Chereads / DC: The Prince Of The Underworld (PT-BR) / Chapter 28 - Primeira Viagem ao Submundo (4/4).

Chapter 28 - Primeira Viagem ao Submundo (4/4).

"Eu devo me curva ou algo assim?" Pergunto para minha irmã.

Foi realmente satisfatório ver a deusa na minha frente virar a cabeça um pouco para o lado por conta de minha pergunta.

"Porque você se curvaria?" "Porque você se curvaria?"

Perguntou ela, com sua voz dupla e igual.

O clima então voltou ao normal, e os fantasmas acima se acalmaram e voltaram a voar de forma ordenada girando ao redor de tudo.

"É meu primeiro encontro com o divino, por assim dizer, você pode ser minha meia-irmã, mas também é alguém muito acima de mim no momento." Explico um pouco mais calmo.

"Os Deuses não têm esse conceito de meio-irmão, então eu só sua irmã, e você pode agir normalmente comigo, não tenho nem um prazer ou gosto para gestos ridículos que só servem para inflamar mais o ego dos arrogantes."

"Os Deuses não têm esse conceito de meio-irmão, então eu só sua irmã, e você pode agir normalmente comigo, não tenho nem um prazer ou gosto para gestos ridículos que só servem para inflamar mais o ego dos arrogantes."

Ela pode dizer isso, mas é meio difícil o fazer. Essa mulher na minha frente me pedindo para agir normalmente está imitindo uma quantidade assustadora de poder, ela literalmente está emanando energia, e o mais assustador, ela não está fazendo isso de proposito para impor seu poder, isso é apenas algo natural dela.

"Por que você ainda não baixou as armas, você não me aceita como sua irmã?" "Por que você ainda não baixou as armas, você não me aceita como sua irmã?"

Seu tom final mudou um pouco, pude sentir um pouco de receio nela.

"Desculpe, não quero ser mal-educado e nem nada, mas não posso aceitar que minha irmã mais velha e a Deusa dos Fantasmas, não o quer o trono, como também me deu de boa vontade sua benção."

Estamos falando do trono de uma realidade inteira aqui, de um lugar praticamente inesgotável e sem fim, que o seu mestre, tem praticamente um suprimento infinito de energia e a autoridade de fazer qualquer coisa nele.

"Eu juro pelo Rio Estige, que não tenho nem uma intenção de sentar no trono, e que nem eu, ou aqueles que me seguem vão fazer mal de qualquer forma ao meu irmão enquanto ele estiver aqui!"

"TRUMMMM!

Mais uma vez, Melinoë fala com apenas uma voz forte, que logo foi seguida pelo trovão, que fez todo o lugar tremer.

Após escutar isso, eu finalmente abaixei minhas armas e as guardei. Agora tenho total certeza que ela não vai me fazer mal.

"Parece que você estudou bem nossos costumes." "Parece que você estudou bem nossos costumes."

Diz-me ela, depois de não precisar me explicar o significado do que ela fez.

Jurar pelo Rio Estegi é o juramento mais sagrado que um deus pode fazer, todos que fazem esse juramento são obrigados ao cumprir. Se o juramento for quebrado, os deuses vão ficar paralisados por um ano e um dia, e os senhores que regem os reinos aonde eles estão, no caso Hades, dão castigos mais sérios, como a remoção da divindade. Isso é feito para gravar bem a importância de um juramento como esse, é por conta disso, nem um deus até hoje teve coragem de violar esse juramento.

[Nota do Autor: Vou parar de repetir as falas da Melinoë, fica confuso ler assim, deixei no início apenas para deixar claro o modo que ela fala, então presumam que isso não mudou.]

"Venha comigo, vamos entrar." Falou minha irmã, enquanto se virava e entrava lentamente no templo.

Quando ela entrou, eu comecei a andar na direção da entrada subindo os degraus lentamente.

Não havia nada no interior do templo, apenas espaço aberto, fora o centro, aonde havia uma pequena fogueira com dois tronos de pedra em cada lado dela. Em uma delas, Melinoë se sentou e descansou seus dois braços acima do apoio.

Mantive meu ritmo e me sentei na frente dela.

O trono de pedra não é nada confortável.

"Agora que resolvemos nossos problemas, me responda uma coisa meu irmão, por que você está desperdiçando minha benção dessa forma?"

"Desculpe-me?" Foi só que consegui dizer confuso com a mudança de rumo da conversa.

"Você é o primeiro ser que eu, a deusa Melinoë, agraciou com uma benção, e você a usa de uma forma tão ridícula!" Continuou ela.

"Me desculpe por isso, mas não é como se sua benção viesse com um manual de inscrição." Digo um pouco ofendido.

"Não desculpo, por isso eu o trouxe aqui, para o ensinar a honrar meu presente e não fazer o papel de bobo para os outros deuses."

"Obrigado?"

"De nada." A uma certa felicidade na voz dela, ainda bem que ele não intendeu minha confusão.

"Só para minha informação, como eu estou usando errado sua benção?" Pergunto curioso.

"Eu te dei a possibilidade de conseguir fazer oque eu faço, e você só o usou isso para ver as memórias deles!" Voltou ela a ficar brava.

Eu sempre tive uma certa dificuldade em separar que dons eu nasci naturalmente, e o que foi me dado pelos outros deuses. Até agora, eu sempre pensei que ver as memórias dos fantasmas tinha algo haver com os meus olhos que podem ver a verdade, mas pareci que eu errei feio.

De qualquer forma, ser treinado por uma deusa, com certeza valeu todo o trabalho que eu tive para chegar até aqui.

Só tem uma coisa que pode complicar as coisas, tempo.

"Não quero parecer mal-agradecido, mas quanto tempo vai durar esse treinamento?"

Já perdi a conta de quanto tempo eu fiquei no submundo, e se o prazo que eu dei para meus amigos for ultrapassado, a uma boa chance deles tentarem chegar até mim, e eu realmente quero evitar isso.

"ah! ah! ah!" O som da risada dela foi inesperado.

Tanto que após ver a cara que eu estava fazendo, ela parou de rir e voltou a sua feição sem demonstrar emoção.

"Isso foi engraçado, Diomedes."

"Poderia compartilhar a piada?" Peço.

"Você provavelmente o único ser na Esfera dos Deuses que está preocupado com o tempo, essa é a graça." Responde ela.

Tá aí uma informação importante. Eu sabia que eu estava numa realidade semelhante à dos quadrinhos atuais, mas não sabia em que realidade do multiverso DC eu estou.

O nome, Esfera dos Deuses, acabou com essa dúvida. A Esfera dos Deuses é um mapa, mapa que foi assim chamado depois da guerra dos Deuses Antigos, aonde as realidades divinas foram expulsas do plano terrestre.

Pense em cinquenta e duas bolinhas, cada uma delas uma realidade diferente, uma Terra diferente, todas essas realidades envolvidas pela força de aceleração. E fora dessa bolha, as dimensões dos deuses: O submundo, inferno, Céu, Apokolips, Nova Gênese, entre outros. Eles ficam posicionados em polos diferentes dependendo do seu alinhamento, por exemplo, o Céu fica no outro polo do Inferno.

Depois disso, ainda a outros planos mais poderosos, e por fim, cercando tudo, a Muralha da Fonte.

"E como o tempo passa no Submundo comparado a Terra?" Pergunto preocupado.

Não haviam informações sobre isso no que li sobre o lugar, então a chance que o tempo passe mais devagar aqui do que na Terra.

"Eu não sei, nunca me importei com o tempo." Respondeu minha irmã.

Esquece que estou falando sobre o tempo com uma imortal.

"Vamos começar, mas primeiro..." Com um movimento da mão de Melinoë.

A fogueira entre nós desaparece, e eu me vejo a vários metros de distância de aonde eu estava ainda sentado, mas agora com uma mesa de pedra na minha frente, com uma grande quantidade de comida acima dela.

"Vamos comer." Declara minha irmã.

"Não sei se devo." Digo quase babando olhando para o frango assado na minha frente, o cheiro estava divino.

"Essa comida não foi cultivada no Submundo, e sim trazida aqui pelos meus servos fantasma do mundo mortal." Explicou Ela.

"Servos fantasmas?"

"Um tipo específico de fantasma que me servem nas tarefas mundanas, vinho?" Pergunta ela.

Olho para meu lado, e a uma jarra de barro flutuando na altura da minha cabeça. Levantando o copo simples escuro do lado do meu prato vazio, a jarra se abaixa e depois vira enchendo meu copo com vinho.

"Obrigado." Digo para o servo.

Esse foi o primeiro fantasma totalmente invisível que eu encontrei, mas agora eu sei que fantasma podem realizar ações, oque abriu uma quantidade incrível possibilidades para mim.

Com o juramento feito pela deusa na minha frente, que estava agora bebendo vinho com grande prazer, sei que comida não vai me fazer mal.

Então tomo um gole do vinho, e ataco a comida na minha frente.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

Comi como um rei, mesmo não estando com fome, mas meu corpo agiu da forma guerreira, sempre achando melhor guarda energia para a futura batalha, e por conta das experiências que eu tive no submundo até agora, não fui contra esse extinto e comi quase toda a mesa de comida que estava na minha frente e tomei vários jarros de vinho.

Não foi nada elegante confesso, ainda mais julgado que eu tinha uma Deusa comendo como uma Lady na minha frente. Por sorte minha irma não se incomodou com a forma que eu estava comendo, ou apenas não demostrou, a face dela é muito inexpressiva.

Depois do jantar, a mesa e comida foram retiradas, e Melinoë sugeriu ir descansar mais uma pouco em um dos quartos, e eu aceitei. Fui levado por uma dos servos fantasmas invisíveis dela até um quarto, por sorte o servo estava levando uma bandeja que estava flutuando, só assim para o localizar.

O quarto fica no templo, para minha surpresa. Desde que entrei aqui, vi que todo o lugar era um espaço aberto, mas o servo virou para esquerda, e do nada, eu estava num corredor iluminado por tochas com vários quartos nele, todos sem porta. Fui deixando num dos quartos, e me deitei na cama de pedra no centro dele.

Eu já tinha dormido a pouco tempo, e com minha incrível dificuldade de entrar no sono, duvido que eu vá conseguir dormir de novo, mas continuei deitado. Meu sono na floresta foi restaurador, mas não livre de preocupação, meu psicológico estava sempre me deixando alerta para um provável ataque. Agora é diferente, com o juramento de Melinoë, tenho total certeza que ela não vai fazer nada contra mim. Então uso a oportunidade para descansar minha mente.

Fiquei deitado de olhos fechados e descansando por algumas horas, até não aguentar o tédio e me levantar. Sai do quarto e andei pelo corredor feito de pedras brancas com tochas o iluminando. Como eu não sabia me locomover pelo templo, apenas segui o caminho que usei para chegar aqui. E como magica, quando virei no fim do corredor, aparece do lado de fora do templo, mas não na parte da frente em que eu entrei, e sim na parte de trás.

A vista de cima da colina na parte traseira é muito diferente, em vez de todo o local se tomado pelo belo jardim, a um grande espaço do tamanho de um campo de futebol de grama verde bem aparada cercado por flores.

"Gostou do local?" Perguntou uma voz do meu lado.

Dou um solto para esquerda assutado, até que vejo ser Melinoë.

"É um belo campo aberto." Digo sem saber oque falar sobre o campo.

"Obrigado, eu queria construir um coliseu inicialmente, mas minhas crianças me convenceram que seria demais." Falou minha irmã olhando para frente.

"Crianças?" Pergunto.

"Minhas crianças." voltou a falar ela, agora olhando para o alto, aonde o ciclone de fantasma estava na sua dança eterna.

"Mas chega de conversa, vamos começar, estou bastante animada em treinar meu primeiro semideus, sempre tive inveja dos outros deuses quando ficavam se gabando disso." Falou ela flutuando por cima das escadas que levam abaixo até o campo.

No meio do campo vazio, fiquei na frente da minha irmã, esperando ela falar.

"Primeiramente, acho que é melhor explicar minha benção para você." Começou ela.

"Diferente dos deuses que abençoaram a campeã do Olimpo, você não recebeu nem uma benção que aumentasse ou adicionasse um poder a você." Explicou ela.

Isso é uma coisa boa, fiquei meio incomodado pensando que minhas habilidades físicas podem ser reduzidas caso no futuro, algum deus retirasse suas bençãos. Então sempre esperei que eu tivesse ganhado apenas alguns poderes adicionais, que mesmo sendo retirados, eu poderia gerenciar com minha magia.

"Posso saber porquê?" Mesmo gostando do arranjo, é bom saber o porquê disso, já que seria mais fácil a meu ver dar um aumento de poder.

"Diferente dela, você não tinha um físico já no seu auge, então seria um desperdício se fosse uma benção para aumentar seu físico, quanto aos poderes, o Pai foi contra isso." Diz ela.

"Então, qual as utilidades das bençãos que ganhei?"

"Não podendo o dar poderes ou habilidades, todos os deuses fiéis ao nosso Pai deram bençãos que abriram portas para você."

"Eu não intendo, como assim abrir portas?"

"Não sei qual portas os outros abriram para você, mas eu abri a porta para meus poderes sobre os fantasmas."

"Então, eu tecnicamente não ganhei nada de imediato, mas com a porta aberta, eu posso aprender?" Perguntei ainda meio confuso.

"Exatamente." Confirmou ela.

"Isso quer dizer que mesmo se a porta for fechada no futuro, eu não vou perder todo o conhecimento que ganhei?"

"Não."

Só vantagens até agora.

"Vamos começar então!"

Melinoë então levantou a palma de sua mão, e uma energia verde musgo brilhante e manifestada em cima dela.

"A porta que eu abri pode o dar controle sobre oque minha divindade acessa facilmente, a manipulação da energia da alma." Falou ela, mas minha atenção estava toda na bola de energia verde musgo luminescente.

A energia que estou sentido agora é diferente de tudo que eu vi, ela não é nada parecida com energia divina ou mana. Como um mago, seu muito sensível para energias misticas, mas a energia agora flutuando na mão dela parecia não existir, ao ponto em que se eu estivesse com os olhos fechados, eu não poderia dizer se a bola ainda estaria na minha frente.

"Os mortais nomearam essa energia de ectoplasma, um nome ridículo."

Movendo sua mão, a energia verde muda de forma e se torna um pequeno fantasma que voa em volta do corpo dela como um vaga-lume.

"O ectoplasma é com certeza uma das energias mais maleáveis, é incrível a facilidade que ela pode ser moldada. Ataque, defesa e controle, são apenas alguns usos dela."

A energia mudou mais uma vez de forma, agora para vários tipos de armas, antigas e novas.

"Claro que meu uso preferido dela é para manipular os fantasmas diretamente, já que eles são compostos por essa energia."

Melinoë então moveu seus dedos rapidamente, a energia antes calma na sua mão, envolveu seu corpo inteiro. Ela estendeu sua mão para frente, e sua energia verde dançou no ar, pouco depois, dez fantasmas desceram do céu e ficaram em formação na minha frente.

Eles estavam diferentes agora, não mas sem sua forma, havia homens e mulheres com roupas de várias épocas, só esperando o comando de Melinoë.

"Manipulando essa energia, você pode os controlar como quiser, até mesmo os tornando sólidos para atacar seus inimigos."

Outro movimento de mão, e os fantasmas mudaram de forma mais uma vez, agora para seres mais assustadores de três metros de altura com olhos negros sem boca, seres saídos diretamente de um filme de terror.

"Ou você pode os usar para assustar seus inimigos, eu adorava fazer isso quando era uma jovem deusa, sair por aí com uma legião de fantasmas e assustar os mortais, alguns deles até mesmo morriam de medo." Nessa última frase, Melinoë se permitiu sorrir.

Vou tentar ignorar que ouvi ela falar isso.

"clac!" Com um estalar de dedos, tudo desaparece, e só nós dois estamos mais uma vez no campo.

"Pronto para começar?" Pergunta ela.

Animado da forma que eu estava, aceitei imediatamente.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

Minha animação diminuiu um pouco com a dificuldade que se mostrou o treinamento. E também pela falta de progresso após treinar por quatro dias até a exaustão.

O ponto forte dos semideuses, é que não ficamos cansados, oque é péssimo para treinamento físico, mas muito bom para treinamento desse tipo, que requer muita prática e estudo. Normalmente eu não reclamaria ao estudar magia, é a única coisa que eu realmente gosto de estudar, mas vamos dizer que minha irmã não é uma boa professora.

As discrições dela de como acessar essa energia são muito vagas, já que ela nasceu com essa habilidade e a usa com a mesma facilidade que pisca. Então estamos indo num ritmo bem lento.

O primeiro passo para acessar a energia, é a sentir. Seria uma tarefa fácil, se o maldito ectoplasma por si mesmo não da qualquer sinal de sua existência. E quando perguntei como ela sentia a energia, para que eu pode-se me basear nisso, a resposta dela foi muito decepcionante. Então, depois de todos esses dias, uma ideia veio a mim.

"Melinoë, oque acontece se eu usar a projeção astral no submundo?"

Minha irmã estava sentada num banco de pedra na lateral do campo.

"Você está falando da aquela coisa mortal de fazer o seu espirito sair do seu corpo?"

"Sim."

Minha irmã vira o rosto para esquerda, pensando por alguns segundos até me responder.

"Bem, normalmente você seria influenciado pelo submundo e seria controlado para fazer o mesmo caminho que os outros fazem, como ser julgado e depois ir para o local em que você merece estar, mas como você está no meu local de poder, e tem minha proteção, você está seguro, mas por que você pergunta isso?" Responde ela, me dando esperança.

"Tive uma ideia de como apresar as coisas. O ectoplasma é uma energia criada pela alma e manipulada pelos espíritos, como você mesmo disse, então estar mais próximo desse estado pode ajudar a apresar às coisas." Respondo para ela, e depois me sento no chão com as pernas dobradas.

Ela não só me deu esperança de apresar as coisas, como também a resposta do que aconteceria se eu viesse para o submundo na minha projeção, por sorte, nem eu ou Ravena tentamos isso.

Com um pouco de concentração, minha alma sai lentamente do meu corpo e fica flutuando acima dele. No momento em que isso aconteceu, sinto uma sensação estranha, como se algo estivesse me chamando, mas é só um chamado distante, que não me atrapalha muito, mas essa é a primeira vez que sinto algo nesse estado, já que nunca lutei com minha projeção ou fui atingido por feitiços que podem me ferir nesse estado.

"Vamos tentar de novo, por favor irmã." Peço olhando para ela.

Melinoë não se move, mas uma bola de ectoplasma verde brilhante aparece na minha frente. É dessa forma que estamos treinando, ela convoca a energia verde, e eu tento a sentir/manipular.

Eu sento no ar acima do meu corpo na mesma posição e fecho os olhos tentando mais uma vez sentir a energia.

Parece que fui da DC, para uma história chinesa.

O pensamento me faz rir.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

Sempre que treinei projeção astral com Ravena, nunca passamos mais do que algumas horas fora de nossos corpos, então essa foi a primeira vez que fiquei quase um dia todo fora dele. Foi muito fácil, na verdade, nesse estado eu não sentia nem uma necessidade física, então foquei total atenção no treino.

E após mais uma semana, se eu estiver contando as horas corretamente, finalmente sinto algo.

A sensação era com certeza nova, era como sentir algo que não existi, algo que está lá, mas também não estava. Era frio, mas também quente, maleável ou imaleável, e por assim vai.

Minha irmã estava certa, essa energia é com certeza muito mais fácil de ser manipulada que o mana ou a energia divina, mas também a uma grande dificuldade em conseguir a manifestar, a não ser que você seja uma fantasma ou uma deusa.

Fiquei muito feliz com minha conquista é claro, mas essa felicidade desapareceu quando eu voltei para meu corpo e percebi que a conexão com a energia desapareceu.

Faz sentido, posso sentir o ectoplasma sutilmente enquanto estou separado do meu corpo, oque aumenta um pouco minha sensitividade a ela, mas no meu corpo, essa minuscula vantagem desaparece.

Volto para o treinamento então, dessa vez no meu corpo.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

"Você finalmente conseguiu!" Fala Melinoë, sentada no seu lugar com seus dois cães pretos de estimação deitados aos seus pés.

"Depois de um més, eu acho." Digo olhando para minha mão.

Minha mão está agora envolvida por uma energia brilhante cinza, o ectoplasma.

A cor dele é diferente do dela, mas ela explicou que a cor da energia varia de pessoa em pessoa, já que o ectoplasma é gerado pelas energias espirituais e cada pessoa tem um espirito diferente e único.

Sentir essa energia no meu corpo físico demorou muito, e a conjurar mais tempo ainda. Tempo que depois de alguns dias, eu parei de contar, então acho que se passou um mês desde que cheguei no submundo, mas é quase certeza que minha margem de erro é enorme.

"Agora que você a senti e conjura, falta apenas a moldar a sua vontade." Minha irmã está em estase de felicidade com seu rosto inexpressivo.

Para ser justo, ela não me ajudou muito, mas é claro que eu não vou falar isso em voz alta.

Olhando para minha mão, tento manipular a energia cinza como faço como as outras energias que utilizo, e a resposta é assustadoramente rápida. Na velocidade de um pensamento, uma espada cinza de energia aparece na minha mão, uma cópia exata da minha xiphos, sem os detalhes é claro.

O ectoplasma é muito mais manipulável que imaginei, a velocidade que ela respondeu a mim sem mostrar nem uma resistência foi incrível.

Antes, eu só usava dois tipos de energia, o mana que nasci, para realizar meus feitiços. E a energia divina.

O mana é uma energia mais caótica, ela sempre está ponta para se mover a sua vontade, é preciso muito controle para que ela não tome sua própria direção é faça o que quiser. A energia divina é arrogante, tanto que tudo que eu consigo fazer com ela agora é a liberar com uma grande explosão. Um uso simples e efetivo, mas como um mago, essa forma de a usar na minha opinião é um desperdício.

E agora o ectoplasma, uma energia difícil de se conseguir, mas com aplicações sem limites.

Outra boa notícia sobre ela, é que quando a conjurei, percebi que ela tem muitas semelhanças com a energia da Ravena. Ela também usa uma energia da manifestação de sua alma, algo mais avançado que a projeção astral, muito semelhante ao ectoplasma. Semelhante, mas não igual. A boa notícia disso, é que talvez, eu possa adaptar os feitiços de Azarath para ser usados com o ectoplasma.

"Bom, muito bom." Melinoë me arranca dos meus pensamentos enquanto se aproximava de mim com seus dois cães a seguindo.

"Você fez um bom trabalho, infelizmente a quantidade de energia que você pode manifestar não é grande o suficiente para a usar da forma que eu a uso."

"Tudo ao seu tempo." Digo para ela não desanimado.

Não sei se quero seguir o mesmo caminho que Melinoë, pelo que ela me mostrou, seu estilo é mais longo alcance, atacando com seu exército, não que ter um exército de fantasmas sobre meu comando fosse algo ruim, mas para fazer isso, é preciso ter o poder e prática para invocar vários fantasmas sobre seu comando, e depois ter mais poder e conhecimento ainda para os tornar tangíveis.

Para aqueles que não são deuses, essa não é uma tarefa fácil.

Um exército não é viável, mas isso não quer dizer que os ensinamentos dela não sejam importantes. Eu não preciso de um exército, só de alguns sobre meu comando, para espionar, vigilância ou um ataque surpresa.

"Qual é o próximo passo então, Professora." Digo sorrindo para ela. E Melinoë ficou tão feliz, que me deu um pequeno sorriso.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

Como eu amo a sensação de fazer progresso na magia, é uma daquelas sensações de realização própria que vicia você a ir adiante, mas diferente das outros vícios, esse você precisa trabalhar duro para conseguir.

Depois de pegar habilidade em controlar a energia nova, a desenvolver se mostrou ser mais fácil, a cada dia eu fazia mais progressos. Não me tornei um mestre é claro, mas já consegui habilidade o bastante para usar o ectoplasma em uma luta.

Então, depois de ficar um quantidade de tempo que deixei de tentar contar com minha irmã, aprendendo muita com ela, está na hora de ir embora. Não que ela tenha me ensinado tudo que sabe, mas o proposito nunca foi esse, e sim me dar os fundamentos para eu me desenvolver sozinho da minha forma.

"Ser um professora foi tão divertido quanto assustar os mortais." Diz Melinoë

Estamos na entrada do espaço pessoal dela, no portal cercado por flores.

"Alguma dica?" Pergunto.

Melinoë ficou calada por alguns segundos, até me responder.

"Tente ficar o mais afastado das bordas do submundo o máximo possível, essa é a zona sem lei desse reino, quanto mais afastado do centro você estiver, mais perigoso as coisas vão se tornar." Começou ela.

"Eu estava com duvida sobre isso também, por que o submundo é tão caótico, não deveria ser um reino para as almas serem julgadas igualmente?"

Hades na mitologia sempre foi um figura que os mortais tiveram medo, esse medo se baseou no medo da morte que todos eles tem, mas de todos os deuses, Hades foi o único que menos interagiu ou deu problemas para os mortais, então o reino dele não deveria ser uma bagunça com monstro andando por ai fora de controle.

"As almas são julgadas igualmente, você viu alguma delas sendo atacadas pelos monstros, esqueletos ou zumbis?"

Ela está certa, os espíritos dos mortos estão em grande quantidade, e mesmo assim, não são atacados.

"Você tem que lembrar que os malditos olimpianos adoram jogar aqueles que ofenderam ou puniram no submundo, assim como os monstros que não seguem ninguém ou são selvagens, se nosso Pai não permite-se uma zona aonde eles poderiam ficar livres, o submundo estaria em guerra eternamente, então a um trato não verbal, eles são livres para fazer oque quiser desde que não atrapalhem o funcionamento interno do submundo. O único lugar aonde a realmente ordem, é o centro do submundo, quando mais você se aproximar do centro, mas seguro você vai estar." Acabou ela sua explicação.

"Mais alguma coisa?" Pergunto por fim.

Minha irmã então ficou seria, mantendo seu rosto neutro como sempre, mas depois de algum tempo com ela, ler suas expressões sem ela as demonstrar, se tornou mais fácil.

"Sim, Diomedes, você tem que ter cuidado com minha Mãe." Diz ela.

"Com Pers…"

"Não!"

Antes deu dizer o nome completo, ela levantou um dedo e uma camada de energia verde brilhante envolveu minha boca me calando.

"Ela pode ser um deusa menor la em cima, mas quando ela está aqui, ela é a Rainha do Submundo, então não diga o nome dela em voz alta." Avisou ela, e depois abaixou a mão liberando minha boca.

"Por que eu devo ter cuidado com ela?" Pergunto, sabendo muito bem qual deve ser o problema.

"Você não é filho dela." A resposta não é inesperada.

Agora tenho que ter cuidado com a rainha desse lugar.

"Intendo, obrigado mais uma vez, não sei como, mas um dia vou agradecer sua bondade." Agradeço mais uma vez ela.

"Foi diverto conhecer você, irmãozinho." Diz ela sorrindo.

Então, atrás de mim, um portal verde circular do meu tamanho se manifesta.

Um portal feito manipulando ectoplasma, com certeza vou o aprender mais tarde.

Aceno mais uma vez para minha irmã me despedindo, e ando na direção do portal.

Está na hora de voltar, mas antes, eu tenho que recuperar minha mochila.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

"Você já pode sair agora." Diz Melinoë, poucos segundos depois de Diomedes atravessar o portal, e ele desaparecer.

Na frente de Melinoë, um fantasma se torna visível, mas diferente dos outros, esse parecia muito mais real, e seus olhos estavam brilhando com sabedoria, mas seu corpo não mostrava nem uma forma ou aparência, seu único traço, são seus longos chifres acima de sua cabeça projetados de sua testa.

{Eu gostei dele, ele não é arrogante ou idiota como nós fomos quando novos.} Falou o Fantasma, não intimidado por estar de frente da deusa de todos eles.

"Ele é tão novo, é tão injusto colocar o destino e toda essa bagunça nas mãos dele."

{Desde quando o Destino é justo?} Perguntou o fantasma.

Melinoë então se virou e começou a andar em direção do seu templo.

"Pelo menos ele não vai morrer de um forma tão estupida como você fez, isso tenho certeza." Falou ela para o fantasma, que a seguiu logo atrás.

{É verdade.} Não negou o fantasma rindo.

"Você vai ficar de olho nele?" Perguntou ela.

{Sim, as Erínias já devem ter falado por ai que o filho de Hades, chegou ao submundo, nossa Mãe já deve saber disso. Vou ficar de olho nele, mas não vou o ajudar a não ser para o salvar de uma morte certa.}

Ela apenas acenou com a cabeça, e os dois continuaram a andar calmamente pelo jardim.