— pai! O que faz aqui? — disse Edna.
— vim lhe buscar, você já tá com essa sua amiguinha, a Heloísa? Eu já lhe disse pra não ficar perto dela e quem são esses outros? Esse bando de inaproveitáveis.
— ei! Não chame meus amigos assim! — respondeu Edna em um tom ignorante.
— ah minha filha! Não se misture com essa gentinha, tire por exemplo a Heloísa a mãe dela e uma alcoólatra sem futuro, não desperdice o seu com essa gente!
— eu não preciso de você pra ficar me dando ordem sobre o que fazer ou não eu já sou bem grandinho não acha! Eu sei me virar, eu já tenho 17!
— hahaha! Você consegue se virar sozinha? Me poupe! Se você conseguir um emprego até o final do ano sem minha ajuda seria um milagre!
Heloísa parecia está controlando toda sua raiva para não entrar na discussão de Edna e seu pai, os outros principalmente Lorenzo estava em estado de choque e com raiva, dá aquela cena e pelo que aquele homem havia dito sobre eles, quando Lorenzo olhar para Ariel perceber que ele estava completamente paralisado e assustado como se esperasse algo, quando a discussão acalmou.
— e pessoal eu já vou indo — disse Edna cabisbaixa, deprimida e completamente envergonhada pelo o ocorrido — tchau!
— ei esperar! — disse Pedro olhando para o homem — e se ela conseguir um emprego? Você vai parar de interferir nas decisões dela? Até porque ela não é mas nenhuma criança!
— ora ora! — disse enquanto se aproximava — pelo visto você e bem corajoso ou talvez um idiota por querer confrontar quem não conhece! Que tal fazermos uma aposta, se ela arruma um emprego que eu considere bom e que o chefe dela não tenha nenhuma reclamação eu deixo de interferir nas decisões dela mas se ela perder todos vocês vão deixar de serem amigos dela!
— "nossa mas que pai mas cuzão!" — pensou Lorenzo ao ver toda aquela cena.
— Vamos Edna! Tenho coisas para fazer.
— desculpa pessoal, thau! — disse Edna cabisbaixa enquanto dava as costas para todos e ia embora.
O clima fica desconfortável mesmo depois do ocorrido como um dia nublado e triste, Pedro não conseguia disfarçar sua indignação e Heloísa a sua raiva, Ariel por sua vez parecia está longe de si só ver aquela cena, então todos resolvem irem para casa, era mas que claro que não restava nem mesmo uma grama de alegria em seus rostos enquanto eles esperavam o ônibus, Lorenzo só conseguia pensar "como que apenas uma pessoa pode estragar a alegria de outras cinco, como a alegria era algo tão passageiro e as coisas podem ir de mau a pior em questão de minutos" já dentro do ônibus todos ficam quieto nem de longe parece aqueles que foram expulso do ônibus por bagunça demais. Logo eles chegam e sua parada.
— Tchau pessoal — disse Heloísa sem querer muita conversa.
— e eu também já vou — disse Pedro e então atravessar a rua e vai para outra direção oposta a da Heloísa.
— é só restou nos dois! — disse Ariel.
— eles dois tão muito sentido com o que aconteceu hoje, queria poder ajudar — disse Lorenzo entristecido — bem eu já vou!
— eu também!
Então os dois começam a caminhar na mesma direção, uns dez passos depois eles já estavam se sentido uns mongolóide.
— é… sua casa não é para aquele lado? — perguntou Ariel
— é que eu tenho um canto para ir.
Depois de caminharem um pouco Lorenzo se despede de Ariel e entra em uma mercearia que havia lá perto e compra duas latinhas de refrigerante e vai em direção a um cemitério que era lá perto, chegando lá ele deixa uma latinha em cima de uma lápide e se senta escorado as costas nela e começa a conversa sozinho com a outra latinha em sua mão.
— a quanto tempo eu não piso aqui? Já deve ter feito um mês ou mais! Desculpa eu estava ocupado, estava ajudando um pessoal que conheci recentemente, como eu sinto a tua falta, mas porquê? Você poderia ter saído da frente do carro quando o viu! Você ainda estaria vivo! Mas você preferiu me salvar me tirando da frente do carro, mas porquê? E só isso que eu queria saber! Bem eu já vou. Tenho várias coisas para fazer ainda, me desculpe
Então ele se levanta claramente segurando o choro enquanto olha para o túmulo então dá as costas e vai embora mas antes de sair se senta em um banco perto da saída para sentir aquele leve brisa do anoitecer talvez com esperança que o vento carregue suas mágoas, mas logo ouvi passos de alguém que se aproximava, mesmo olhando para os lados não via ninguém fazendo assim sentir um frio na barriga "eu devo está escutando coisas, fantasma não existe" pensou enquanto se levantava, quando der repente escuta uma voz feminina dizendo "cadê você? Não se esconda! Vou te levar" o frio na barriga só aumentava junto com o medo, quando Lorenzo se vira para ir embora dá de cara com uma garota com com uma lanterna mas não reparou muito nela devido ao susto e ou fato de ter tropeçado logo em seguida caindo como uma fruta madura.
— ai meu deus desculpa! Não era minha intenção lhe assusta! — disse a garota enquanto o ajudava a se levantar — você está bem?
— sim, eu acho que sim! Quase infartei mas estou bem. — disse Lorenzo enquanto se recuperava do susto, reparou que era uma garota bem nova deveria ter uns 9 a 10 anos parda de cabelos avermelhado e curto — oh garota você não é muito nova pra ta andando no cemitério sozinho, e já tá anoitecendo não é melhor você ir para sua casa?
— e que meu gatinho acabou vindo para cá, acabei de me mudar, moro do lado do cemitério agora.
— você não tem medo?
— de que? Fantasma não existe, e você pode me ajudar a encontrar meu gatinho?
— ok ok, — Então eles saem a procura do gato já de noite — gatin gatin! Cadê você?
— ali em cima do muro! — disse a garota.
Lorenzo tentar subir em cima do muro se apoiando em uma lápide enquanto a garota iluminava com a lanterna quando finalmente sobe no muro é finalmente vai pega o gato, ele desce indo direto para sua dona miando.
— meu amor, você me deu um susto, vem cá quem é o gatinho fofinho? Quem é?
— Então eu subi aqui pra nada? — disse enquanto tentava descer com muita dificuldade. — pronto você já tem seu gatinho de volta, acho melhor você volta para sua casa seus pais devem estar preocupados.
— obrigada! Você e muito gentil tio!
— tio? O qualé eu não sou tão velho pra você tá me chamando de tio.
Enquanto saiam do cemitério os dois começam a escutar alguém falando com outra pessoa dentro do cemitério.
— e então vamos dividir aqui mesmo?
— sim! Taí uma pra você e uma pra mim
— Ei eu quero essa daí que é maio.
— Então eu fico com essas duas pequenas.
— tá certo.
— tá escutando tio? — disse a garota um pouco nervosa — será que são fantasma ou os demônios dividindo as almas?
— ah esse negócio de demônio não existe, relaxa você deve tá vendo muito filme. — disse Lorenzo tentando acalmar a garota.
E a conversa dentro do cemitério continuava.
— nossa e como você disse as daqui são as melhores!
— sim, por isso são as minhas favoritas.
— e aqueles dois do lado de fora na calçada? E uma grande e uma pequena não é?
— Sim é, mas pode ficar com as duas para você meu saco já está cheio.
— Então jaja eu pego elas!
— mamã!!! — gritou a garotinha apavorada enquanto corria para sua casa carregador o seu gatinho, Lorenzo ficava para trás parado sem saber o que fazer quando de repente.
— ali estão elas — disse uma voz um pouco rouca atrás de Lorenzo que estava parado, seu coração palpitava e um certo receio o tomava enquanto os passos se aproximavam junto com um vento frio e intenso, quando finalmente se vira para ver o que e da de cara com um senhorzinho com uma sacola com laranjas enquanto se abaixava para pegar duas que estavam caídas na calçada, Lorenzo logo percebe que havia um pé de laranja dentro do cemitério com alguns galhos pro lado de fora enquanto outro senhorzinho ia embora.
— Hola, meu jovem, gosta de laranja? — disse o sinhozinho com um sorriso amigável.
— err..
Enquanto ia embora acabar encontrando a garotinha na esquina do cemitério se escondendo e um pouco assustada.
— eles não te pegaram?
— não era nada demais, que laranja?
— ah então eu vou pra casa, você tem certeza que não era nada demais?
— e eu acho que sim.
Lorenzo segue para sua casa, já estava de noite seguindo o seu caminho sozinho, a cidade era bem animada a noite várias pessoas saiam para caminhar nas praça andavam de bicicleta algumas crianças brincavam alegremente sem se preocupar com a hora, logo chega em casa depois de um longo dia.
— como foi seu dia? Se divertiu — perguntou a mãe de Lorenzo assim que ele chegou.
— ehhh foi legal — disse com um sorriso no canto boca.
— e as namoradinhas? Tá gostando de alguém?
— n-não não e isso , mãe para! — não conseguiu evitar de ficar corado — vou tomar uma banho.
— ummmm!
— hummm o'que? !???