Os barcos que dispararam os misseis estavam bem disfarçados, por fora eles não eram muito diferentes dos outros barcos pesqueiros que vi indo e vindo no mar desde que cheguei aqui, mas o convés foi adaptado, tudo abaixo foi retirado, e eles construirão uma espécie de elevador usando o espaço dentro da parte de baixo para esconder o lança-mísseis, que só foi relevado no momento do ataque.
Os dois barcos estão de lado para mim, fumaça saindo dos tubos que acabaram de disparar, posso ver também alguns marinheiros correndo de um lado para o outro no convés, tentando talvez pôr em operação de novo o lançador.
Eles fizeram uma boa adaptação nesses barcos, mas eles não foram construídos para isso, sua madeira é muito frágil.
Talvez eles nem mesmo vão conseguir disparar de novo, mas é melhor ter certeza, e estou querendo descontar um pouco minha raiva em alguém.
Do alto, desço bruscamente com os dois braços esticados, no meio do caminho, meu terno é trocado pela minha armadura, bem no momento em que acertei o meio do convés vindo de cima como um ataque aéreo.
"BLAWWWWWWWWWWWWWWWWW!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
A madeira do barco se partiu e quebrou como um ovo, e quando meu corpo o atravessou facilmente acertando a água, um gêiser com madeira, equipamentos e até mesmo humanos foram jogados para cima.
De baixo d'água, virei meu corpo, o barco teve seu meio explodido, e apenas duas metades dele estão relativamente intactas, voei até a parte da popa, coloquei meus dois braços nela e a empurrei para cima.
"Sufff!"
A popa saio da água salgada deixando cair pedaços de madeira para todo lado, foi minha capa, que se estendeu envolvendo uma boa parte desse pedaço, que evitou dela se quebrar completamente, e quando cheguei a dez metros acima do mar, fiquei bem de frente para o outro navio.
"BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!"
Os "marinheiros" do segundo barco, estão mais preparados que o primeiro, e dispararam com rifles contra mim, vendo a trajetória das balas, sei que vou ser atingido e não posso desviar levantando a popa, então simplesmente, a joga, defendendo os disparos e também atingido o segundo navio.
"BLOWWWWWWWWWW!"
Mirei e acertei bem no centro, o navio se inclinou para trás por conta do impacto e se partiu.
"BLOWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWW!"
Dessa vez, acertei sem querer os explosivos, o barco explodiu de dentro para fora, jogando todos os marinheiros que estavam na lateral do navio disparando contra mim no mar enquanto o barco começou a pegar fogo e afundar.
Dez segundos, foi o tempo que levei para deixar o mar cheio de destroços de um navio e o outro em chamas, nada mal.
Abaixei meu corpo lentamente até o mar e peguei um dos que me atacaram a pouco pela parte de trás do pescoço como se ele fosse um gato, e o puxei para fora da água.
"Quem deu a ordem?" Perguntei para ele, alguns metros acima do mar.
O homem barbudo de touca usando um cassaco bem groso nem pensou, ele puxou uma faca militar que do seu cinto e a balançou inutilmente para todo lado tentando me acertar.
"BLAW!"
Soltei ele.
Desce mais uma vez e o segurei pelo pescoço o puxando para fora, só que dessa vez, minha capa escorreu pelo meu corpo envolvendo o dele como um casulo, prendendo os seus dois braços deixando apenas sua cabeça de fora.
"Quem deu a ordem?" Perguntei mais uma vez, só que agora, com uma ameaça, a minha capa, estava lentamente subindo pelo seu pescoço nu, uma clara ameaça de o sufocar.
O homem nem piscou para mim, e eu sabia que ele não estava fingindo essa postura de machão.
Um homem pode ser o melhor ator do mundo, mas nem mesmo ele pode mascarar a resposta biológico do medo no seu corpo, esse soldado aceitou seu destino, e não vai me dizer nada.
"BLAW!"
Soltei ele mais uma vez.
Ele era treinado e tinha material militar, isso significa que ele não vai revelar nada tão facilmente como um novato, e não tenho tempo para um interrogatório estilo Batman, agora.
"blaw!"
Disparos vindos da festa agora.
Na velocidade de um pensamento, voei até a casa de praia, só para ver que a bela cerimônia se tornou um caos total.
Homens usando roupas pretas, coletes, tocas e muito bem armados invadiram a casa por terra e ar, sim, um helicóptero está vinte metros acima da cerimônia, presas nas laterais dele estão as cordas grossas que chegavam até o chão, um modo rápido de descer para o combate em terra.
Como se tivesse me percebido, o helicóptero fez uma volta de cento e oitenta graus no ar, ficando de lado para mim, apontando uma bela metralhadora com a matade do tamanho com seu atirador logo atrás.
"BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!"
Já atiraram muitas vezes contra mim antes, até mesmo usando RPGs, mas acho que essa é a primeira vez que acontece com uma metralhadora giratória desse, e devo dizer, não foi fácil.
As balas luminosas cortaram o ar, em um segundo, dezenas delas foram disparadas, e como estou voando na direção deles, não tenho como desviar sem fazer um movimento brusco no ar, em vez disso, continuou em frente.
"Επικαλούμαι το άτρωτο του ποταμού Styx!" {Eu invoco a invulnerabilidade do rio Estige!}
Uma camada fina como papel de energia negra cobre meu corpo, e as balas do tamanho dos meus dedos atingem inutilmente meu corpo e explodem em pequenos pedaços soltando faíscas para todo lado. Demorei um segundo para ficar de frente do helicóptero, recebendo mais de cinquenta balas até ali.
De frente para a cabine de lado, segurei a maldita arma para depois a empurrar para cima, arrancando ela dá sua base, o homem que estava disparando não conseguiu soltar o gatilho a tempo, e as balas perfuraram todo o teto do helicóptero acertando o motor e hélice acima.
"BLOW!"
Algo explodiu na parte de cima, e o helicóptero começou a cair para o lado. Dou um pulo para fora, só para ver fumaça e fogo saindo do que restou da sua hélice, um pedaço dela também caio na praia. Antes dele cair sobre as pessoas, voei para trás dele agarrando sua cauda um pouco perto demais da hélice traseira, girei então a maldita coisa colocando cada grama da minha força nessa ação, o soltando a minha esquerda.
"TRUMMMMMMMMMMM!"
O helicóptero caio de cara na praia, criando um rastro nela ficando um metro enterrada com o rosto no chão, enterrado totalmente pela areia.
Finalmente, coloquei de novo minha atenção para o que sobrou da festa.
Pânico, gritos e sangue.
Muitos dos convidados foram pegos de surpresa com tudo aquilo, e alguns deles estão no chão sangrando, os outros conseguiram montar uma defesa, Etta e alguns outros soldados, tombaram algumas mesas e está agora atrás delas, trocando tiros com cinco soldados do outro lado também abaixados atrás da mesa que antes era para os noivos.
Diana, está próxima da entrada da casa manifestando a ira dos deuses antigos, acabando com todos os soldados na sua frente enquanto protegia as mulheres e crianças atrás dela, do seu lado, estão Zatanna e a Canario Negro, montando uma defesa solida contra os atacantes.
"Vanessa!" Gritei.
Não estou vendo minha irmã, onde ela está?
Fechei meus olhos para encontrar a fonte de energia característica do metal do submundo que ela tem descansando no seu pescoço, e o encontrei, na parte de trás da casa, perto dos quartos, ela não está sozinha, a mais duas pessoas com ela, seu namorado é um com certeza, e a outra, talvez seja sua mãe.
Eles fugiram e agora estão seguros, isso é uma boa notícia, já que ninguém está indo na direção deles.
Agora, tenho que ir para onde sou mais necessário, e isso não é aonde está a Rainha Hipólita, ela parece muito bem no momento, enfiando a águia de ouro na ponta do seu cajado no pescoço de um soldado no chão já sangrando, não vi ela sorrindo assim nem quando realizou a cerimônia de casamento da sua filha.
Do outro lado estava o Charlie, padrinho do Steve e membro do Oddfellows, arrastando o outro padrinho, o Doutor John Peril, com apenas uma mão, enquanto a outra disparava sem parar.
O Doutor não está muito machucado, apenas sua perna foi atingida, por isso eles não precisam de ajuda.
Olho para esquerda, para Steve Trevor, deitado no chão com um homem em cima dele tentando perfurar seu pescoço com uma faca.
Caio bem do lado deles, seguro o soldado pela parte de trás do seu pescoço o jogo para cima como um saco de batatas, ele voa o alto fazendo uma curva descendente no ar e caindo nas areias da praia, não morto, mas com certeza com alguns ossos quebrados.
"Você está bem?" Pergunto para ele oferecendo minha mão.
"Vou ficar." Ele aceitou minha mão.
"Você está sangrando." Digo apontando para seu ombro esquerdo, perfurado por uma bala.
"Eles me pegaram de surpresa." Contou ele, se abaixando para pegar a faca que o outro soldado deixou cair.
Foi aí que mais dois inimigos surgiram armados com metralhadoras na nossa frente, prontos para disparar, só que eu sou mais rápido, acertando duas rajadas Eldritch neles, os fazendo cair no chão.
Olhei para esquerda, mais dois deles bem na frente do Steve.
"Aqui!" Gritei com ele jogando meu escudo.
Steve, pegou meu escudo o colocando na frente do seu corpo bem a tempo.
"BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!" "BLAW!"
As balas ricochetearam contra o escudo cinza enquanto Steve, avançou como um touro louco derrubando os dois para dois acertar suas cabeças com o mesmo escudo.
"Obrigado!" Agradeceu ele levantando o escudo com seu braço bom, para depois correr na direção da Diana, que está ajudando agora os outros a fugir pela praia.
"σηκωθείτε!" {Ergam-se!}
Gritei.
Ao meu redor, dez esqueletos brancos portando armas enferujadas com o bidente de ouro na testa surgem ao meu redor.
Dei ordens simples, nove deles correram para ajudar as pessoas no lugar, dois deles foram na direção da minha irmã, só para garantir.
"Frum!" "Frum!" "Frum!" "Frum!"
Logo em seguida escuto quatro carros grandes estacionando bruscamente perto da entrada da casa.
Έλα, και γίνε τα μάτια μου!" {Venha, e se torne meus olhos!}
Conjurei um cranio envolvido por energia cinza que começou a flutuar como um balão, logo ficando acima da casa.
Fechei então um olho, mudando meu ponto de vista para o do cranio no ar, que tem uma visão bem ampla de toda a situação, principalmente dos jipes militares estacionados na frente da casa e os soldados tirando RPGs de dentro de estojos no chão, contei cindo delas.
"Mulher-Maravilha, RPGs!" Gritei com Diana, apontando para dentro da casa.
Tarde demais.
Os soldados eram bem treinados e agiram rápido, apontando suas armas para cima com um dos joelhos no chão, disparando logo em seguida.
Bem treinados, rápidos e também implacáveis, porque eles também assinaram a sentença de morte dos seus próprios homens que estavam aqui conosco.
As RPGs voaram para o alto, e depois fizeram uma curva no ar, passando por cima da casa, entrando numa posição perfeita para cair sobre nos como um julgamento divino.
Estamos a segundos disso, e não tenho como destruir os cinco de uma vez com a Diana, do outro lado do local sendo atrasada pelos soldados, defendendo dos disparos com seus braceletes, ainda usando sua roupa de noiva.
A Rainha não pode voar, Zatanna e a Canario Negro, estão correndo na minha direção, elas poderiam ajudar, se pudessem se mover na mesma velocidade que eu.
Posso erguer uma construção grande o bastante para defender todos?
Tenho que tentar, essa é a única opção.
"Garoto, deixa que eu cuido disso!" Falou um homem com a voz calma do meu lado.
O homem estava usando apenas camisa social manchada de sangue, que parecia não ser dele, ele aparenta ter cinquenta anos, com cabelos brancos curtos e lisos penteados para trás cobertos de gel. Ele conseguiu se aproximar de mim sem eu ter percebido.
Antes de dizer qualquer coisa sobre isso, o senhor tirou a sua mão do bolso mostrando um belo anel verde brilhando com energia da mesma cor, que cobriu sua mão parecendo chamas dançantes.
Depois de apontar seu punho fechado para o alto, do anel, um feixe de energia verde transparente chegou acima da casa, se expandindo escorrendo para todos os lados, nos colocando dentro de um bonha protetora.
Então os misseis atingiram essa defesa.
"BLOWWWWWW!" "BLOWWWWWW!" "BLOWWWWWW!" "BLOWWWWWW!" "BLOWWWWWW!"
O muro de energia vibrou a cada impacto, mas aguentou e se manteve firme, para depois desaparecer sendo retraído de volta para o anel.
"Acabei de levar meus pequenos para um local seguro, por isso demorei tanto, realmente estou ficando velho." Contou o homem olhando para mim com um sorriso no rosto.
"Kírix, fecha a boca e nos diga de onde isso veio!" Exigiu a Canario Negro, finalmente chegando ao meu lado com a Zatanna.
Estou de boca aberta?
É claro que estou!
Acabei de conhecer o primeiro Lanterna Verde, que também nas faz parte da Tropa dos Lanternas Verdes, é complicado.
De qualquer forma, Alan Scoot, fazia parte da Sociedade da Justiça da América, e foi bastante ativa durante a Segunda Guerra Mundial, a mesma organização que a Diana, fez parte.
"Eles têm mais RPGs, estão recarregando agora." Contei para todos, vendo por meio do meu cranio.
"Eu vou cuidar deles!" Voltei a dizer.
"Eles estão em linha reta?" Perguntou a Canario, sem eu entender.
"Sim, por quê?"
Ela não falou mais nada, só ficou na minha frente.
"Tapem os ouvidos!" Gritou Alan.
A Canário, colocou uma perna na frente deixando outra para trás, e abaixou um pouco seu corpo o projetando para trás tomando um grande folego.
"Eu odeio isso!" Falou Zatanna, levando suas mãos para as orelhas, e as cobrindo com sua mana azul, um pequeno truque para abafar sons.
Nunca tendo visto pessoalmente, mas sei muito bem sobre os poderes dela, por isso reduzi meus sentidos ao mínimo possível, e fiz a mesma coisa que a Zatanna, cobrindo meus ouvidos com minha mana negra, junto também do ectoplasma, só para garantir.
Canário, projetou sua postura para frente, colocando sua cabeça na frente do seu corpo, abrindo um pouco os braços, e depois também sua boca.
"SSCREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!"
A Canário cantou, e a destruição a seguiu.
A voz de uma pessoa ecoa para todos os lados, mas de alguma forma, ela conseguiu focar seu poder em linha reta, as vibrações ultrassônicas criadas pelos seus poderes se manifestaram como vultos de energia azul, girando em alta velocidade criando um vórtex de poder, que rasgou o chão na frente dela avançando com a força de um canhão de ar.
Primeiro foi o chão em linha reta, depois foi a entrada traseira da casa, passando em linha reta por ela destruindo paredes e moveis na frente até explodir na entrada e finalmente, acertar nossos atacantes com tudo.
E assim acabou, agora temos um canal atravessando a casa recém comprada, com a vista de todos dos soldados na frente da nossa casa deitados no chão com os carros capotados atrás deles.
"Ela tem a mesma bela voz da sua mãe." Comentou Alan brincando, quase que gritando para ser escutado enquanto retirava os fones de ouvido de energia verde dos seus ouvidos.
Dinah Drake Lance, a Canário Negro original, não tenho os poderes da sua filha, que é uma meta-humana, mas ela é muito conhecida por ser uma incrível lutadora, e também tinha a fama de ter uma bela voz para o canto.
A Canário atual, se virou para nos com um sorriso para Alan, seu pequeno espetáculo acabou de deixar seus cabelos um pouco rebeldes, só aumentando sua beleza na minha opinião.
"Então, acabamos?" Perguntei olhando ao redor.
Steve estava do lado da Diana, ainda segurando meu escudo com a sua atual esposa olhando para seu ferimento no ombro, A Rainha também estava muito bem, cercada de soldados mortos limpando agora o sangue do seu cetro de ouro com um pedaço de pano negro que ela deve ter arrancando das roubas de uma de suas vítimas.
Etta, também tinha acabado, e agora está com o Charlie e alguns dos meus solados esqueleto, arrastando e juntando os soldados inimigos feridos num canto da casa.
Fechei meu olho, olhando com meu cranio voador acima, e não havia mais nenhum inimigo próximo.
"Acho que acabou." Disse Zatanna.
Espere!
"TRUMMMMMMMMMM!"
"Kírix!" Escutei Diana gritar, mas não liguei para isso.
Atravessei a parede à esquerda do buraco causada pela Dinah, que dava bem no corredor, dei uma arrancada na velocidade máxima, aparecendo de novo no final dele, aonde no chão estava o esqueleto que mandei proteger minha irmã, todo desconectado com o cranio destruído.
Chutei a porta, só para encontrar Mal, o namorado da minha irmã, deitado no chão sobre uma poça do seu próprio sangue.
Fiquei de joelhos e gentilmente virei o Mal, deixando com as costas para o chão. Seu belo terno branco está todo manchado de sangue, e o culpado disso foi um abridor de cartas de metal prateado enfiado quatro centímetros abaixo do seu coração.
"Ele vai ficar bem?" Escutei a voz da Diana, atrás de mim.
"Não temos muito tempo, tenho que cuidar dele agora, chame a Zatanna, rápido!" Gritei com ela, que correu para fazer o que foi dito.
Ele está respirando, muito mal, mas está, nem sei quem o acertou, se foi por sorte ou não, mas atingiu uma veia, só assim para ele sangrar tanto em tão pouco tempo.
Tenho que ser rápido.
Segurei o maldito abridor de cartas que parece mais uma faca e o puxei com força, tal ação, com certeza pioraria qualquer ferimento do tipo, mas preciso tirar qualquer coisa enfiada no seu corpo para poder curar a ferida.
Ele está tão ferido, que nem acordou, o que é melhor para ele no momento.
"Dio, o que você precisa?" Perguntou Zatanna, entrando pela porta com urgência.
"Tire a dor dele, pelo menos por alguns segundos enquanto eu conjuro aquela gota." Contei para ela, já abrindo a boca do Mal.
"elE oãn aritnes amuhnen !rod" {Ele não sentira nenhuma dor!}
"Επικαλέστηκα την τιμωρία του ποταμού Φλέγηθων!" {Eu invoco a Punição do Rio Flegetonte!}
Conjuramos nossos feitiços quase no mesmo momento, e como a magia da Zatanna, é quase uma manipulação total da realidade, ela conseguiu facilmente evitar que o Mal, acordasse gritando com dor por ter fogo liquido descendo pela sua garganta.
Fez muito progresso quando o assunto é cura, mas meu voodoo, ainda não chegou no nível para curar ferimentos tão graves, por isso usei esse feitiço, mesmo não gostando nada de o fazer em amigos ou conhecidos.
"Ele vai ficar bem." Falei aliviado o levantando do chão, sua ferida já estava fechada, e um pouco de cor voltou para seu rosto.
"Isso é bom." Suspirou Diana.
"Acabei de fazer a contagem!" Etta, entrou pela porta também, com Steve logo em seguida.
"O quão ruim foi?" Perguntou Diana, bem triste.
"Seis com ferimentos a balas não letais e outros com ferimentos leves, e trés faltando, Vanessa, Mal e sua mãe." Falou ela antes de ver o Mal, nós meus braços.
"Zatanna, temos que a rastrear, agora!" Pedi para ela, colocando o Mal deitado na cama.
"Dio está certo, eles não devem ter ido muito longe." Diana, não gostou nada dessa pequeno invasão, e agora sequestraram dois convidados próximos a ela, é claro que ela quer sangue.
"Claro que vou ajudar, mas Dio, não vou fazer isso até você respirar fundo e se acalmar pelo menos um pouco, retome o controle." Pediu minha professora gentilmente.
Controle?
Do que ela está falando?
Ah.
A um espelho em cima de uma penteadeira do lado esquerdo do quarto colada a parede, deu pra ver perfeitamente meu rosto nela, olhos totalmente negros como a noite, e sombras dançando pelo meu corpo como chamas. Meu golem/capa, parece ter sentido meu humor, e reagiu dessa forma, os meus olhos, são apenas efeito minha raiva fazendo minha mana agir.
Magia é algo emocional, a mana corre pelas nossas veias como sangue, e às emoções altas fazem com que o controle fique menor, por isso sempre temos que manter o controle das nossas emoções durante a conjuração de feitiços, as emoções podem os alterar de forma inesperada se estiverem bem altas.
Fechei os olhos, e respirei fundo algumas vezes, enterrando minha fúria bem dentro de mim, ela ainda está lá, queimando como um sol, fazendo meu sangue ferver e meu coração bater que nem uma bateria, mas meu controle foi elevado, contra balanceando minhas emoções.
Abri os olhos, e lá está meus belos olhos pretos, a minha capa, também se acalmou.
"Pronto, agora por favor, faça rápido." Pedi, voltando meu olhar para a Zatanna.
Ela acenou para mim e andou até ficar no centro do quarto, quase que pisando no sangue do Mal, no chão.
Ela esticou seus braços com as palmas abertas para baixo, e gritou seu feitiço.
"eM ertsom edno átse assenaV siletapaK!" {Me mostre onde está Vanessa Kapatelis!}
No chão, pegadas brilhantes azuis começaram a surgir, primeiro dando voltas e mais voltas pelo chão, até ser arrastadas na direção da janela no lado sul do quarto, e desaparecer logo depois.
"Eles voaram?" Perguntei estranhando aquilo.
"Não, meu feitiço teria apenas revelado rastros de outra forma, isso quer dizer que…"
"Outro usuário de magia apagou o rastro." Completei a frase.
E lá está a raiva mais uma vez.
Não, não agora.
Faz sentido um feiticeiro estar envolvido nisso tudo, perde minha atenção nelas por não mais que um minuto, só um mago para esfaquear o Mal, e depois sequestrar mãe e filha em apenas um minuto de desconcentração. Isso ou o inimigo tem super velocidade, mas mesmo se ele tivesse, deixaria um rastro.
"Tem como localizar o portal?" Perguntei para Zatanna, que está agora andando pelo quarto evitando pisar apenas no sangue no chão.
"Não, quem fez isso é um mestre e não um aluno, não sinto nenhum rastro de mana no ar, ou qualquer outro tipo de rastro, tenho que ir para casa, preparar algo mais potente."
Ela está certa, Vanessa, também tinha o amuleto que fiz para ela, deveria a proteger, mas não sinto sua ativação aqui, isso quer dizer que essa defesa também foi desativada durante o ataque que durou menos de um minuto, quem fez isso é poderoso, tenho que agir com calma.
"Tudo bem, também vou tentar algumas coisas na minha Casa."
Sem dizer mais nenhuma palavra para aqueles dentro e fora do quarto, uso movimento das sombras para surgir do lado de fora da casa, na entrada, que parecia uma zona de guerra, não liguei para os feridos no chão e corri para a minha Casa, estacionada bem na frente dessa.
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Duas horas, duas horas sem parar, isso trabalhando na minha velocidade máxima sem descansar nenhum segundo equivale a mais ou menos o triplo de tempo para uma pessoa normal, e ele foi completamente desperdiçado.
Não encontrei nada.
Sei que devo deixar a Zatanna, rastrear minha irmã, ela é quem tem mais poder e conhecimento, mas ficar parado esperando não faz meu estilo, eu tinha duas opções então, procurar pela cidade como um louco ou tentar qualquer feitiço de rastreamento que sei ou não sei da minha biblioteca.
Aqui estou então, no laboratório dentro da Casa, com vários livros abertos flutuando ao meu redor e uma pequena bagunça de vidros e potes sujos na em cima da mesa.
Acho que tentei mais de dez métodos diferentes, nenhum déu certo.
A única opção viável agora, seria ir mais fundo, tentar algo mais poderoso, um feitiço ancestral ou a invocação de uma entidade, os gênios seriam uma boa ideia, ao conceder seus desejos eles são praticamente onipotentes, e o preço pego por invocar uma força e o fazer me obedecer é o menor dos meus problemas.
Tempos desesperados pedem medidas desesperadas.
Só que vou demorar mais algumas horas para preparar tudo, tempo o bastante para Zatanna, dizer se encontrou algo, se ela não encontrou, vou partir para as medidas desesperadas.
"TING!" "TING!" "TING!" "TING!" "TING!"
Puxei o celular do meu bolso usando telecinese enquanto limpava a minha mesa com um feitiço simples.
"Encontrou algo?" Perguntei após atender a ligação a colocando no viva voz.
{Você estava certo, eles eram mercenários contratados da Africa do Sul, foram pagos com uma pequena fortuna e equipados com uma fortuna maior ainda em equipamentos para matar todos que estavam no casamento.} Robin, falou do outro lado da ligação.
Os idiotas, nem deviam saber de quem era o casamento.
"Tem como seguir o dinheiro?"
{Estou fazendo isso agora, mas mesmo com todo poder de processamento do Batcompurador, ainda vai demorar, quem pagou isso fez usando várias e a várias impressas de fachada no exterior, é como desenrolar um maldito carretel.}
Não tive muitas esperanças nisso, mesmo assim precisava tentar.
{Outra coisa, Kori acabou de ligar, ela já está dentro do avião, tempo de chegada três horas, a Ravena, também mandou avisar que está chegando daqui a pouco.}
Kori pode voar, mas não numa velocidade superior a do som, acho que o máximo dela é algo semelhante aos aviões comerciais, então vir voando num avião é o melhor para ela.
"Obrigado, tenho que desligar, Zatanna, acabou de chegar."
{Eu vou continuar aqui, se algo acontecer, me avise imediatamente, todos estão prontos para dar suporte.}
Desliguei a ligação e sai do meu laboratório, a porta se fechou sozinha e desapareceu, deixando nada mais que uma parede simples para trás
A Casa está conectada comigo, e da mesma forma que minha capa, reagiu as minhas emoções mudando a iluminação dela com luzes vermelhas e pretas.
Desci para o andar de baixo, a porta se abriu sozinha, e Zatanna, entrou correndo com a Diana, Steve e Etta, logo atrás.
Diana e Zatanna, mudaram suas roupas para seus trajes.
"Alguma coisa?" Perguntei para eles, mandando um comando metal para a Casa, que arrumou as luzes na sala.
"Encontramos ela, não muito longe daqui." Zatanna, deu a boa notícia que tirou metade do peso das minhas costas.
"Aonde?" Perguntei em seguida.
"Num galpão antigo usado para armazenamento de carga marítima, a uns cem quilômetros de distância da nossa posição."
Com magia, eles poderiam ter ido muito mais longe que isso.
"É uma armadilha Dio, por isso vamos todos juntos, os outros vão ficar para cuidar das coisas aqui." Falou Diana para mim, sei muito bem que isso não foi um pedido, e sim um aviso.
Ela provavelmente está pensando que minhas emoções estão nublando minha mente, e por isso, vou tentar um resgate sozinho, não vou, isso é idiota.
A mais chances que a minha irmã volte com vida indo a resgatar com um grupo, ainda mais se a Zatanna e a Diana, fizerem parte dele.
"Como estão os outros?" Perguntei para ela, fiquei preso esse tempo todo no meu laboratório, nem prestei atenção na confusão que estava no que sobrou da festa.
"Minha mãe, Steve, seus amigos e a Canário, estão agora cuidando do transporte dos prisioneiros para a A.R.G.U.S, o resto dos convidados já deixaram o local, só um dos meus amigos da Liga da América vai ficar, mas só para prestar socorro em caso de urgência, eles estão velhos demais para correr por aí procurando confusão, palavras deles."
"Eu também vou ficar, não vou ser de muita ajuda contra um feiticeiro ou para salvar alguém nesse estado." Comentou Etta, ela recebeu um pequeno ferimento de raspão na barriga, nada grave.
"Bem, o que estamos esperando." Já estou pronto, com armadura e armas nos seus lugares.
Zatanna, foi na direção do centro da sala, aonde fica a fogueira agora apagada, e começou abrir o portal.
Tal coisa seria impossível, a Casa tem defesas muito poderosas contra magia que não vem do seu dono, mas como estou autorizando tal coisa, tudo da certo.
"O destino é a dois quilômetros de distância do local, não quero me aproximar mais que isso, o feiticeiro inimigo pode nos sentir." Falou ela, agora de frente para o portal azul girando na nossa frente com dois metros de altura.
E assim, cada um de nós entrou no portal, não imaginando o que vamos encontrar do outro lado, mas com apenas um objetivo em mente, que não importa como, vou fazer o acontecer.