Mesmo com a vontade de escrever, por que devo escrever?
Quem escreve, escreve algo para alguém ler.
Pergunto-me.
Você leria tudo que escrevi até o fim?
Pergunto-me.
Devo parar de escrever?
Pergunto-me.
Algum dia poderei tirar um 'eu te amo' da tua boca?
Pergunto-me.
Para onde vai o homem que guarda o amor no peito ao lado de quem ama?
Pergunto-me.
Deveria doer tanto quanto dói?
Pergunto-me.
Por que pergunto-me sobre tantas coisas?
Quero escrever sobre.
Tantas coisas.
Mas...
Tudo o que ando escrevendo não parece ser suficiente.
Faltam linhas.
Faltam palavras.
Não é apenas o sujeito que se tornou oblíquo.
Todo texto é oculto, todo texto é o sujeito.
Sinto não ser capaz de colocar em palavras tudo o que sinto por ti.
Acho que sou uma cópia ruim de todas as minhas inspirações.
Eu sei por que meus textos são pobres e podres.
Frankenstein.
Sou o Frankenstein e sou também a criatura.
Sou o pai rançoso e cruel que queria ser algo, por isso criei a criatura, criei a mim mesmo.
Criei um monstro, partes desconexas dos mais diversos autores.
Ninguém me ensinou a amar.
70% água.
100% mágoa.
Ou eu desabafo ou...
Eu me mato.
.
.
.
.
.
.
.
. Decidi me matar