Vagamente abro os olhos com um pouco de fadiga. Com uma visão super embaçada, tudo o que eu enxergava era um vasto campo negro preenchendo tudo que meu campo de visão alcançava.
Com os olhos dilatando e a visão borrada, ainda assim enxergava uma luz muito distante.
Meus pés não alcançavam nenhum chão, não conseguia mexer um músculo sequer naquela situação angustiante, nem ao menos conseguia respirar.
Era como se eu estivesse perdida no vácuo do espaço.
Esse último pensamento eu me baseei em achismo, mas fui me dar conta de onde eu estava ao meu corpo inclinar para baixo e eu ter uma certa noção maior de onde eu realmente estava.
Eu estava vendo de cima o planeta o qual eu chamo de "lar". Eu, sem sombras de dúvidas, estava perdida no vácuo do espaço.
A grande dúvida que fica é: como eu vim parar aqui?
Abri a boca para gritar por socorro, mas nada saía e o pouco ar que me restava foi sugado de dentro pra fora. Isso tudo em apenas alguns breves segundos, foi quando que, por um breve momento, uma luz meio apagada apareceu diante dos meus olhos. Essa luz surgiu num segundo e desapareceu no outro, como num passe de mágica.
Meus olhos pareciam cansados, isso me levou a piscar. Assim que abri os olhos, estava diante de algo, ou melhor, diante de um "alguém" que eu não conseguia distinguir quem era. Sua silhueta feminina era preenchida por apenas uma cor, branca.
Assim como todo aquele cenário que lembrava o espaço estelar estava embaçado, o mesmo valia para aquela silhueta completamente branca que aproximava as mãos do meu rosto. A visão ficou turva novamente, então fechei os olhos e abri novamente, quando abri, aquele ser estava frente a frente comigo, com o rosto próximo ao meu, com a testa grudada na minha.
Acabei notando que aquele ser não tinha olhos, no lugar dos olhos haviam uma espécie de chifres. O pouco cabelo branco que havia em sua cabeça aos poucos caia. Também notei que seu corpo estava bastante desnutrido, daria até mesmo de se ver os ossos do corpo marcarem a pele por dentro.
O outro detalhe mais notável deste sem é, sem sombra de dúvidas, era o sorriso. Um sorriso amedrontador, gigante e asqueroso, que ia de orelha a orelha, como se estivesse pensando malícias ou me desejando.
Este ser aproximou mais ainda a mão com seus dedos afiados contra o meu rosto. A criatura por um momento passou cuidadosamente as mãos pelo meu cabelo, como uma espécie de carinho.
Por quê disso?! - eu me fiz essa pergunta em meus pensamentos já que não conseguia falar e mal reagir.
O carinho acabou no instante que a criatura cravou as afiadas unhas em meu crânio.
Sentia que eu iria explodir a qualquer momento.
Foi quando a criatura resolveu falar em meu ouvido. Suas únicas palavras foram: "acorde!"
Num pulo, eu acordei.
Meu coração estava acelerado, minha cabeça doía, parecia que tudo estava girando em minhas volta.
Aquilo foi um sonho? Mas parecia ser tão real… - outra pergunta feita em meu subconsciente.
Emília: Ahn… Ai, ai… Huh?
Este lugar… Este lugar é completamente diferente de onde eu havia caído.
Onde estou? Não tem árvores caídas, nem aquela misteriosa névoa cinza, apenas um pequeno e vasto campo de terra cercado por árvores onde eu estava jogada no chão. Não vejo a Rika, muito menos a Sanae. Eu fiquei ligeiramente preocupada, eu precisava sair para procura-las.
A cabeça ainda doía, mesmo assim me pus de pé para procurar minhas companheiras.
Emilia: Ei... Tem alguém aí…?
Ouço risadas de crianças ao longe vir de todos os cantos da floresta que me rodeia. Olho para minha cintura e vejo as minhas espadas penduradas em minha bainha. Puxo as duas e me boto em guarda, esperando pelo pior.
Emília: S-saia de onde estiver, covarde!
E por trás das árvores surge uma criança, a mesma que auxiliou as meninas e eu para cá, nessa floresta, afirmando que era aqui onde habitava a bruxa.
Emília: Ei, garoto. O que você ta fazendo aqui? Você não sabe que aqui é perigoso? Volte para sua casa, por favor…
Ele abriu a boca para algo falar, mas, ao invés de ouvir uma voz doce de uma criança tão pequena, escutei uma voz grossa e sombria de um demônio.
(…): Vocês não deveriam estar aqui
Foi o que o garoto disse com aquela voz grossa e pavorosa.
Emília: Mas o quê…
O rosto da criança começa a derreter, seus olhos explodem e sua pele caiu, sobrando o que era para ser a carne dele, que ao invés de ser uma carne vermelho, era um roxo bem escuro.
(…): Os verdadeiros demônios irão pagar por todo o mal que fizeram aos inocentes!
Ele disse essa palavras, então deu um grito monstruoso que daria de se ouvir mesmo de fora da floresta de tão alto que foi. O grito mais parecia uma espécie de alerta, pois eu pude escutar outros gritos, de outras criaturas, ao longe de onde eu estava.
A criança então parou de gritar e partiu pra cima de mim com um pulo. Eu me jogo pro lado, mesmo assim a criança faz um corte com as unhas afiadas em minha costa.
Algo me dizia que se eu não tivesse acordado, eu nem estaria viva agora…
A criança ficou enfurecida em ter errado o ataque, então o mesmo começa a bater a cabeça contra as árvores e se alto machucava se arranhando até fazer grandes cortes sem sentindo em seu corpo até sangrar.
Falando em seu corpo, o pequeno corpo daquela "criança" estava se deformando. O corpo começou a inchar e em segundos tomou forma. Sua estatura muscular então ficou absurdamente exagerada comparada ao tamanho do corpo.
Mesmo eu esperando o avanço dele, ele nem se mexia. Permaneceu parado num canto, me encarando com raiva. Como se estivesse esperando por ordens para me atacar.
Foi então que alguém apareceu sobre as sombras das árvores dessa escura e macabra floresta. Esse alguém vestia um manto preto longo e de tecido fino, que emanava magia, vestimenta que apenas magos de alto nível trajavam.
E sim, existem usuários de magia do lado humano, mas eles são casos únicos, apenas 1 em 100 pessoas nascem com o corpo adaptado para usar magia que, diferente do caso misterioso de May Ockman poder usar magia sem ter sua espada em mãos, magos ainda precisam de uma varinha ou cajado para efetuar com sucesso seus feitiços, ou senão pode sair algo estranho. Um exemplo de mago é a minha querida vovó.
Voltando ao assunto… Aquele alguém era um homem, andava mancando, ele tinha poucos cabelos em sua cabeça e, apenas alguns fios de cabelo no rosto, algo que algum dia provavelmente foi uma barba bem grande. Ele tinha dentes podres, o corpo esquelético e os olhos tristes. Acompanhado por outra criança deformada, mas sem os músculos, mas com uma face feminina. Ele chega perto da outra criança e faz carinhos nos cabelos do mesmo.
(Desconhecido): Prazer em conhecê-la, humana. Você não tem noção do quão difícil foi achar você depois de… Bem, daquilo. Mas, enfim encontrei você.
Minhas pernas estavam bambas por estar diante dele.
Emília: Quem- quem é você?!
(Desconhecido): Oh? E ainda se atreve a fazer perguntas nesse tom na posição que se encontra?
A criança tenta avançar em mim, mas ele mesmo a segura pelos cabelos e a traz de volta pro seu lado.
(Desconhecida): Huh… Muito bem, serva da Lua. Sinta-se agradecida por você ainda estar viva, pois você terá a honra de ser saboreada por mim.
Emília: Do que você- huh! Não pense nem em encostar um dedo em mim ou se não eu-
Uma forte rajada de vento que veio dele me empurrou contra o chão.
(Desconhecida): "Ou se não…" O quê?! Humph! Você é mesmo patética para uma escrava. De todas as outras, eu a deixei viva pois você ainda é "pura", e isso realmente me excita bastante, teremos vários filhos e então conquistaremos os meus sonhos!
Suas palavras me deixaram com bastante medo do que ele poderia fazer comigo. Um medo que me faz querer ser egoísta o bastante para abandonar aqui minhas companheiras.
Eu então começo a correr. Corri intensamente sem direção ou rumo algum.
Emília: Se eu conseguir despistar aquele idiota, talvez eu consiga tempo o bastante para procurar e achar pela Sanae e a Rika! Melhor eu não parar de correr.
Então guardei as duas espadas na bainha e acelerei o passo.
Por um instante eu achei que estava salva, que tinha conseguido despista-lo, mas estava enganada. Ele apareceu diante de mim num piscar de olhos, não deu nem tempo pra reagir e ele mandou um chute certeiro no meu estômago.
Emília: Ugh… Gasp!
Aquele forte chute me fez cuspir sangue em suas vestes. A intensidade de força botada no chute me arremessou contra várias árvores, me fazendo bater em várias delas e, enfim parando ao colidir contra uma enorme árvore que me fez enfim parar e cair no chão.
Emília: Eh… Rurgh…
Eu abro lentamente os olhos, e naquele instante senti uma terrível vontade de ter que vomitar, então vomitei o meu próprio sangue naquele chão que, gritava pra sair.
O corpo inteiro, dos pés a cabeça doía por conta desse único golpe. Então ele apareceu de novo, andando lentamente em minha direção.
(Desconhecido): Oh! não, não, não! O que você pensa que está fazendo? Não vai ser legal você me dar filhos nesse estado.
Meu corpo estava todo dolorido e acabado, mesmo assim, eu me boto de pé e o encaro. Caminho até ele, tento executar um soco sofrido em seu rosto, mas ele segura minha mão sem fazer muito esforço.
Eu estava muito fraca para continuar…
(Desconhecido): Eu realmente gostei de você, escrava. Você é corajosa, bem diferente daquelas outras duas. Não é atoa que deixei pra cuidar de você por último, você definitivamente é especial.
Minhas mãos ficaram trêmulas ao ouvir aquelas palavras.
Emília: O que- cof… Você fez... Cof, cof!... Com as minhas... Cof! Amigas…?!!
(Desconhecido): Huh? Suas amigas? Ah, aquelas garotas? Mortas. Todas as duas. Mortas da pior maneira possível por mim, Belor Blackburn. Grave esse nome na sua cabeça, pois serei a última pessoa que você verá até o final de sua vida. Hahahahha!!!
As crianças demônio estavam bem atrás dele e, também estavam rindo da situação, ou simplesmente seguindo o que seu mestre fazia.
Ele parou e rir, então o mesmo avançou violentamente em mim, me pegou pelo pescoço e me segurou no ar, me enforcando.
Nesse momento eu pude perceber um detalhe nele, suas mãos estavam cheias de sangue. Seria dele? Meu? Ou delas…?
Meus pés não tocavam o chão, não conseguia fazer nada além de me debater no ar com ele me enforcando com as próprias mãos.
Eu tento puxar uma de minhas espadas na bainha, mas antes de que eu pudesse fazer alguma coisa ele me soltou, me pegou pela cabeça e arrasou minha cara no chão.
Belor: Porque está tão desesperada? Prometo dar um fim rápido a você depois que eu cumpri com meus objetivos aqui.
Tiro o rosto do chão, e com um olhar sofrido de relance eu olho para ele.
Emília: Você disse… Que queria me engravidar… Mas vai me matar… Você é idiota…?
Belor: Não seja tola, escrava. Eu posso reproduzir mesmo se o meu parceiro sexual já estiver morto.
Ele se aproximou e esfregou as solas de sua bota no meu rosto, e isso me fez cair novamente por estar muito fraca.
Ele então tenta me pisotear, mas eu seguro seu pé que ele ia efetuar a ação, então levantei o rosto e olhei em seus olhos.
Emilia: Se você… Encostar em mim de novo… Eu posso te garantir que... Irei arrancar todos os seus membros fora!!!
Com um olhar de um.agluém incomodado com a situação de eu estar segurando sua perna, ele diz:
Belor: Me largue, sua escrava da lua!
Começo a esmagar mais ainda o pé dele usando apenas a minha mão.
Ele puxa seu pé para trás e eu acabo o largando por ainda estar fraca. Sem exitar, ele efetua outro ataque em mim, um chute no meu baço.
Emília: Aahn!… Ah!!!
Eu senti aquele ataque, eu gemi de dor. Senti como se ele tivesse perfurado algo em meu interior. A primeira sensação foi como sentir uma corrente elétrica passar por todo o meu corpo, e depois sentir como se meu coração fosse explodir.
Foi uma dor terrível de se sentir.
Por um momento, ele permaneceu quieto, apenas observando eu agonizar no chão.
Levanta!!! Levante e lute!!! Eu… Não posso… Morrer… Sem lutar!!! - eu gritei em minha mente.
Sangue escorria do meu nariz e boca.
Emília: Ainda não…
Ele fica confuso com minhas palavras.
Levanto um dos braços e o apoio no chão, repeti esse mesmo movimento com o outro braço. Botei força em ambos os braços, usei minha perna direita de apoio para eu conseguir me levantar. Então me botei de pé novamente.
Os joelhos estavam trêmulos, meus dedos - tanto dos pés, tanto das mãos - ardiam de dor, a sola dos meus pés doíam, sem contar uma forte dor de cabeça que estava me empatando.
Belor: Sim, você é de longe a mais patética de todas. O melhor que você pode fazer é voltar pro chão e esperar pela morte.
Levanto a cabeça e o encaro nos olhos. Sangue escorria da minha cabeça que escorregava até os olhos que os preenchiam de vermelho.
Emília: Venha.
Ele parecia ter perdido a paciência comigo, então disse:
Belor: Ter que suportar uma esposa rebelde… Isso só é uma das coisas que não suporto na vida. Você precisa ser disciplinada.
Então seu cajado de madeira começou a brilhar a partir de suas brechas num tom vermelho.
Belor: Contemple uma pequena demonstração do meu real poder!
Uma forte ventania saia de seu cajado formando uma pequena espiral de vento.
Belor: <
Ele então crava com força seu cajado no chão e o chão começa a estremecer.
No começo achei que fosse um pequeo terremoto e que logo iria passar, mas estava definitivamente enganada.
De tanto o chão tremer, como um terremoto de alto nível de periculosidade, uma ravina se abriu no chão, engolindo tudo no seu caminho.
E quando achei que isso era tudo, uma enorme mão escura sai de lá e se apoia em uma árvore para se puxar e sair da ravina.
E, daquela ravina sombria sai um monstro, que mais lembrava um demônio. Sua face era feita por um estrutura óssea com um formato da cabeça de um bode. Seus olhos eram completamente um vermelho brilhante. A criatura media cerca de 4 metros de altura, seu físico era bem definido em seus braços, apesar disso, era obeso. Seu corpo era liso, sem nenhuma sequer perfuração de uma arma. Porém, seu corpo parecia ser um pouco gosmento, e tinha tentáculos grossos no lugar de pernas humanóides
Assim que vi a criatura emergir da ravina, eu fiquei sem palavras. Não podia acreditar que estava frente a frente com um demônio.
Emília: Isso- isso é um…
Belor: Um demônio.
Ele interrompe.
Belor: Um demônio de classe terra, nível intermediário. Mas, só ele já é o suficiente para fazer um estrago.
Eu definitivamente estava com um medo tremendo, não havia nada que eu podia fazer além de correr.
Então novamente engoli o seco, me acovardei e corri sem rumo por aquela floresta escura e sombria. Enquanto corria, o que vinha em mente eram as minhas companheiras, não podia crer que elas tenham morrido aqui. Ele deveria estar blefando, não podia ser possível.
Olhei para trás e, por algum motivo aquela besta demoníaca não moveu um músculo desde que eu comecei a correr. A criatura permaneceu imóvel até Belor começar a gargalhar como um psicopata, apontar pra mim e dizer:
Belor: Pegue-a, mas não a mate. Quero ela viva…
O demônio então começou a me perseguir desesperadamente, com um olhar frenético e sem ter noção de onde estava passando, ele foi batendo em várias árvores enquanto corria até mim.
Aquele demônio carregava uma aura assassina e maníaca extremamente intensa.
Com seu corpo que era exageradamente desproporcional a tudo, uma cabeça pequena, tentáculos no lugar de pés e seus braços malhados, acabavam fazendo com que a criatura batesse e se ralasse em tudo em seu caminho. Mas, isso não o impedia de continuar me perseguindo como um ser maníaco.
O demônio então cansou de bater contra as árvores, então resolveu começar a empurrar as árvores usando apenas a força bruta em seus enormes braços.
A criatura ainda por cima babava enquanto me perseguia.
Coração acelerado, respiração ofegante, joelhos doendo e uma pequena dor de cabeça. Quanto mais eu corria, mais e mais o corpo doía.
Enquanto corria, me perdi em meus devaneios e entrei em conflito com meu próprio subconsciente.
Por que estava correndo? Eu fui treinada por profissionais, passei por um treinamento exaustivo e exigente, muitas vezes sentia que iria morrer de exaustão, então porquê estava fugindo? O treinamento foi para exterminar criaturas como essas. Preciso acabar com isso agora mesmo. - foi o que conclui.
Furiosa, eu dou um pulo e giro num ângulo de 180 graus para trás e me boto em posição de ataque. Porém, quando prestei atenção, o demônio já tinha sumido, ele não estava mais me perseguindo.
Sem pensar duas vezes, me escondo atrás de uma árvore.
A floresta estava quieta, não conseguia ouvir quase nenhum som, além de um passageiro som irritante de grilos e das folhas caindo em reação a uma brisa forte do vento.
Me encosto na árvore e, um pouco exausta, me agacho e sento no chão, então começo a chorar diante da situação em que me encontrava.
Uma forte corrente de vento passou novamente por mim, fazendo meus cabelos esvoaçar.
Enxugo as lágrimas e me boto de pé.
Emília: Onde está você, Ouch! …Criatura imunda?
Falei com um tom de voz baixo, pois as cordas vocais ainda estavam doendo depois de ser enforcada por Belor.
"Rowwww…"
Como um som de rugido que vinha de cima, e uma forte " ventania" que cheirava a morte, eu olhei pra cima e lá estava a criatura, pendurada na árvore a me espreitar.
A criatura pula de cima da árvore e cai em pé diante de mim. Eu ando para trás, mas tropeço e caio, a criatura então começou a me olhar dos pés a cabeça, mas não atacou, apenas soltava seu bafo que fedia a bicho morto à dias contra meu rosto.
A criatura se aproxima ainda mais de mim, usa a sua mão esquerda para me tocar e eu minguo.
Ele provavelmente pretendia me levar até Belor…
Seguro no punho da minha espada, mas minha tremia muito para desembainhar a espada.
"Thund! Thund!"
Sons de passos rápidos a ser ouvidos.
"Zum!… Fuiiim!"
Então olhei para cima e uma luz vermelha brilhante acendeu, então ela desceu cortando o ar e vindo na minha direção e, cortando fora o braço do demônio.
A criatura se afasta, então começou a gritar, gemer e se debater de dor.
- "GRRRAAAAAAHHHH!!!…"
Olhei para o lado e a luz vermelha estava lá. Não era uma simples luz, era uma aura mágica de força que, só podia ser utilizado por nós, humanos. E era isso mesmo. Pois tinha alguém dentro dessa aura vermelha com detalhes de brilho amarelado.
A pessoa dentro de aura estende a mão para mim.
Sanae: Me dê sua mão.
Era Sanae. Eu não conseguia acreditar que ela estava mesmo viva. Aquilo me alegrou, pois me encheu de esperança para que Rika também estivesse viva.
Sanae: Você está bem…?
Meu coração apertou. Ainda não acreditava que ela estava mesmo viva.
Meus olhos encheram de lágrimas, então comecei a chorar no seu ombro.
Emília: Ahnnn! Aaahn… Gulp- você- você ta viva… Aaaahn!
Sanae: Emília?… Vai… Eh- Vai ficar tudo bem, eu vou te tirar daqui. Só precisamos encontrar a Rika.
Olho nos olhos dela.
Emília: Espere… - enxugo as lágrimas - a Rika está bem?
Sanae: Eu- eu não sei. Eu achei que ela estivesse com você.
Emília: Precisamos encontra-la agora mesmo. Ouch! Ouch…
Tento me levantar, mas tropeço e caio de novo, pois estava muito desgastada. Sanae nota isso, então ela oferece ajuda.
Sanae: Venha. Eu te carrego.
Emília: Não precisa… Nós só precisamos-
Tento me levantar novamente e, mais uma vez, tropeço, mas, dessa vez Sanae me segurou. Ela então guardou sua espada em sua bainha na sua cintura e me carregou em suas costa. Enquanto isso, a criatura ficou ali, gritando de dor.
Ela correu, me carregando, sem rumo pela floresta, a fim de achar uma saída para me deixar na cidade e então voltar para buscar a Rika, mesmo sozinha, sem a minha companhia.
Porém, o plano foi por água a baixo quando aquele demônio, novamente emergiu do chão e acertou um soco no estômago de Sanae.
O ataque foi tão forte que até mesmo eu, que estava sendo carregada, pude sentir.
Fomos arremessadas pra longe. Sanae bate contra uma árvore e desmaia. Eu apenas me ralei no chão.
Eu olhei para o lado e vi a minha amiga desacordada no chão, aquilo liberou uma força a mais, uma adrenalina maior que antes, essa adrenalina fez eu liberar força o bastante para querer e poder levantar.
Mesmo doendo, me botei de pé, desembainhei a espada e caminhei até Sanae.
Eu tive apenas alguns arranhões, mas Sanae, diferente de mim, foi quem mais sofreu. Pois ela bateu a cabeça e estava sangrando bastante.
Aquilo enfim me acordou.
Ver minha amiga sofrendo por mim acabou acordando uma motivação estranha em mim. Uma raiva imensurável de Belor e seu demônio.
Mancando, caminho em direção a Sanae. Chego nela, me agacho e toco em seu ombro, ela abre seus olhos sonolentos e ela me olha nos olhos.
Emília: Ei, se esconda ou corra para longe enquanto eu ganho tempo. Você consegue fazer isso?
Sanae: Eu não vou- Urgh…. Te abandonar!…
"Buump! Buuump!"
Sons de passos pesados estavam se aproximando a nossa frente.
Emília: Você tem mais futuro no mundo dos caçadores do que eu. Faça isso por mim, por favor!
Sanae: Você está louca? Não se abandona um companheiro para trás. Sem contar que você não ta em condições pra lutar.
"Dooom-puff…."
O som de passos pesados param.
Emília: …Eu preciso arriscar.
Com um olhar de relance, encarei a criatura que estava acompanhada daquele bruxo sombrio que trajava seu manto escuro que emanava magia negra.
Belor: Caramba… Em pensar que poderíamos ter resolvido todas as nossas desavenças pacificamente. Mas você foi teimosa, arrogante e tediante. Correr atrás de você é desgastante, e isso me deixa irritado. Mulheres como você precisam de uma lição para aprenderem a respeitar seus donos.
Ele olha para seu demônio e faz sinal com a cabeça dando a ordem pra criatura partir pra cima da gente.
Emília: MENTIROSO!!!
Ele faz um sinal com a mão e a criatura para de avançar.
Belor: …Do que me chamou?
Emília: Lhe chamei de mentiroso. Seu mentiroso de merda!
Belor: Você não me conhece pra me chamar assim. Os únicos mentirosos aqui são vocês, Caçadores.
Aperto o cabo da espada e o encaro com um olhar sombrio.
Emília: Mentiroso.
Belor: Por que me chama de mentiroso?
Emília: Mentiu ao dizer que minhas amigas estavam mortas.
Ele se incomoda ao ouvir aquelas palavras.
Emília: Onde está a Rika?
Belor: Huh… Se quer mesmo saber, então procure no fundo do lago dessa floresta. A queda era muito alta, sem chances para que qualquer humano sobreviva.
Desembainho a outra espada e fico ainda mais furiosa.
Emília: Desgraçado… EU VOU TE MATAR!!!
Corro em sua direção, mas eu tropeço e caio de cara no chão, pois senti uma forte dor na minha coxa direita. Olho para frente e vejo um sapato.
Belor: Hoh… AHAHAHAHAHA!!! Você não tinha contado que era boa com piadas.
Emília: Cale-se, bastardo! Vou por um fim na sua raça.
Belor: Você é patética. Não tem nem forças para se botar de pé direito e acha mesmo que vai por um fim em mim?
De raiva, mordo os lábios até sangrar.
Belor: Me poupe, menina burra. Olhe em volta o tanto de corpos de caçadores novatos como você que passaram por mim e não sobreviveram para contar história. Voce realmente acha que pode me matar?
Ele não estava blefando.
Eu não tinha notado antes por conta do calor no momento, mas cada árvore naquele centro da floresta, tinha um corpo enforcado com uma corda.
Outros nem estavam enforcados, e sim empalados por uma lança que atravessava o corpo. A maioria das pessoas enforcadas e empaladas eram crianças, idosos e Caçadores da lua.
Emília: Seu- seu monstro! Como pôde-
Olhei para o chão, nele haviam alguns sapatos masculinos. Virei para e o encaro, com um olhar de ódio.
Emília: Eu juro… Eu não vou te perdoar…
Rapidamente avanço nele, enquanto corria, passeia mão no chão e joguei terra no olho dele, ele protege seu olho botando o braço na frente, então a poeira pega só em seu braço. Quando ele abriu os olhos, eu havia sumido.
Belor: O quê…?
"Thumd, thumd, thumd, thumd!"
Eu ouviu passos rápidos vindo de cima, entre as árvores.
Belor: Eh… Isso foi esperto da sua parte, MAS NÃO É O SUFICIENTE!
Ele segura com as duas mãos o seu cajado, e começa a orar para fazer seu próximo feitiço.
Belor: Kuchiku-kan rēzā! (Laser destruidor!)
Ele aponta para uma direção aleatória, bem distante de onde eu realmente estava, e, do seu cajado, saiu um raio de luz, um laser. Ele então começou a correr em círculos, com o cajado, cortando ao meio todas as arvores em seu caminho num raio de 100 á 200 metros.
Um enorme som foi feito, um som que perturbava os ouvidos assim que todas aquelas árvores colidiram com o chão.
Uma árvore um pouco pesada caiu em cima de Sanae. Não chegou a amassa-la, pois nem era tão pesada assim, mas era pesada o suficiente para prender ela, no estado em que se encontrava, presa ali.
Belor: Oof… Oof… Oof…
Ele parecia cansado.
Essa era minha deixa.
Quando ele achava que tinha se livrado de mim, eu apareço atrás dele, empunhando minha espada, pronta para passar minha espada sobre seu pescoço e arrancar sua cabeça fora.
Porém… O demônio dele, que estava bem ao seu lado, notou a minha presença e impede que eu efetue com sucesso o ataque colocando a mão no meio, fazendo um corte raso novo demônio.
Então ele, Belor, inclinou o rosto para trás e me viu alí, o mesmo sentiu um breve calafrio passar pelo seu corpo.
Belos: Ufa… Você quase me matou…
Emília: Desgraç-
O demônio não deixou eu terminar de falar e mandou um soco por cima, mas eu impeço cravando a outra espada nessa outra mão. Quando parecia estar tudo no controle, ele me ataca usando um de seus tentáculos, me jogando longe, ralando o rosto, a cabeça, tudo no chão.
Meu corpo estava doendo mais do que antes.
Belor: Uaaah… Foi um pouco cansativo, mas foi o suficiente para me animar, mesmo que tenha sido só um pouco. Uma pena que você enfim chegou no seu limite.
Um dos meus olhos tava doendo de mais para abrir completamente, então eu, basicamente, estava vendo tudo com apenas um olho, o direito. Meu olho bom.
Belor: Sabe, eu vou te contar um segredo meu. Sobre: como consigo fazer com que meus demônios fiquem com as aparências que eu quero.
Não conseguia ouvir direito, mas me fiz de tudo para ouvir tudo, não com clareza, pois parecia impossível naquele meu estado atual, mas, pelo menos o máximo que eu podia pegar.
Belor: Para capturar a aparência de alguém eu preciso saber detalhadamente como essa pessoa é. Ou seja, eu arranco na faca a pele facial de cada um que já pisou nessa floresta.
Emília: Ment- mentira!… Você fez um modelo meu… Ouch, ouch! Você está mentindo… De novo! Oof, oof…
Ele sorriu pra mim.
Belor: Isso é porque eu só olhei pro seu rosto, não o toquei, não pude senti-lo… Por isso fiz uma modelo rápida, não é atoa que a máscara se desfez em poucos minutos.
Emília: Não… Não… Não…. Unn…
Ainda com o rosto grudado no chão por falta de força para me por de pé, eu vomito ali mesmo, diante dele, diante da minha companheira, envergonhando a mim mesma enquanto o vomito escorria sobre meu rosto.
(…): Não se humilhe dessa forma, Emília.
Uma voz familiar que vinha ao longe.
Sanae: Essa voz…
Belor: Não pode ser…
Essa voz… Seria mesmo a da…
Além dessas palavras, todos três, com o silêncio que estava aquela floresta, ouvimos passos calmos de minha retaguarda.
E sobre as árvores que estavam distantes, ela surgiu. Rika, carregando consigo um ar de imponência. Parecia até mesmo que era outra Rika naquele corpo.
A mesma estava encharcada de água e, sem ao menos hesitar por um segundo, ela vai até sua irmã, que ainda estava presa de baixo da árvore.
Ela desembainha sua espada e a guarda de novo. Nesse momento, a árvore em cima de Sanae, é dividida em duas partes. Ela se aproxima de mesma e tira o resto da árvore de cima da sua irmã, porém, ela permaneceu no chão, por se sentir incapaz de combater.
Rika então se aproxima de mim e se bota na minha frente, retira sua espada da bainha e aponta ela para Belor.
Rika: Dessa vez você não me escapa.
Belor: Tsc! Mas que droga, você não morre?
Com um tom intimidador, elas se dirige a ele com essa frase.
Rika: Eu disse a você que iria te achar e que iria te caçar por não importa onde, mas iria te achar, custe o que custasse, pois ninguém machuca a minha irmã.
Ele recua dando dois passos para trás de nervosismo.
Belor: Tola. Eu lhe dei duas opções, correr ou morrer, e você escolheu se jogar daquele penhasco, que com certeza era morte certa. Eu vi… Eu vi você morrer… O QUE VOCÊ FEZ?!!!
Com um tom amedrontador, ela terminou:
Rika: Você ainda não entendeu que, não importa quantas vezes me mate, eu vou voltar.
"Poc, poc…"
Olho para trás e vejo que Sanae havia se arrastado até mim, a mesma não para de cutucar a minha costa, buscando a minha atenção.
Sanae: Ei… Do que eles- cof!… Estão falando?
Emília: Hm… Eu- eu não faço ideia…
Rika aperta o cabo da espada então parte pra cima de Belor. Ela botou tanta força nós pés ao avançar que as folhas no chão ao arredor dela levantaram.
Belor prepara seu cajado mágico para contra-atacar, ele aponta para a Rika que, estava movimento, e grita:
Belor: <
As brechas do cajado de madeira brilham num tom de cor branco e amarelo, essa luz escurece e toda a magia é acumulada na ponta do cajado. E, com a potência de um tiro de uma arma de fogo, um raio roxo florescente partiu em direção a Rika.
Enquanto corria em direção a ele, Rika joga seu corpo pro lado e passa a espada sobre o raio mágico.
Rika: Raaargh!!!…
Mesmo deixando queimaduras em seu braço, ela faz sua espada atravessar o raio, fazendo o raio se dissipar no ar, restando apenas restos de brilhos mágicos flutuando a caminho daquele céu escuro da noite.
Ficamos impressionados com o feito surpreendente dela.
Sanae: Uau…
Emília: Uau…
Rika não parou, e continuou avançando em Belor.
Por algum motivo estranho, os demônios de Belor, tanto o grande, tanto os menores permaneciam imóveis. Pelo que parece, eles só se movem de acordo com as ordens de Belor.
Belor continuou atirando os raios mágicos contra Rika, mas ela dissipou todos apenas botando força bruta na espada ao passar sobre o centro da magia para atravessa-la e, então a dissipa-la.
Cada vez que ela enfrentava um desses raios e os fazia virar pó mágico, seu braço queimava mais e mais.
Depois de fazer os ataques desaparecem tantas vezes e até absorver os ataques, Rika já estava frente a frente com Belor.
Belor ficou com um olhar de espanto. Nem mesmo ele acreditava que ela tinha conseguido chegar nele.
"Swoooish! Fuuuim!!!~"
Rika passou a espada sobre o pescoço dele, mas a espada travou na metade do pescoço do meemo, deixando a execução de Belor por incompleto.
Belor: Heh?!- eheh… Gulp!
Rindo de nervoso.
Rika: Dessa vez não! Aaaaaargh!!!
Um manto de mana vermelha de força cobriu Rika, lembrava o manto de força que a Sanae usou mais cedo, porém, a aura da Rika era bem mais intensa. Sua aura estava tão insana que aquilo influenciou na força dela e isso levou a cortar o pescoço de Belor.
"Fuiiiim…"
Sua cabeça é cortada, e a mesma sai voando, até espatifar no chão.
A ventania que não dava uma trégua, cessou. Então o clima ficou silencioso por alguns instantes enquanto eu observava Rika que estava de costa para mim.
Rika vira e olha pra nós, porém, ela permanecia séria perante a situação.
Sanae: Ta tudo bem… agora?…
"Crack!… Brrr…~"
Um grande tremor foi sentindo por nós três, e o tremor podia ser sentindo á quilômetros dalí. Esse tremor era bem mais intenso do que quando o demônio escuro de Belor apareceu.
Emília: Ah, droga! Você não o tinha matado?
Rika: Não… Não, não, não! Isso não pode estar acontecendo!
Ela olhou atentamente para uma certa direção, e concluiu que…
Rika: Não! Vejam!!
Com a mão ela aponta pra uma direção a qual os demônios de Belor estavam.
Rika: As invocações dele ainda estão aqui! Se ele tivesse morrido, as invocações iriam com ele. Ele ainda esta vivo.
Ao ver as criaturas, que ainda permaneciam imóveis, olho para o chão, na direção a qual a cabeça dele tinha caído, mas, o que restou da cabeça foi poeira.
A cabeça sumiu como num passe de mágica.
Antes que pudéssemos agir para sair correndo da floresta, por um instante, o tremor parou e tudo o que ouvimos foi a voz de Belor ecoar pela floresta inteira.
Belor: <
E essas palavras ecoaram pela floresta diversas vezes até tudo se silenciar novamente.
Até que…
"Crack~ BRUUUUUM!!!~"
O chão que pisavámos abriu, formando quase que como uma ravina sem um fundo, a qual nós caia enquanto gritávamos de pavor.
"Roooooooaaaaiiir!!!~"
Um som de uma criatura que eu nunca ouvir.
E, de repente, a voz de uma criatura pode ser ouvida vinda de baixo, do fundo daquela ravina escura.
E daquele breu infinito, surgiram dois olhos gigantes brilhando ao vermelho. Os olhos desaparecem ao deixar de brilhar, mas, nesse mesmo instante, depois dos olhos desaparecerem, uma criatura gigantesca, que lembrava uma serpente branca, emergiu do fundo escuro da ravina e nos engoliu.
A serpente pegou tanto impulso ao sair da ravina, que ela saiu de lá como se tivesse sido arremessada, por isso, ela parou no céu.
Dentro da serpente nós três estávamos sã e salvas, pois cada uma de nós cravou a espada na carne interna da serpente, isso impediu que fossemos digeridas.
Porém… A Sanae permanecia fraca.
Sanae: Eu- eu não sei se aguento mais!!
Emília: Sanae, por favor aguente!
Sanae: Ouff, ouff, ouff…
Ela aguentou bastante tempo, mas não suportou e largou a espada.
Rika: Sanae!!!
Emília: Sanae!!
Nós duas largamos nossas espada e caímos em busca de Sanae no intestino da serpente.
Era o fim...
No chão, Belor estava inteiro, comemorando sua vitória. Comemorando nosso fim.
Belor: Isso! Eu matei essas caçadoras idiotas!… Desgraçadas, elas devem ser de nível ouro pra cima, por isso me deram tanto trabalho. Ainda bem que consegui…
…Ou era pra ser o fim.
Rika pensou rápido e cravou novamente a espada na serpente e foi cortando a carne até a espada cravar e parar de escorregar/cortar a carne interna. Rika então segurou a mão de Sanae, e ela segurou a minha mão.
Rika analisou a situação várias vezes, pensou em várias maneiras de escapar dalí, até chegar a uma conclusão.
Rika: Nós vamos morrer.
Sanae: O QUÊ?!!!
Emília: O QUÊ?!!!
Rika: Calma… Vocês não me deixam terminar de falar!… O que eu queria dizer é: Nós vamos morrer se vocês não fizerem o que eu mando.
Sanae: Huh?
Emília: Huh?
Enquanto isso, em terra:
Belor: Eu matei… Ehehehehe… YAHAHAHAHAHA!!!… Foram oponentes irritantes, mas se foram. Agora exploda no ar, serpe-!!!
Ele se espanta ao ver de baixo o que estava acontecendo com sua serpente ainda no ar.
Ela estava sendo retalhada por dentro, sangue aos montes jorravam e expelia pra fora da serpente, espalhando seu sangue vermelho pela floresta, e pintando aquela floresta que sempre foi verde, com um vermelho sangue.
Sangue também espirrou em Belor, o que o deixou banhado em sangue da sua própria criatura. A serpente foi feita em pedaços, a matando. E, enquanto isso, nós três; Rika, Sanae e Eu caíamos em direção ao nosso fim iminente. Eu mesma já tinha em mente que iria esborrachar no chão e morrer.
Separadas, cada uma de nós estava distante uma da outra.
Sanae olhou para mim e estendeu a sua mão para a minha pessoa, enquanto uma lágrima escorria do seu rosto. Ver ela chorando me tocou por dentro. Estendi a mão para ela, e então demos as mãos.
Ela também estendeu a mão para Rika e eu estendi minha outra mão para a mesma. Por um momento ela não teve reação, mas cedeu e as três entrelaçamos nossas mãos.
Rika começa a aperta nossas mãos - eu achava que era porque ela estava com medo, mas estava enganada - ela nos puxou para perto dela e nos abraçou. Nesse instante, de alguma forma, ela compartilhou sua mana mágica e fez um manto de resistência cobrir nós três.
Como ela fez isso?! - eu me questionei na minha mente.
Não tive tempo para perguntar como ela tinha feito aquilo, pois, antes que algo pudesse ser feito ou falado, nós batemos contra o chão e isso ocasionou um estrondo.
"BOOOMP!!…"
Acompanhando nossa sofrida queda, os restos da serpente de Belor também colidiram contra o chão, o que ocasionou a mais uma sequência de estrondos de restos mortais da criatura.
Belor estava embasbacado, não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer com sua Invocação.
Belor: O quê… Não… Isso não pode estar acontecendo… Vocês deveriam estar mortas… Impossível!
Ele estava tonto, mas conseguiu focar a visão em algo que estava se mexendo em meio a poeira levantada pelo estrondo.
E daquela poeira, nós três saímos, apoiadas uma nas outras, para nos manter firme e continuar olhando pra cima.
O corpo de nós três doía dos pés a cabeça, mesmo assim, nós insistimos em nos manter de pé. Não podíamos nos permitir fraquejar ali, precisávamos continuar lutando até o fim.
A batalha ainda não havia chegado no seu "fim". E, para alcançarmos esse feito de trazer o tão almejado fim a esta batalha, precisaríamos continuar tentando.
Continua…