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Chapter 49 - O Contra Ataque!

Naquele momento, o silêncio era mais apropriado.

Rodeados em uma fogueira, olhávamos para baixo e ninguém se arriscou a dizer nada reconfortante. Analisei a situação e estávamos piores do que imaginávamos. De vinte e dois aventureiros que foram para batalha, voltaram apenas doze. Ou seja, perdemos dez aventureiros.

Asura ao meu lado parecia estar em choque e traumatizada. Suas pernas estavam juntas e ela olhava para o chão, sua mão estava tremendo e seu olhar por baixo da mascara estava vazio. Não podia fazer nada, afinal todos ali envolta da fogueira estavam na mesma situação.

Senti um alivio quando vi que o grupo de Silka sobreviveu. Silka e Reaiger ajudavam Ottor com os ferimentos. Mas nem com esse tipo de interação, foi dito algo para quebrar o silêncio. Apenas ouvíamos os estalos do fogo na madeira e inalávamos aquela fumaça quente.

"Greed-san, eu vou conseguir sair desta... Ajude os outros a fugir!" Esta foi a frase de Eugene quando foi apunhalado pelas costas.

Aquela cena não saía da minha cabeça. Com certeza Eugene foi levado pelos goblins como um dos sobreviventes e ele será torturado pelos Orcs e goblins. A dor que eu sentia no coração era indescritível. E eu ainda... eu ainda duvidei dele. Desconfiei dele e até pedi para Zerbst investiga-lo, mas Eugene é apenas um jovem aventureiro leal.

Não importa como, irei resgatá-lo.

"Todos vocês, voltem para Sagólia e reportem o ocorrido para a guilda." Eu dei um passo à frente e dei uma ordem com se fosse um vice-líder ou algo do tipo.

"E você Greed-san?" Disse um dos aventureiros.

"Eu vou voltar e resgatar Eugene e o resto dos aventureiros."

"Então não tem o porquê voltarmos."

"Vocês não entenderam, vão todos voltar." Eu disse mais firmemente.

Eles pareciam teimosos demais para entender minha ordem. Todos estavam com os rostos convencidos que voltariam a lutar. Eu não podia deixar que eles me seguissem. Só atrapalhariam e iriam causar mais mortes. A maioria dos aventureiros que sobraram na minha frente eram da equipe B, ou seja, eram aventureiros de rank E a C. Isso era muito ruim.

"Greed-san, temos que ir, prometemos que ficaríamos na batalha até o final." Quem disse isso foi Ottor, que estava sentado na grama sendo curado pelos seus companheiros.

"Isso mesmo, temos a responsabilidade de—"

"A batalha já acabou e olha o resultado."

Interrompi Silka e apontei a palma de minha mão para todos os aventureiros presentes. Todos abaixaram a cabeça vendo que não tinha como negar o fato que todos foram massacrados. Mesmo que estivessem escapados, eles estavam machucados. Só seriam um fardo.

"Enfim, vão e anunciem o trágico resultado para a guilda." Eu disse.

"Greed-san nós vamos sim!" Diz Silka com um rosto mais rígido.

"NINGUÉM VAI!" Eu disse em um tom exorbitante alto. "Todos aqui estão fracos, olhem para todos, são apenas aventureiros de baixo rank. Desculpe falar isso, mas vocês só serão estorvos na luta."

Quando eu disse essas palavras duras, todos me olhavam com os olhos arregalados. Uns tentavam se afastar de mim. Eu com certeza não havia percebido, mas minha aura ameaçadora estava começando a surgir e completando o local de medo. Mesmo assim, não consegui acalmar minha raiva. Eu não queria que eles fossem.

De repente sinto algo na minha armadura, era uma mão esbranquiçada. Quando olho para o lado, Asura estava me segurando. Ela com certeza estava pedindo para eu ter mais calma.

"Não podemos levar ninguém... Vocês não são fracos, mas olha o estado de vocês. Por outro lado, eu e Greed não temos nenhum arranhão mesmo depois desse desastre. Eu peço que deixem apenas eu e ele irmos resgatar. Vocês não precisam voltar para Sagólia, podem esperar aqui."

Mesmo Asura falando, alguns rostos estavam hesitantes. Alguns tinham entendido e tinham abaixado a cabeça mostrando não contrariar a ideia. Era melhor deixar as coisas com Asura ela lidava com isso muito melhor do que eu. Precisava focar em como resgatar Eugene. Eu podia remover o limitador e usar a magia de luz para derrota-los, mas aí as pessoas poderiam sentir que eu estava ali.

Como Asura colocou em sua fala, ela iria comigo. Estava um pouco hesitante sobre isso também, o jeito que ela ficou em choque quando viu Eugene sendo derrotado daquele jeito foi muito forte. Não poderia deixar a mulher que eu amo ficar tão traumatizada. No entanto não haveria jeito, ela iria comigo de um jeito ou de outro.

***

Apesar de Aros tanto hesitar, Asura acabou indo com ele.

Os aventureiros cederam a pressão dos dois aventureiros rank S e decidiram obedecer a ordem de ficar. Eles não voltaram para Sagólia, os aventureiros ficaram em volta da fogueira esperando Asura e Aros voltarem. Segundo Asura aquilo seria ótimo, já que podiam ajudar a carregar os corpos feridos de volta a Sagólia.

Mesmo que ela não tivesse boas lembranças do campo de batalha de nenhuma das vezes que participou, teria que voltar para lá. As criaturas horrendas e miúdas que eram os goblins colocavam medo em Asura por lembrar do trauma que sentiu quando viu seu companheiro morrer apunhalado pelas costas.

Mas não teria o que temer naquele momento, ela pensou. Ao lado dela, uma pessoa vestindo uma armadura metalizada juntamente de uma capa azul, mostrava ser forte. Ela sabia que Aros era tão forte que ele derrotaria aqueles goblins e Orcs em um piscar de olhos. No entanto, ele estava usando um limitador que deixava inabilitada a magia de luz, justamente seu elemento mais forte. Mesmo assim, ela se sentia segura.

"Chegamos." Disse Aros.

"Sim..." Disse em voz baixa, Asura.

A frente deles estava a vila que tanto buscavam durante a primeira batalha. Os goblins ainda continuavam jogados pelo chão com seus sangues os cobrindo. Lá tinha alguns corpos dos aventureiros e era isso que estavam buscando. Asura analisou todos os corpos e contou exatamente cinco corpos. Ou seja, faltavam mais cinco.

Os outros goblins já estavam na vila em seus postos novamente então Asura raciocinou rapidamente que eles levaram os outros cinco para dentro das casas. Ela olhou para o lado e viu que Aros estava calmo até demais. Aquele elmo cobria seu rosto, mas Asura sabia que por dentro ele estava irritado.

Aros saiu andando na frente enquanto Asura o seguia lentamente com medo do que iria acontecer. Não importa o que acontecer, ela precisava proteger o homem de quem gostava. Ela sacou sua espada da cor vermelha e olhou para os goblins a sua frente. Os goblins viram as duas figuras e também rugiram. Novamente, um monte de goblins saíram das casas e olharam para Aros e Asura.

"Asura, espere aí, tá?"

"O que? Por que?"

"Bom... eu quero massacrá-los do meu jeito... não quero feri-la."

Asura não entendia, mas abaixou a sua espada e olhou para o chão. Ela pensava que mesmo sendo forte com o poder de Belphegor, ainda não era forte o suficiente para lutar ao lado de Aros. O garoto da capa azul se aproximou para frente de Asura e gentilmente esticou sua mão para cima de sua cabeça.

"Oh..." Ela murmurou.

Era o cafuné que Aros sempre fazia nela. Isso queria dizer que ele ainda era ele mesmo. Não fora tomado pela raiva completamente, ele ainda pensava nas pessoas ao seu arredor. Asura teve um misto de sentimentos. De preocupação a felicidade de ter uma pessoa tão generosa ao seu lado.

"Só espere por mim tá bom?" Disse ele.

"Tudo bem."

Assim, Aros andou em direção aos goblins com sua espada azulada brilhando. Asura avistou essa cena e pensou com sigo mesma se ele era algum cavaleiro profissional. Mas ele era apenas o homem que amava, por isso o achava tão grande e belo. Ela ficava contente que estava ao lado de talvez o ser mais forte do mundo.

Os goblins não gostaram da atitude rude de Aros e partiram para cima dele. Mas o garoto com a armadura metalizada não sentiu nem um pouco de medo. Aros deu passos lentos esperando seu inimigo chegar mais perto dele. OS goblins vieram com toda raiva do mundo e apontaram as armas para tentar perfurar a armadura.

As armas se colidiram e quebraram. Os quatro goblins que vieram ataca-lo arregalaram os olhos e olharam para o individuo para cima. Aros golpeou todos com sua espada em um golpe horizontal fazendo uma grande explosão de sangue acontecer a sua frente. Os primeiros já foram, ele pensou.

Caminhou mais para frente e finalmente tinha conseguido adentrar a vila. Os outros goblins que estavam atrás daqueles quatros partiram para cima de Aros do mesmo jeito que antes. Desta vez o garoto poupou sua espada e estendeu sua mão em direção aos goblins e assim em um instante todos começaram a queimar em uma chama carmesim intensa.

Olhando em volta, Aros viu que os goblins tinham sumido. Mas logo pensou consigo mesmo que eles não haviam fugido, eles estavam dentro das casas só esperando para fazer uma armadilha a ele. Lógico que nenhuma armadilha de seres tão inferiores funcionária contra aquele ser forte, mas ele mesmo assim tomou cuidado.

Indo para a primeira casa que ele viu a direita, uma feita de pedras e madeira, Aros suspirou e rezou para que não tivesse nenhuma armadilha que fizesse a vila toda se explodir no momento que abrisse a porta. Ele não aguentou sua excitação por matar os goblins e simplesmente chutou a frágil porta de madeira. Quando isso aconteceu em um impacto tão forte, os goblins que estavam lá dentro tremeram de medo. Aros olhou mais para dentro e viu que não havia só os aventureiros, tinham crianças e mulheres torturadas.

"Tsc."

Aros estalou a língua e olhou com fúria para os goblins. Havia no total vinte e três goblins dentro de uma só casa, mas todos temiam a fúria daquele cavaleiro da armadura metalizada. Aros sem piedade nenhuma matou todos com incríveis golpes brutais. A casa já estava toda cheia de sangue pelas paredes, teto e chão.

Asura apenas observava de longe, mas conseguia ouvir os gritos de agonia dos goblins. E toda vez que ouvia sentia uma dor no coração e também seu questionamento. Aquilo era certo ou errado? Aros estava massacrando toda a raça de goblin para salvar a vida de seus companheiros. Aquilo era correto? Seria errado se ele gostasse de matar outros seres, não é? Ela se questionava.

Asura observou Aros sair da primeira casa enxarcado de sangue de goblin, aquilo era brutal demais. Um goblin que tinha ouvido tudo apareceu na frente de Aros, mas gelou quando viu o que havia acontecido lá dentro. Ele tentou correr em direção Asura, ela se assustou e até segurou sua espada mais forte. No entanto, a criatura caiu de cara no chão. Aros havia segurado a perna fina do goblin e estava puxando para ele. O goblin se debatia e chorava, ele tentava arranhar o chão para se segurar, mas não conseguia fazer nada.

Até que Aros ergueu a espada e decapitou o goblin a sua frente da maneira mais brutal que se podia ver. Asura fechou os olhos no momento que o assassinato aconteceu. Ela abriu os olhos de novo e viu a cabeça daquele pobre ser toda amassada no chão com sangue espatifado para todo lado.

"Desculpe Asura..."

"Ah..."

"Tem pessoas lá naquela casa, você pode ajuda-los?"

"Posso..."

Aquele massacre só estava começando, mesmo assim Asura queria que acabasse ali mesmo apenas resgatando aquelas pessoas. Ela sentiu um enjoo forte quando viu todo aquele sangue de goblins espalhado por toda casa e também quando viu a situação das pobres pessoas raptadas. Se acontecesse algo na qual ela estivesse imaginando, essas pessoas apenas lidariam com os traumas futuros, mas seriam imediatamente curadas.

Aros andou casa por casa, matou goblin a goblin brutalmente. A lâmina de sua espada já estava começando a se desgastar. O fio da lâmina já estava começando a sumir e estava mais difícil decapitar os goblins daquele jeito. Mas isso não impediu de Aros continuar seu massacre. Eram tantos goblins que Aros tinha perdido a conta de quantos havia matado. Dezenas, centenas de goblins?

Ele adentrou a uma casa e os goblins estavam espertos em sua chegada, tanto que estavam com arco e flechas mirados para ele. Aros sentiu as flechas se repelirem na armadura. O desespero dos goblins por verem que não havia adiantado deu a Aros a chance de mata-los naquele momento. Foi apenas um golpe poderoso e todos se explodiram em sangue.

"Eugene..."

A pessoa que estava presa em correntes e com vários cortes em seu corpo era o líder dos aventureiros que fora raptado. Na verdade, ele só havia voltado a vila e feito o massacre para cima dos goblins apenas por causa dele. Aros o julgou quando conheceram, mas depois viu que ele era apenas um bom homem na qual podia confiar para sempre.

O corpo de Eugene havia vários cortes, mas Aros sabia que podia curar todas as pessoas que morreram ou estavam desacordas naquela vila horrenda. Aquela foi a última casa na qual Aros tinha que passar, então provavelmente foi a última horda de goblins na qual matou. Ele já estava cansado de ver sempre o mesmo rosto horrível daquelas criaturas.

Mas havia ainda apenas mais um último objetivo.

"Então vocês estão aí né?"

Depois de ter deixado a casa para trás e ido em direção ao centro da vila que ficava exposta a claridade, ele avistou seus próximos inimigos. Criaturas grandes que era uma mistura de javalis com humanos. Os Orcs. Era por causa deles que todos os aventureiros que morreram foram judiados e torturados. Aqueles monstros horríveis botaram medo em Eugene e fez com que a estratégia tivesse ido para o saco. Mas agora Aros estava a frente deles, para derrota-los assim como fez com os goblins.

"Urghhhhhh." Rugiram.

Eram um total de sete Orcs, seres um pouco maiores que o normal. Eles se mostraram irritados com Aros provavelmente pro ver ele aniquilando todas as criaturas na qual fizeram uma aliança superficial. Aros largou a espada no chão, ele sabia que aquela espada tão boa na qual conseguiu não teria afiação o suficiente para derrotar seres com uma pele mais rígida.

Aros estava de mãos nuas contra seres absurdamente grandes. Os Orcs sorriram com a decisão de Aros, porém mal sabiam que aquilo significava o fim deles.

Um Orc partiu para cima de Aros com seu grande facão, logo no primeiro golpe ele errou e ficou o facão no chão deixando vulnerável. Aros colocou o pé em sua frente para diminuir a distância entre os dois. Sua mão brilhou em vermelho e bastou um suco verticalmente, direto no queixo do Orc, para sua cabeça se explodir em sangue. Aros olhou para os outros seis Orcs e deu um sorriso por debaixo de seu elmo.

"URHHHHHHH!"

Asura havia ouvido o rugido alto e grave que fez estremecer as casas. Ela havia terminado seu trabalho e foi em direção ao local para o som tão alto. Ao chegar lá se deparou com uma cena completamente inacreditável. Os sete Orcs estavam derrotados e todos eles estavam aos chãos sem suas cabeças. De pé no meio deles, estava o cavaleiro da armadura metalizada com sua capa azul balançando. Ele se virou em direção de Asura e andou até ela. Depois de chegar frente a frente eles se encararam.

"Aros..."

De repente, Aros a abraçou.

"Hm? Aros... o que aconteceu?"

"Nada, só queria sentir o calor de seu corpo... Acabou Asura, todos eles morreram."

"Sim... foi um massacre."

"Desculpe por deixar você ver esta visão."

"Não se desculpe por isso. Eu te falei, não é? Vou estar ao seu lado mesmo quando você mostrar seus piores lados, porque é isso que eu tenho que fazer... que tal voltarmos?"

"É uma ótima ideia."

Aquele foi o dia mais perturbado para os dois. Mas também foi o dia onde resolveram um dos maiores problemas e salvaram as pessoas que haviam sido raptadas pelas criaturas horrendas que não mereciam nenhum tipo de respeito. Como pensava Aros, aquelas criaturas não fizeram nada que mereciam sua existência.