— ahhh! Aquela turma de terceiros é terrível, terrível! Eles não fazem absolutamente nada! Senhor diretor assim eles sozinhos vão afundar toda a reputação do colégio! — disse a professora na sala do diretor — e eles não me respeitam ficam insinuando que eu vivo sozinha e nenhum homem iria me querer, e diz que assim eu nunca vou casar! O que você acha?
— é eu já sei disso! Bem, mas eu já tenho um plano para contornar a situação! — disse o diretor confiante.
— e qual é?
— Na verdade são dois! O primeiro é Lorenzo, se caso conseguimos trazer para o nosso lado ele pode ajudar a convencê-los a estudar, e já que agora ele faz parte do Grêmio alguns vão ficar com receio de fazer algo.
— e o segundo?
— estuda pela manhã, mas vou usar como um plano B, ele logo vai ser transferido para tarde, vou colocar na mesma sala de Lorenzo para ajudá-lo a convencê-los.
Enquanto isso Lorenzo imprimia os vários questionários para o Grêmio do colégio enquanto olhava cada um saindo um por um.
— e parece que já tenho o bastante, dez para cada tur..
— Lorenzo!!
— que foi Mãe!? — disse assustado.
— você tem visita!
— pensou — "Que!? Visita pra mim? Deve ser algum parente" —
Lorenzo sai do quarto e vai até a sala para ver quem era essa tal visita, mas ao chegar encontra Heloísa e sua mãe conversando, sem saber o que fazer pois nunca havia recebido nenhum amigo em sua casa ele resolve se esconder e ouvir um pouco a conversa já que elas não haviam o visto ainda.
— Você gostaria de um café? — perguntou a mãe de Lorenzo.
— não, obrigada — respondeu Heloísa educadamente.
A mãe de Lorenzo olha a garota dos pés a cabeça e pergunta:
— você e a namo..
— mãe!! — interrompeu Lorenzo — Oi Heloísa!
— Que susto filho! Mesmo na hora que eu tava perguntando se ela é sua namorada.
— ela não é! E foi por causa dela que eu fui obrigado a entrar no Grêmio do colégio! — disse Lorenzo com raiva.
— É verdade? — perguntou a mãe de Lorenzo olhando para Heloísa.
— sim — disse cabisbaixa com medo do que poderia vir.
— Muito obrigada! — disse a mãe de Lorenzo.
— quê?
— Lorenzo mal sai do seu quarto, talvez assim ele saia mais, ele pode ser chato, irritante, frio, um inútil total às vezes mas não se preocupe ele é uma boa pessoa.
— mãe!
— também, parece que ele não tem mais libido de tanto ficar preso neste quarto, para alguém da idade dele era para ele ter ao menos duas revistas da Playboy escondida na cama.
— Ok, vou cuidar bem dele — respondeu Heloísa com convicção.
— mãe? Pode ir para a cozinha, acho que o arroz tá queimando.
— droga eu havia esquecido.
— "eu quero morrer! Que vergonha" — pensou Lorenzo — desculpa pela minha mãe, o que foi?
— Eu vim saber sobre os questionários.
— tão no meu quarto, eu vou… Peraí, como você sabe onde moro?
— olhei sua ficha do colégio lá diz tudo, como idade, data de nascimento, sexo, onde mora e outras coisas, aliás eu moro na rua de trás.
— Já vou pegar os questionários já volto.
Lorenzo sai da sala deixando Heloísa na sala entra em seu quarto e pega os questionários que estavam ao lado da impressora quando se vira ver Heloísa dentro de seu quarto levantando o colchão.
— o que você tá fazendo!?
— realmente você não tem aquelas revista que a maioria dos meninos tem, e que bagunça! a quanto tempo você não limpa? Aqui me lembra um museu de tanta poeira e coisa velha.
— Quem é você? Um policial? — entrego os questionários — vaza.
— Tá bom, tá bom
Quando Heloísa sai do quarto, Lorenzo fecha a porta e logo em seguida tranca, mas ele apenas se escora na porta e vai descendo até se sentar, naquele momento ele fica pensativo e chateado.
— eu não devia ter agido assim — murmurou — o que eu tô fazendo? porque eu sou tão estranho na frente dela, não só dela, eu sou um inútil mesmo, se eu estivesse morto seria melhor.
Triste e desanimado Lorenzo fica sentado até sua mãe chama para ir almoça, mas Lorenzo estava sem fome e naquele momento queria apenas ficar sozinho, trancado mas algo lhe dizia para sair de lá, então Lorenzo se levanta e sai do quarto ao chegar na cozinha encontra Heloísa almoçando foi um choque "por que ela ainda está aqui?" Se perguntava Lorenzo, mas não tinha coragem de perguntar, Heloísa e a mãe de Lorenzo conversava alegres sobre uma novela enquanto almoçavam Lorenzo apenas se senta e almoça calado, quando acabou de almoçar Lorenzo vai para seu quarto se arrumar para o colégio, arruma a mochila e vai tomar um banho mas ao chegar no banheiro alguém já estava lá então dá meia volta é espera, quando a pessoa sai do banheiro Lorenzo percebe que era Heloísa ele fica paralisado no corredor de sua casa enquanto Heloísa passava.
— que foi você tá bem? — perguntou Heloísa parada em sua frente.
— acho que sim, porque.. você.. ainda.. ta.. aqui? — perguntou Lorenzo tentando não olhar para Heloísa apenas de toalha.
— sua mãe me convidou para almoçar e me arrumar aqui, quando eu disse que ia me arrumar no colégio, então aceitei.
— porque você se arruma no colégio?
— longa história Tchau — apressou o passo e foi para o quarto da mãe de Lorenzo.
Lorenzo vai até o banheiro tomar banho enquanto pensa " o que está havendo? Ok ok calma isso deve ser um sonho! " seu coração começa a palpitar então Lorenzo terminar de se banhar, mesmo nervoso depois de derrubar os shampoo e sabonetes no chão várias vezes, Lorenzo vai até seu quarto se trocar para ir a escola, depois de pegar tudo e sua sombrinha tão escura quanto a noite, ele vai saindo mas por sorte Heloísa já havia ido embora na frente.
— ela já foi? — se perguntou enquanto saia de casa — nossa e impressão minha ou ela tá estranha.
Quando Lorenzo chega em frente do colégio logo vem uma lembrança de sua infância de uns meninos que sempre jogavam bolas de papel nele, ao entra Lorenzo ver duas garotas conversando e lembra de quatro anos atrás quando viu seus colegas de turma falando pelas suas costas, foi pelo o acaso que descobriu quando estava indo para a sala de aula seu tênis havia desamarrado, então ele havia parado antes da porta e ouviu tudo, Lorenzo desvia o olhar das garotas e olha fixamente para o chão como sempre faz, vai até sua sala, 3ªF" a sala que as outras turmas temiam e evitavam falar com as pessoas de lá, Lorenzo apenas chega e se senta e abaixa a cabeça na carteira.
— " como essa sala ficou tão problemática em apenas um ano? Ah e mesmo começou no ano passado foi por causa de um simples torneio entre as salas" — pensou Lorenzo.
— pessoal! Pessoal! — dizia a professora, enquanto um bando de alunos conversava despreocupados — SILÊNCIO!!! — um grito estrondoso que fez até às salas vizinhas tremerem — a vice-presidente do Grêmio está aqui vamos ouvi-la.
— ei professora e os namoradinhos? A e mesmo, ei me disseram que você só gosta de gente que tá no colegial! Isso não é meio errado? — disse um aluno do fundo.
— pode falar Heloísa — disse a professora ignorando o aluno.
— Na verdade eu vim atrás do Lorenzo preciso dele por uma hora — Naquele momento todos ficaram sem reação.
— Ei, porque você precisa dele? Perguntou a menina que estava na primeira fileira à direita.
— Ele faz parte do Grêmio agora.
— é.. ele?
Lorenzo se levanta e sai da sala e espera Heloísa do lado de fora, aparentemente um pouco feliz, Heloísa logo nota e resolve perguntar.
— Tá feliz?
— mas ou menos, você me poupou de ir fazer um trabalho em grupo muito chato, o que você quer comigo?
— Vamos ter que ir aplicar os questionários, aqui! Você vai nas turmas dos primeiros anos, Pedro nos do segundo, e eu nos do terceiro.
— ok ok, eu sou um pau mandado mesmo! — respondeu com um sorriso um pouco forçado
Assim Lorenzo foi para as salas dos primeiros anos já com uma ideia em mente para lhe poupar tempo e não ter que falar com os alunos ele apenas entregou para os professores e pediu para entregar ao alunos para preencherem, em menos de quinze minutos Lorenzo já havia terminado então como um bom aluno resolve ir para o refeitório esperar Heloísa minutos se passa logo chega Heloísa e Pedro.
— aí está você! Porque você não foi para a sala do Grêmio? — perguntou Heloísa.
— Você não disse para eu ir — respondeu Lorenzo.
— Vamos contar logo os votos, tenho trabalho de história pra fazer. — disse Pedro, e logo em seguida começou a contagem de votos — de duzentos e cinquenta que responderam duzentos e quarenta e nove disseram sim.
Lorenzo observa alguém vindo em sua direção, um cara alto com um sorriso no rosto logo Lorenzo o reconhece como sendo um dos coordenador de turma.
— você! — disse Lorenzo enquanto olhava para baixo — o que você quer eu já tô vindo pro colégio como você ordeno.
— Na verdade eu vim avisá-los que o diretor está chamando, parece que ele tem um pedido a vocês, tchauzinho.
— um pedido? — questionou Heloísa.