Fazem dois meses desde que vim parar nesse mundo, meus status vem crescendo aos poucos.
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Nome: Ioan Ilie
Raça: Vampiro
Título: Caçador Mago
LV 5 (prox level 350/10000)
HP: 900/900
MP: 600/600
Ataque mágico: 150
Ataque físico: 200
Agilidade: 300
Defesa mágica: 125
Defesa física: 140
Sorte: 25
Habilidades:
Controle mental (Pequeno)|
Pacto de sangue lv 2|
Modo Berserk|
Regeneração (Pequena)|
Fortalecimento Lunar|
Sede de sangue|
Foco do caçador lv 2|
Magia Fogo lv 1|
Magia vento lv 1|
Magia Terra lv 1|
Resistências:
Resistência ao Sol MAX|
Resistência mágica (Pequena)|
Resistência à ataques mentais (Pequena)|
Bênção:
Amado pelos deuses|
Boost XP 50%|
Todos os títulos adquiridos:
Inimigo dos goblins|
Caçador|
Caçador Mago|
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Pode parecer que venho evoluindo muito, mas o motivo é facilidade em subir os primeiros níveis. Nesse tempo aprendi o básico da magia para os vampiros, infelizmente não consegui adquirir a magia de água, a mais difícil entre os elementos básicos para nossa espécie, graças ao fato da magia de água ser próxima da magia de luz.
— Agora você é alguém independente. — Lucio fala sorrindo. — Um vampiro se torna ao chegar no nível cinco, agora você não precisa mais de tutor.
Estávamos em sua casa, decidiram fazer uma comemoração à minha recente subida de nível.
— Obrigado por tudo — agradeço. — Você me ajudaram muito.
— Eles crescem tão rápido. — Chloe, que estava chegando agora, fala enquanto limpa uma lágrima.
O que você é? Minha mãe?
— Parece que faz só alguns meses que chegou aqui. — Wallace diz.
É porque realmente fazem apenas alguns meses.
— Nem conseguia segurar um arco direito — fala Moura.
Eu que ensinei vocês a lutar com arco. A mente deles já está distorcendo a história.
— Deixando os três patetas de lado. — Lucio decide intervir.
— Quem está chamando de três patetas? — Os três falam ao mesmo tempo.
Wallace e Moura se olham com raiva, sempre faziam isso quando falavam ao mesmo tempo. Chloe parecia chocada, seu rosto poderia ser lido como "Eu me tornei um deles".
— Vamos falar um pouco a sós.
Vamos para um quarto, chegando lá Lucio fecha a porta e lança a magia de silêncio.
— Essa é minha primeira vez, seja gentil — falo.
— Você está andando demais com aqueles três. — Recebo um cascudo que me faz bater o rosto no chão.
Realmente, passei os últimos dois meses com eles, de alguma forma acabei pegando a mania de fazer piadas quando não devia.
— Desculpe, foi apenas o tempo perfeito para piada. — Me levanto.
— Agora vamos falar sério. — Ele se senta em uma cadeira de frente à uma cama.
Como não havia outro lugar para me sentar vou para cama. Ficamos calado por um tempo, espero que ele comece a falar.
— Então, qual é sua decisão? — Direto ao ponto.
— Eu... — Foi uma decisão difícil. — Decidi sair do Reino.
Ele olha para mim com uma expressão de dúvida. Talvez esperasse uma atitude nobre de um herói? Infelizmente não sou assim.
— Seus motivos.
— Passei apenas dois meses aqui, mas consegui conhecer a ilha praticamente inteira. — Foram bons momentos. — Pra dizer a verdade em meu nível atual posso vencer todos os monstros e animais por aqui. isso não quer dizer que irei evoluir lentamente se continuar aqui?
— Isso é verdade. — Lucio passava a mão no queixo.
Realmente pensei em ficar aqui, mas existem muitos problemas para que isso aconteça. Posso até participar da batalha, mas realmente iria conseguir ajudar? A resposta é bem clara, não. Além de não ajudar iria atrapalhar. A política dos vampiros é uma ameaça para mim e não posso evoluir por aqui, não faz sentido algum ficar por aqui. Nesse mundo se você quiser viver e ser livre deve ser forte.
— Você sabe que não poderá voltar, certo? — pergunta.
— Levei isso em consideração.
Fiquei muito próximo desses quatro, mas eu fiz minha decisão. Fico triste por não poder retribuir o que fizeram por mim, mas talvez possa fazer algo algum dia, afinal, vivemos centenas de anos.
— Você não tem jeito mesmo... — Ele solta um suspiro. — Pensei que iria querer ficar se fosse próximo a outras pessoas.
— Sinto muito, realmente não seria útil para o que está por vir — respondo.
— Então está decidido, você virá morar comigo por uma semana. — Ele diz se levantando. — Embora eu tenha que buscar uma autorização para isso.
— Por que?
— Se você sair o melhor caminho é seguir para o continente humano, você terá que aprender sobre eles.
— Você está certo. — Me levanto também.
Essa será a última semana que eu tenho com eles.
— Pode chamar Chloe para mim? Quando ela vier mantenha os idiotas lá fora — Ele pede.
— Claro.
Vou até a sala e falo com Chloe. Depois tento segurar os gêmeos, o que se demonstra ser difícil, eles são muito mais fortes.
— Apenas fiquem quietos, ela já estará de volta.
Depois de alguns minutos Chloe finalmente volta. Ela olha para mim, mas muda seu foco rapidamente para Wallace e Moura. Então ele já contou.
— Vamos para casa. — Chloe fala indo em direção a porta.
Os dois irmãos a seguem.
— Até mais Ioan. — Ela fala já para em frente a saida.
— Até — respondo.
Assim que nos ouvem os outros dois param.
— Espera um pouco — fala Wallace. — Como assim?
— Moramos juntos. — Moura fala com uma cara de dúvida.
Ela dá um cascudo em cada um e eles são derrubados no chão. Ela os carrega em direção a porta.
— Depois eu explico.
A porta é batida com muita força. Acho que ela ficou com um pouco de raiva. Sinto que devo me desculpar com Wallace e moura depois.
~Uma semana depois
Estou na entrada do Reino, hoje é meu dia de partida. Lucio está aqui para se despedir, mas os outros três não apareceram.
— Tente não morrer muito rápido. — Ele diz me entregando uma mochila.
— Não se preocupe, vou dar tudo de mim. — A pego.
— Tem algumas roupas humanas e outras coisas que pode acabar precisando. Aconselho que troque essas roupas, alguns humanos podem reconhecer as roupas de vampiros. Embora estejamos em tempos de paz, ainda existem humanos com rancor, tente se disfarçar em algumas cidades, mesmo que seja difícil não parecer estranho andando só de noite.
Estava usando a roupa de soldado novato, as mesmas que recebi no meu primeiro dia. Ganhei várias delas, porém como não será útil às deixei todas na casa de Lucio.
— Novamente, obrigado por tudo. — Estendo a mão.
— Não se preocupe, não fiz nada demais. — Ele devolve o comprimento.
Me viro e olho para a floresta. Se alguém seguir a estrada encontrará o porto da ilha. Havia recebido dinheiro para fazer a travessia e algum dinheiro humano.
— Nos vemos por a�� — falo.
— Até a próxima. — Se despede.
Começo a caminhar em direção ao porto.
A agilidade de um humano nível dez é de cem, no momento eu tenho trezentos. Caminho três vezes mais rápido que um humano saudável, se eu corresse seriamente seria mais rápido que corredores olímpicos de meu antigo mundo. Depois de um tempo decidi correr, em quatro horas fiz um caminho de quase duzentos e cinquenta quilômetros.
O porto, apesar de ter esse nome, não era bem isso. Parecia mais uma cabana e um cais, com alguns poucos barcos de madeira que pareciam quase destruídos.
— Você é muito devagar. — Ouço uma voz familiar masculina.
— Muito mesmo, nem parece que ensinamos você a correr. — Agora uma feminina.
Virando para trás vejo os gêmeos, ambos estavam escondendo suas presenças por isso não os percebi. Vampiros também têm um cheiro muito fraco e seus corações quase não fazem barulho.
— Vieram se despedir? — pergunto.
— Nada disso. — Moura fala. — Estamos aqui para reclamar com você.
— Reclamar?
— Exatamente, como ousa deixar Chloe triste? — Wallace parecia com raiva.
Entendo que Chloe ficou triste com minha decisão, mas foi a esse ponto? Provavelmente vendo minha expressão de confusão eles suspiram.
— Você é muito lerdo — diz Moura.
— Ela está triste porque um de seus amigos está se afastando. — Wallace se senta encostado em uma árvore perto.
— Entendo, não pensei que ela me considerava tanto assim — falo. — Acho que devo me desculpar por isso.
— Sem desculpas idiotas. — Uma voz fala atrás de mim, o que me faz levar um grande susto.
Quando olho para trás vejo Chloe. Odeio essa mania dos vampiros, aparecem do nada atrás das pessoas. Se eu fosse humano teria morrido de um ataque cardíaco.
— Parem de aparecer assim do nada — grito.
— Não é intencional. — Chloe olha para suas mãos. — Deve ter algo a ver com a raça.
— Exatamente — exclama Wallace com a mão na cabeça. — Depois que virei vampiro isso sempre acontece. Quando encontro alguém que estou procurando sempre os assusto. Todas as pessoas com que vou falar estão de costas e vulneráveis.
Talvez isso seja algum tabu entre os vampiros, melhor não comentar mais.
— Deixando isso de lado. — Chloe corta o assunto. — Por que não veio se despedir de nós?
— Desculpe, apenas estive muito ocupado esses dias, sempre estudando em uma rotina interminável. — Até eu poderia sentir o terror em minha voz.
Apesar de parecer desculpa era verdade. Lucio é um torturador e não um professor, me fazia ler vários livros enormes de um dia para o outro. Não estou reclamando de estar estudando, mas aquilo era humanamente impossível, ainda mais, era vampiricamente impossível.
— Na verdade eu te entendo.
Pela sua expressão de choque deve ter passado pelo mesmo.
Entramos na cabana e eu comprei um barco. Pelo jeito só vendiam aqueles botes que estavam lá fora, triste, mas terei que me virar. Em seguida saímos e nos sentamos embaixo de uma árvore, onde conversamos por um tempo.