Acordar foi como levar um chute nas bolas, mas essa foi a parte fácil, logo depois que sua consciência reiniciou, ele sentiu uma sensação de queimação indo da sua garganta até estomago, era como se ele tivesse bebido um vidro inteiro de molho de pimenta super picante num só gole, foi tão desconfortável, que ele até começou a lacrimejar, deixando sua vista mais borrada do que já estava.
"Oh, você finalmente acordou, se passou duas horas, bom tempo de recuperação considerando seu ferimento." Mal, escutou a voz do seu lado, e piscou várias vezes para limpar seus olhos e poder ver o quem falou.
Do lado da cama que ele está deitado, ele viu um homem aparentando ter quarenta anos de cabelos curtos, era um dos padrinhos do casamento, ele lembrou disso.
O casamento!?
Ele se lembrou da invasão, dos disparos, do irmão assustador da sua namorada simplesmente levantando voo junto da noiva um pouco antes disso, das explosões no mar antes da mãe da sua namorada, o arrastar eles para dentro da casa antes do helicóptero chegar.
"O menino da Diana, conseguiu curar seus ferimentos, mas ele disse para você pegar leve, pelo menos por mais algumas horas." Falou o padrinho.
"Vanessa…" Sua garganta estava seca e ferida, e sua voz saio muito errada.
O sorriso do padrinho se fechou, ficando mais sério.
"Sim, ela foi levada, mas não se preocupe, eles parecem já terem ido a resgatar, o grupo que foi atrás dela tem a força para invadir e dominar um país, ela vai ser salvar, e talvez eles até mesmo consigam pegar o cara que te machucou no meio de tudo isso."
A pessoa que o esfaqueou, ah não!
"Não, a mãe…." Tentou ele dizer.
"Sim, também vamos resgatar a sua futura sogra." Riu o padrinho.
"Não, não, foi ela, foi ela…"
"Cof, cof, cof!"
Ele conseguiu dizer tudo antes de começar a tossir sem parar.
Finalmente, o homem entendeu o que ele queria dizer, e xingou em voz alta para depois correr para a porta.
Ele ainda se lembra da cena, de alguém batendo na porta, não querendo invadir, e sim pedindo permissão para entrar, e assim que ele se virou, sentiu a dor perfurante no seu corpo, foi Júlia, que tinha o atacado, para o choque da sua filha no momento, logo depois disso, tudo ficou escuro.
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"Mãe, por favor, o que você está fazendo!?" Vanessa, perguntou gritando com lagrimas escorrendo pelo seu rosto para sua mãe, que finalmente entrou pela porta de ferro, a única nessa pequena sala sem ventilação.
"Oh minha criança, eu realmente sinto muito, eu não queria adiantar tanto as coisas assim, e não gosto nada de a ter deixado nessa situação por tanto tempo." Lamentou sua mãe, com lagrimas nos olhos, mas mesmo assim, ela não se moveu para a saltar.
Desde que ela foi sequestrada por aquela sombra, logo depois que sua mãe esfaqueou o Mal, ela perdeu a consciência por alguns segundos, até acordar aqui, nessa sala vazia cheia de poeira com os dois pulsos presos nos braços da cadeira de ferro, assim como seu tronco e pernas.
Claro que ela tentou escapar.
Mesmo não sendo tão boa quanto o Dio, ela teve um treinamento simples graças a ele, mas a cadeira estava presa ao chão e era bem resistente, as amarras são de metal, e ela também não conseguiu acionar seu medalhão ainda descansando no seu pescoço, e também nenhum dos pequenos truques que ela aprendeu com a Zatanna.
"Mãe, você atacou o Mal, você me sequestrou!" Gritou ela a dura verdade.
Júlia, se aproximou da sua filha e tentou fazer carinho no rosto dela, que o virou com medo.
"Lamento muito filha, mas era necessário para que tudo desse certo, eu não sabia que você estava namorando, por isso tive que improvisar." Falou Júlia, afastando sua mão do rosto da sua filha.
Isso acertou Vanessa com força, ela mandou várias e várias mensagens para sua mãe, um quase que todo dia com atualizações banais da sua vida e outros eventos que estavam acontecendo ao seu redor, menos é claro do seu irmão. Ela fez isso pensando que seria uma boa forma de manter sua mãe, que é muito ocupada, informada sobre sua vida, e agora ela vê que ela nem se deu o trabalho de ler as mensagens.
Se ela antes estava machucada, agora a ferida foi completamente aberta.
"Por que tudo isso, por favor, me solte!" Implorou a filha para sua mãe, não contendo mais suas lagrimas.
"Só mais um pouco, minha criança corajosa, e tudo vai acabar, você só tem que aguentar mais uma pouco, e depois, juntas vamos fazer uma descoberta que vai escrever nossos nomes na história para sempre, mãe e filha, com sempre deveria ser."
O brilho nos olhos e o sorriso no rosto da sua mãe assustaram ainda mais sua cela, e a fez finalmente aceitar algo que ela não queria.
Sua mãe sabia do ataque, e mesmo assim, ela permitiu acontecer sem dizer nada para ninguém, colocando a vida de até mesmo as crianças presentes no lugar, tudo para ter uma grande conquista, para ter seu nome lembrado.
Sua mãe era apenas uma psicopata sem sentimentos, como seu irmão e muitos outros tentaram explicar para ela de forma mais sutil.
Como ela foi burra.
"TRUM!"
A porta de metal se abriu mais uma vez, agora quem entrou foram dois homens vestidos de preto com toucas cobrindo seus rostos, coletes cheios de munição e explosivos deixando seus troncos bem largos, armados com rifles apontados para baixo.
Júlia, aproveitou a distração dela e avançou, segurando o queixo dela e enfiando um pano branco dentro da sua boca, bem no fundo, quase a sufocando.
"Não se preocupe filha, eles vão ficar aqui só até completar a ilusão." Falou ela depois em voz baixa no seu ouvido, só para ela escutar.
Os homens tomaram suas posições, um a esquerda, e outro na direita, bem atrás dela, e mesmo sem poder ver, ela sentiu as armas sendo apontadas para suas costas.
Mesmo assim, ela sentiu menos medo disso do que da sua mãe, que se afastou sem dizer mais nada, ela então saio do quarto fechando a porta logo depois.
Dio, onde você está?
Foi tudo que ela conseguiu pensar.
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Abandonado, mas não totalmente.
O antigo galpão usado para cargas marítimas era bem grande, mas tinha uma estrutura interna muito simples, contendo apenas espaço aberto, sendo apenas um pequeno escritório no final sendo uma sala separada.
Tenho certeza que é ali que eles estão segurando a Vanessa, e sua mãe.
O problema é chegar lá, porque mesmo o galpão sendo apenas um espaço amplo, ele estava todo cheio de caixas gigantes de madeira, empilhadas de forma nada organizada em posições nada ideias, e tudo virou então um grande labirinto, criado é claro pelos mercenários, que vão usar da melhor forma possível posicionados estrategicamente para dar o bote.
Claro que podemos simplesmente invadir como touros loucos, destruindo tudo na nossa frente indo apenas em linha reta, mas pode haver explosivos, e não sabíamos nada sobre as ordens desses mercenários sobre como vão tratar os reféns, mercenários são seres sem alma, eles não pensariam duas vezes antes de pôr uma bala na cabeça da minha irmã se esse fosse o contrato.
Nem mesmo podíamos entrar pelas laterais ou janelas, todas elas foram fechadas pelas caixas de madeira, poderíamos forçar, mas tudo vai acabar caindo em sequência como pinos de boliche, acionando qualquer outro tipo de armadilha, e os explosivos vão acabar levando tudo ao colapso.
Magia?
Também não funcionava, alguém criou proteções bem imponentes por todo o local, até mesmo a Zatanna, não podia abrir um portal e também vai ter seus feitiços muito reduzidos na dentro, toda a informação que conseguimos foi graças ao Robin, que conseguiu invadir a câmera única do local remotamente, que não dava quase nenhuma informação.
Resumindo toda a situação, não temos como evitar fazer isso da maneira difícil.
"Todos prontos?" A Mulher-Maravilha perguntou.
Sem dizer mais nada, andei até os portões duplos fechados de dez metros de altura que ficam na entrada do galpão.
{Cuidado, é provável que aja explosivos na porta, forma padrão de armadilha mercenária.} Robin, falou pelo comunicador, ele é quem vai nos guiar nesse lugar.
Mulher-Maravilha, ficou do meu lado, e assim que trocamos olhares por um segundo, levantamos nossos punhos juntos.
"BLOOMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMM!"
As portas estavam velhas e caíram facilmente, levantando uma nuvem de poeira ao acertar o chão, havia nenhuma armadilha do outro lado pelo que podemos ver.
A nuvem de poeira finalmente começou diminuir, revelando apenas um corredor estreito feito de caixotes empulhados até quase tocar o teto, mesmo com o tamanho do galpão, só tínhamos dois metros de espaço livre nesse corredor.
Com segurança, entramos lentamente com a Zatanna, vindo um pouco atrás de nós.
Após andar alguns metros à frente do corredor.
{Sejam bem-vindos!} Ecoou uma voz carregada sotaque pelo lugar.
"Só queremos os reféns, e não vamos sair sem eles." Sem vontade nenhuma de conversar com ele, falei apenas isso em voz alta.
{Podem vir pequenos, mas só se cumprirem as regras do nosso pequeno labirinto.}
"E se não seguirmos as regras?" Perguntou Diana.
{Então os dois homens vigiando as reféns vão atirar na cabeça delas.}
Sim, acho que vou matar esse cara.
"Diga logo quais são as regras." Pediu a Zatanna, sentindo meu humor com certeza.
{É bem simples, vocês só precisam andar pelo labirinto até seu final, quando chegarem no final, vão conseguir seu prêmio, intacto.}
"Só isso?" Zatanna, perguntou de novo.
{Sim, mas vocês têm que fazer isso sem ajuda exterior, se mais alguém invadir a partir de agora, vocês já sabem.}
Eles atiram na cabeça da minha irmã.
"Robin, você escutou isso?" Perguntei tocando no comunicador.
{Sim Kírix, vou pedir para a Raven, recuar.}
"Aceitamos suas regras!" Diana, não gostando nada disso tanto quanto eu gritou.
{Então vamos começar!}
"Tum!" "Tum!" "Tum!" "Tum!"
Música alta começou a ser transmitida ecoando por todo o lugar.
Uma clara tentativa de vetar nossa super audição, uma que deu muito certo.
"Acima!" Avisou Diana.
Entre os caixotes acima a nossa esquerda e direita, consegui ver os canos prateados das armas saindo entre os pequenos espaços antes delas dispararem.
"BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!"
As balas caíram como chuva sobre nós, de uma posição elevada, realmente ficou difícil as defender, Diana, inclinou seu corpo para trás para poder usar seus braceletes, ricocheteando as balas para as caixas ao nosso redor, enquanto eu, fui até a Zatanna, a puxando para baixo pelo seu braço colocando meu escudo sobre nossas cabeças.
Ela pode ser uma maga super poderosa, mas seus reflexos e velocidade de reação são humanos, lentos comparados as balas, esse é um dos pontos fracos dela, fora que ela também tem que falar frases longas para realizar magicas mais complexas, e as balas não esperam.
"mU opmaC ed açroF a avorp ed !salab" {Um Campo de Força a prova de balas!} Gritou por fim ela.
Do seu corpo como ponto de partida, uma camada de luz azul fraca se expandiu até cobrir todos nós numa bolha esférica. Abaixei o escudo, e vi as balas acertarem a parte de cima da bolha de energia azul fosca e não passando por ela.
"Temos que ir rápido, isso não vai durar muito com tanta interferência." Ela avisou.
"Então vamos!" Com Diana na frente, corremos pelo pequeno corredor fazendo a primeira curva no final dele, e o que está nos esperando lá era outra pequena surpresa.
Claro, passamos por essa surpresa até a outra, e mais outra, e mais outra.
Os pequenos truques não iriam nunca nos matar, nem mesmo nos ferir, somos um grupo poderoso e com habilidades variadas, poderíamos passar por qualquer armadilha sem danos.
O inimigo não sabe que não pode nos matar, e como tudo isso foi planejado, quer dizer que o objetivo aqui e nos atrasar.
Só que meus pensamentos não estavam claros naquele momento, minha família é minha maior fraqueza, e o sequestro da Vanessa, me deixou completamente cego para tudo ao meu redor a não ser a ideia de a trazer de volta para mim.
Se eu não estivesse nesse estado, teria facilmente percebido que isso era apenas a parte dois da armadilha, e que não éramos o alvo da pessoa que estava armando tudo isso, só estamos sendo enrolados, afastado do objetivo.
Por uma hora, segui por entre os caminhos, sempre indo em frente, se eu soube-se o que estava acontecendo na casa de praia, teria arriscado fazer tudo isso desmoronar resgatando a Vanessa, o mais rápido possível.
Cometemos um erro grave não fazendo isso, um erro que derramou muito sangue inocente.
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"Majestade, permita-me ajuda-la." Pediu o ancião, amigo da sua filha.
Hipólita odeia os homens, e não nunca mais vai confiar em um na sua vida. Da última vez que ela fez tal ação tola, seu corpo e mente quase foram destruídos completamente, ela teve sorte, muitas das suas irmãs não sobreviveram aquele dia, se tornando nada mais que cascas sem vida.
Mas ela sempre respeitou os anciões, mesmo sendo mais velha que todos eles. Então ela acenou para o senhor e se afastou.
O ancião nomeado Alan Scott, ficou na frente do que sobrou do altar do casamento da sua filha, e levantou seu anel brilhando em verde, do seu brilho verde, pequenas linhas da mesma cor saíram e voaram para o chão, removendo e montando o arco de flores que foi quase que completamente destruído pela batalha.
Esse foi o local que sua filha se casou, e ela não permitiria que tudo fosse destruído.
Segundos depois, o enorme arco de flores que existia se tornou apenas uma coroa de flores, as únicas vivas sobreviventes da explosão, o resto foi descartado e organizado do lado pelo anel.
Foi um trabalho delicado feito com grande habilidade e bastante rápido.
Ela pode odiar os homens, mas não nega que muitos deles tem habilidades fantásticas.
Assim, ela levantou a cabeça para agradecer o ancião, só para ver a figura negra que não estava lá um segundo atrás bem atrás dele.
Alan, nem mesmo percebeu o perigo que se encontrava agora, e apenas ficou sorrindo para ela, sem perceber ainda a mudança da sua expressão também, foi aí que o homem imenso de dois metros de altura moveu seu braço, o balançando.
A parte de trás da sua palma acertou a lateral do rosto do Alan.
"BLAW!"
"BLOMMMM!" "TRUMMMMMM!"
Alan, foi jogando para esquerda como se fosse um pedaço de lixo, atravessando toda a praia, acertando o muro da parede da casa e depois a própria casa, deixando um pequeno rastro de destruição para trás.
E assim, tirando obstáculo da frente dele, o homem fico completamente visível para ela agora.
Sua armadura é impressionante, e muito diferente das gregas antigas, bem mais robusta, cobrindo cada pequeno canto do seu corpo, preta como a noite, com linhas prateadas passando por ela, havia espinhos apontados para trás saindo dos seus cotovelos, seus ombros eram mais largos que o resto da armadura e seu elmo cobria todo seu rosto, deixando apenas um "T" na frente dele para seus olhos e boca, mas uma sombra escura estava os cobrindo, só os olhos vermelhos brilhantes podem ser visto, em cima do elmo, chifres saindo das laterais e uma gálea vermelha vertical bem no topo dele, e nas suas costas, uma longa capa também preta.
"Ares!" Falou ela em voz baixa, reconhecendo seu inimigo de longa data, o mais terrível deles.
Ares, o Deus da Guerra, não falou, em vez disso, ele jogou algo que estava segurando na outra mão, que quicou uma vez na areia e rolou até ficar aos pés dela.
Cabeças, duas delas, uma com longos cabelos loiros cobrindo totalmente sua face, e a outra sendo uma mulher negra de cabelos curtos.
"Seu monstro!" Rugiu ela.
As duas faziam parte da guarda de honra da Rainha, elas estavam observando de longe, prontas para proteger sua rainha caso algo acontece-se.
Hipólita as conhecia a mais de dois séculos, ela as treinou quando eram apenas crianças, e aqui estão as suas cabeças.
Ares, nunca foi um homem de muitas palavras, ele deixava sempre a brutalidade falar por ele, e após mil anos isso não mudou. A mensagem foi bem clara também, ele veio para matar, não só ela, mas também todo seu povo.
Totalmente mergulhada em sua raiva agora, que a pouco tomou o lugar da dor e repulsa, a Rainha segurou seu bastão de ouro longo e o enfiou como uma lança, mirando bem no centro do peito de Ares.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMM!"
A força antiga dos deuses foi usada depois de mais de cem anos, iluminando o corpo do deus na sua frente o cobrindo com uma forte luz azul saindo por todos os lados na forma de pequenos raios acertando areia abaixo.
A luz começou a diminuir então, revelando Ares, ainda parado na sua frente segurando a águia no topo do bastão de ouro com usa mão, sem nenhum aranhão a sua armadura.
{Patético!} Rosnou Ares, puxando então o cetro na sua direção, e assim que Hipólita chegou próxima dele, o deus da guerra acertou um soco no seu rosto a jogando para sua esquerda.
"BLOMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMM!"
O corpo dela se arrastou pelo chão criando um pequeno canal, só parando ao chegar próxima da água do mar.
{Um ataque guiado pela fúria cega, patético!} Voltou a rosnar o deus atrás dela.
Hipólica, se levantou do chão e limpou o sangue escorrendo do seu lábio, arrumando também seu cabelo o tirando da frente do seu rosto.
{Tal ataque sem sentido deveria ter vindo da sua filha, não da Rainha de Todas as Amazonas!} Ares gritou dessa vez, liberando uma onda de poder negro do seu corpo que a fez dar alguns passos para trás.
A noite iluminada pelas luzes vindas da casa atrás deles ainda estava lá, mas de alguma forma, tudo parecia mais escuro na presença do poder do Deus da Guerra.
"Como?" Perguntou ela por fim.
{Essa é a questão, não é?} Riu ele sem dar uma resposta.
"FOGO!"
"BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!"
Do alto na parte de trás da casa, os soldados da A.R.G.U.S sobre o comando da Etta, vestidos com suas armaduras portando armas de energia, tomaram uma posição uma do lado do outro e abriram fogo contra o deus abaixo, sem saber com quem estão lidando.
Os pequenos feixes de energia acertaram as costas dele, explodindo em faíscas vermelhas ao se chocar contra sua armadura.
Logo em seguida, um jato prateado, também da A.R.G.U.S, que estava presente no local para garantir a segurança, surgiu passando por cima da casa para logo colocar a parte da frente dele apontada para baixo, das suas asas, quatro misseis foram disparados.
"BLOWWWWWWWW!" "BLOWWWWWWWW!" "BLOWWWWWWWW!" "BLOWWWWWWWW!"
Quatro explosões rápidas, quatro acertos diretos bem no meio da praia, abrindo então uma pequena cratera que agora tem sua vista obstruída pela fumaça e fogo.
Foi um ataque perfeito, montando para acontecer logo que a Rainha, saísse da linha de fogo, tudo isso planejado pela Etta, em poucos segundos depois que Alan Scott, levou aquele golpe.
"Corram seus tolos!" Gritou Hipólita, sabendo muito bem que as armas mortais nunca iriam conseguir deter Ares, afinal, ele foi quem as criou.
Ares, não deu essa chance para eles, ele girou seu corpo apontando sua mão aberta esticada ainda sobre fogo para seus atiradores.
"Abaixem!" Gritou Etta.
Alguns foram rápidos o bastante igual Etta, mas a maioria não, e assim que ela deu o aviso, uma torrente de fogo foi disparada da mão de Ares, esse jato de chamas negras parecia mais uma laser, acertando bem no meio do muro onde estão os atiradores.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
As chamas explodiram como uma bomba, se alastrando para todos os lados cobrindo mais de um quilômetro de extensão, tudo isso em apenas um segundo.
"TOC!" "TOC!"
Dessa pequena muralha de fogo, vários pequenos objetos caíram na praia, ossos brancos das pessoas mortas.
O piloto do jato prateado da A.R.G.U.S, ficou claramente assustado com essa demonstração de poder, e em seu pânico, puxou seu jato para trás, agora atirando com as duas metralhadoras laterais contra Ares, que não se moveu.
O Deus da Guerra, criou na sua mão uma pequena e simples adaga, e assim que o jato se moveu para esquerda, ele a jogou com um simples movimento de braço.
Foi perfeito.
O tipo de golpe que as pessoas colocam em livros de instruções.
A adaga voou como uma bala, atravessando precisamente a janela em que o piloto estava a mais de quarenta metros de distância.
O jato não ficou no ar muito tempo, um segundo depois disso acontecer, ele continuou indo para a esquerda, perdendo altitude até que finalmente caio no mar.
"BLUMMMMMMMMMM!"
Ares, se virou mais uma vez para Hipólita, intocado.
Lentamente, ele deu seus passos na direção da Rainha, que ainda não tinha desistido.
"Você não vai conseguir nada de mim!" Gritou Hipólita, levando sua mão aberta, de trás do deus, o cajado na areia ganhou vida e voou até ela.
{Não vou? Tem certeza disso?} Perguntou ele bem-humorado, não se importando com a arma na mão dela, ainda andando lentamente.
"A ilha Paraíso está fechada para você, assim como o que está abaixo dela!" Ela tomou sua posição, segurando o cetro longo com as duas mãos de lado do seu corpo, apontando a águia no topo dele para o peito do Ares.
{Eu já sei aonde sua preciosa ilha está, e quando eu chegar lá, você vai saber por que me chamam de a matança personificada!}
Essas palavras assustaram a Rainha, a localização da sua ilha estava protegida por um poderoso feitiço criado pelos próprios deuses, como Ares, foi expulso do Olimpo, ele não deveria ter acesso a essa informação, ele também não está mentindo, Ares não mente, não em assuntos como esse.
E assim, ele ficou bem na frente do cetro da rainha, com a águia tocando seu peitoral negro, da mesma forma que aconteceu a pouco, sem medo, apenas com a certeza da vitória, era isso que ele era.
Foi antes de resolver agir que Hipólita, viu algo na sua esquerda, uma mulher loira que abriu sua boca para gritar.
Ela viu o talento dessa sua irmã durante o ataque a cerimônia, e fez a coisa inteligente a partir disso, deu um passo para trás acertando a parte de baixo do cetro na areia, usando-o para impulsionar um mortal para trás, se afastando da linha de fogo.
"SSCREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!"
O grito envolveu todo o corpo do Ares, se transformando num túnel de luz azul com uma força assustadora criando um caminho pelas areias acertando o mar atrás dele o cortando. Para evitar ser jogado para longe, o Deus da Guerra, inclinou seu corpo para frente e afundou seus pés na areia bem de frente para mulher loira, gritando com a boca aberta para ele sem parar.
"SSCREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!"
O canto do canário já dura dez segundos, Ares não se moveu nenhum centímetro, assim como a Canário Negro, se esforçando o máximo para acabar com com ele.
"BLAWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWW!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Cansado disso, o Deus, bateu palmas dentro desse túnel de poder azul, causando uma explosão de som dentro do canhão de som, fazendo com que a Canário, perdesse o controle de sua habilidade, e o som que estava sendo focado num só ponto, explodiu para todo lado acertando a Canário primeiro, a jogando para trás.
A sensação que ela sentiu ao ser acertada por essa explosão de som, foi a mesma de ir contra uma parede a mais de quarenta quilômetros por hora sem nenhum equipamento defensivo. Então, após cair no chão e rolar alguns metros, ela não se levantou mais.
{Isso foi interessante, mais uma de suas irmãs?} Perguntou Ares, após se virar para Hipólita, que está se levantando do chão, ela também foi acertada a pouco, seus ouvidos sangrando são prova disso.
"Todas as mulheres são minhas irmãs, principalmente aquelas que lutam pelo o que é certo."
{Belas palavras, mas o que adianta ter tal pensamento grandioso, se não tem o poder para as proteger!}
Segurando o cetro longo com as duas mãos, ela avançou o balançando da esquerda para direita mirando a lateral do elmo.
"TRUN!"
O cetro foi parado pelo antebraço dele, mas ela agiu rápido, girando seu corpo atacando o outro lado do elmo no mesmo lugar.
"TRUN!"
Mais uma vez, seu antebraço defende o golpe, e depois mais outro e mais outro, agora acontecendo cada vez mais rápido.
Foi de uma hora para outra, ela deu um passo para trás quebrando o ritmo e levantou o cetro acima da usa cabeça o segurando quase que na ponta, para depois o abaixar com força, Ares, deu um passo para esquerda e se moveu pela lateral dela, mas Hipólita, já estava esperando isso, e usou a parte de baixo da arma para atacar a barriga dele.
Ele finalmente usou sua mão para agarrar o cetro e depois segurou pela parte de cima, em seguida, ele forçou o cetro a girar no ar, arrancando das mãos dela que se afastou, só que ele foi mais rápido, pegando a arma dela no ar e atingindo o seu estomago com a parte de baixo dele, para depois o girar mais uma vez e acertar águia na sua face esquerda.
"TRUMMMM!"
Hipólita, caio no chão sem qualquer graça que uma rainha deve ter, sentindo alguns dentes soltos e sangue na sua boca.
"Cof!" Ela os cuspiu no chão.
{Melhor, agora levante, torne esse final digno.} Comentou ele enfiando o cetro no chão ainda o segurando.
A Rainha Hipólita começou a se levantar lentamente, colocando primeiro seu joelho no chão, para depois olhar o homem de armadura na sua frente.
Ela tinha que se mover rápido, e foi isso que ela fez, dando um pulo para frente rolando de cabeça na areia para ficar bem de lado do Ares, para depois se levantar com um pulo sacando uma adaga dourada das suas costas.
"Hera, me dê forças!"
Gritou ela durante o ataque, desferido como alvo a axila dele, local perfeito para uma lâmina fina e longa perfura e acertar o coração do alvo, uma morte indolor, algo que ele não merecia, mas também era uma morte rápida, algo que ela gostaria muito que acontecesse dessa forma.
Só que isso não foi muito longe, os dedos cobertos pela luva seguraram a lâmina da arma.
"CLAK!" A lâmina quebrou facilmente, e a mesma mão aberta, tão rápida quanto a luz, agarrou o rosto dela o cobrindo quase que todo.
{Você ousa chamar o nome da minha mãe na minha frente!} Rosnou Ares, parecendo estar bem furioso agora.
A Rainha, segurou com uma das suas mãos a dele, e a outra, segurando o que sobrou da adaga, ela tentou mesmo assim o ferir, a enfiando um pouco acima do seu ombro, o que sobrou da lâmina, cerca de dois centímetros, perfurou a armadura e depois a carne daquele que nem mesmo demostrou dor, só para ser forçada a ficar de joelhos pela força dele, que a empurrou para baixo.
"Crack!"
Ela começou a escutar o som dos seus ossos quebrando.
{Agradeça aos deuses, por ainda ser útil para mim!} Ela escutou, mas não conseguiu responder, a palma dele estava bem em cima da sua boca.
Do pulso do Ares, uma cobra negra de olhos vermelhos de trinta centímetros apareceu, ela lentamente deslizou pelo seu pulso e então para sua mão, descendo pela lateral dela até o pescoço da Hipólita, a cobra de olhos vermelhos deu uma volta no pescoço, tomou distância, abriu a boca e mordeu sua jugular apenas uma vez, e depois disso, ela desapareceu como fumaça ao vento.
O corpo dela tremeu mais algumas vezes, até suas mãos caírem sem força do lado do seu corpo.
Ele soltou seu rosto, só para segurar seus cabelos em seguida, e dessa forma, ele começou a andar pela praia, arrastando a Rainha das Amazonas, uma mulher viva a mais de mil anos, pelos cabelos, e isso continuou por quatro metros, até que um portal de pura escuridão apareceu na frente dos dois.
E assim, os dois desapareceram, deixando nada mais que uma pequena declaração de guerra para trás.
Sim, essa foi apenas a declaração de abertura, e pensar no ápice, fez um grande sorriso aparecer no rosto do Ares.