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Chapter 3 - ATO 1 // Capítulo 2

E o jovem acorda, assustado, suando frio, após um sonho que se repete ocasionalmente em seu sono, neste sonho, exausto, ele corre de sombras que o perseguem, ele não é capaz de entender o formato, e nem o que estas sombras representam, mas elas o perseguem até o fim deste sonho.

Ele então levanta, mesmo ainda cansado do pesadelo a qual tinha tido, se arruma para sair de casa, dá tchau a sua mãe, e sai de casa em busca de comprar neste final de semana tudo o que é preciso para se alimentar durante as próximas duas semanas. Ah, e antes que eu me esqueça de citar seu nome cedo nessa explicação, o nome do jovem que saia de casa era.

Magnus.

Sim, ele não só sobreviveu a tentativa de assassinato, como também, numa sorte inexplicável, foi achado por um Senhor cujo nome será guardado para uma situação que explicarei posteriormente. Sei que posso parecer chato tirando de você detalhes que talvez você ache importante para seu entendimento da história, mas não se preocupe, que esse nome você não esquecerá quando eu lhe contar o acontecimento que esse senhor se conecta.

De qualquer forma, voltando a Magnus.

Ele, que viveu durante anos sobre o teto da família Ferrius, era agora um adolescente respeitável, com olhos púrpuras que se destacavam, além de possuir um bom porte físico devido a todo trabalho mercantil e pesado que os Ferrius desenvolviam, e por mais que tivesse tido pouco contato com seu pai da nobreza (Bom deixar claro o fato de ele ter se esquecido da sua infância), ainda sim herdou grande parte da inteligência que sua família de sangue possuía, além de herdar, para seu infortúnio uma característica física que o destacava dos outros.

Cabelos grisalhos que se descavam por onde ele passava, essa característica que o acompanhava acabava por sempre lhe lembrar de suas origens, e claro, dos acontecimentos que aconteceram naquela noite.

Naquela fria noite.

Mas você pode até se perguntar. "Mas se ele possuía tal característica marcante, por que nunca terminaram de acabar com ele após tantos anos?" Bem, é por que essa característica não se manifestou durante sua infância, mas sim durante sua adolescência, e não se preocupe, em um momento mais oportuno eu lhe contarei o motivo disto.

- Tudo isso saíra por cinco moedas de prata. - Dizia o mercador para Magnus, após o jovem comprar grande parte do que ele precisava para a semana.

Magnus somente entregou as moedas, e saiu com cara ríspida, ainda não tinha esquecido do pesadelo que o assombrou aquela noite. Queria esquecer, mas não conseguia, ainda havia coisas as quais ele não tinha resposta, e sua curiosidade inata não lhe deixava apenas deixar isso de lado, havia ele se esquecido de algo importante? Essa questão sempre vinha a mente do jovem.

Esqueceu por um instante o pensamento, seguiu andando para a barraca onde compraria o resto dos conservantes que sua mãe de criação usaria durante o mês, mas durante o caminho parou por instante, um comunicado em um mural tomou sua atenção.

Era um comunicado sobre um torneio que haveria ali na cidade de Solaris, capital do Reino Solar. Torneio esse cujos vencedores se tornariam alunos da renomada Escola de Magia de Arsene. Magnus, já havia terminado o estudo que era cobrado dos jovens da cidade, que deveriam ir para a escola obrigatoriamente até seus 14 anos, idade a qual ele havia completado fazia poucos meses.

Já o ensino para adolescentes de 15 anos para frente era algo muito mais reservado a aristocracia do Reino, que tinha condições para pagar as escolas que podiam não só ser de Magia, mas de Administração, eclesiásticas ou de áreas mais técnicas de estudo.

O comunicado lhe traz uma ideia, talvez seria um tiro no escuro, mas ainda assim, se ele conseguisse entrar numa escola tão renomada, talvez as conexões que ele tivesse nessa escola poderiam trazer para ele alguma resposta sobre seu passado, o que realmente aconteceu com ele durante sua infância, a qual possuía pouca ou quase nenhuma memoria sobre.

Havia um problema porém.

Escola de MAGIA de Arsene, esse termo não era apenas um título, para pessoas sem origem aristocrata, o torneio a qual o comunicado se referia daria chance para estas pessoas entrarem na instituição.

O problema era que ele ainda não havia despertado sua magia.

A magia deste mundo é algo muito mais individual, cada um nasce com uma magia levemente diferente, e isso a torna única a cada pessoa, normalmente, se herda dos pais não só a capacidade mágica, mas a forma como seu corpo ativa a magia dentro de si, algo que é muito difícil de se aprender sozinho.

E como dito anteriormente, Magnus não tinha forma de conhecer seus verdadeiros pais, logo como ele, sozinho, poderia despertar sua magia?

Ainda havia uma chance, porém, o torneio não deixou explicito que as vagas eram exclusivamente para pessoas com magia despertada.

Talvez, se ele ganhasse o torneio poderia dentro da instituição despertar sua magia, mas qual era a chance de ele ganhar um torneio de combate contra oponentes que podem usar magia, essa vantagem não tornaria quase impossível sua vitória?

Essas dúvidas martelavam no ouvido de Magnus sem o deixar em paz, o jovem, porém, continua suas compras, e percorre o caminho de volta para casa, até que uma ideia surge em sua cabeça.

-Talvez ele possa me ajudar...-