depois prosseguir e repetir tudo de novo. Isso foi uma bela simplificação, tivemos que lidar com armas avançadas nunca vistas, alguns robôs, armaduras mecanizadas e defesas automáticas. Resumindo, levando em conta tudo, estamos indo bem, muito bem.
"Finalmente!" Falou Alisand'r, bastante animada com isso, muito diferente da Starfire, que não está falando muito, afinal, está chegando o momento para ela enfrentar todo seu passado de frente, poucos teriam coragem de fazer isso.
Andei até a esquerda sala desviando dos inimigos no chão até chegar onde está minha espada, enfiada no ombro de um Gordaniano inconsciente no chão, puxei ela rápido, ele acordou com o susto e a dor, mas coloquei ele para dormir de novo com um bom chute no rosto.
"Eles devem ter montando a última defesa ali, vai ser difícil." Comentou Dick, checando o que ainda tinha no seu cinto com uma mão.
Com esse aviso, andei até o centro da porta, estende minha mão e deixei meus dedos intangíveis atravessarem o metal.
Para evitar invasões, todas as portas desse corredor não são controladas por sistemas eletrônicos, tudo é bastante manual, também não podemos as destruir. Eu já vi os starbolts da Starfire, derreter titânio na Terra, mas quando ela disparou contra essas portas, elas sequer esquentaram. Tivemos que usar uma forma mais, elegante para as abrir, por isso estou trabalhando mais uma vez como ladrão, faz muito tempo que não faço isso, desde Gotham.
"Tente sentir as engrenagens primeiro, depois os pinos e o cilindro." Lembrou Dick.
Eu fui um ladrão, mas não esse tipo de ladrão refinado que consegui abrir fechaduras e portas. Por sorte, o treinamento do Cavaleiro das Trevas, foi bastante amplo, e todas as portas, não importando o quão alienígenas elas são, funcionam praticamente da mesma forma.
"cac!"
O barulho era baixo, nenhum humano poderia escutar os pinos se movendo, ainda bem que tenho super audição, junte isso ao meu tato, e acabou se revelando que eu realmente tenho talento para o ofício de arrombador.
"Crack!" Retirei a minha mão de dentro, a porta está aberta.
"Dois minutos e trinta e cinco segundos, ótimo para um iniciante." Dick, me elogiou colocando a mão no meu ombro.
Da primeira vez, demorei quase dez minutos para conseguir, o que não era tão ruim assim, já que estávamos sendo atacados naquele momento por todos os lados e o Dick, estava literalmente gritando as instruções do outro lado da sala enquanto lutava contra cinco ao mesmo tempo.
"Todo mundo pronto?" Perguntei para todos atrás de mim, a porta está aberta, tudo que falta é empurrar.
Rapidamente, todos saem do meio de frente para a porta, indo para esquerda ou direita, quando eu começar a empurrar a porta, esses vão ser os lugares seguros, essa não é nossa primeira vez.
Empurrei a porta com as duas mãos, uma em cada lado, essa coisa era feita de metal solido, pesava uma tonelada e ninguém se deu o trabalho de colocar um pouco de óleo nela desde que foi posta aqui, mesmo assim, quando uma pequena fresta se abriu, dei um grande empurrão com toda minha força para logo em seguida usar minha super velocidade para sair da frente.
Como previsto, as rajadas de energia voaram de dentro da sala assim que ela se abriu com violência, mas ninguém estava próximo dela, todos estão se escondendo da intensidade do fogo inimigo nas paredes ao redor da porta aberta, assim como eu.
"Eles estão usando armas pesadas!" Tive que gritar avisando, o barulho dos disparos voando e atravessando essa sala atingindo a anterior era ensurdecedor.
Dei uma olhada rápida e vi quatro armas grandes parecidas com metralhadoras giratórias presas ao chão erguidas por suportes, quem estava disparando eram os Citadelianos, ao seu redor, mais deles portando armas de pequeno porte, a também Gordanianos, disparando com seus cajados pequenos abaixados ou em pé, a formação deles é solida, um do lado do outro de costas para última porta, não havia mais nada na sala.
"Raven, cuide das armas grandes!" Ordenou Dick.
Minha amiga, mesmo cansada, afundou facilmente no chão entrando na sua sombra que avançou na forma de uma pequena cobra serpenteando em alta velocidade até seu alvo, não vi o que ela fez, mas as metralhadoras giratórias pararam de disparar segundos depois, dá para saber, o barulho acabou, deixando só os outros disparos.
Fui o segundo a passar pela porta, só precisei de mais outro segundo para decidir meu alvo e me teleportar para lá, aparecendo no meio do maior grupos de Gordanianos. Antes deles conseguirem apontar suas armas para mim, move minha espada para todas a direções com golpes rápidos mirando as articulações e membros, eles são uma raça resistente com alto fator de cura, assim como os lagartos, então não me contive, arranquei braços e pernas derrubando seis num só segundo.
A terceira passar pela porta foi a Starfire, disparando seus feixes em rajadas curtas do alto numa potência maior do que o necessário, atingido principalmente os Citadelianos, os jogando contra a parede, os disparos causaram queimaduras graves, derretendo o metal das armaduras deles os fundindo com a carne queimada do seu corpo, não era um visão agradável.
Raven, surgiu de novo saindo próxima da sombra de outro grupo de Gordanianos, ela abriu seus braços conjurando o seu soul-self atrás dela, e com mais um movimento, fechou as asas do corvo ao redor deles desaparecendo em seguida. Minha amiga está puxando eles para sombras, e os colocando para dormir lá, é uma forma rápida e ótima para lidar com tantos.
Alisand'r e Dick, entraram logo em seguida, os dois disparando, ele usando seus batrangs e ela sua lança de energia, Alisand'r, não era tão precisa, já o Dick, atingiu todos seus alvos nos olhos para acabar com eles usando golpes rápidos dos seus bastões, Alisand'r, também começou um combate próximo usando pura selvageria com a lança acabando com o inimigo.
Enquanto isso, defende com meu escudo um dos bastões dos Gordanianos, enquanto enfiava minha espada num membro da Cidadela a minha esquerda perfurando sua coxa, mas ele ainda conseguiu atacar, e acabei recebendo um golpe da sua lâmina de energia que passou raspando na vertical por todo meu tronco tirando faíscas da minha armadura e cortando minha carne, antes do Gordaniano se juntar a festa, girei meu corpo deixando minha espada enfiada na coxa do outro para depois jogar meu escudo a queima-roupa no corpo do Gordaniano, o desequilibrando, aproveitei essa falta de atenção para disparar uma rajada Eldritch acertando seu peito, e depois fiz o mesmo com o ferido na coxa, tirando os dois da batalha.
Não tive tempo de pensar, algumas partes das paredes na minha esquerda e direita se abriram, desse espaço, armas automáticas estavam quase mirando em nos abaixo. Antes delas dispararem, Starfire, voou em linha reta bem no centro da sala do início até o fim disparando seus starbolts com os braços abertos explodindo as armas automáticas num só movimento. A explosão, jogou pedaços de metal em chamas sobre todo mundo.
Ergui meu escudo sobre minha cabeça e senti os pedaços das armas quicarem sobre ele enquanto conjurava minha espada só para a jogar na minha esquerda. A lâmina girou no ar atingindo as costas de um inimigo que estava quase atingindo Alisand'r, a salvando sem ela perceber.
Com as mãos livres, toquei meu machucado, esse foi o maior dano que levei desde que essa missão começou. Quase me arrepende por pegar leve e não conjurar meus esqueletos para darem ajuda, mas temos que nos conter um pouco antes da luta final.
O ferimento já se fechou e não está sangrando mais, então voltei para batalha usando meu escudo como arma, uma arma bem brutal.
Vinte minutos depois, estamos mais uma vez com dezenas de corpos ao nosso redor espalhados no chão.
"Está tudo bem?" Raven, perguntou apontando para o corte na minha armadura.
"Não se preocupe, essa coisa se regenera mais devagar do que eu." Brinco com ela.
Não estou mentindo, minha armadura se conserta sozinha, mas isso demora. Depois de toda aquela confusão com o Ares, ela demorou duas semanas para ficar inteira de novo.
"Starfire, o que tem do outro lado?" Dick, perguntou quando todos estávamos lado a lado de frente para a última porta, diferente das outras, essa não era apenas uma porta de metal sem nenhum detalhe, a porta de metal é roxa, com detalhes esculpidos em alto-relevo, imagens das batalhas e mundos conquistados, imagens de escravidão e dor, eu poderia ficar dias aqui, só observando cada detalhe dessa história sangrenta.
"Eles têm uma guarda especial, como a nossa, só que mais mortal, guerreiros criados desde bebês com o propósito de defender seu líder até a morte." Starfire, estava tensa, dá para ver isso, mas até agora, ela não cometeu nenhum erro por conta dos seus sentimentos.
"Como isso é diferente da Guarda Real de Tamaran?" Perguntei curioso.
"Nossa Guarda tem soldados, a da Cidadela, tem fanáticos alterados geneticamente para serem ainda mais mortais, eles sofreram centenas de alterações, eles não sentem dor, medo ou qualquer outro tipo de emoção, são como maquinas sem vida, até hoje, poucos conseguiram sair com vida após encontrar um deles em batalha."
"E o líder deles?" Perguntei.
"O maior guerreiro da sua raça." Foi tudo que Starfire, falou.
O maior guerreiro da Cidadela, foi o responsável por tudo que ela sofreu.
"Isso parece divertido, Kírix, abra a porta." Ordenou Dick.
Mais uma vez, enfiei minha mão dentro do mecanismo da porta no seu centro, depois movi meus dedos para sentir suas peças, já acostumado com o que vou encontrar, só que acabo sendo pego de surpresa e retirando minha mão de dentro.
"O que foi? O mecanismo é diferente?" Dick, perguntou.
"Não, pior, está aberta." Falei dando alguns passos para trás ficando do lado deles.
"Minha irmã preparou uma recepção digna para nós."
"A Princesa está certa, a Komand'r, deve ter preparado algo bastante desagradável para todos." Comentou Alisand'r.
"Isso já é esperado, só vamos agir como sempre, já estamos acostumados ao que vai acontecer agora." Dick, acenou para mim, era hora de abrir a última porta.
Mais uma vez, coloquei minhas mãos nas duas metades da porta esperando algo pesado, talvez duas ou três toneladas, mas acabei ganhando minha segunda surpresa hoje, a porta se abriu quase que sozinha, rápido demais, só que nem precisei recuar como sempre faço, não houve tiros.
Os outros também percebendo a falta de tiros, saíram de trás da parede e ficaram do meu lado, e depois calmamente, entramos na sala de comando da nave-mãe parando de frente do trono.
Sim, havia um trono em cima de uma plataforma de escadas medindo cinco metros de altura, as escadas eram largas, cinco ou seis metros dos dois lados, era mais uma pirâmide, e no lugar da ponta, um trono de pedra grande o bastante para conter um membro de sua raça com conforto, ao redor da pirâmide/trono, estações de trabalho com cadeiras e a parede norte mostrava uma visão completa do que estava do lado de fora, só que a batalha não era nada, os corpos ao nosso redor são o importante.
Havia corpos por todo lugar, soldados Citadelianos jogados no chão, aqueles que controlavam essa nave estão mortos nas suas cadeiras e os Guardas que estávamos prontos para enfrentar, seres maiores que o normal para sua raça, todos cobertos por uma armadura pesada branca, estão também mortos, mais de dez deles espalhados pelos degraus da pirâmide.
"Você está atrasada, irmã!"
Blackfire, estava no trono, mas não sentada nele, quem está sentado é um Citadeliano sangrando muito, o sangue está escorrendo pelo trono e chão descendo um pouco pelas escadas abaixo, uma cena inquietante, já que os cadáveres da Guarda não tinham ferimentos visíveis nos seus corpos.
Komand'r, se virou para nós mostrando suas mãos manchadas de sangue, dos dedos até quase os ombros, era uma bagunça, mas o que assustou de verdade, são seus olhos e sorriso, o sorriso de felicidade que parecia até mesmo de uma criança recebendo seu presente na manhã de natal, tal sorriso, não deveria existir numa situação como essa.
O maior guerreiro e sua guarda estão mortos.
De qualquer forma, isso nos acordou da nossa surpresa, mesmo assim, ainda não entendemos o que aconteceu aqui, mas sabemos que vai mudar todo o rumo dessa guerra.