Fogo, obviamente tinha que ser fogo, não é como se o nome do culto e a pregação deles não tivessem deixado claro a obsessão com chamas deles. Mas ainda assim, por quê todo Synchroner que eu conheço ou é psicótico ou piromaníaco? É algum efeito colateral que a sociedade mantém em segredo, que todo Synchroner fica um pouco doido?
Provavelmente não todos, mas Kaz e Mingten, não são muito de uma contra prova.
Bom, pelo menos o fato que eles usam fogo nos da uma arma comum, obviamente com meu Ki, que só se acumulei por dois dias eu não sou muito de uma ameaça, em termos de Synchro claro. Eu posso tentar ficar longe de problemas, mas eu ainda vivi nas ruas, estou acostumado a uma boa e velha troca de socos.
Bem isso não vai ser exatamente uma troca de socos, mais pra uma troca de qualquer coisa que é letal, ahh, eu realmente não entendo o eu de menos de um mês atrás que achava que ser um Synchroner era uma saída fácil de qualquer problema, ingenuidade, de fato.
Um dos dois cultistas, faz com que a chama acima do anel que ele usa se espalhe, e atira como um chicote em minha direção, e eu finalmente vejo a vantagem do método tortuoso do meu despertar. Por puro instinto sincronizo todo o meu Ki com a linguá de fogo que veio em minha direção.
Agora, o problema de quando se está sincronizado a algo é que uma das partes tem que agir como ancora e guia ao mesmo tempo, e nesse caso o tanto eu quanto o cultista estamos sincronizados nas chamas num cabo de guerra para ver quem segura a ancora, e eu como qualquer luta desde o meu despertar estou em desvantagem.
Então eu faço o que qualquer mal perdedor faz em um cabo de guerra, seguro até o ultimo momento só pra soltar quando o oponente está prestes a puxar a corda, nesse caso a conexão, em que ele colocou muita força, Ki, e como acontece no cabo de guerra literal a própria força o pune, ampliando as chamas e perdendo direção quase se queimando, agora vamos fazer algo que eu tenha alguma vantagem.
Me agacho levemente e corro até o cultista que me atacou, agora que o fogo não é mais o seu aliado, vamos ver como você se sai numa briga de rua.
Provavelmente, bem, no final das contas esse caras não viveram um estilo de vida pacifica.
Cumprimento meu cultista com um soco no estômago, ele não pareceu apreciar, continuo com um soco na cara e uma rasteira.
Desta vez ele caiu de apreciação.
"Vocês, bastardos, infiéis!!" Ele diz ainda no chão.
"Por favor reformu-le essa frase, do jeito que você falou está me deixando desconfortável." Menos que estar cercado, mas pra esse caso Kaz deve estar por perto.
"VOCÊ, VAI RETORNAR PARA AS CINZAS!" O cultista fala, e por alguma razão eu acho que agora eu devia levar a batalha a sério.
Ele acende o anel novamente, desta vez mantendo a chama sobre o punho ao invés de atirar em mim.
Bem, vai ser uma troca de socos, que vai me cozinhar como bônus.
Droga.
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Após os cultistas incendiarem os anéis de lapis, parto pra cima do outro cultista em quanto saco minha espada, ainda há o terceiro cultista o que nos guiou até aqui, mas ainda assim vou arriscar expor minhas costas.
O cultista atira um jato de fogo em minha direção, sincronizo com o ar a minha volta, paro instantes antes da chama me acertar, um vento leve é gerado como resultado da minha inercia, coloco um pouco de energia de ruptura à correr na minha espada e combino com brisa do meu movimento.
Corto na direção das chamas, essas são espalhadas com o som do vento uivante até sobrar apenas faíscas.
Sem esperar o cultista reagir, volto a correr, o terceiro vem atrás de mim dessa vez.
Isso pode ser mais difícil do que eu esperava.
Não quero acabar cercada entre um segundo e terceiro estágio, no caso o que estou enfrentando e o que nos guiou respectivamente.
Chego a frente do cultista e balanço minha espada, com um aperto de duas mãos, fazendo um corte diagonal no torso dele.
O cultista ainda com o anel incendiado, cauteriza o corte, e exala uma fumaça negra da própria boca que me envolve.
Banm!
Envolvida na fumaça negra levo um soco nas costas, de uma mão que parece feita de rochas, o maldito guia.
Preciso filtrar essa fumaça, respiração? Não eu já mostrei que tenho Ki de vento mais essa fumaça vai fazer com que eles só respirem quando necessário.
Talvez dispersar a fumaça ao invés de filtrar ela? Melhor não, usar o Ki de ruptura constantemente vai acabar voltando pra me morder, não acho que meu corpo aguenta as consequências, preciso de pelo menos mais um minuto antes de usa-la de novo.
Certo, só tenho que aguentar essa situação por um minuto, ou dar cabo do boca de chaminé, enquanto estou relativamente cega e cercada. Fácil.
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Tem bastante pessoas fugindo já, a situação deve estar perto de estar fora de controle.
Bem, não é como se planejássemos ficar aqui por muito tempo.
Hhmm, a energia que me lembra fissão, parece que Mingten teve que usa-la.
Me pergunto se uma das técnicas do nosso acordo é sobre como usar isso.
Ando até um beco escurecido por fumaça preta, me encosto na parede e espero pra ver no que vai dar.
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Quando o cultista chaminé, eu preciso de um jeito de diferencia-lo do soco ardente, fez jus ao seu apelido recém ganhado expelindo uma cortina de fumaça, uso o filtro por batida de coração com Kaz ensinou e vou novamente para cima dele com um gancho de direita.
Ele desvia e tenta me socar na cara com o punho em chamas, eu desvio, as chamas se expandem, eu me jogo no chão e o fogo passa bem em cima de mim, finalmente uma utilidade de ter raspado a cabeça.
O cultista tenta pisar em mim, eu rolo e me esquivo, ainda no chão eu puxo e agarro o tornozelo dele, e com toda minha força me levanto ainda segurando o tornozelo do cultista o derrubando no processo.
Com o cultista caindo, solto o tornozelo dele, e chuto ele na cara enquanto no chão fazendo o nariz dele sangrar.
Com um jato de fogo em direção ao chão o cultista se joga no ar e me da um chute, eu consigo bloquear com os dois braços, e sou jogado para trás por uns três metros.
"AAARGH!!" Acho que meu pulso ou ombro foi deslocado quando bloqueei o chute, porra, isso doí.
Quando consigo forçar meu corpo a ignorar a dor e voltar a luta sou recebido por um punho flamejante que eu desvio com um passo lateral.
"Droga cara, dá uma pausa pro novato aqui." Falo segurando o o braço estendido dele, o jogando por cima do meu ombro.
Hugh, yep descobri de qual parte está me causando dor, desloquei o ombro esquerdo, que desconfortável, meljor acabar com isso antes que ele venha pra cima de mim com mais algum truque desesperado.
Com o cultista ainda no chão piso no antebraço dele, pressionando todo o meu peso sobre ele, me agacho e tiro o anel do dedo dele.
O anel é de um metal que parece cobre ou bronze, mal cuidado ainda por cima, já a dita pedra lapis, redonda e elegantemente lapidada, é laranja radiante no centro e conforme chega perto das bordas se converte num vermelho escuro totalmente opaco, por vezes consigo ver pontos de luz explodindo dentro da pedra.
Fascinante, em dobro, já que falta disso me causou uma experiencia de quase morte bem desagradável, em retrospecto provavelmente não existe experiencia de quase morte agradável.
Bora testar esse novo brinquedo.
Coloco o anel no meu dedo médio direito, e desativando temporariamente o filtro sincronizo com os pontos de luz dentro da pedra, em resposta fogo se acende sobre a pedra, vermelho e laranja ao invés da cinza dos cultistas.
Será que Kaz sabe o por que da diferença? Provavelmente.
Hora de completar o teste, soco o esófago do cultistas antes que ele consiga se levantar deixando uma marca de queimado no peito dele, após isso chuto a cabeça dele até parecer que desmaiou.
Mais um só pra ter certeza.
Depois disso corto a conexão com a pedra lapis e volto a usar o filtro e me dirijo a onde os outros dois cultistas estão.
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Apesar de estar relativamente cega, a ampliação de percepção que o sexto sentido dá me deixa perceber quando há algo bloqueando as correntes de ar, mais o brilho cinzento das chamas dos cultistas, quase imperceptível na fumaça, só quase, me ajuda a evitar o ataque dos cultistas.
O maior problema é o guia, já que ele claramente não é tão dependente das chamas como os outros dois, o que é igual à menos sinais de quando ele vai me atacar.
Enquanto reclamo disso internamente sinto uma nova adição a luta, por favor seja o Baha.
Em resposta a minha oração silenciosa uma luz alaranjada se acende no meio da fumaça e se choca com a luz cinzenta do cultista.
Baha? Acho que ele conseguiu roubar a lapis do cultista que estava enfrentando, ótimo.
Agora que tenho alguém pra cobrir as minhas costas, vou ser um pouco mais agressiva com nosso guia.
De forma semelhante a como disperseei o jato de fogo de antes, faço um corte em espiral girando todo o meu corpo, paro bruscamente e deixo os Ki's de vento e ruptura fazerem o seu trabalho.
A fumaça se espalha num círculo comigo como o centro e espiral-a sobre o beco como uma parede disforme.
Me volto para o cultista guia, tudo certo Mingten, a diferença de força nos três primeiros estágios não é uma parede absoluta, você consegue vencer.
Posiciono minha espada apontando diagonalmente para baixo e para trás. Sincronizo com ar e faço o possível para eliminar toda resistência ao meu movimento, então corro.
Sem pausa alguma no meu movimento puxo a espada e faço um corte diagonal de baixo para cima, o guia bloqueia a espada com os braços que parecem pedra e a deixa deslizar, me deixando aberta para um golpe frontal.
"Aghh...h.." O cultista toma proveito da abertura me dando um soco no esófago com os punhos de pedra.
Consigo sentir o ar tentando deixar meus pulmões, antes que eu consiga me recuperar do choque o guia agarra meu pulso e me puxa e então dá um soco na minha cara.
Porra, parede não absoluta, você podia ter avisado que ainda ia ser sangrenta Kaz. Consigo sentir o sangue correndo pelo interior da minha boca e escorrendo pelo meu nariz.
O guia ainda me segura pelo pulso, provavelmente quer continuar a me tratar como carne pra moer, que se dane.
Largo a espada que cai no chão com menos barulho do que eu esperava, e agarro o pulso do cultista com as duas mãos.
Rompa, quebre.
A ultima reserva do meu Ki de ruptura corre do meu dantian até meus braços e então aos braços do cultista, com as veias saltando em ambos os lados do confronto meus braços começam a apresentar pequenos cortes conforme a camada de proteção parecida como pedra é estilhaçada dos braços do cultista, deixando no lugar cortes parecidos com os meus.
Não, não apenas parecidos, espelhados na verdade, só parecem diferentes por causa da nossa diferença de tamanho.
"Agora!!" Grito para Baha que estava ocupado distraindo a chaminé, o qual ele desengaja do combate com relativa facilidade e corre até o guia com um punho em chamas ardentes acerta na bochecha, ele mantém o punho conectado com a cara do cultista enquanto eu vou quebrando a defesa dele.
Quando meus braços parecem ter ganhado listras de tantos cortes, Baha coloca todo o Ki em um ultimo jato de fogo direto na cara do cultista, o guia cai com a cara derretida e me liberto de seu aperto.
Vejo o cultista restante vindo para atacar Baha pelas costas, mas logo antes dele acertar o soco.
Kaz aparece correndo com um sorriso de ponta a ponta conforme ele separa a cabeça do cultista do corpo com as mãos.
"Eu tava certo, isso é muito bom."
Ha.. ainda havia o velho doido.