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Chapter 15 - As inúmeras facetas do Diabo

Mira se encontrava a caminhar por aqueles corredores de piso de gelo com uma fúria que poderia deixar rastros de fogo pelo caminho, em seus olhos se podiam ver a brasa que ardia nos confins do Grande e Temido Reino de Umlilo, e em sua face se podia ver a determinação de uma Rainha... Mas não qualquer rainha, mas sim a Rainha do Reino de Asūla... Ela caminhava com passos pesados e não via ninguém ao seu redor, nem mesmo quando os súditos daquele palácio se curvavam na sua frente e em suas costas sussurravam com os olhos arregalados...

Ela somente via o caminho em direção ao grande salão do Trono, um corredor longo e tedioso que estava fazendo com que Mira quisesse abrir uma pequena fenda no tempo para o grande salão... Mas ela não faria isso, não daria esse gostinho de vitória para a traiçoeira Rainha das Sereias, Mira apenas chegaria lá com suas vestes de Rainha, e em seus lábios carmesim o sorriso de uma guerreira pronta para a luta, enquanto caminhava por aqueles corredores, Mira vira Yasmine parada encostada numa parede com um pé contra a mesma e os braços cruzados embaixo dos seios.

— Yasmine, o que você está fazendo aqui sozinha? — Mira pergunta com os olhos vermelhos em Yasmine, que apenas se inclina para frente desgrudando as costas da parede e se coloca ao lado de Mira.

— Te esperando! — Yasmine diz enquanto caminha por aqueles corredores com Mira.

As duas Rainhas lado a lado. A Rainha de Kon e a Rainha do Reino de Asūla caminhavam por aqueles corredores com os olhos ocultando uma determinação que deixaria os reis assustados, Mira estava pronta para colocar fogo numa certa Rainha e Yasmine estava pronta para pegar sua pistola e atirar nessa rainha também.

— Está com medo de entrar naquele covil de cobras? — Mira pergunta com um sorriso de lado.

Ela sabe o que é temer pela vida onde a qualquer momento uma espada pode ser cravada no seu peito, Mira vive em três cortes a ponto de saber que se ela abaixasse a guarda ela poderia ter uma espada atravessada no seu corpo... E nem pelo fato dela ser Rainha, mais sim pelo fato dela ser filha de quem era.

— Não! Se eu entrar sozinha naquele salão sou capaz de matar aquela cobra! — Yasmine diz com os olhos negros brilhando... Em seus olhos se podiam ver o brilho do gelo mais afiado e a nevasca que estava vindo em direção aquele palácio.

— Não se preocupe, eu não deixaria você matá-la... — Mira diz.

Yasmine, assim que ouviu as palavras deslizarem pelos lábios de Mira para e vira seu rosto para poder observar a Rainha do Reino de Asūla que se encontrava com um sorriso que ocultava planos, que talvez fosse melhor não saber, mas Yasmine era uma Rainha curiosa e por isso ela queria saber.

— O que você está planejando, Mira? — Yasmine pergunta com um sorriso de lado, seja qual for o plano de Mira ela sabe que qualquer que esse plano vai dar certo...

Porque ela era a Rainha do Reino de Asūla, a que tinha artimanhas nas mangas e prontas para usá-las...

— Espere e verá! — Mira diz ao parar na frente daquela imensa porta de gelo onde um guarda se encontrava na frente, e que assim que viu as duas grandes e temidas Rainhas se dirigindo até a mesma dá um passo para o lado abrindo a porta e deixando o caminho livre para elas.

Quando as pesadas portas daquele salão foram abertas, todos que se encontravam lá dentro se calaram para poder observar as duas Rainhas que se encontravam paradas embaixo do batente da porta.... Seus olhos observam tudo e a todos.

— Minha Rainha! — Abhya diz com um sorriso enquanto se levanta do seu grande trono de gelo deixando para trás uma Derya indignada por ter sido deixada falando sozinha.

— Majestade! — Mira diz fazendo uma breve reverência para Abhya e logo depois o olha com os olhos vermelhos em brasas... Para que logo depois jogasse seus longos cabelos negros para trás e fosse até um Yin Chang que se encontrava em pé a sorrir para sua amada esposa.

— Minha doce Fire! — Yin Chang diz enquanto ergue a mão para que Mira a pega enquanto sorri.

Mira apenas olha para o seu marido e dá um breve sorriso enquanto pega na mão do mesmo e caminha acompanhada dele até os tronos do Reino de Asūla, que se encontra ao lado dos tronos do Reino de Kon.

Assim que se senta em seu trono de Rainha Mira coloca no rosto um sorriso de uma mulher vitoriosa, e que por detrás do mesmo esconde segredos e artimanhas que fariam os homens temerem mexer com sua família, Mira era conhecida como uma Rainha justa como a mãe e vingativa como pai quando necessário... E uma vez foi ela que não deixou pedra sobre pedra para que a história pudesse ser contada.

Yasmine apenas sorri para seu marido, que a recebe com os braços ao seu redor enquanto lhe sussurra no ouvido palavras de amor e juras de carinho dos quais ela sentira falta naquele longo tempo longe dele, mas assim que ela ergue os olhos, pode ver uma jovem Rainha lhe observando... Derya estava com os olhos da cor do oceano em Yasmine e Abhya abraçados no meio daquele imenso salão, como se ao redor deles não tivessem mais ninguém, o que a mesma achou um ultraje... Como um rei poderia mostrar ao seus súditos que ama sua Rainha abertamente? Será que aquela família tola e que não tinha nada a oferecer estavam todos contaminados com os mesmos vírus? Derya apenas bufa com o ódio a deslizar pelos seus lábios.

Yasmine ao ver que Derya se encontrava preste a espumar de ódio e raiva apenas dá um sorriso e um breve beijo nos lábios de seu Rei e marido enquanto o mesmo sorri abobado para a sua doce e encantadora Rainha...

Que estava pronta para tirar a pistola entre suas vestes de Rainha e dar um tiro bem no meio da face doce e falsamente inocente da Rainha das sereias.

— Derya, há quanto tempo? — Yasmine diz quando Abhya abre espaço para que a mesma pudesse ir até seu trono, que durante sua ausência ficara vazio e desejado por quase todas as mulheres que se encontravam naquela corte.

— Majestade! — Derya fala enquanto faz uma breve reverência para Yasmine, que apenas dá um sorriso de lado.

— Ora essa, Derya, já fomos amigas, pode me chamar de Yasmine! — Yasmine diz com um sorriso zombador para cima da Rainha das Sereias, que apenas dá um sorriso de lado e depois sai em direção ao seu trono, enquanto que por dentro esteja planejando avançar para cima de Yasmine, mas a mesma sabe que se colocar as mãos em cima da doce Rainha de Kon a ira do Rei cairia sobre sua cabeça como um raio que atravessa as nuvens sem ser convidado.

Sorrindo, Yasmine acompanhada de Abhya vai até seu trono, que a aguardava com sua coroa de Rainha ao lado do mesmo fazendo com que a mesma dê um sorriso para o marido enquanto ele pega a Coroa e coloca na sua cabeça, para que logo depois lhe de um beijo na testa.

— Seja bem-vinda, minha Rainha... De volta ao seu lar! — Abhya fala enquanto se senta no trono ao lado do de Yasmine.

— É bom estar de volta, Meu Rei! — Yasmine diz enquanto sorri para o mesmo e depois se vira para os outros Reis e para as duas únicas Rainhas além dela permitidas a entrar naquele grande salão do Trono.

Yasmine estava de volta e faria de tudo para que Derya caísse daquele pedestal que ela se encontrava, e que ela usava para atingir sua família, ela faria de tudo para que Derya não ousasse tocar um dedo em Vulkan e Kadar, porque eles também tinham direitos de serem felizes, mesmo que fosse entre eles a felicidade...

A mesma então decidiu que daquele momento em diante Derya deixaria aquele posto de Rainha, e junto de Mira colocariam outra pessoa de confiança, ela estava disposta a até mesmo se unir ao diabo para que Derya saísse dali. Ela deu uma rápida olhada para Mira, que apenas lhe deu uma breve piscada de olhos como se entendesse que elas teriam que se encontrar logo depois daquela tediosa reunião, logo depois a mesma dirigi os olhos para os dois homens que estavam lado a lado não muito longe dali.

Vulkan e Kadar estavam dispostos a lutar contra o mundo para que os mesmos pudessem viver aquela paixão que teve que ser mantida em cativeiro por tantos anos, eles sabiam que tinham machucado suas mulheres por não serem capazes de ama-las, mas eles apenas queriam viver o amor que lhes era de direito, e por isso enquanto a Reunião que decidiria o futuro dos dois deu início, Vulkan e Kadar trocaram um breve olhar que dizia tudo... Eles seriam capazes de enfrentar tudo e a todos, Volkan estava disposto a lutar contra todos aqueles reis arrogantes e mesquinhos e Kadar estava disposto a ir contra o próprio filho para enfim ser feliz.

Xo Bou tinha adquirido um hábito meio que estranho.

Ela com o passar do tempo em que vivera naquela corte no mundo mortal passara a observar o Príncipe Amir, seus olhos seguiam todos os movimentos dele, seu corpo quando estava perto do mesmo, se sentia quente e seu coração se sentia a criar assas para poder fugir... Ela sabia que ele gostava de caminhar de manhã e tomar café da manhã somente acompanhado de sua irmã, que ele costumava olhar para o jardim com um olhar de tristeza que lhe feria a alma, ela sabia que ele gostava de comer pequenos bolos de peixe... Xo Bou sabia tudo do Príncipe e por isso sentia medo do que sua alma começara a lhe mostrar em sonhos, mas a mesma tinha uma tarefa... Ela precisava conquistar o Príncipe, ser a Rainha nem que ela precisasse fazer com que ele se apaixonasse por ela, e com esse pensamento em mente Xo Bou saíra da casa atrás do jovem Príncipe disposta a conquistá-lo.

Ela estava disposta a tudo, precisava planejar algo, e ela sabia como ocultar planos e até mesmo corpos se fosse necessário, Xo Bou quando pequena adquirira o hábito de sempre estar a fazer planos contra seus possíveis e impossíveis inimigos, primeiro fora Xing, que roubara o espírito de sua mãe e depois fora Derya, que tentara roubar seu pai de sua mãe... Agora ela tinha que ter um plano para conquistar o Príncipe... Ela poderia se fazer de donzela em perigo como Derya, mas Xo Bou não era uma donzela em perigo. Ela podia se fazer uma doce e submissa mulher como fora sua avó, mas ela sabia que não seria capaz de ser por causa do trágico destino de sua avó, ela poderia...

Xo Bou não conseguira terminar os próprios pensamentos já que batera em algo. Era algo sólido e quente como o sol que se encontrava a derreter a neve, ela apenas ergue a cabeça e dá de cara com olhos azuis a observando, sem poder se quer dar um passo para trás, Xo Bou sente que braços fortes e musculosos se enroscam em torno de sua cintura.

— Ei, me solte! — Xo Bou diz com suas unhas vermelhas arranhando o braço do jovem homem, que se encontrava parado na sua frente com um sorriso travesso.

— Calma lá, Princesinha dos Imortais! — O jovem homem fala com sarcasmo que irrita Xo Bou, que apenas dá um passo à frente e com seus olhos dourados cravados nos olhos azuis do jovem homem dá um sorriso de lado.

— Nunca mais me chame de Princesinha, ouviu bem mero mortal? — Xo Bou diz enquanto lhe dá um murro na barriga, fazendo com que ele se curve para frente ofegante, ela sabia muito bem se proteger, há anos ela treinara para saber se defender.

O jovem homem com as mãos contra a barriga apenas dá uma risada enquanto apenas a olha, Xo Bou sente uma raiva se apoderar de si, e sem pensar toca no colar que se encontrava no pescoço o fazendo se tornar um chicote, e logo depois o estala no chão ao lado do homem que apenas dá um passo para o lado.

— O que estava dizendo mesmo? — Xo Bou pergunta enquanto dá uma volta em torno do próprio eixo com o chicote a deslizar no ar para que depois fosse direcionado para o jovem homem, que com sua espada desviara o chicote de seu rosto sem antes ter um pequeno aranhão na sua face pálida.

O jovem passou a mão contra a face para que pudesse limpar o pequeno filete de sangue que escorria pelo pequeno risco em sua face, enquanto observava a jovem Princesa que se encontrava na posição de ataque.

— Tudo bem, Princesa, não direi mais nada... Apenas que a sua dança é bela! — O jovem diz com um sorriso na face enquanto Xo Bou observa.

Seus olhos dourados se encontravam cravados nos do jovem homem.

— Você estava lá? — Xo Bou pergunta enquanto o chicote que tinha em mãos se tornava outra vez seu colar e ela o colocava no pescoço.

— Sim, nunca vi dança tão bela assim... As flores que estavam murchas pareciam renascer ao passo que você dançava! — O jovem diz com um sorriso de alguém que anda a ter sonhos belos.

— ... Posso dançar outra se você quiser! — Xo Bou diz enquanto olha para o pé de ameixas que tinha ali, a neve ainda se encontrava a tentar se mantiver inteira para que o sol não a fizesse derreter.

— Pode? — O jovem diz com um sorriso nos lábios enquanto Xo Bou apenas sorri de lado, ela gostou daquele jovem e podia usá-lo para conseguir o que queria.

Amir estava furioso consigo mesmo e essa fúria vinha do fato dele não conseguir tirar da cabeça aquela jovem Princesa de olhos dourados que vinha em sonhos lhe atormentar com sua dança... E ela em seus sonhos dançava apenas com um fino e delicado robe vermelho feito de seda, que grudava na sua pele fazendo com que ele sentisse sua boca salivar enquanto a mesma erguia a mão e com a outra mão deslizava pelo braço erguido...

Ele solta um gemido enquanto balança a cabeça de um lado para o outro tentando tirar aquele sonho de luxúria de suas entranhas, mas ele sabe que não conseguiria com ela o observando a todo momento com aqueles olhos dourados. Ele sabia que ela o observava, mas não sabia por que, mas ele gostava de quando ela o observava, sim, gostava muito. Seus olhos dourados pareciam ouro derretido quando o olhavam.

E ao virar num corredor ele ouviu a melodia mais linda que ele tinha conhecimento, e quando foi em direção à mesma seu coração parecia bater forte contra seu peito, como se soubesse o que encontraria... E ele sabia, ele tinha absoluta certeza de que encontraria Xo Bou dançando com os pés descalços a deslizarem pela neve, enquanto com seus finos dedos deslizavam pelo ar pequenas fagulhas de fogo.

E foi isso mesmo que ele encontrara... Xo Bou estava a dançar com os pés a deslizarem pela neve enquanto um jovem tocava uma flauta de bambu.... Ela estava com uma espada nas mãos e a deslizava pelo ar como se ela fosse seu parceiro de dança, seus olhos se encontravam fechados e em seus lábios um sorriso de quem dançava por prazer...

— Amir! — Jovem que antes tocava flauta diz enquanto corre até o jovem Príncipe, que se encontrava com um sorriso de lado, belo e sombrio.

Assim que o jovem se pões em frente a Amir, ele apenas sorriu e abraçou Amir como se não o visse a anos.

— Irmão! — Amir diz enquanto bagunça os cabelos do jovem que se encontrava na sua frente. — O Comandante o está esperando para treinar!

— Não quero ir! — O jovem diz cruzando os braços, fazendo com que Amir dê um sorriso de lado enquanto observa como seu irmão cresceu.

— Zhang, hoje em dia nós da realeza não podemos abaixar a aguarda, existe inimigos em todo o lugar! — Amir diz enquanto olha para Xo Bou, que se encontrava parada apenas os observando, e quando ela se dá conta de que ele estava falando dela, apenas dá um sorriso e volta a deslizar a espada na neve.

— Mas... — Antes que Zhang consiga terminar de falar seu irmão lhe lança o seu temido olhar de gelo, que faz com que Zhang apenas abaixe a cabeça e saia dali deixando os dois sozinhos.

Xo Bou apenas continuou a dançar como se Amir não estivesse ali... Ela se sentia bem quando dançava, mas ali, com Amir a olhando com seus olhos negros como a noite mais escura, Xo Bou não sabia se conseguira continuar a dançar com aquela leveza que ela já estava acostumada, porque ela tinha que conquistá-lo, porque não pela dança? Ela sabia que sua dança o fascinava.

Mas ela parou num momento em que seus cabelos caíram ao seu redor, fazendo um manto de fios negros que lhe cobriam os ombros, e com seus olhos dourados apenas observou... Observou todos os mínimos detalhes que ela consiga olhar.

Ela queria gravá-lo em sua mente, na sua alma... Mas o que ela mais queria era ser Rainha para poder viver.

— Eu não sou sua inimiga! — Xo Bou diz com a voz doce e melodiosa que parecia uma nascente deslizando entre pedras... Calma e gentil.

— Eu não disse que você é minha inimiga! — Amir diz enquanto caminha na direção de Xo Bou.

— Mas deu a entender! — Xo Bou diz com a espada erguida entre os dois.

Ela então sorri para Amir... A espada o impedi de dar um passo à frente e ela de ir em direção a tentação, ele apenas sorri também e coloca o dedo na espada enquanto desliza com o mesmo por ela até parar ao lado de Xo Bou, que apenas o olha com seus olhos dourados.

— Eu nunca disse que você é minha inimiga! — Amir diz enquanto pega Xo Bou pela cintura.

Xo Bou não consegue deixar de olhar para os olhos negros daquele jovem homem.... Ela se sente como se pequenas e grossas correntes lhe puxassem em direção a ele.... Seu corpo parecia ganhar vida própria.

Seus olhos se encontram grudados um no outro, Amir não sabe se Xo Bou poderia ser como todas as outras mulheres que se derretem em seus braços, mas ele sabe que ela a qualquer momento lhe olharia com um olhar observador, como se estivesse a tentar desvendar seu maior segredo, e como o diabo o faria contar.

— Mas você também nunca disse que sou sua amiga! — A mesma diz com um sorriso no rosto, seu rosto de porcelana parecia tão límpido de emoções que Amir simplesmente não conseguia a ler.

Seus olhos dourados lhe pareciam duas joias banhadas de ouro e seu sorriso a mais bela estrela no céu.

— Amigos não ficam na posição que nós nos encontramos! — Amir diz enquanto puxa ela ainda mais para seu corpo, seus seios grudam contra sua camisa de seda negra e trespassando com calor que somente uma mulher é capaz de passar.

— E que posição nos encontramos? — Xo Bou pergunta enquanto inclina a cabeça para o lado, seus olhos não conseguem desgrudar do peitoral de Amir...

Há uma força que a puxa para ele, mesmo que a mesma tente fugir e naquele momento ela estava tentada a fugir para bem longe, já que ela não conhecia aquele sentimento que se apoderava de seu corpo e de sua alma.

— A de alguém que quer beijar o outro! — Amir fala enquanto coloca o dedo embaixo do queixo de Xo Bou, erguendo seu rosto pálido e limpo para si... Seus olhos se grudam.

Xo Bou então abaixa os olhos, e sem pensar os deixa deslizar em direção aos lábios cheios e luxuosos de Amir, ela não consegue desgrudar os olhos daqueles lábios que parecem dominar todo o seu pensamento, sua respiração começa a falhar enquanto seu coração a bater mais forte do que deveria, e ela sabe bem lá no fundo do seu ser o que aquilo queria dizer.

Seus lábios vão em direção dos lábios de Amir, mas antes mesmo dos dois serem capazes de saciarem sua sede de luxúria, um farfalhar de folhas lhes deixam em alerta a ponto dos dois se soltarem como se estivessem se repelindo, para que assim eles pudessem olhar para a pessoa que se encontrava parada na frente deles com os olhos arregalados.

Ela não conseguia acreditar no que estava vendo, seus olhos poderiam estar lhe pregando uma peça... Mas não, ela viu, ela estava ali vendo aqueles dois que antes estavam quase se beijando parados na sua frente, enquanto ela apenas olhava com os olhos arregalados para os dois... Ela não queria acreditar que seu amado Amir estava quase beijando uma Imortal, uma das responsáveis pela morte do Rei.

— Cetrus? — Amir pergunta com a testa franzida enquanto que Xo Bou, que se encontrava parada atrás do mesmo dá um sorriso de lado para a jovem que estava apenas com os olhos arregalados.

Cetrus quando viu que Xo Bou lhe dirigiu um sorriso de lado como se lhe disse que ela não tinha chance contra aquela mulher Imortal, ela apenas apertou as mãos ao lado do corpo e tentou reprimir o desejo de lhe desferir um tapa, porque Cetrus sabia que ela era a única para Amir, a única pessoa que não lhe virou as costas quando os boatos começaram e seria a única na sua vida.

Xo Bou quando viu que a jovem de longos cabelos negros a observa com os olhos em fagulhas apenas dá de ombros, mas ela sabe que aquela jovem seria sua inimiga, ela conseguia ver pelos olhos negros da jovem que ela gostava de Amir, seus gestos de donzela deixava claro isso, mas Xo Bou sabia que Amir também se sentia balançado por ela... Somente por ela, a Imortal com os olhos dourados.

Sorrindo enquanto inclina a cabeça para o lado, Xo Bou passa a observar a jovem com o olhar vago e o rosto como um livro a ser escrito... Seus olhos dourados vagam pelo corpo da jovem coberto por um vestido azul claro, tentando ver quais seriam as artimanhas da jovem para conquistar Amir, mas o que Xo Bou vê é apenas uma jovem que não conheceu o mundo, protegida de tudo e de todos... Cetrus era pura, tão pura que por detrás dessa pureza deveria esconder uma faceta que ela só mostraria em último caso... E Xo Bou não precisava de facetas para mostrar que não gostou da jovem, que apenas a olha com o olhar superior...

Ah, a faceta de uma jovem mesquinha estava ali, na frente dela a olhando com seus olhos negros de cima, mas Xo Bou também sabia ser mesquinha, e com um sorriso ela se inclina até fica somente nas pontas dos pés e com a cabeça quase descansando no ombro de Amir sorri para a jovem e mostra para a mesma que era ela quem tinha as cartas, e não seria uma jovem com inúmeras facetas que ditaria o jogo...

Xo Bou iria conquistá-lo, nem que para isso ela precisasse colocá-lo contra a jovem que estava parada na frente deles.

— Cetrus, o que foi? Aconteceu algo? — Amir pergunta para uma jovem que se encontrava a observar Xo Bou.

— Ah! É... A Rainha pediu para lhe chamar! — Cetrus fala com um sorriso para Amir, que apenas sorri para a mesma.

E Xo Bou apenas observa.... Ela tenta ver até onde vai aquela confiança que ele tinha nela. Ela sabia que ao se confiar demais você saía ferido, e Xo Bou estava ferida, ela confiou em um homem que lhe enganara, que a fizera de boba perante todos. Ofegando Xo Bou apenas observa os dois, eles dariam um ótimo casal se ela não estivesse ali para conquistar o Príncipe, fazer dele Rei e dela uma Rainha... Com um sorriso Xo Bou se vira deixando para trás o casal, enquanto que Amir a observa sair...

Seu vestido vermelho desliza no vento e seus cabelos negros com mechas vermelhas e brancas brincam com o mesmo e para Amir essa imagem seria a sua ruína, porque daquele momento em diante Xo Bou passaria a ser parte dele, estaria sobre sua pele e em seus sonhos de luxúria com sua dança.

Yasmine estava preste a atirar em Derya... Sim, a doce Rainha de Kon estava preste a mandar bala em Derya se ela não calasse a boca e parasse de se fazer de Rainha.

— Como podem ver, precisamos fazer com que eles sejam julgados por seus crimes! — Derya diz enquanto olha para Abhya, que se encontrava com a face limpa como o céu após uma tempestade.

Mas Yasmine estava disposta a dar um basta naquilo tudo, ela então olha para Derya e com a postura de uma Rainha, se ergue do seu trono de gelo fazendo com que todos os outros também se ergam.

— Que crimes eles cometeram? Que eu saiba eles apenas querem viver em paz! — Yasmine diz enquanto começa a caminhar em direção as escadas do palanque onde fica o Trono, e desce os degraus um por um com a face erguida, e seus olhos negros atravessam Derya, que apenas engole em seco.

— Eles não podem ficar juntos, isso mancharia a imagem do Reino de Kon! — Derya diz com as mãos em punhos.

— Não se esqueça de que antes de ser Rainha eu era uma mera mortal, que não tinha status o bastante para ser Rainha, mas olha onde estou? — Yasmine diz com um sorriso para Derya, que apenas a olha com os olhos em fúria, ela sem nem dar bola para a fúria da jovem Rainha das Sereias caminha até a mesma, até que para ao lado dela e vira a cabeça na sua direção e lhe sussurra: — Estou onde você queria estar... Eu, uma simples mortal!

Yasmine então dá uma risada com a mão lhe cobrindo a boca, deixando claro que não aceitaria o que a jovem Rainha das Sereias estava fazendo, e ao se virar, Yasmine, com seus olhos negros mostra a todos os outros que se algum deles mexerem com alguém da sua família algo muito ruim poderia acontecer, e não era uma bala no meio da testa.

Mira quando vê que Derya fora deixada falando sozinha outra vez não pode evitar dar uma risada baixa, mas que podia ser ouvida por seu marido, que a olha com a sobrancelha erguida, como se dissesse: Do que você está rindo.

Ela apenas dá um sorriso para o mesmo, que lhe corresponde do mesmo modo, quando os olhos de Mira se encontravam com os olhos dourados de Yin Chang, era como se tudo ao redor não existisse. Era como se só os dois estivessem naquele salão, perdidos um no outro, poderia ocorrer uma guerra ali que eles não se dariam conta.... Porque eles estavam perdidos um no outro, os corações em fim se tornaram um.

Mas Mira assim que ouviu o barulho da grande porta do salão bater com um estrondo sabia que era hora de sair daquela sala, e ir ao encontro de Yasmine, que a estaria esperando, sabendo que Yin Chang a seguiria se ele achasse que ela estaria colocando sua filha em perigo, Mira apenas sorri com os olhos vermelhos banhados de dor para Yin Chang, que franze a testa para ela.

— O que foi querida? — Yin Chang pergunta se inclinando na direção de Mira, que suspira quando sente o perfume de seu marido deslizar ao seu redor, como um feromônio que a levaria para longe.

— Estou um pouco enjoada, acho que a carne de porco não me fez muito bem! — Mira fala com um sussurro banhado de dor enquanto que Yin Chang apenas a observa.

Ele conhece a esposa que tem, sabe as manias e suas iras. Por isso apenas suspira, e sem dizer nada a ninguém se levanta de seu trono com as costas eretas e em sua face a tempestade que vem do norte enquanto ergue a mão para Mira, que lhe dá um sorriso quase apagado e se ergue do seu trono também.

Ao saírem daquele Salão Mira apenas começa a caminhar na frente de Yin Chang, como se ele não estivesse ali e passa a pensar nas inúmeras maneiras de fazer com que Derya deixasse de ser Rainha.

Ela poderia colocar fogo no vestido dela, ah, mas aí eles diriam que foi ela.

Ela podia mandar matá-la, mas aí seria um ato desonesto e imoral.

Ela podia colocar outra pessoa no seu lugar, e foi quando ela pensou nisso que Alina apareceu na sua frente com seus cabelos cor-de-rosa presos em um rabo de cavalo, lhe esperando encostada numa parede ao lado esquerdo do corredor, e assim que Alina viu o sorriso nos lábios de Mira ela sabia que coisa boa não viria daqueles lábios, suspirando ela passa a seguir Mira pelo corredor até uma porta com desenhos de flores feitas de pedras de gelo, e na porta duas damas de companhias que apenas abaixaram a cabeça e abriram as pesadas portas daquele quarto.

— Ainda bem que pôde vir, Mira, já estava pensando em ir atirar naquela cobra! — Yasmine diz enquanto sai de trás de um biombo que estava do lado esquerdo do quarto, com um vestido branco que ia até sua coxa e seus cabelos brancos presos em um rabo de cavalo — Yin Chang?

Yasmine apenas olha para Yin Chang, que olha para Mira que se encontrava a sorrir como se seu marido não estivesse lhe olhando com os olhos acusadores e prontos para colocar algum juízo naquela cabeça.

— Mira, o que você vai fazer, mulher? — Yin Chang diz com os olhos dourados gelados enquanto ele se vira de corpo inteiro para Mira, que apenas sorri para o mesmo.

— Nada, querido! Dessa vez não farei nada... — Mira diz enquanto com seu sorriso derrete seu marido, que apenas suspira.

— Como assim, você não vai fazer nada? — Yasmine pergunta enquanto começa a andar de um lado para o outro com as mãos para o alto, enquanto que Alina apenas observa encostada na parede. — Mira, precisamos fazer algo em relação àquela cobra!

— Ora essa, Yasmine, eu apenas não vou fazer nada porque quem vai fazer vai ser a Alina! — Mira fala fazendo com que todos a olhem.

Sim, Mira tinha um plano e incluía a Alina, que apenas a olha com os olhos arregalados... O que a Rainha tinha na cabeça para falar aquilo?

— Mira, tem certeza que você está bem, querida? — Yin Chang pergunta enquanto a puxa até a cama e se senta com ela.

— Sim, Yin Chang, eu estou ótima. — Mira responde enquanto Yin Chang apenas a observa.

— Como assim, eu? Mira, tem certeza que você está bem... Tipo, você deu à luz a mais crianças do que um coelho e isso pode ter afetado sua cabeça! — Alina fala enquanto se desencosta da parede e para na frente da Mira, que apenas a olha com os olhos vermelhos em fúria.

— Alina, juro que se não fôssemos amigas a tanto tempo eu teria lhe atirando no confins d Reino de Umlilo... Mas, você! — Mira diz.

E naquele momento todos naquele quarto se encontravam a olhar para Mira, que estava apenas com um sorriso que escondia segredos e estava pronta para usá-los, vendo que todos não estavam entendendo nada e ela apenas suspira.

— Ora essa, Alina, quem é seu pai? — Mira pergunta com a sobrancelha erguida, deixando claro que ela queria uma resposta.

Mas Alina engole em seco e sente como se seu corpo estivesse sido mergulhado em uma água gelada demais para suportar, se lembrar do pai era como uma facada no seu peito... Alina ainda não tinha superado o que seu pai tinha feito.

Ele a usou para conseguir o que queria, e quando ela foi seduzida pelo poder que ela teria se ela conseguisse aquele homem seu pai lhe virou as costas, e deixo com que uma Imperatriz a exilasse no Oceano além da Montanha da Redenção para que ela nunca pudesse pôr os pés outra vez em terra firme... E somente um amor puro e verdadeiro seria capaz de fazer com que ela pudesse pôr os pés em terra firme sem que eles sangrassem como se seu sangue estivesse sendo drenado de seu corpo, e por causa do castigo ela encontrou uma forma de fugir... Ela fugiu quando as correntes que prendiam o Imperador deslizaram de seus braços e pernas. Ela fugiu para as águas do Oceano com sua barbatana a deslizar na água até que encontrou o amor, não o amor de homem e mulher, mas sim, o amor de irmãs.

— General Fun! — Alina diz num sussurro enquanto engole em seco.

Ela sabe o que significa ser filha do General Fun, mas ela também sabe o que significa ser a Alina... Alina, a jovem General da brigada particular da Rainha Vermelha, a jovem dos cabelos cor-de-rosa, Aquela que tinha a Amizade da Rainha... Ela sabia qual dos dois tinha mais significado.

— E o General Fun era quem na Corte do meu avô? — Mira pergunta com um sorriso nos lábios enquanto Yin Chang e Yasmine apenas olham para Alina.

— O General Fun, quer dizer, meu pai era o Rei do Reino das Sereias!

Yasmine assim que fica sabendo daquilo apenas fica de boca aberta olhando para Alina, enquanto que Yin Chang olha para Mira, que se encontrava a bater palmas como se a revelação fosse nada demais.

— Mira, o que você está planejando pode ser considerado um plano louco! — Yin Chang diz para a esposa, que apena o olha e depois inclina a cabeça para o lado com um sorriso doce que poderia derreter o coração de gelo do marido, mas naquele momento estava tentando a esganar a esposa.

— Mas, Yin Chang, a Alina tem mais direito do que a Derya, já que ela é a verdadeira Herdeira do Trono das Sereias, e além do mais assim Derya fica quieta e deixa nossos pais em paz! — Mira diz se erguendo e se colocado em frente ao marido, que apenas a olha com os olhos dourados.

— Mesmo assim, você sabe que Derya fará de tudo para que você seja ridicularizada perante a Corte inteira por dizer isso!

— Não se preocupe, querido, eu tenho tudo planejando! — Mira diz sorrindo, enquanto que Yin Chang apenas suspira e tenta não esganar a esposa porque ele sabia que Mira estava escondendo algo, e aquela faceta doce não conseguia enganá-lo.

Dizem que o diabo tem inúmeras facetas, mas devemos antes de tudo olhar para aquelas mulheres dispostas a tudo para conseguir poder, e outras dispostas apenas a viver... As Rainhas que viviam naquela corte poderiam lhe mostrar uma face doce de alguém que apenas está ali para representar um papel e esse papel era apenas de ser Rainha, mas tinha umas que viviam ali que não tinham medo de usar as inúmeras facetas que possuíam para conseguir algo.

E entre essas Rainhas tínhamos uma Princesa que se encontrava no mundo mortal apenas com a missão de conquistar o Príncipe e se tornar sua Rainha, mesmo que para isso ela precisasse usar uma das inúmeras facetas que a mesma possuía, ela não se importava em usar...

Xo Bou estava parada olhando para a porta do grande banheiro que tinha na Casa das Rosas, tentando possuir a coragem que ela dizia ter... Mas aquela porta de madeira entalhada lhe estava zombando do seu medo de ir até o Príncipe, que poderia se encontrar nu atrás dela. Com um olhar furioso para a porta ela apenas suspira e abre a porta com a delicadeza de uma pétala de rosa e sente o vapor lhe dar uma bofetada no rosto.

Era apenas dar um passo a frente, entrar e seduzir o Príncipe e pronto, estava feito, ela só teria que fazer isso, mas assim que ela entrou, a única coisa que ela encontrou foram o vapor e a água perfumada lhe esperando, nada de um Príncipe com seu peitoral a mostra.

Suspirando Xo Bou retira seu vestido vermelho, que desliza pelos seus ombros até caírem no chão como uma poça de seda vermelha aos seus pés, ela então solta os cabelos negros os deixando cair por suas costas... Assim que ela vê que nada a impedi de tomar seu banho naquelas águas perfumadas, ela desliza para fora da poça de seda vermelha e caminha em direção a enorme piscina que tinha ali, a esperando... Assim que ela coloca os pés no primeiro degrau seu corpo recebe um pequeno, mas prazeroso calafrio pelo fato de que a água estava quente contra seu corpo, e assim que ela tem todo seu corpo dentro da água ela começa a dar leves braçadas enquanto ela vai se acostumado à temperatura.

Amir estava todo sujo de poeira, seu corpo estava banhado em suor do campo de batalha, enquanto em suas vestes se podiam ver o sangue ocultado pela cor negra... Mas Amir não estava ligando para nada disso, ele apenas queria um banho, um banho longo, que fosse capaz de o limpar daquela sujeira que se encontrava contra seu corpo, e o sangue que estava lhe deixando nauseado com aquele cheiro.

Assim que ele chegou à Casa das Rosas ele apenas tirou suas roupas de batalha, deixando apenas uma camisa negra de seda e uma calça preta para que tirasse quando chegasse ao banheiro e pudesse mergulhar naquela imensa piscina que limparia toda aquela poeira.

— Amir! — Ele ouviu alguém lhe chamar, mas não deu muita importância, já que ele apenas queria chegar ao banheiro para que pudesse tomar um banho que limparia sua alma e seu corpo.

— Nos falamos depois, Bu Bu, eu quero tomar um banho! — Amir diz enquanto atravessa a sala e vai até a porta do banheiro.

— Mas... — Bu Bu diz, mas sua voz se perde quando Amir entra no banheiro e fecha a porta.

Bu Bu apenas fica parada olhando para aquela porta que se encontrava fechada, e pensa se deveria a abrir ou apenas deixar que o destino escolhesse o que aconteceria por detrás da mesma, ela apenas suspira e se vira enquanto reza para que o Destino não fosse tão traiçoeiro como ele estava sendo.

Amir assim que entra começa a tirar a camisa sem se dar conta que uma jovem mulher se encontrava nua, parada na sua frente, com os cabelos negros a cobrirem sua nudez enquanto flutuam ao seu redor... Mas Xo Bou não consegue dizer nada, apenas o observa retirar a camisa e deixando a mostra um abdome definido pelos treinamentos, e com cicatrizes pela guerra, sua garganta seca na hora e sua boca salina, mas ela sabe que tudo aquilo que ela estava sentido era de momento, era apenas a luxúria de ter aquele corpo nu na sua frente.

Amir sente como se olhos o estivessem observando, seu corpo esquenta como se aquele vapor que se encontrava a deslizar e rodopiar ao seu redor fossem mãos femininas a deslizarem por seu corpo, e sentindo que deveria olhar para frente ele ergue o rosto, e assim que vê entre o vapor o corpo feminino no meio da água com pétalas ele apenas ofega enquanto em pensamentos ele esteja a desejando em segredo.

Ele não consegue acreditar, Xo Bou estava nua na sua frente, seus cabelos negros estavam apenas tampando seus seios e deixando sua imaginação fluir... Sim, Amir estava quase para se deixar levar, mas ele queria apenas saber qual era a verdadeira faceta de Xo Bou...

— Xo Bou? — Amir pergunta com a boca seca enquanto a observa.

— Sim! — Xo Bou diz enquanto o observa com os olhos dourados nublados de alguma coisa que Amir não conseguia ver.

— O que você está fazendo aqui? — Amir pergunta enquanto se agacha para pegar a sua camisa negra que se encontrava ao lado da poça de seda vermelha de Xo Bou.

— Tomando banho, por quê? — Xo Bou pergunta com um sorriso enquanto pega uma pequena pétala de rosa e desliza pelo braço.

— Porque eu ia tomar banho!

Xo Bou então sorri para ele e seu sorriso parece que atravessa uma muralha que Amir ergueu, e se coloca na torre mais alta com um sorriso enquanto acena para ele como se dissesse que ela sempre estaria ali para ele.

— Se quiser pode tomar seu banho! — Xo Bou diz enquanto se vira deixando a mostra às costas brancas como a neve para Amir, que apenas engole em seco.

— Com você aqui? — Amir diz com a voz de alguém que não consegue acreditar nas palavras proferidas pela jovem Princesa.

— Sim, não se preocupe eu não me vou ver nada! — Xo Bou diz inclinando a cabeça para o lado enquanto sorri para o nada.

Ela estava tentada a olhar, mas ela tinha feito uma promessa e ela não era daquelas que quebravam... A água ao seu redor ondula e ela apenas suspira como se a água fosse as mãos de Amir, que estava parado nas suas costas a olhando...

A brancura da neve contra a cor do sol...

— Xo Bou... — Amir sussurra fazendo com que Xo Bou se vire para ele, seus cabelos negros cobriam apenas seus seios e seus olhos estavam grudados nos olhos de Amir, que só conseguia ver uma Rainha.

E ali Amir encontrou a verdadeira faceta de Xo Bou, enquanto que a mesma apenas sorria para ele como se dissesse que ela seria dele para todo sempre. E Xo Bou só conseguia ver um Rei em Amir, aquele que governaria sabiamente, mas ela sabia que suas artimanhas seriam as mais cruéis e fúteis que poderiam machucar aquele homem que se encontrava na sua frente, a olhando como se estivesse vendo a mais preciosa pedra que existia.

Ali naquele enorme banheiro duas almas se encontraram, e sem eles saberem o Destino estava sendo escrito, seus corpos estavam ansiando o do outro, enquanto que não muito longe dali pequenas algemas, que antes mantinham um Imperador preso estavam deslizando pelos pulsos e pés do mesmo, enquanto ele sorria por saber que poderia enfim ir embora daquela Montanha... A Praia o estava esperando.