Uma planície, normalmente sua visão de algo assim é de uma vasta imensidão de terra, verde e cheia de vida certo?
Infelizmente o cenário que vou descrever é uma planície, dessas que deveriam ser verdes, mas esta é diferente, pintada não de verde.
E sim de vermelho;
Vermelho de sangue.
Sangue de milhares que ali morreram naquela planície.
Naquele fatídico dia, onde a Rainha, o herdeiro, e um Rei morreram pelos inimigos do Reino Solar, ou pelo menos era essa a mensagem passada a população. De qualquer forma o importante agora é focar na batalha onde, para a infelicidade de quase todos o Rei morreu.
Mas não foi somente ele uma das figuras importantes que naquela área acabou morto, além dele, um de seus maiores seguidores e amigo pessoal de sua Majestade, também teve sua vida ceifada. Para sua tristeza e angústia, porém, ele não morreu honrado lutando contra os inimigos de seu Rei, mas sim morto por aqueles que um dia ele chamou de camarada.
Esse seguidor tinha um nome importante para essa história.
Hefesto.
Hefesto de Ferrius.
A batalha acabou após uma tarde inteira de combate, ambos os exércitos numa luta que não era necessariamente honrada, naquele campo de batalha o orgulho de ser um cavaleiro, ou de representar sua nação, ou de representar seu deus pouco importava, o que importava era sobreviver e matar aquele inimigo que estava em sua frente, não importando-se de ele ser tão semelhante a si mesmo.
Se tem uma palavra para representar aquela batalha, a palavra seria carnificina.
O Reino Solar acabou vitorioso naquele dia, na Batalha de Solaris (como ficou conhecida para os historiadores contemporâneos), essa batalha firmou a mudança do rumo da guerra, onde, após séculos entregando território a troco de nada, o Reino Solar finalmente foi capaz de ganhar espaço contra os Lunares.
Mas naquele dia não se esqueça, essa foi a única vitória do Sol.
Pois enquanto eles preparavam o campo para tratar os feridos ainda vivos, e cuidar do bem-estar de sua Majestade eles fizeram uma descoberta que chocou a todos os cavaleiros ali presentes, e fez com que uma população inteira chorasse.
Naquela sangrenta e vermelha planície, um corpo com uma armadura dourada se destacava, para o temor de todos do Reino. Entre os corpos encontrados, lá estava o de um Rei justo, sábio e capaz.
E como se não bastasse, Hefesto de Ferrius, o melhor ferreiro do Reino inteiro também estava lá, estiraçado ao chão, já quase sem força para respirar, muito menos falar.
Mas mesmo assim ele falou.
- Entregue... esta carta... a minha resi...dência - Disse Henrique, levantando a mão com um pergaminho na mão, usando o pouco que ainda restava de sua força para que um dos cavaleiros o ouvisse ou o visse.
E visto e ouvido ele foi, a carta chegou de forma rápida até sua casa, e, naquela noite, uma mãe e mulher chora pela perda de seu marido, uma criança se questiona se seu pai um dia vai voltar.
E outra criança, citada na carta entregue para a dama da família Ferrius, corria sem rumo em busca de um lugar para se proteger.