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Chapter 21 - Preparativos para o abate

O dia tinha acabado de nascer e todas as pessoas na cidade estavam se movendo de maneira extremamente agitada.

"Caramba, três mortos, um fatalmente ferido e um desaparecido. Que merda ta acontecendo?"

Um guarda estava reclamando com seus companheiros, durante a noite um grupo de patrulha estava carregando um guarda sangrando com buracos em boa parte do corpo, era um milagre ele estar vivo daquele jeito.

"Soube que ele morreu, bem era de se esperar, mas ele parece ter dito algo aos superiores."

Outro guarda comentou. Sendo eles guardas de patente baixa não havia muitas formas deles saberem de coisas que o pessoal de cima sabia, mas uns boatos e conversas soltas sempre escapavam. Ainda mais em um cidade pequena.

Enquanto o guardas conversavam nas ruas da cidade, havia alguém ouvido muito bem sua conversa. Um jovem de pele escura, cabelos vermelhos e orelhas pontudas, Vantru conseguia ouvir tudo de forma tão clara como se estivesse no local junto a eles.

(hmm, parece que as coisas vão ficar agitadas. Se o guarda conseguiu falar que foi o Grio que matou eles então eu virarei alvo de interrogatório. Bem tanto faz, os arranjos estão em posição.)

Um leve sorriso surgiu em seu rosto, mas logo foi suprimido. Grio tinha espalhado porções de sua energia entorno da cidade sem saber o porque, mas a verdade era que Vantru só não queria que ele soubesse de seu arranjo, uma matriz. Com ela pronto ninguém sairia dessa cidade, nem um som ou luz seria visto, ela se tornaria uma gaiola.

Matriz da prisão fantasma. Um nome apropriado já que tudo dentro dela desapareceria com fantasmas desse mundo. O único problema dela era que não teria efeito se os alvos fossem mais fortes que o criador, algo que ele já sabia que não aconteceria.

Seus pensamentos foram interrompidos por palavras vindas da porta, ele pode ouvir os passos dos guardas se afastando assim que deram uma vozes de afirmação. Vantru sabia pela aura atrás das portas quem era, aquela mulher baixa chamada Quiria.

A porta se abriu e ela entrou, suas roupas eram diferentes de quando se encontraram a primeira vez. Agora ela usava uma camisa preta que ia ate os pulsos sob um peitoral de coro, uma calça de couro reforçada com pequenas placas de ferro, luvas couro e metal compunham sua vestimenta junto a uma capa azul que pendia em suas costas. Seu cabelo curto estava mais bem penteado que da ultima vez, agora estava todo para o lado criando um volume chamativo e suavizando seus traços.

"Desculpe, tive muito trabalho. Como está hoje?"

"Hmm, bem... com sede, não dormi muito... b-bem.."

Ela suspirou, parecia que ela mesma não tinha dormindo quase nada, então era plausível que ele não tivesse também. Ela deve que acorda de madrugada quando a patrulha trouxe corpos de guardas para o centro de comando.

"O- o que houve? ... todos la embaixo p-parecem preocupados..."

Ela olhou para ele, estava duvidando de sua inocência ou so analisando-o? O próprio Vantru tinha confiança em esconder suas verdadeiras intenções debaixo de uma mascara, uma habilidade vinda de muitas vidas e que não seria pega por alguém tão fraco.

No final ela suavizou o olhar e tirou um cantil de sua cintura e lhe entregou. Que por sua vez bebeu sem muita hesitação com goladas longas o cantil perdia seu liquido, em segundos metade dele já havia sido tomado.

"Calma, vai engasgar assim!"

Quiria disse segurando a mão dele fazendo-o para de tomar a água. Ela pegou o cantil enquanto tocava as mãos dele, para qualquer um pareceria um contado gentil, mas ela queria sentir a pulsação e a temperatura do corpo dele após dormi sob o efeito das velas e da comida.

A droga conhecida como coração partido era de um tipo muito viciante, causava dependência facilmente, por isso era muito usada em local criminosos para facilitar o controle das pessoas. Se colocava doses pequenas na comida ou bebida que a longo prazo gerariam vicio. Sem controle a pessoa teria paranoia, agressividade e danos mentais praticamente irreversíveis

Na medida certa, como que ela estava fazendo, deixava as pessoa mais manipulável.

Ela notou que a temperatura corporal e a pulsação dele estavam bem mais altas que ontem, isso significava que ele havia tomando sido afetado. Quiria guardou o cantil e sorriu internamente, quase transparecendo em seu rosto, mas não era hora para isso. Ela tinha algo a fazer.

"Aham, espero que esteja melhor agora, hmmm, mas vim também para pergunta algo. Seu cão fugiu ontem durante a tarde e não conseguimos achá-lo, ele teria algum poder magico ou habilidade especial?"

"oh, ele fugiu... deve ser porque não lhe deu nenhum outro comando ou alguém mexeu com ele... hmmm. Não ele não tem nenhuma magia que eu saiba.."

A voz de Vantru soava fraca, mas verdadeira aos ouvidos de Quiria. Obviamente ela tentava notar qualquer deslize em sua postura que indicasse mentira, mas nada vinha, era como se ele fosse transparente como vidro.

"Entendo, hmmm. Você não mentiria para euzinha aqui ne?"

"N-não, você esta me ajudando então... nunca.."

O olhar dela suavizou um pouco e depois de trocarem mais algumas palavras ela saiu do quarto.

Deixado sozinho Vantru voltou a olhar para fora pela janela, um leve sorriso surgiu em sua boca, seus olhos ficaram frios e um único pensamento apareceu em sua mente.

(Aproveitem seu ultimo dia. A noite será cheia de sangue.)

Alheia aos pensamentos do jovem Quiria descia pelas escada da casa, sua cabeça já estava cheia de problemas.

Ela não desacreditava que ele estivesse mentindo, mas ainda tinha uma ponta de incerteza. E se ele não soubesse de tudo? Uma besta consciente poderia se ocultar para guarda um lugar ou alguém até que as condições fossem atendidas.

Então aquele cão meio besta devia ter algum grau de senciência para entender o que estava acontecendo.

(Mas que droga! Talvez devêssemos ter levados os dois juntos, hmmm, a falta do dono o deixou agitado talvez?!)

Ela balançou a cabeça, o que poderiam ter feito de pouco importava agora. Era mais importante descobrir o que fazer com essa besta a solta.

Se ele começasse a atacar todos pela floresta poderia atrair atenção indesejada para esse lugar e atrapalhar seus trabalhos. Se tudo desse errado ela acabaria responsável, algo que não queria de forma alguma.

Quiria saiu da casa e avisou os guardas a ficarem em posição la dentro.

Ela caminhava de cabeça erguida e olhar serio, mesmo seu tamanho não lhe desse destaque todos ali sabiam que deviam sair de seu caminho imediatamente, deixando o trajeto fácil para ela.

Seus passos firmes deixava bem claro que ela estava indo fazer um trabalho importante, enquanto caminhava seus olhos rondavam cada canto que ela podia ver em busca de algo suspeito. Tudo que encontrou foi pessoas trabalhando, correndo de um lado para o outro.

Sua mente estava inundada de coisas para fazer, mas sempre voltava para o jovem que ela podia ter só para si se tudo desse certo.

(Hehe, só de pensar em saborear ele já lambo meus lábios. Opa! Não posso me distrair)

Sem notar ela havia chegado em uma grande casa de três andares, suas paredes de pedra e tinta branca como marfim davam a entender que podia pertencer a um nobre. Bem, ela mesmo achava isso mais o nobre que a tinha antes já havia deixado a casa bem antes deles tomarem o lugar.

Ela entrou pelas portas duplas, o local interno estava com cerca de meia dúzia de pessoas, todos lideres de algum seguimento de trabalho. Todos assentiram para ela.

Ela por sua vez deu um aceno de concordância e subiu um lance de escadas para o próximo andar. Chegando em frente a uma porta grossa sacou sua varinha e com um gesto a porta se abriu para entrasse, la dentro estavam quem ela já esperava.

O chefe dessa organização, Turg, Burpe o chefe de segurança e sua amiga/inimiga Fhari lider das finanças. Todos olharam para ela e quando a porta se fechou olharem sérios focaram em cada ação dela.

"Ele não sabe de nada. Confirmei os efeitos da droga e acredito que o animal tenha mantido o sua verdadeira natureza oculta por conta de alguma magia imposta sobre ele, ou o afastamento de seu dono quebrou o vinculo que o limitava."

Suas palavras eram firmes, mas ela suspirou involuntariamente no final sobre a pressão de todos a encararem tão ferozmente.

"Então a besta ágil quando ficou afastada de seu dono?! vocês não analisaram o garoto e o cachorro dele?"

A voz do chefe não era particularmente raivosa, mas era nítido seu descontentamento para com ela. Usar magia para verificar prisioneiros era o básico.

"Eu usei nele, mas não tive tempo de verificar o cão e muito menos Tion teve a chance. Fior tem mana, mas e baixa, nada de muito relevante."

Quiria se explicou antes que mais questionamentos caíssem sobre ela.

Fhari olhou para ela, elas não se davam muito bem, mas ainda assim tiveram seus momentos e se não fosse pelo trabalho conjunto nenhuma estaria aqui agora. Então decidiu dar uma mão.

"Não vale apenas perder tempo com isso, precisamos matar essa besta logo ou ficaremos sem apoio do centro. Já tivemos problemas com transportes passado, não podemos ter mais transtornos."

Todos olharam para ela, seus rostos mostravam suas surpresas pelas palavras dela. Quiria em especial abriu sua boca, mas fechou assim que os olhos de Fhari a focaram novamente.

"Certo. Vamos começar a caçada amanha cedo, chame todo pessoal, guarde as mercadorias e mantenham a guarda alta. Se não conseguirmos lidar com ele amanha mesmo farei um pedido ao centro."

As palavras do chefe foram recebidas com acenos de concordância de todos.

Assim que todos deixaram a sala Quiria se aproximou de Fhari, ambas caminhavam de maneira lenta lado a lado.

"Obrigado, te devo uma."

Suas palavras eram baixas, quase um sussurro.

"Não agradeça por isso, temos que lidar com isso logo, mas se quiser me agradecer que tal me deixar brincar um pouco com seu garoto he."

Suas palavras e olhar dizia claramente que ela não estava brincando, ela era uma pessoa que não jogava para perde. Então Quiria já imaginava que cobraria por essa ajuda.

Em outro lugar, em um pequeno quarto, Vantru olhava o sol se por, as casas já tinham luzes acesas, magicas ou não, os guerreiros e magos da cidade estavam todos apostos. O som de passos ao longo da cidade era baixo mais constante.

"E hora de começar."

Ele se levantou, foi até a porta. Sua mão puxou a maçaneta, estava trancada, Vantru deixou a maçaneta e golpeou a porta com sua palma.

A porta quebrou, sendo jogada contra a parede logo a frente e ele deu seus passos para encontrar os dois guardas atônitos o olhando. Antes que suas vozes saíssem uma linha vermelha cortou a parede do corredor e seus pescoços.

Seus corpos caíram no chão com suas cabeças desgrudados do corpo e o sangue pintou o chão enquanto ele caminhava para o andar de baixo em direção a cidade.