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Chapter 11 - #11 - A formação de uma equipe.

Ao fim da luta, o que restou foram destroços e feridos. A intensa batalha daqueles dois causou danos na base, não apenas a base, destroços voaram e acabaram atingindo caçadores, trabalhadores e civis que não tinham nada haver com aquilo.

Apesar disso, assistir aqueles dois lutarem foi uma sensação única. Eles lutaram ferozmente e, ao mesmo tempo com muita harmonia. Ambos sabiam perfeitamente o que o outro faria mesmo antes de fazer. A luta fluiu como uma dança de pares, onde um precisa do outro para a dança funcionar.

Um espetáculo protagonizado por apenas duas pessoas.

Rika: Então eles realmente são as lendas do sul…

Emília: Sim…

Por conta daquela forte corrente de vento que foi sentida até mesmo a vários quilômetros de distância, estávamos tontas, com o cabelo espalhado e com as mãos dormentes. Pior ficou a Sanae, pois ela acabou sendo arremessada fortemente pelo vento contra uma parede, o que fez ela torcer o braço. Ela foi atendida por médicos da antiga medicina alí mesmo, enfaixaram seu braço e pediram para que ela não se forçasse muito pelos próximos dias.

Depois que a luta foi encerrada, nós quatro saímos das arquibancadas e descemos umas escadas que, teoricamente nos levaria para fora da arena. Chegamos num longo corredor que fica atrás das arquibancadas da arena, então resolvemos conversar.

Colossus: Em pensar que eles nem sequer estavam dando tudo o que eles podiam a oferecer naquela batalha…

Emilia: O que você quer dizer com isso?

Colossus: O real poder desses dois não chega nem perto do que você acabou de presenciar. Tudo o que eles mostraram alí é apenas a ponta do iceberg, apenas uma parcela de seus reais potenciais. É uma pena eles terem se contido.

Emilia: Será que existe alguém forte o suficiente para bater de frente com esses dois?

Colossus: É bem provável que sim. Afinal, eles só são apenas ranqueados como os melhores aqui no Japão. Existem relatórios de exploradores que visitaram outros países, esses exploradores viram pessoas muito semelhantes a nós, caçadores, que salvavam pessoas normais das criaturas por aí, usando armas especiais, como: espadas.

Emilia: Outros países, né? Hmmm…

Rika: Ah, meus avós já visitaram outro continente. Mas, dizem que todo o continente - o qual eles tinham visitado - tinha sido dominado pelas criaturas mágicas já tinham muitos anos...

Sanae: Nossa avó sempre falava sobre esse outro continente, e a Rika adorava ouvir as histórias sobre esse país de como ele era antes da "Invasão". Ela cresceu e passou a estudar mais sobre todos os continentes. Como se quisesse ver de perto todo o lugar, não é?

Ela fica um pouco sem jeito de responder a pergunta, mas responde.

Rika: Bem… Eh… Eh… O jeito que nossos avós o descreviam fazia parecer que aquele lugar parecia ser bem incrível. Como não querer visitar um lugar onde existe árvores e mais árvores até onde nossos olhos não conseguem ver?

Emilia: Que continente seria esse?

Rika: Em algum lugar da américa do sul. Minha avó visitou algumas áreas bem interessantes nesse continente. Ela dizia que todas as árvores tinham tamanhos equivalentes aos titãs que existem hoje em dia. Não me lembro bem do nome do lugar, qual era mesmo?…

Colossus: Realmente, havia muitas florestas neste continente. Mas, grande parte dessa floresta foi morta pelas pessoas da época, o que também ajudou na extinção das pessoas que viviam naquele continente. Porém, segundo os exploradores, eles dizem que hoje esse continente é apenas uma gigantesca floresta, quase sem fim. A única coisa que restou viva foram as incontáveis árvores que atravessam horizontes e, claro, também restaram as criaturas.

Emilia: Err… Que triste…

Colossus: As pessoas que viviam nesse continente morreram, pagaram pelo mal que causavam a toda sociedade mundial ao estragar o próprio lar. Mas, veja pelo lado bom, hoje em dia o continente inteiro vive sem vida humana, mas ainda vivo.

Sanae: Isso tem que ser mentira. Nas histórias do meu avô as pessoas eram gentis e acolhedoras, e não monstros.

Colossus: Realmente, existiam aqueles que espalhavam o amor, que pregavam a paz, que faziam de tudo para que o continente voltasse aos eixos. Porém, assim como existe as pessoas que faziam o bem, também existiam aqueles que desprezam o próprio país e continente. Botavam o ego acima de tudo, serviam como gado para aqueles que julgavam serem "boas" pessoas.

Sanae: Mas o vovô disse que-

Colossus: Seu avô não viu nada. Existiam países nesse continente que eram facilmente manipuláveis. Você podia ser a pior pessoa do mundo, com o pior histórico de vida e de pessoa que, mesmo assim, eles iam o venerar. Eram pessoas boas, mas essa bondade os faziam estúpidos e cegos.

Eu fiquei calada todo aquele momento durante a discussão, pois eu não sabia o que teria que falar.

Rika: Err… E os outros continentes, também caíram?

Colossus: Sim... Alguns também foram enganados pela bondade das criaturas no princípio, mas resistiram bastante quando as criaturas se revoltaram. Como é o caso de um país da América do Norte, que resistiu fortemente, mas após 2 longos anos de intermináveis guerras sangrentas, o exército desse país recuou e, quando nossos ancestrais foram buscar uma resposta para essa retirada inesperada pro país deles, foi descoberto um enorme muro que cobria o país inteiro. E, quando eles tentaram se aproximar do muro, nossos antigos foram fuzilados, restando apenas um para voltar e fazer o relatório. Todos os exploradores que mandavámos para lá eram mortos. Os antigos até tentaram mandar mais exploradores para lá, mas já era tarde demais. Todo o trajeto até esse país tinha sido completamente dominado por exércitos de criaturas, e isso nos impediu de chegar neles. Até hoje não temos notícias se as pessoas naquele país sobreviveram. É muito provável que estejam todos mortos, pois ninguém resistiria estar cercado por exércitos de milhões o cercando.

Rika: E que país seria esse?

Colossus: Estados Unidos da América… Eu acho… Mas enfim, os países que o cercavam, no fim, também caíram. Porém, parte dos seus habitantes vivem dentro de nossas muralhas. Segundo eles mesmos, eles viram seus parentes, amigos e conhecidos serem mortos brutalmente.

Emilia: Para resistir tanto tempo assim, eles teriam de ter um poder e tanto para acabar com as criaturas.

Colossus: Talvez sim... Ou não. Como eu disse, muito provavelmente eles também caíram. Muitos especulam que o muro já tenha caído à muito tempo, caído em ruínas. Sem nenhuma resistência.

Sanae: E, ao contrário da América do Norte, toda Europa foi neutralizada.

Rika: Isso você sabe, né?

Colossus: Isso já é um mito. Ainda existem sobreviventes na Europa, alguns moram aqui nas paredes do nosso continente, outros escolheram ficar em seu lar e lutar naquele inferno.

Emília: E o continente africano?

Colossus: Aquele continente inteiro se tornou um imenso buraco negro, ninguém nem quer se atreve a entrar. Nem mesmo o Merlin ou a senhorita Ockman.

Emília: Hmmm… Que bizarro.

Sanae: e Oceania? E a Antártida? A Antártida é isolada de tudo, com um difícil acesso, as criaturas não invadiram, não é?

Colossus: Oceania, assim como a América do Sul e África, também caiu. E junto também foi a Antártida, porém, lá o dano foi menor, por isso montamos pequenas bases lá.

Emília: Whoooa! Quero ir lá.

Colossus: Não pode. Pra lá só vão aqueles autorizados pelo alto escalão. Lá eles fazem pesquisas e estudos. Também só vão para lá aqueles que estão extremamente machucados. Porém, você precisa ser um caçador de extrema importância, como o Merlin.

Emília: Ah… Não queria ir mesmo.

Rika: Ei, e o nosso continente? Suportou tanto quanto a América do Norte?

Colossus: Tirem essa ideia da cabeça de que a América do norte resistiu. Olha, eu não deveria contar isso, mas… A alguns anos, uns exploradores encontraram um americano vagando pelo mundo, sem rumo algum. Ele estava fraco, desnutrido e mal alimentado, mal conseguia falar. Nossos homens cuidaram dele, então ele contou que viu todo seu país ser destruído, ser consumido por demônios. No dia seguinte, nossos homens acordaram e não avistaram o americano em lugar algum, eles vasculharam todo o lugar ao redor, só foram o encontrar no final do dia. Ele tinha se enforcado numa árvore.

Eu e Sanae ficamos reclusas ao ouvir todas aquelas palavras, principalmente sobre a parte do suicídio.

Colossus: E, respondendo a sua pergunta: não. Demorou longos anos para nos acostumarmos a guerra. Você dormia e guerras estavam sendo travados não muito longe de onde você estava. Você acordava com a guerra ainda acontecendo. Sem contar que, muitos dos nossos morreram, mesmo depois de bilhões morrerem, como vários jovens que se lançavam em meio a guerra… Infelizmente, a maioria não voltava para contar história.

Sanae começou aos poucos a se afastar da gente. Ela parecia com medo.

Colossus: Sem contar que o nosso país quase caiu duas vezes, tivemos que resistir, mesmo com os melhores armamentos, ainda era difícil. Porém, conseguimos, sem a ajuda de qualquer continente vizinho ou do outro lado do mundo, fizemos tudo isso sozinhos.

Eu acho que o orgulho bateu forte.

Sanae: Mas você não tinha dito que tinham pessoas de outros continentes vivendo por aqui durante as guerras?

Colossus: Cale-se, criatura inferior.

Sanar: Eeehh?! Repete!

Emilia: Bem, bem, bem... Mas e a tal pessoa que pode derrotar May e Merlin? Você desviou o assunto.

Colossus: Eu não desviei o assunto, e eu nunca disse que essa pessoa realmente existe. 

Ele desvia o olhar.

Colossus: Se bem que…

Por um breve momento, ele ficou pensativo.

Colossus: Er… Talvez exista alguém…

Sanae: Espera, alguém que possa detê-los? Mas como? Quem?

Colossus: Bom, é difícil de explicar, mas essa pessoa, de alguma forma, consegue neutraliza-los.

Emilia: Senhor Colossus, diga-me onde posso encontrar essa pessoa.

O encaro com um olhar determinado, como se estivesse destinada a descobrir que era aquela pessoa.

Colossus: Infelizmente, eu nem sei onde essa pessoa está. Dizem que ela se esconde de todo mundo ou se tornou uma exploradora, mas acho difícil para ela se tornar uma exploradora.

Emília: Que triste… Snif, Snif… Queria conhecê-la… Snif, Snif…

Sanae: Humm… Hum! Entendi! Hahaha!! Então esse é o seu sonho. Ficar mais forte, não é, Emilia?

Ele questionou aquilo com um sorriso no rosto, como a expressão alegre de uma criança que acabou de conquistando algo que tanto almejava.

Olho para Sanae, ao ouvi-la citando meu real sonho, cresce em meu rosto um sincero sorriso.

Emilia: Exatamente, e ninguém vai arrancar esse sonho de mim!

Sanae: Fufufu… Eu realmente admiro isso em você, Emilia.

Ela sorri vagamente.

Sanae: Muito bem, conte comigo para tornar esse seu sonho realidade.Ehehe!

Emilia: O quê?…

Sanae: A partir de agora conte comigo em suas missões e, juntas faremos seu sonho se tornar realidade.

Com um olhar desconfiado, Colossus se intromete.

Colossus: E por que você quer ajudá-la assim do nada? Vocês não acabaram de se conhecer?

Sanae: Eh- Bem… A Emilia lembra a minha mãe, ela era uma pessoa… Uma pessoa sonhadora, que sempre procurou realizar seus sonhos.

Rika esteve olhando para a arena toda destroçada todo esse tempo através de uma janela rachada, mas, as palavras de Sanae tomaram sua atenção .

Sanae: Ela morreu sem realizar seu último sonho. Não pretendo me aprofundar muito nisso, mas… O que você precisa saber é que ver minha mãe morrer sem cumprir aquilo que mais almejava me fez jurar que eu ajudaria todos aqueles que precisassem. Pois esse é o meu jeito ninja!

Colossus: Obra errada.

Sanae: Ah- ok. Bom… Ver Emilia com toda essa determinação de realizar um sonho que preenche com esperança os seus olhos, despertou em mim a vontade de realizar o desejo que minha mãe ansiava. Pois esse é o meu jeito-

Eu corro até Sanae e a abraço com força, começo a chorar em seu ombro enquanto ela demonstrava estar surpresa com o abraço.

Emília: Obrigada… Obrigada mesmo…

Ela retribuiu meu abraço.

Rika: Sinto que perdi a minha irmã para uma completa estranha.

Colossus: Sério que você vai mesmo confiar numa estranha?

Emília: Isso daqui é um Shonen, tudo é imprevisível!! Agora nos dê licença!

Mais tarde naquele dia, nós três, Rika, Sanae e eu fomos juntas a uma pousada.

Emilia: Quanta gentileza sua vir conosco, Rika.

Rika: Sanae é a mais burra de nós três, por isso é capaz que ela morra por conta da ampla burrice dela mesma. Capaz até mesmo de você contagiar a burrice dela, por isso ficarei.

Sanae: Ei!!

Rika: E também… Diferente de mim, ela sabe cozinhar. Sua comida lembra a da mamãe, então eu não vivo sem ela… Aaaahh! E você poderia morrer se dependesse dela em suas batalhas.

Sanae: Eh?! Como assim? Nós duas lutamos até dar em empate, você não pode dizer que é melhor do que eu numa luta.

Rika: Oh, me poupe. Mas você continuou se esquivando tanto que eu me cansei de correr atrás de você.

Emilia: Espere, mas você não me disse que empatou na final?

Rika: Empatamos. Porém, quando foram dar vitoria a ela, a burra desmaiou, não só isso, como também estava rodeada por vômito. Como tínhamos parado de lutar quase ao mesmo tempo, eles consideraram nossa luta um empate.

Olho para Sanae com uma expressão depressiva.

Emília: Ei, por que você desmaiou?

Um pouco nervosa, risonha e com vergonha ela tenta se defender.

Sanae: Ehehe… É que… Sabe, eu… Ihihih!

Rika interrompe.

Rika: Ela se desviou tanto que o cansaço tomou conta e a fez desmaiar.

Olho rapidamente para Rika com um olhar de surpresa, depois volto a encarar Sanae, dessa vez com um olhar de pena.

Emilia: Uma coitada.

Sanae: Eh- Aaaah!! Em minha defesa, eu tinha acabado de comer, então não estava perfeitamente preparada.

Rika: A mesma desculpa pra tudo...

Sanae: O quê?! Repete o que disse!!

Rika: Hã?! Eu repito, mas você vai fazer o quê? Hã?!!!

Emília: Acalmem-se, por favor…

Enfim resolvemos entrar. Assim que entramos vimos vários outros caçadores, assentados em suas cadeiras de madeira em volta de 5 pequenas mesas redondas. Nós entramos, imediatamente todos aqueles homens começaram a nos encarar sem parar, como se estivessem nos comendo com os olhos.

Assim que tentamos desviar o olhar dos mesmos, frases como: "senta aqui, princesa." - "Oi, vocês tem namorado?" - "Vem aqui, eu posso te levar para um lugar legal!" puderam ser ouvidas vindo daqueles homens.

Tentamos evitar assunto apenas recusando com um: "Não, obrigada… Adeus." porém, eles não pararam. Até que, uma forte batida em uma mesa foi feita por um homem alto e jovem, e um pouco forte, com apenas alguns pelinhos que cresciam em seu rosto. Ele se levanta frustado de sua cadeira, então ele deu um chute na mesa, jogando ela contra a parede.

"Ei, é o Miguel Redwald. Ele tá bem?" - "Será que o café dele está tão ruim assim?" - "Parece que o Miguel acordou com o pé direito hoje…" todos aqueles homens falaram a mesma coisa por aquele cara ter se levantado.

Ele olha para nós.

Miguel: Ei, vocês ai…

Ele olha diretamente para mim com um olhar sério, até ele se aproximar, me puxar para perto dele pelo meu braço e então se ajoelhar perante a mim e dizer a seguinte frase:

Miguel: Case comigo?

Fico com um olhar de nojo como reação, tento puxar minha mão a qual ele se recusava a soltar.

Emília: Me solta, idiota!

Ele solta a minha mão, então rapidamente se bota de pé, olha para seus companheiros de trabalho e, empolgado, o mesmo ergue os braços para cima e grita bem alto para que todos ouvissem:

Miguel: É ISSO AI GALERA, ELA ACEITOU!!!

"Oooueaaahhh!!! Grande Miguel!!! Todos saúdam o nome de Miguel!!!" Então, todos ao mesmo tempo gritaram: "Miguel! Miguel! Miguel! Miguel!". Todos ali no bar/pousada pareciam felizes enquanto celebravam a falsa noticia e batiam palmas.

Miguel: Ah!! Hahaha!!! Obrigado, obrigado!!! Hahaha!! Ah, ah!!!

Ele continuou gemendo, gesticulando e se vangloriando de algo que claramente era mentira, mas, por algum motivo, aqueles homens acreditavam nele.

Emília: Ei, ei! Quem te disse que eu aceitei?! Pare de falar asneiras, idiota!

Ele vira para mim, prensa as duas mãos em meus ombros e tenta me beijar. Já eu permanecia com um olhar sério em reação a sua ação quase inesperada, enquanto acertava um soco em seu queixo, fazendo bater dente com dente e fazendo o mesmo ser arremessado contra a mesa de um grupo de homens.

Ele desmaiou alí mesmo, apesar de eu ter percebido que ele estava vagamente se contorcendo por dentro.

"Foi um golpe de surpresa! Vamos, levem o Miguel a um médico, vamos!" - um daqueles que o vangloriava disse essas palavras, e o carregou, junto de outros homens, aquele cara.

Rika: Err… Vamos subir?

Emília: Ah… Vamos!

Sanae: Eu vou pagar a estadia. Não façam nada interessante sem mim!

Tinham apenas 2 camas naquele minúsculo quarto, pra complicar ainda mais, todas temos problemas para dormir. Basicamente, todas as três gostam de espaço para ter uma boa noite de sono, e como tinha apenas duas camas, duas teriam que dormir na mesma cama, enquanto a outra dorme sozinha, decidimos isso com uma moeda.

Emília: Eh--

Rika: Ahah!

Sanae: Yeah!

O dia clareou na base sul, nós três dormimos num quarto do andar de cima. Rika dormiu na cama sozinha, enquanto eu e Sanae dormimos espremidas na mesma cama. A sanae literalmente passou a noite toda me abraçando e eu emburrada porque queria ter dormido sozinha.

Nos levantamos, tomamos um banho rápido e nos vestimos.

Rika: Yaaah- ei, vocês dormiram bem? Porque eu dormi super bem. Ehehe…

Emília: O que você acha…?

Sanae: Acordei. Wuuaaa- Não dormir, pois anjo não dorme, anjo cochila.

Saímos do quarto, fora dele havia uma escada que levava ao andar de baixo, eu e a Rika ficamos encarando a escada por uns dois minutos enquanto Sanae terminava de se arrumar.

Emília: Ok- Hummm… Você primeira, Rika.

Rika: Seja gentil e vá você, Emília.

Emília: Waah- O que foi? Ta com medo de uma escada mixuruca dessas?

Rika: É que- Eu tenho traumas com escadas…

Emília: Mas você subiu as escadas ontem…

Rika: É diferente, ok? Eu não estava prestando atenção por onde andava, quando me dei conta, eu já tinha subido.

Emília: Aaah… Mas que tipo de traumas você tem de escadas?

Sanae sai do quarto já pronta e animada.

Sanae:Aaaahaha! Estou pronta! Ei, meninas, vamos descer. Tão fazendo o que ai-

De olhos fechados por conta da alegria, ela passou direto por nós, escorregou num pano que estava no caminho da escada, o que resultou na Sanae rolando escada a baixo e bater de cabeça no chão.

Rika olha pra mim com um olhar despreocupado.

Rika: Esse tipo de trauma.

Emília: Compreendo.

Saímos da hospedaria, andamos pela cidade e aprendemos mais sobre como conseguir trabalho para caçadores iniciantes. Havia uma espécie de 'guilda' no centro da cidade, eles nos deram mais informações sobre como os caçadores são classificados.

Ao entrar na Guilda, todo caçador iniciante recebe um colar que carregava consigo uma pedra preciosa ou minérios.

Bronze; Prata; Ouro; Platina; Esmeralda; Diamante; Rubi.

Eram estas as pedras preciosas, ranqueadas por valor e poder na ordem que citei. Existe mais outro sistema de ranque dentro disso. Por exemplo: você é Bronze iniciante, então você é um Bronze 5 e um caçador um pouco mais experiente pode estar no Bronze 3. Quanto mais você se aproxima do Bronze 1, mais próximo você estará de passar pro próximo nível, que será Prata 5, e assim vai. Um ciclo, até alcançar o nível Rubi, aquele nível que define bem seus status no país.

Você deve estar se perguntando: "E como as pessoas saberão que passei do nível 5 pro 4?" simples, vai estar cravado o número em algarismo romano no minério (Bronze, Prata, Ouro e Platina) ou na sua pedra preciosa (Esmeralda, Diamante e Rubi) pendurados em seu colar. Atualmente, nós três somos da classe mais baixa, a classe bronze 5. Isso quer dizer que as missões que nos derem daqui em diante serão o que eles classificarem como o mais que o bastante para um iniciante, não importando se você tem uma certa experiência, você é obrigado a começar lá de baixo.

A missão que nos deram foi: 'procurar um grupo de bandidos que desapareceram com a comida de um vilarejo não muito distante da base.'

Fiquei um pouco desanimada com essa missão que nos recomendaram, porque a missão que eu realmente queria era uma de nível de rubi, como: matar Demônios, assassinar monstros gigantes, aniquilar Deuses de outro mundo e exterminar Dragões... Mas, nós vamos caçar um simples grupo de bandidos de comida, Ah… Pelo menos a recompensa é boa.

Então, saímos da base e fomos juntas rumo ao nosso objetivo.

Esse assalto a comida ocorreu em uma pacata vila que prosperava ao poucos fora das muralhas, porém, teoricamente deveria estar protegida, por ainda estar nas terras da muralha, mas não estava. A vila foi assaltada e ninguém pôde fazer nada, por isso cabe a nós caçar esses bandidos. Por isso precisamos primeiramente saber como eles são e para que direção fugiram.

Chegando na vila atacada, notamos algo estranho. Os moradores estavam todos reunidos no centro do vilarejo, realizando um ato primitivo e demoníaco.

Duas pessoas estavam sendo queimadas vivas, os gritos de dor aterrorizaram nós três. Rika não aguentou e vomitou alí mesmo, eu estava com tanto medo que mal conseguia me mexer, mas Sanae parecia furiosa. Ela se lançou contra aquelas pessoas cruéis, furiosamente.

Ela empurra uma senhora pro lado, da um soco num cara e bate com o cabo da espada em um outro homem. Então ela pegou um dos homens ali pela gola da camisa e interrogou com sangue nos olhos.

Sanae: O que diabos está acontecendo aqui?!! Vocês estão matando pessoas!!!

"Homem": Foi preciso para- oof, oof! Matar a bruxa…

Bruxas, seres que podem usar magia negra, fazer invocações e, uma de suas mais famosas habilidades, é a possibilidade de mudar sua aparência com magia.

Sanae: Vocês são doentes, por acaso?!! Mesmo que haja bruxas outro sei lá o quê aqui entre vocês, isso não justifica matar pessoas inocentes!

Ver aquelas pessoas sendo queimadas vivas me lembrava cenas de antigos filmes de terror, a diferença era que isso era real e não apenas um faz de conta. 

"Você vai precisar se acostumar com as atrocidades que você ainda verá ao longo de sua jornada" não, é…? Ela não estava mentindo no fim das contas.

Em pensar que isso era para ser apenas uma missão para capturar meros bandidos de comida, e agora estamos lidando com bruxas. O que faremos?

Continua…