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Chapter 104 - Piratas Espaciais.

Se passou uma semana, e a viagem espacial realmente começou ficar sem graça para mim. Não é culpa do ambiente, a vista de fora é realmente surreal de tão bonita, mas ficar olhando para ela sem fazer nada por dias, cansa qualquer um. Bem, é minha culpa ficar entediado dessa forma, passei tanto tempo correndo para lá e para cá colocando todos os assuntos em ordem, que acabei esquecendo de preparar algo para passar o tempo na viagem.

Estou tão acostumado a estalar os dedos e conjurar um livro ou aparelho direto da minha casa, que esqueci que a impossibilidade de fazer isso na velocidade que estamos nos movendo, tentei uma vez sem querer enquanto estava fazendo um café na nossa cozinha improvisada e pequena, o resultado foi a explosão do meu único micro-ondas, sim, sem pipoca para os filmes a partir de agora.

Então, gastei o tempo vendo TV, tentando melhorar meus feitiços sem explodir a nave e conversando com a Galateia, que me deu um curso para idiotas de como funciona viagens espaciais, e um pouco da organização do universo, de acordo ao banco de dados da Liga.

Normalmente, estou sempre um passo à frente nas missões por conta do meu conhecimento dos HQs, mas na minha vida passada, nunca foquei muito nas HQs dos Lanternas Verdes, e mesmo se tivesse feito isso, a maioria delas atualmente só foca mais na Terra, ou em OA, do que nos universos em si, então, mesmo com todo o conhecimento que tenho sobre esse universo, o universo em si é meu ponto em branco.

Para resumir, os Guardiões do Universo, uma das primeiras raças inteligentes desse universo, e com certeza, uma das mais poderosas, criaram seu próprio sistema para dividir o universo de forma organizada, criando assim os setores, o universo está dividido em 3.600 setores, cada um com sua própria quantidade de planetas habitados, alguns com milhares outros com apenas um ou dois, o universo foi dividido levando em conta seu tamanho, não seres vivos nele. Claro, que algumas outras civilizações têm ou usam seus próprios mapas estelares, mas os dos Guardiões, sendo o mais antigo, é a língua universal de todos, por assim dizer.

A Terra e o sistema solar, estão localizados no setor 2814, e ele é um belo setor, não muito cheio, mas com vinte quatro planetas habitados, como Athmoora, o planeta continua na sua era medieval, com direito a cavaleiros de armadura e tudo, ou é claro Ysmault, lar central do antigo Império das Lágrimas, um bom lugar para passar as férias, constituído por uma civilização magica de demônios, com a queda do império, todos que conseguiram ficar vivos no fim da guerra foram presos no planeta, e ninguém tem autorização para entrar nele, nem mesmo os Lanternas Verdes, claro, que quase ninguém sabe que esse império, foi criado depois de um grande erro dos Guardiões, que causou o massacre de um setor inteiro, essa parte eles deixaram de fora da sua lenda, só aproveitando sua vitória contra tal inimigo poderoso que estava ameaçando a galáxia, como sempre, a história é escrita pelos vencedores.

Como falei, não sou um conhecedor do assunto espaço, mas sei muito bem de todos os podres dos Guardiões, porque muitos desses erros voltaram para morder a bunda do universo.

Graças aos deuses, que não vamos chegar nem perto desses lugares, nosso destino é Ungara, um planeta tecnologicamente avançado lar ancestral dos Ungarans, a mesma raça do Abin Sur. Sua civilização é regida por um monarca, e eles está posicionado próximo da fronteira com outros dois setores, por isso, ele recebe um fluxo bem grande de turistas ou comerciantes, e também, é o lar de uma das sedes da organização dos Caçadores de Recompensa.

{Dio, desculpe interromper sua meditação, mas aconteceu algo.} Chamou Galateia.

Estou agora sentado flutuando no chão, na parte de trás do Javelin, aonde ficam as "camas", digo "camas", porque elas são no estilo militar, que podem ser desmontadas e montadas com facilidade, apenas ferro esticando um pedaço de pano camuflado no centro, é tão ruim dormir nisso, que prefiro não fazer, durmo nas poltronas na parte da frente da nave, mas aqui é um bom lugar para meditar e acalmar meus pensamentos.

Quem estou tentando enganar, meditação não funciona comigo, só faz tudo voltar de uma vez passando rapidamente pela minha mente.

"O que aconteceu?" Perguntei, me erguendo do chão flutuando até colocar meus pés no chão.

{Anomalia gravitacional mais a frente, vamos ter que sair do hiperespaço.} Respondeu ela.

"O que são essas anomalias?" Perguntei, passando pela cozinha, entrando finalmente na parte da frente, indo direto para a cadeira do capitão.

{Essas anomalias deixam nosso sistema de navegação confuso, normalmente isso não é uma grande preocupação viajando no espaço normal, mas no hiperespaço, podemos acabar totalmente perdidos ou acabar batendo de frente com um planeta.}

"Então, vamos fazer isso." Falei, já sentado na minha cadeira.

Quando olho para frente, vejo que o túnel de energia ao nosso redor desapareceu, e assim que isso acontece, meu corpo foi jogado para frente, nada muito busco, isso foi causado claramente devido à desaceleração da nave.

"Não quero ser chato, mas isso vai nos atrasar por quanto tempo?" Perguntei, olhando para nada não ser pelo brilho das estrelas numa distância ridícula ao nosso redor, saímos num lugar bastante vazio.

{Apenas algumas horas, vamos viajar na velocidade máxima esse tempo, assim saindo da zona de influência gravitacional, nos liberando para entrar no hiperespaço.}

"Bem, não é de todo mal."

Sem querer, acho que joguei uma praga em nós, porque um segundo depois, o espaço negro sem nada na minha frente tremeu e o túnel de energia característico o hiperespaço surgiu, e dele, uma nave maior que a nossa e mais larga, foi cuspida para fora antes do túnel ser fechado.

"Então Galateia, quais as chances disso tudo ser uma armadilha?" Perguntei em voz alta, olhando para nave alienígena que simplesmente apareceu perfeitamente na nossa frente no pior momento na posição perfeita para atacar.

{Cem por cento.}

A nave agiu rápido, disparado dois aparatos que se pareciam ventosas ligadas por um cabo prateado conectado a sua própria nave, essa duas ventosas acertaram a esquerda e direita do Javelin, antes mesmo de eu tentar me livrar movendo a nave, uma tentativa que não daria em nada, estávamos muito próximos.

{Eles estão tentando assumir o controle da nave!} Explicou Galateia, no momento que as luzes começaram a pistar.

Piratas nunca atacam de forma bruta se não quiserem perder seu prêmio, o que é muito fácil de se acontecer estando no espaço.

"Eles vão conseguir?" Perguntei me levantando da cadeira, sou mais útil do lado de fora do que preso aqui.

{Não completamente.} E assim, as luzes se apagaram de vez.

"Não parece ser isso." Comentei, indo até a janela da esquerda, as asas estavam apagadas, assim como o motor.

{Sua linguagem e sistemas são alienígenas demais, consegui impedir seu controle total, aonde temos energia nos escudos, gravidade artificial e nas capsulas criogênicas, devo acordar os outros?}

"Não, eles não seriam de muito ajuda."

Demora algumas horas após se acordar da capsula para poder ser útil, mesmo se eles forem despertados, não vão poder ajudar em nada na situação.

"E os piratas, o que eles têm?" Perguntei, agora olhando para nave pirata, que também parece ter perdido seus motores e energia.

{Eles estão na mesma situação que nós no momento.}

"Da forma bruta então, Galateia, só tenho que cortar os cabos, certo?" Perguntei fazendo minha roupa comum desaparecer, dando lugar para minha bela armadura e armas presas nas minhas costas.

{Incorreto, está desconexão bruta poderia causar danos as duas naves, melhor forma de se resolver isso, é fazendo a nave inimiga nos soltar voluntariamente.}

Como se isso fosse acontecer.

Eles agora devem estar mais confusos que nós, mas sabem que se cortarem a conexão, vão nós dar uma chance de escapar ou lutar contra eles.

"Galateia, fiquei no controle de tudo, se eu não voltar daqui a vinte minutos ou não conseguir entrar em contato, acorde todos."

{Dio, o que você vai fazer?} Perguntou ela.

"Vou pedir gentilmente para eles nos soltarem, é claro!"

Respirei fundo, e usei o movimento das sombras surgindo bem entre as duas naves no espaço. Gosto bastante da sensação do vazio me abraçando, é uma sensação bem única, vazia, mas também não completamente, e dessa forma, voo lentamente até a nave inimiga, que olhando de perto agora, dá a impressão de ser bem imponente, mesmo sendo mais larga e alta que o Javalin, que tem um formato mais de um jato, apenas uma fuselagem lisa prateada com duas belas asas.

Voei indo para esquerda da nave inimiga procurando, e com meus bons olhos, não demorei para encontrar minha entrada, me aproximei e fiquei poucos centímetros do metal, de perto, se pode ver as linhas ao redor dessa parte da nave formando o formato de uma porta, essa é a escotilha de saída, posicionada próxima dos propulsores da nave, que eram simplesmente enormes e estavam tão quentes, que até mesmo um semideus como eu pode sentir seu calor residual.

Os escudos de energia deles estão ligados, mas isso só funciona bem contra disparos de energia e impactos em alta velocidade, ele não foi projetado para resistir a telecinese, então usando força, consegui forçar a porta para cima, se estivéssemos num ambiente com atmosfera, o barulho dessa porta se abrindo deveria ser enlouquecedor, mas alguns segundos depois, a porta abriu o bastante para eu entrar numa sala feita de metal prateado sem nenhuma detalhe, apenas uma iluminação acima e outra porta na minha frente que dá para o interior da nave.

Fechei a porta que abri, e depois o sistema funcionou sozinho, bombeando independentemente do gás que esses aliens respiram para dentro, equilibrando assim atmosfera, se isso não funcionasse automaticamente, poderia também explodir a porta da frente, já que não estou respirando pelo simples fato de não saber ainda se a raça que estou indo encontrar agora respira oxigênio como eu. Outra grande mentira que muitas dos HQs escolhem contar, muitas raças no universo não respiram oxigênio, então é bom prevenir.

A duas luzes na porta da minha frente, uma vermelha que está acessa, e logo foi apagada, para uma verde se ligar, sabendo o que isso significa, conjurei um simples feitiço para checar o ambiente ao meu redor, conseguindo assim informações da temperatura, concentração de gases no ar entre outras coisas, esse é o feitiço perfeito que não pode faltar no repertório de um mago iniciante, que ainda não tem poder ou habilidade para criar sua própria atmosfera ao seu redor durante suas viagens para outras dimensões ou reinos.

Após respirar fundo puro oxigênio, andei até a porta, só para ver do outro lado do vidro sombras escondidas no fim do corredor que se separa para esquerda e direita, quem quer que seja, está me esperando com as costas coladas na parede, assim que a porta se abrir, vão disparar.

Abri a porta e percebi pelas suas sombras que eles se moveram rapidamente, mas antes deles apareceram na frente do corredor, saindo de trás das paredes laterais, me teleportei para a parede no centro bem de frente para as duas entradas na esquerda e direita, colocando então os dois atacantes agora de costas para mim.

Os dois homens pareciam humanos, pelo menos vistos de costas, carecas vestidos com armaduras cores bronze coladas ao corpo sem quase nenhum detalhe portanto duas armas do tamanho de rifles que eles usaram para disparar rajadas curtas de energia vermelha contra a sala vazia de porta aberta no fim do corredor, quando eles se olharam, depois de perceber que estavam atirando em ninguém, consegui ver que os dois também tinham uma cicatriz igual do lado das suas cabeças, só depois percebi que não eram cicatrizes, e sim sua pele que era torcida naturalmente dessa forma.

Antes deles conseguiram se virar, avancei rapidamente colocando minhas duas mãos, cada um num ombro de um deles.

"Υπνος!" {Durmam!}

"TUM!" "TUM!"

No mesmo segundo, os dois caíram no chão.

Isso é um bom sinal, quer dizer que essa raça não tem um físico aumentado maior que o meu, mas ainda preciso de mais informações sobre eles, por isso mesmo, me abaixo e levanto um dos homens que está dormindo, e vejo que fora a pele enrugada na sua cabeça, não havia muitos outros traços que os diferenciem dos humanos, mas os dois também estão usando um par de óculos que me lembra óculos de mergulho da mesma cor do seu traje, mas sem alça os prendendo atrás da cabeça, esses estavam quase que enfiados nos olhos deles, depois que o movi, com uma certa dificuldade, vi que seus olhos não têm pálpebras, nem íris ou qualquer outra coisa, eles são completamente negros.

Conjurei meu celular que deixei na minha nave, e liguei para Galateia, que atendeu quase imediatamente, sim, ela tem um número.

"Você pode identificar essa espécie para mim, por favor?" Perguntei para ela, apontando a câmara para o homem ainda dormindo.

 {Um Qwardianos, raça dominante do planeta Qwar, muito agressivos, vivem para guerra e conquista, até mesmo aqueles que não escolhem entrar para o exército, comumente entram para alguma tripulação pirata ou para o crime organizado, sua organização do crime, constituída de apenas Qwardianos, é uma das mais poderosas do universo, e de já se mostrou capaz de enfrentar até mesmo a Tropa dos Lanternas.}

"Que ótimo!" Falei me levantando.

{Cuidado Dio, a tecnologia dos Qwardianos, é muito mais avançada do que a da Terra, e seu povo passa a maior parte do seu tempo de vida batalhando.}

"Infelizmente Galateia, quase toda a civilização que vamos encontrar a parti de agora, provavelmente vai ser mais avançadaa que a Terra."

Do corredor a minha esquerda, escutei antes de os ver mais um grupo de atacantes, quatro deles dessa vez, e diferente do meu primeiro encontro, não me teleportei para as costas deles, em vez disso, os esperei aparecer após guardar meu celular e mudar a conexão para meu comunicador, eles logo chegaram na minha frente no fim do túnel, e como os dois que coloquei para dormi, esses quatro também não tinham cabelos, e estavam usando armaduras cores de bronze, mas em vez de armas, os quatro estão segurando algo que me lembrou raios de energia de trinta centímetros em suas mãos.

"O que é isso?" Falei em voz alta, um pouco surpreso.

Os quatro, pararam na minha frente no fim do corredor, e apontaram seus raios douradas para mim, e deles, rajadas de energia da mesma cor parecendo também raios, voaram na minha direção, eles eram mais rápidos que balas, mas eram mais lentos que raios de verdade, por isso consegui dar uma arrancada e desviar deles movendo meu corpo para esquerda quase que colado a parede, cheguei de lado dos quatro, desferindo golpes rápidos nos rostos e corpo deles.

Mais quatro homens no chão, não, três homens e uma mulher.

"Alguma ideia do que seja isso, Galateia?" Perguntei, após tirar meu celular de novo, mostrando para ela a arma de energia de trinta centímetros na forma congelada de um raio dourado no chão próxima do soldado desacordado, achei melhor não tocar nela.

{Armas Qwa-Bolts, armamento padrão dos Qwardianos, criadas para utilizar anti-energia, por favor Dio, não seja acertado por elas.} Respondeu Galateia.

"******* ******* *******!"

Mais piratas que me fizeram o favor de gritar dessa forma, num idioma que não faço ideia qual seja, chamando minha atenção para o fim do corredor, mais dois homens carecas, armados com rifles de energia que já vi serem usados a pouco. Antes deles levantarem suas armas, usei o meu teleporte aparecendo bem na sua frente, segurei a parte de baixo dos dois rifles um em cada mão, e os levantei para cima com força, acertando os narizes dos piratas, depois arranquei as armas das mãos deles e os soltei no chão atrás de mim.

Um dos soldados, mesmo caído de joelho com uma mão no nariz sangrando, teve força de vontade para pegar uma faca no seu cinto, assim que ela a puxou, a lâmina começou a brilhar em azul, uma lâmina de energia, se jogou na minha direção segurando a faca de forma amadora apunhalando, movi meu corpo para esquerda deixando seu braço passar por mim, e depois atingi seu cotovelo quebrando o braço como um graveto. Com o braço torcido de formar anormal, o soldado pareceu em pânico, mas antes dele começar a gritar de dor, acertei um soco rápido no rosto dele. O segundo soldado, não era tão resistente quanto o primeiro, e continuou de joelhos no chão segurando seu nariz sangrando, passei por ele atingindo a parte de trás do seu crânio, o colocando para dormir.

"Estou perdendo muito tempo." Falei para mim mesmo andando pelo corredor agora mais rápido, tenho que chegar na sala de comando.

Não faço a menor ideia onde estou, por isso só fui seguindo os corredores cada vez mais rápido, atropelando alguns tripulantes que ficaram no meu caminho como um caminhão, os jogando para frente ou para os lados os tirando da batalha antes mesmo deles conseguirem levantar suas armas, segundos depois, cheguei numa porta dupla, que a destruí com meu corpo a derrubando, só para me encontrar numa sala mais ampla, sendo recebido por vários disparos de energia de longe.

Acabei entrando talvez no refeitório, e os piratas foram inteligentes dessa vez, eles viraram a parte de cima das mesas de metal prata as colocando na horizontal, duas lado a lado e mais duas acima dessas, criando uma parede defensiva na sua frente, aonde eles se posicionaram atrás, abrindo fogo assim que apareci.

Com seu poder de fogo, essa tática daria certo em quase todos os seres com poderes aumentados, mas não naqueles com super sentidos, por isso consegui "escutar" essa armadilha, o que eles estão acertando agora não passa de uma ilusão, nada demais, ela evaporou no ar quando o terceiro disparo acertou minha cabeça falsa, e assim que eles pararam de disparar sem entender o que aconteceu, entrei na sala com a mão levantada apontada para as mesas, disparando um choque telecinético para frente que jogou as mesas com violência contra eles cinco metros à frente, para depois cair em cima de todos.

Então é assim, que um jedi se senti?

Pensei com um sorriso no rosto pisando na mesa sobre os piratas indo na direção da porta do outro lado, essas mesas são bastante pesadas, eles não vão conseguir sair de baixo delas sem ajuda.

Continuei minha invasão de forma rápida, passando pelos dormitórios, zona de carga, algo parecido com banheiros e até mesmo uma prisão que estava vazia, mas as manchas de sangue nas paredes me contaram que cena de terror aconteceu nesse lugar, claro, que isso não foi um passeio, encontrei pelo caminho muitos Qwardianos, de diferentes idades, e todos eles me atacaram gritando em seu idioma, não preciso saber nada da língua deles, para reconhecer palavrões quando são usados, e todos eles estão agora dormindo profundamente, alguns com alguns ossos quebrados, mas todos vivos.

Finalmente, após atravessar a nave inteira, que se parece duas vezes maior por dentro do que olhando por fora, cheguei nas grandes portas duplas que devem me levar para sala de comando.

Para minha surpresa, elas se abriram quando me aproximei, e seu interior era tudo que uma sala de comando numa nave estelar deve ser, ampla na forma de C deitado com os vidros mostrando a parte de fora na frente, e algumas mesas atrás, no centro da sala, uma cadeira de cor bronze, sem detalhes, mas que pode acomodar facilmente duas pessoas sentadas lado a lado, mas para minha surpresa, a sala está vazia, sem batimentos cardíacos ou sons de respiração, por isso, entrei com cuidado.

Foi só meu instinto que me salvou, ele me fez dar um passo para trás no momento certo, tirando meu corpo do alvo, nesse vi uma mulher Qwardiana, aparecer segurando uma das armas Qwa-Bolts, a usando como uma faca, e seu golpe passou raspando pela minha armadura na horizontal acima do meu umbigo.

O pequeno raio de energia cortou com uma facilidade assustadora, não cortou, derreteu minha armadura, deixando uma linha reta nela com os dois lados ainda um pouco vermelhos do calor. Quanto a minha atacante, ela se virou rápido após perder o ataque, usando sua posição para girar seu corpo e mirar agora no meu pescoço, ainda um pouco assustado com o que aconteceu, me teleportei aparecendo de frente para porta que entrei, com a cadeira do capitão atrás de mim, bem no centro da sala.

A mulher careca, olhou para mim e depois desapareceu, não foi magia, então é certeza, que seja tecnologia.

Isso é bem avançado e assustador, não só a escondeu da minha visão, como também abafou seus batimentos, respiração e até mesmo os sons dos seus passos, mas ela ainda existia, e isso quer dizer que ocupa espaço.

Levei minha palma aberta apontada para cima para frente dos meus lábios, e assoprei com força, como magica, poeira negra voou para fora da minha mão, se espalhando por toda a sala flutuando no ar, dessa forma, é possível agora perceber seu movendo, seu contorno ficou visível, entendendo isso também, ela pulou mais uma vez na minha direção.

Dei um passo para esquerda, e o Qwa-Bolts, cortou o trono em dois bem no meio ficando visível como um raio, saltando faíscas ao cortar o metal, sabendo onde ela estava, soquei o que seria seu rosto, mas não atingi nada, por isso recuei rápido, ganhando mais um corte na minha armadura acima do ombro, depois disso, ela rolou para esquerda, saindo do caminho.

"********,**********!" Escutei ela falando.

"Desculpe, ainda não consegui meu tradutor universal." Respondi, sabendo que ela pode me entender, também a seguindo com os olhos, ela está caminhando pela sala de forma lenta, quase não movendo areia, essa mulher, deve ser a líder, ela é a mais habilidosa que encontrei até agora.

"*********."

"Só quero que você libere o que fiz com minha nave, e nós dois seguimos nosso caminho."

A resposta dela foi um ataque na altura do meu rosto, consegui bloquear batendo meu pulso contra o dela, mas era uma finta, ela tentou chutar minha perna, só que mesmo sendo habilidosa, ela não tem força o bastante para quebrar minha perna, por isso acabou deixando uma abertura para mim, me aproveitei para agarrar seu pulso a jogando por cima do meu ombro.

"BLAWWW!"

Ela caio de costas, acho, em cima do seu trono destruído. Não sei se foi a queda ou a energia saindo da cadeira, mas algo aconteceu, e seu aparelho quebrou a deixando visível para mim, com um rosto torcido de dor, ela ainda tentou mover suas pernas para chutar meu braço segurando o seu, mas a puxei do chão a jogando contra a parede do outro lado da sala, e assim que ela bateu contra ela, já estava na sua frente, agarrei seu pescoço e a levantei do chão, rapidamente, ainda segurando sua Qwa-Bolts, ela tentou enfiar aquela maldita coisa no meu pescoço, mas já estou de saco cheio disso, então a parei usando telecinese, abrindo seus braços e juntando as pernas ainda a segurando pelo pescoço contra a parede.

"Senhora, por favor, sei que você pode me entender, solte minha nave, e nós vamos cada um para seu lado, sem mais problemas!" Avisei, não tão gentil dessa vez.

É difícil saber o que se passa na mente de uma pessoa com os olhos cobertos pelo óculos escuros, algo padrão em sua raça, pelo que pude perceber até aqui, mas ela aceitou, pude sentir isso, mas antes de a soltar, arranquei o Qwa-Bolt, da sua mão jogando no chão, então me afastei, esperando qualquer outro tipo de truque.

A Capitão Pirata, caio no chão e depois demorou alguns segundos para recuperar o folego, finalmente, ela caminhou até uma das messas e apertou algo nela, assim que ela fez isso, olhei para a janela, e vi as amarras prendendo o Javalin, sendo soltas, estamos livres.

Antes da Capitã, se virar, já estou atrás dela dizendo no seu ouvido.

"Υπνος!" {Durmam!}

A Capitã Pirata, cai no chão.

"Galateia, como estamos?" Perguntei usando meu comunicador.

{Totalmente operantes.} Respondeu ela.

Ótimo, agora que faço com essa bagunça?

É logico, que não posso ir embora os deixando sozinhos, sua nave também está operacional, e eles são piratas violentos, muitos vão sofrer. Então só posso fazer uma coisa.

"Isso é bom, agora preciso que você me ensine a deixar essa nave inoperante, sem explodir nada, também preciso enviar uma mensagem para as autoridades locais." Falei pegando seu celular mais uma vez.

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Faltando quatorze horas para chegarmos no planeta Ungara, acordei meus amigos como o planejado, afinal, eles precisavam de algumas horas para se recuperarem do sono, é um bom tempo para descansar e comer algo, mas acho que todos nós subestimamos os efeitos adversos da capsula.

Primeiro, veio o vomito, depois tontura, total fraqueza e falta de coordenação motora, mesmo acordados, eles ficaram deitados nas capsulas por duas horas, antes de conseguirem se levantar se movendo muito lentamente. Eles não conseguiram comer nas horas seguintes, parecendo mais zumbis do que pessoas, também houve falta de sono, fazendo eles enfrentarem tudo isso acordados. Seis horas depois, eles finalmente conseguiram comer, e finalmente houve sinais que eles estavam começando a se recuperar.

Levou no final dez horas para o Dick, oito para a Ravena e sete para Kori, ficarem cem por cento, ou quase isso, depois disso, Dick, Ravena e eu, nos juntamos nas cadeiras atrás das que ficam o piloto, todos sentados confortavelmente, menos a Kori, que está devorando uma quantidade ridícula de comida sozinha.

"Minha cabeça continua girando." Falou Dick, segurando um copo de plástico cheio de café com as duas mãos.

"Quer atrasar um pouco? Não faz mal chegar duas ou três horas mais tarde, não é como se estivéssemos correndo contra o tempo." Falei para ele.

"Não, não, ainda falta muito tempo, vou ficar bem." Garantiu Dick, levando seu copo até a boca.

"E você Ravena, tudo bem?" Perguntei olhando para minha amiga, agora vestida com seu traje, com capuz sobre a cabeça cobrindo seu rosto.

Minha pergunta, tinha mais do que apenas uma confirmação do seu estado físico, quis saber se o sono criogênico, teve algum efeito nela, não podemos lidar com uma Ravena, possuída pelo seu pai fora de controle numa pequena nave dessas.

Ravena, levantou a cabeça olhando para meus olhos, com um sorriso leve no seu rosto.

"Faz anos que não durmo tão bem." Garantiu ela, e sei que não houve mentira, fiquei feliz.

"Isso é verdade amiga Ravena, o sono foi incrível!" Gritou Kori, entrando nessa parte da nave com um balde grande cheio de pipoca.

"Kori, como você fez pipoca sem o micro-ondas?" Perguntei curioso.

"Com meus poderes." Respondeu ela, se jogando na cadeira vaga do lado da sua amiga.

"O que aconteceu com o micro-ondas?" Perguntou Dick, olhando para mim com uma bela imitação do olhar do seu mentor.

O que posso dizer? A verdade? Que fui eu?

"Bem, na verdade, fomos atacados por piratas alguns dias atrás." Menti, e coloquei a culpa nos piratas, com o qualquer pessoa normal faria.