Chereads / DC: The Prince Of The Underworld (PT-BR) / Chapter 25 - Primeira Viagem ao Submundo (1/4).

Chapter 25 - Primeira Viagem ao Submundo (1/4).

"Isso está ficando muito divertido!" Gritou Koriand'r de felicidade na minha frente.

Minha companheira de treino sempre se diverte em nossos amistosos, dessa vez estamos treinando combate enquanto flutuamos, o estilo de luta de Koriand'r foi criado para aqueles que podem voar, então aprender ele é algo essencial para mim agora que também posso voar.

Estamos agora no andar mais abaixo da Torre, na sala de musculação, aonde eu e Koriand'r estávamos flutuando alguns centímetros do chão no tatame, mas afastado de nós, estava Ravena, com as pernas cruzadas sentada no chão usando sua capa roxa cobrindo quase todo seu corpo. Normalmente ela prefere ficar sozinha, mas Koriand'r sempre consegue arrastar a menina para perto dela quando a vê.

Kaldur'ahm, o Aqualad, também está aqui, ele estava usando uma roupa de ginástica azul e agora está levantando mais de uma tonelada nos supinos.

Koriand'r, então voa até mim e agarra meus ombros com os dois braços, eu agarro as alças do sutiã esportivo que ela estava usando e a giro dando uma volta completa no ar até a soltar a fazendo se afastar de mim.

"Quase arrancou minha nova roupa." Falou ela longe de mim com às duas mãos em seus peitos checando se o sutiã esportivo ainda estava no lugar.

A grande tentação de ser um herói e treinar com uma beleza desse nível, mas após tanto tempo treinando com ela quase todo dia, não fico mais tão afetado com a roupa que ela estava usando, Wally, por outro lado, desmaiaria se visse Koriand'r vestida de apenas um sutiã esportivo que cobria apenas seus seios e com calças de ginástica cinza coladas na sua bela pele laranja.

Agora é minha vez de atacar, dou um soco mirando o rosto de dela que bate na lateral do meu pulso com a mão aberta, giro meu corpo no ar e dou um chute no seu rosto, Koriand'r abaixa alguns centímetros no ar desviando do meu golpe e segura minha perna e me joga contra o chão.

"Não estamos no chão Dio, estamos voando, então não precisamos do chão para nós empurrar ou girar no ar, um costume que você vai ter que esquecer quando está voando." Repetiu ela pela terceira vez.

Levanto-me do chão, e volto a flutuar alguns centímetros ficando de frente para Koriand'r. Ela pode ser uma bola de energia e excitação, mas ela com certeza é uma boa professora.

Quanto estamos no chão, temos que o chutar para tomar impulso para frente, mas no ar isso não é mais preciso, então estou realizando movimentos desnecessários que com certeza podem ser aproveitados por um inimigo, o problema é que mesmo sabendo isso, vai demorar um pouco para me acostumar a ir contra esse extinto.

Koriand'r faz seu movimento, ela quer agarrar meu braço agora, mas eu deslizo para esquerda dela empurrando seu braço a fazendo ficar de costa para mim, aproveito e coloco meus braços em volta do pescoço dela num mata-leão, minhas pernas também envolvem sua cintura e um dos seus braços.

"Desiste?" Pergunto para ela, enquanto afasto minha cabeça do longo e volumoso cabelo vermelho dela.

"Tem certeza que não quer me soltar?" Pergunta ela num tom divertido.

Ela não me dá tempo para responder ou pensar e voa para o alto, quanto ela se aproximou do teto, Koriand'r girou seu corpo e bateu com minhas costas contra ele.

"BLAMM!"

O susto me fez a soltar, e Koriand'r virou e segurou minha camisa e me lançou contra o chão.

"BLOMMMM!"

Afundo alguns centímetros no chão, e todo o ar dos meus pulmões escapou do meu corpo, mas ela ainda não tinha acabado, olho para cima e a vejo voando na vertical com o braço estendido, forço meu corpo, e levanto minhas pernas para o alto e as levo na direção da minha cabeça assim me levantando e ficando agachado no chão, na minha frente, Koriand'r enfia quase todo seu braço no chão, ainda agachado, dou uma mortal para trás acertando o rosto dela com meu pé.

No ar, ela gira algumas vezes até recuperar o controle do seu corpo.

Ela me da um sorriso de pura alegria, e depois limpa o sangue do seu lábio aonde eu acertei o chute.

Então ela fecha seus dois punhos e a energia verde dela os envolve.

Flutuo até ficar de frente para ela no ar e devolvo o sorriso, então nós dois nos movemos em simultâneo.

"Chega vocês dois!" Gritou Ravena.

Duas garras feitas de energia negra brilhante dela envolve nossos corpos nós impedindo de nós chocarmos no ar.

"Ravena, porque você nós parou, estávamos chegando na melhor parte." Olhou Koriand'r para sua amiga e perguntou.

"Olhe ao redor seus idiotas, a briga de vocês vai destruir todo esse andar." Respondeu ela em pé olhando para nós, nada feliz.

"Acho que nós empolgamos um pouco." Digo olhando ao redor.

A sala de musculação é bem resistente, mas quebramos o teto e o chão, fora que a onda de choque causada por nós atrapalhou Kaldur'ahm, que antes estava puxando peso do nosso lado, e agora está próximo olhando para nós.

"Desculpe atrapalhar você Kaldur." Desculpo-me com ele depois da garra do corvo nós soltar, e nós dois voltamos para o chão.

"Não se preocupe, foi mais interessante ver treino de vocês." Falou ele sorrindo para nós.

"Então, podemos continuar?" Perguntou Koriand'r para Ravena que apenas balançou a cabeça acabando com a alegria da menina.

"Por que não paramos por hoje, Koriand'r?" Sugiro.

"Mas estávamos começando a esquentar." Fez beicinho ela.

"Quando eu voltar vamos continuar, dessa vez do lado de fora." Digo para melhorar o humor dela, que funciona.

"Eu vou tomar banho e depois tomar café da manhã então, não quero me atrasar." Falou a alienígena laranja voando para longe.

"E eu preciso me apresar para não me atrasar também." Falou Kaldur'ahm olhando para o relógio digital na parede da sala.

"Você tem um encontro?" Pergunto sorrindo.

"Uma amiga minha está fazendo aniversario hoje, pretendo comparecer." Respondeu ele sem se envergonhar.

"Boa festa então." Digo, e ele acena com a cabeça e vai embora.

"Você vai hoje?" Pergunta Ravena se aproximando.

"É o melhor momento." Respondo.

Faz uma semana que consegui todos os ingredientes que eu preciso, mas eu não fui imediatamente para o submundo, como eu não sabia quanto tempo eu poderia ficar la, eu tinha que fazer preparativos e fazer isso numa data que eu estivesse livre da escola, e graças as férias do fim do ano letivo, eu estou livre.

Vanessa também está bastante ocupada preparando sua mudança para faculdade, a animação da menina para deixar sua casa vazia é imensa, não culpo ela, também ficaria desanimado vivendo numa casa vazia por meses. Então com ela tão ocupada, ela não surtou quando eu falei que ia ficar alguns dias fora sem comunicação.

"Tem certeza que não quer ajuda?" Pergunta Ravena de frente para mim com seu capuz cobrindo quase todo seu rosto deixando apenas sua boca amostra.

"A porta demoraria mais tempo para carregar com nós dois indo para lá."

"Eu poderia ir na minha forma astral." Sugeriu ela.

"Você sabe que isso pode ser perigoso Ravena, entrar num inferno na sua forma astral." Nego mais uma vez ajuda dela.

É a segunda vez que ela se oferece, fico mal em negar sua ajuda, mas não é seguro nós dois viajarmos juntos.

"Que seja então." Desistiu ela de me fazer aceitar sua ajuda.

"Que tal nós dois treinarmos um pouco?" Faz alguns dias que não treinamos.

Ela apenas acena e senta no chão de pernas cruzadas na minha frente, vou até ela e me sento a poucos centímetros de distância me mantendo reto.

Fechamos nossos olhos, e alguns segundos depois, minha alma flutua para fora do meu corpo, aonde vejo Ravena em sua forma astral acima do corpo dela.

{Você diminuiu o tempo, isso é bom.} Elogia ela.

Faz algum tempo que Ravena vem me treinando nos feitiços de Azarath, meu progresso está bem lento ainda.

{Mas eu ainda não consegui fazer minha alma tomar formar.} Digo desanimado.

{Sim, isso também está me fazendo perde o sono, não intendo por que você não está avançando, e mesmo não podendo usar o Soul-Self, ainda pode usar telecinesia.} Falou ela confusa também.

Na minha forma espiritual, levanto a mão apontando para os pesos do outro lado da sala, imagino uma linha se estendendo do meu braço e voando até o peso menor, e quando eu levanto a mão, o peso também e levantando no ar.

{Talvez eu não seja muito compatível com essa formas de magia.} Dou minha opinião abaixando o peso.

Telecinese é um truque que todo mago pode realizar, mas levantar objetos pesados gasta muita energia, então é mais fácil usar um feitiço simples de levitação e depois o controlar, então eu nunca foquei muito em aprender ela, mas a telecinese da Ravena é muito mais poderosa que a comum, então vale a pena treinar mesmo estando na minha forma astral.

Só que essa telecinese só deveria ser possível depois de conseguir fazer a alma do usuário se manifestar.

Meio que pulei esse passo.

{Sem conseguir invocar seu Soul-Self, você não vai poder usar outros feitiços de Azarath ligado ao seu corpo físico, mas talvez...} Começou ela mais parou de falar.

{Oque?} Pergunto.

{Se você não tem muita afinada com os feitiços de Azarath, por que não os modifica e faz um seu próprio, você é ótimo nisso.} Sugere ela.

Ela não estava errada, seria também mais fácil fazer isso do que criar um feitiço do zera já que tenho o material original para me guiar.

{Mais um projeto para a lista, que só faz crescer.} Digo sorrindo.

Mesmo não tendo que dormir, está faltando tempo para desenvolver tantas ideias, e a lista delas só aumenta, mas não posso fazer nada sobre isso, já que o dia tem vinte quatro horas e eu só sou um.

{Você está indo muito bem, e suas reservas de energia magia estão crescendo muito rapidamente também.} Ela tentou me animar.

Antes de eu atingir meu auge, que provavelmente vai ser na pros vinte e cinco anos, todos meus poderes vão continuar aumentando naturalmente, no início, quando minhas habilidades foram seladas, eu tive um crescimento explosivo que se normalizou com o tempo, isso no aspecto físico.

A poucos dias atrás Ravena notou algo que nem eu percebi, minha mana estava crescendo muito mais rapidamente que meus atributos físicos, e ela também aumenta quanto mais eu encho meu cérebro com conhecimento mistico e prático.

Claro que o crescimento em todos os aspectos não são tão assustadores, não é como se se eu fosse ficar tão poderoso quanto o Superman de um dia para o outro, esse crescimento só se mostra muito visivelmente depois de algum tempo, mas mesmo assim, é muito animador e viciante sentir-se ficando mais poderoso vendo seus esforços dando frutos.

{Vamos preparar tudo então?} Pergunta ela.

Já que não está dando muito certo a prática agora, não faz mal adiantar um pouco as coisas.

{Vamos.} Digo voltando para meu corpo.

Abro meus olhos no chão e me levantando, Ravena já está em pé.

"Vou tomar um banho e pegar minhas coisas, nós encontramos na parte de trás da Torre daqui a vinte minutos." Falo e corro para o chuveiro.

Entro no chuveiro só de toalha cobrindo minha cintura, vejo que alguém está tomando banho pela quantidade de fumaça no local da água quente e o som do chuveiro.

Vou até um dos chuveiros e o ligo, e quanto estou prestes a tirar minha toalha, escuto uma voz inesperada do meu lado.

"Você já acabou seu treino Dio?" Pergunta Koriand'r.

Olho para o lado e vejo Koriand'r, atrás da parede separatória do banheiro com seus longos cabelos vermelhos molhados.

"Koriand'r, oque em nomes dos deuses você está fazendo no banheiro masculino." Pergunto conseguindo manter a calma.

O vapor da sala está muito denso, então não dava para ver muito bem a figura dela, e o muro cobria o corpo dela até seu pescoço, só assim para eu manter a calma.

Eventos como esse não são raros, essa menina sempre se mete em confusão como essa na Torre, semana passada ela foi lavar suas roupas, mas como ela não tinha mais nem uma limpa, ela ficou pelada na lavanderia, Ravena que estava com ela selou toda a sala o dia inteiro para ninguém entrar.

"Ohh, entrei na porta errada." Se desculpou ela sem qualquer vergonha em sua voz.

"Hufff." Com um suspiro, fecho o chuveiro.

"Vou ficar vigiando do lado de fora, tome seu banho em paz." Digo para ela indo embora.

"Por que não tomamos banho juntos, é um costume entre amigos em casa." Falou ela pela minha costas.

"Mais não aqui, pelo menos não entre amigos!" Grito andando mais rápido.

"Mas você não precisa me esperar." Voltou ela a falar.

É claro que tenho que vigiar, se Wally entra-se agora no banheiro o pobre garoto teria um ataque cardíaco de tanta animação.

"Eu já vou sair, não quero me atrasar para meu primeiro trabalho também." Falou ela para mim, quando eu saio pela porta.

O cartão da Emily deu frutos, após marca uma reunião com ela, Koriand'r conseguiu facilmente o emprego, ela agora vai voar até Gotham para fazer seu primeiro ensaio fotográfico. Infelizmente, Emily não quis me contar nada sobre os vampiros quando falei de novo com ela.

"Você está atrasado." Fala Ravena para mim nada feliz, ela odeia atrasados.

"Não é minha culpa, Koriand'r sem querer entrou no banheiro masculino." Informo ela.

"E?" Pergunta ela levantando uma sobrancelha.

"Tomamos banho juntos é claro." Digo na maior cara-de-pau.

"Oque!"

"É um costume antigo de Tamaran, foi tão relaxante que eu perdi a noção do tempo." Continuou.

Ravena abaixa a cabeça, e o ar em volta fica um pouco frio.

"Como você tem coragem de tirar vantagem de um amiga minha." Pergunta Ravena, com uma voz completamente diferente, mas fria, e rouca que a normal.

Quando ela levanta o rosto, vejo seus olhos vermelhos, e sua pele também começa a muda de cor.

"É claro que isso não aconteceu." Digo então, não ficando intimidado com ela.

"Fiquei do lado de fora guardando o banheiro até ela acabar." Explico, e o vermelho nós olhos de Ravena se apagam.

"Por que você acreditou numa brincadeira assim?" Pergunto, não pensei que ela agiria assim.

"Eu senti luxuria em suas emoções." Respondeu ela baixando a cabeça de novo.

E você pode me culpar?

"Sou um adolescente, e mesmo considerando Koriand'r minha melhor amiga, ela ainda é um mulher muito bonita."

Ravena tem o poder de sentir as emoções daqueles próximos a ela, normalmente isso quer dizer que eu nunca consegui pegar ela com uma brincadeira, essa foi a primeira vez.

Para não ficar mais no assunto, olho para a parte de trás da Torre, que não sofreu grande mudanças desde minha luta contra o Roy, a única diferença agora é um tapete preto estirado no chão com algumas coisas em cima dele, os materiais para o ritual.

"Vamos começar." Digo.

Vou até o tapete e coloco minha mochila comum em cima dele, dentro dela, estão varias barras de serial e garrafas de água e alguns suprimentos para higiene.

Não sei quanto tempo vou passar no submundo, mas espero ser uma semana, normalmente eu não sinto fome, como por prazer e por costume, mas nunca tentei descobrir quantos dias eu posso viver sem água ou comida, então estou levando suprimentos para matar minha fome, caso ela apareça.

Apenas uma precaução é claro, já que Diana me contou que uma vez passou quase um ano sem comer ou beber em algum treinamento nível espartano na ilha dela e não teve problemas.

Ravena do meu lado mais calma, toma a frente e vai até o centro do tapete vermelho, ainda a uma pequena tigela de barro funda, ela se ajoelha na frente dela e pega o primeiro material que está ao alcance de sua mão.

Tenho confiança se isso fosse um feitiço, mas eu nunca fiz um ritual usando ingredientes antes, então pedi ajuda dela para isso, já que não é uma boa ideia começar a treinar rituais fazendo algo desse nível.

Então fico bem do lado da Ravena, olhando para cada movimento dela.

Primeiro ela pega terra de um cemitério da Grécia, demorou horas e horas para eu chegar lá voando.

Ela colocou à terra dentro da tigela de barro circular e funda e depois pegou um pequeno tubo com sangue, sangue de um ser do submundo, que foi coletado da espada de Diana depois de uma luta contra um monstro aquático grego.

Como todos os monstros gregos vão para o submundo quando morrem, todos eles fazem parte dele, assim esse item não foi muito difícil de conseguir.

Adicionar o sangue à terra não causou nem um efeito, então Ravena pegou uma jarra de barro aonde o óleo aromático grego que antigamente era usado para vários rituais de unção na Grécia antiga, pelo que eu intende, o corpo dos que estavam para morrer eram banhados com ele.

Ela coloca um pouco do óleo no recipiente com o resto das coisas.

Essa coisa era cara, cara demais para alguém como eu que só tem uma mesada dada por Diana comprar, por sorte, eu conheço uma grande pesquisadora e arqueóloga que tem uma filha que a odeia e que não se importou de me dar uma jarra de sua coleção pessoal em sua casa.

De qualquer forma, tenho que pensar numa forma de ganhar dinheiro no futuro.

Se eu tivesse que comprar um item como esse, eu com certeza não poderia fazer um ritual assim.

Um a um, os itens foram colocados na mistura do bolo nojento na frente da Ravena, não parecia ser um ritual, e sim uma receita para quem vê isso de longe, mas a uma ordem, forma e porcentagem exata de colocar os itens, e Ravena está fazendo isso numa velocidade impressionante com grande habilidade também.

No final, sobra apenas dois itens.

Ravena então estende a mão aberta para mim, e eu pego duas moedas de prata do meu bolso e as coloco nela.

Dois Dracmas, dinheiro da antiga Grécia.

Outro item "doado" pela Julia Kapatelis, mãe da Vanessa.

Ravena coloca as meadas entre duas palmas e leva suas mãos até seu peito, como se estivesse rezando de joelhos. Ela começa a falar baixinho o ritual grego, e suas mãos começam a brilhar com uma forte luz negra, poucos segundos depois, ela leva suas mãos ainda juntas acima da tigela de barro e as abre, um líquido prata e brilhante então cai sobre a mistura de bolo preta, e todo o conteúdo da tigela começa a se misturar sozinho.

"O último item." Diz-me ela sem olhar para mim.

Com um pensamento, meu corpo é envolvido por um líquido negro e minha armadura e armas aparecem no meu corpo, saco minha espada negra e num movimento rápido, corto a palma da minha enquanto morto meus lábios para não demostrar dor, com o meu sangue correndo, guardo minha espada nas minhas costas e pego a romã seca do submundo com minha mão ensanguentada.

Dou dois passos a frente e fico atrás de Ravena, esperando o sinal dela.

"Agora." Diz ela então.

Levanto minha mão e a abro em cima do pote, a romã vermelha manchada com meu sangue cai no centro da mistura, que agora está girando como um redemoinho no pote, e quando a romã entra nele, toda a mistura a envolve.

Depois a mistura se acalma, no pote agora a uma substância negra como piche parada.

"Tudo deu certo, só falta forjar a chave." Falou ela se levantando.

Dessa vez sou eu que me ajoelho no chão na frente da tigela.

"Que item você escolheu?" Pergunta ela curiosa.

Todo esse ritual foi para criar essa substancia, que se for colocada num item, vai o transformar numa chave permanente para o submundo, com algumas limitações é claro.

Já tendo pensado no item perfeito, retiro minha espada das minhas costas e enfio sua lamina no chão na minha frente a deixando em pé.

"Sua espada? Tem certeza?" Me perguntou ela.

"É uma das poucas coisas que tenho certeza que não vou perder, e o metal do submundo é perfeito para receber encantamentos." Respondo para ela pegando a misturado chão.

Minha xiphos, uma espada tradicional grega que começa fina do seu punho e vai se alargando até a ponta, uma lamina duplo fio.

Pego o pote no chão e o viro deixando um líquido negro viscoso que surpreendentemente tem um bom cheiro de terra molhada cair em cima do punho da espada, aonde a uma caveira esculpida no seu pomo prateado com olhos de rubi.

O líquido cai lentamente e cobre toda a espada, ele começa a brilhar sutilmente, e o brilho bem fraco vai desaparecendo assim como o líquido viscoso na espada a deixando mais uma vez no seu estado perfeito.

"Sucesso." Digo a segurando pelo punho e a retirando do chão.

"Me deixe conferir." Pediu Ravena.

Segura a espada de lado em cima das palmas da minha mão e me viro para ela que se aproxima e abaixa ficando próxima da lâmina negra do metal do submundo.

"Sim, não vejo nem um problema." Confirmou ela depois de alguns segundos.

"Bem, chegou a hora então." Digo para ela sorrindo.

"Tem certeza que quer ir agora?" Perguntou ela retirando seu capuz roxo e olhando para meus olhos.

"Tempo é curto, tenho que o usar sabiamente." Respondo pegando minha mochila no chão e a colocando no meu ombro.

O olhar e pedidos dela com certeza podem me fazer adiar minha ida por algumas horas, então eu me adianto e ando alguns metros na grama não dando essa chance a ela.

"Boa sorte!" Grita uma voz acima de nós.

Olho para cima, e vejo Koriand'r com todos os meus outros amigos, Roy incluído.

Todos eles estavam na janela do andar acima olhando para mim.

Dou para eles um sinal com a cabeça e me viro para o oceano e a vista de tirar o folego da cidade a minha frente, levanto a minha espada acima da minha cabeça e a abaixo como se estive-se cortando ao meio tudo na minha frente.

"Άνοιξε, διατάζω!" {Abra, Eu ordeno!} Digo enquanto a espada faz seu movimento.

E quando ela cai completamente, uma rachadura fina negra aparece no local aonde ela passou, e a rachadura aumenta alguns centímetros, e dela uma fumaça negra e expelida.

A rachadura então se abre completamente do nada, e um portal de pedra surgi na minha frente, toda esculpida com várias letras gregas, e as portas, eram negras com vários crânios brancos presos a ela, e no centro das portas duplas, um dos sinais de Hades, seu garfo dourado, e em cima do portal de pedra, uma escultura do Cerberus olhando para baixo.

"A porta para o submundo." Digo em voz alta olhando para ela com admiração.

Viver com uma arqueóloga por alguns anos não me tornou um especialista, mas me deu algum senso de beleza para apreciar uma obra de arte como essa.

"Crrrr!"

As portas duplas se abrem na minha direção com um rangido forte, a nevoa negra que antes estava contida se espalhou por todo o chão.

O interior da porta não havia nada, apenas uma grande escuridão que nem minha visão noturna podia ver.

Sem temer, eu dou um passo a frente, e depois outro, até atravessar as portas.

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Na parte mais afastada da cidade nesse exato momento, a uma antiga e pequena casa de um andar que fica espremida entre dois grandes prédios.

Mesmo sendo pequena, ela tenha seu próprio charme, havia uma escadaria de pedra que levava até o térreo, aonde a um pequeno pátio que ficava rodeado de flores das mais variadas cores.

Qualquer pessoa que passa por esse lugar, só perceberia a beleza das flores, os versados em magia por outro lado, ficariam chocados com elas, todas elas têm um grande valor no mundo magico, mas a placa logo abaixo presa nas grades que envolve o pequeno pátio os fazia desistir de tentar qualquer coisa.

{Madame Xanadu, entre livremente e não tenha medo.} Está escrito na placa com tinta azul numa bela caligrafia.

E no pátio nesse momento, a duas mulheres sentadas, uma na frente da outra numa mesa com um bule de chá no centro.

Uma delas tem um cabelo liso preto e uma franja, olhos azuis como gelo, e lábios carnudos com batom vermelho, usando um terno feminino todo preto e com uma cartona em sua cabeça.

"Ele já deve ter ido a essa hora." Falou Zatanna Zatara, bebendo um gole de seu chá.

A mulher na sua frente, estava encostada na cadeira embaralhando um baralho de taro em suas mãos.

Uma mulher vestida com um longo vestido vermelho com cabelos pretos e olhos verdes fortes, ela está manqueada com uma cor preta ao redor dos seus olhos a dando um certo ar de mistério, em seu pescoço, a vários colares de ouro de vários tipos, e ela também estava usando um anel em cada dos seus dedos.

"Você não vai falar nada?" Perguntou Zatanna para sua amiga.

"Não estou entendendo o motivo dessa reunião Zatanna." Falou a mulher de vermelho pela primeira vez, sua voz era doce e baixa.

"Nimue, você sabe que quando ele volta do submundo, ele com certeza vai ter um aumento de poder, e então talvez ela possa o conseguir o sentir agora." Explicou Zatanna seus pensamentos colocando a xícara de chá na mesa.

A mulher de vermelho parou de embaralhar as cartas, e então olhou para Zatanna.

"Isso é inevitável. Você sabe muito bem disso, o feitiço que coloquei nele o protegeu por muitos anos limitando suas habilidades, agora que ele despertou e começou seus estudos, é claro que ela vai em algum momento o sentir."

Essas palavras fizeram Zatanna ficar desconfortável, ela já sabe da história, mas agora que ela tem um grande vínculo com o garoto, é claro que ela quer evitar que ele sofra.

"Então temos que contar tudo para ele, assim que ele voltar." Disse ela.

"Não, meu glamour ainda está funcionando, então temos algum tempo mesmo que ele se fortaleça um pouco mais, o deixe viver sua vida em paz." Negou Nimue.

"Isso não é muito pouco tempo, aquele garoto é imensamente talentoso, ele criou vários feitiços do nada, muitos feiticeiros passam anos para criar apenas um." Voltou Zatanna a Insistir, achando que contar a verdade antes de tudo explodir é o melhor caminho.

"Mas você não disse isso para ele, correto?" Perguntou Nimue.

"Eu não queria que ele fica-se convencido, usuários de magia quando ficam convencidos com suas habilidades acabam de forma terrível." Concordou Zatanna, com um leve tremor no corpo pensando em alguns amigos que acabaram mau.

"A criança é a prole de um deus com ela, uma dos antigos, como eu, pelo que sei, ele é o primeiro hibrido desse tipo, então faz sentido ele ser fora do comum."

"Talentoso ele é, mas para enfrentar ela, é preciso mais do que talento, ele não pode fazer isso sozinho, e o deixar sem informações pode nos causar problemas, você sabe muito bem o quanto manipuladora é aquela vadia." Tentou mais uma vez Zatanna convencer sua amiga.

"Por favor, Zatanna. Eu sei dos pontos fracos dela, mas mesmo assim, ela ainda é minha irmã."

"Desculpe." Pediu Zatanna, e Nimue sorriu aceitando o pedido de sua amiga.

Então Nimue coloca o baralho em cima de sua palma viradas para cima, e varias cartas flutuam até a altura do peito dela, viradas para Zatanna.

"Não se preocupe minha amiga, as cartas nos favorecem. Não está na hora de revelar a verdade, mas ela se aproxima, até lá, vamos continuar esperando."

"Você e suas cartas, que seja, não é meu segredo mesmo." Falou Zatanna enquanto pegava de novo a xícara e tomava outro gole do chá.

Claro, que ela ainda não aceitou isso, e vai com certeza continuar insistindo, e se não fosse por ela ter dado sua palavra em não revelar nada, ela já teria dito tudo para seu aprendiz.