Eu vejo a mim mesmo me afogando... Minha alma está pronta para navegar.
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Acabei de sonhar com o mar. Eu caí nele. Pelo menos, parecia que caí.
A palavra: nada...
Se nem tudo que acontece é para ser entendido...
Eu deveria, ao menos, ter compreendido algo.
Saí para caminhar sem rumo, procurando algo.
De nada tenho.
De nada mais -temo.
De nada. Não precisa agradecer.
Inverto o sentido de tudo que transparece.
A praia é grande não é mesmo?
Subi em uma pedra.
Sentei-me.
Permaneci sentado, observando as ondas do mar.
Era dia de ressaca.
Chovia muito.
Da minha mochila eu tiro [
Um vinho barato e um isqueiro.
Embriagado e com cheiro de nicotina.
Todas essas coisas, essa situação combinava com as minhas noites em claro.
Olho para o mar. Olho para o mar como olhei, com meu (finado) amor, para minha vida.
O mar está tão belo.
Apaixonar-se no final é isso.
Olhar a mesma paisagem e sempre se encantar com ela. Sempre querer vê-la. Só ela.
Deve ser coisa de maluco.
De verdade. Devo eu ser alguém realmente ruim -como os outros disseram.
Devo terminar. Por isso, de nada.
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Um corpo caía na água turbulenta...
Como uma sacola. Despedaçado pelo vento e pelas ondas deste mar.
Agora.
Estava imerso em um mar revolto, com seu sangue manchando o azul diamante.
Ele só desejou que ao menos um dia de sua vida tivesse nadado. Na paz... De um rio.