Kadar e Volkan estavam sentados numa pequena ponte que tinha de frente para uma lagoa no meio da floresta abraçados como namorados, Volkan estava sentado entre as pernas abertas de Kadar, enquanto o mesmo acariciava seus lindos cabelos negros, e Volkan ronronava como um gatinho recebendo carinho de seu dono.
— Kadar, pare com isso! — Volkan fala se afastando um pouco de Kadar, mesmo que quisesse voltar para os braços dele.
— Parar com o que? — Kadar se faz de desentendido enquanto puxa Volkan de volta para seus braços, fazendo o mesmo ofegar.
Kadar sorri malicioso enquanto beija o pescoço de Volkan, o fazendo inclinar a cabeça contra o ombro dele, Kadar ergue a blusa negra de Volkan e desliza as mãos pelo peitoral dele, que solta um gemido de prazer.
— Kadar, estou falando sério.... — Volkan fala mas Kadar, com sua mão puxa a sua cabeça para si e lhe rouba um beijo, o fazendo se virar e ficar de joelhos entre as pernas de Kadar, que passa ambos os braços pela cintura de Volkan o fazendo se inclinar contra seu corpo.
Suas bocas se encontram e o desejo se torna líquido entre suas línguas, que batalham para ver quem vence, olhos fechados, desejos ardentes escondidos por detrás de mãos esfomeadas que deslizam pelas roupas daqueles dois homens, quando se dão conta, Volkan está jogado na neve com Kadar por cima lhe prendendo com ambas as pernas, e com seu peso lhe mantém contra a neve, Kadar deixa de beijar Volkan e o olha com seus olhos azuis enquanto desabotoa a camisa de Volkan, que se encontrava ofegante e trêmulo em baixo do mesmo.
Sem se darem conta, às roupas foram arrancadas de seus corpos quentes e quando se dão conta estão rolando pela neve entre beijos e abraços quentes de dois amantes, eles se entregam a uma paixão que mais parecia gelo derretendo em contato com as chamas e fagulhas de uma paixão a tempos mantida trancafiada.
— Kadar... — Volkan fala entre gemidos que lhe escapam como uma música para Kadar, que se sente como se estivesse no paraíso, seus gemidos se tornaram uma sinfonia que ecoou pela floresta, deixando claro o amor que ali estava sendo consumado.
Kadar então puxa a cabeça dele para o lado e lhe beija com a língua, fazendo com que saliva escora entre os lábios dos dois.
Eles se deixam levar pelo desejo que sentem um pelo outro, seus corpos se chocam fazendo com que o único barulho que se ouve é das estocadas e dos gemidos que deslizam daquelas bocas, que a todo momento não conseguem se desgrudar, os dois homens se sentem como um só, seus corpos reconhecem o corpo um do outro, suas bocas sabem o sabor da outra e seus gemidos se confundem entre a escuridão daquela pequena floresta que era a única testemunha daquele amor, que era mantido em cativeiro a tantos anos, que quando foi solto a primeira coisa que fez foi se entregar ao prazer que nunca sentiram com suas esposas.
Volkan e Kadar eram como o Verão e o Inverno, eram dois homens que não podiam viver suas paixões devido ao preconceito, quando viram que o preconceito seria maior se dois Reis fossem um casal eles decidiram se casarem com mulheres, essas duas mulheres sabiam das preferências de seus maridos, e mesmo assim estavam aos seus lados, viram aqueles dois homens se perderem e se encontrarem, mas nunca puderam ficar juntos... Era a Lua e o Sol que se encontravam apenas no Eclipse Lunar.
Se algum dia aqueles dois homens pudessem ficar juntos eles ficariam muito felizes, mas o preconceito era tão grande entre eles próprios que seus sentimentos foram enterrados bem fundo, e depois do sacrifício que Mira fez, esses sentimentos que estavam enterrados puderam criar raízes e encontrar o sol, e era isso que eles pensavam enquanto se abraçavam embaixo daquela árvore nus e com suas roupas espalhadas ao redor deles.
Dois homens velhos que enfim puderam se entregar aos desejos e os amores que escondiam, Volkan estava entre as pernas de Kadar e enquanto pensavam que se algum dia eles fossem julgados por amar, que fossem julgados juntos.
O sol estava se tornando um presente naquele castelo de gelo que refletia sua luz e o brilho da manhã, os pássaros de fogo e os do mundo mortal cantavam suas canções de bom dia para o casal que se encontrava deitados entre lençóis bagunçados. Mira estava com a cabeça no peito de Yin Chang, enquanto ele lhe abraça pela cintura e seu braço atrás da cabeça.
Seria uma imagem típica de um casal, mas eles não eram um casal... Eles eram amantes, um casal destinado, um homem e uma mulher que se amam mesmo que o tempo mude e as estações morram eles continuariam a se amar.
Yin Chang tenta se mover, mas o peso que se encontra contra seu peito o faz ofegar, e piscar os olhos para a claridade que entra pela janela e ofusca toda a beleza do momento em que ele se encontra, sorrindo ele volta a sua cabeça contra os travesseiros e fica a pensar em como foi um tolo por tantos anos.
As lembranças de um passado apagado por um sacrifício de amor deslizam pela neblina que encobriam a mente de Yin Chang, lhe revelando quando eles se conheceram... Quando ele foi o amigo de Mira, mesmo sendo considerado algo improvável, quando ele a usou para possuir informações, quando ela descobriu a verdade e a dor em seus olhos lhe quebrou como uma janela quando é destruída, quando ela se vingou lhe chicoteado até que seu corpo e suas lágrimas esgotaram como uma lagoa no verão, quando ela o protegeu de seu pai, quando o irmão dela... Eram tantas lembranças vindo ao mesmo tempo que Yin Chang ofegou, era como mergulhar em um rio congelado e ver que para chegar a superfície você precisaria quebra o gelo que lhe prende em baixo.
Yin Chang então para se acalmar puxa mais ainda Mira para si, as lembranças esquecidas o fazem ofegar mais ainda, seu corpo começa a suar como nunca e a tremer como se estivesse no meio do Inverno mais rigoroso que já viu.
Mira, que se encontrava em um sonho leve devido ao fato dela ser uma guerreira e ter aprendido muito jovem que se você tem sono pesado o inimigo pode lhe matar, passa a sentir que Yin Chang está inquieto, como se estivesse preso entre paredes de vidros, mas ele a puxa mais ainda para si, como se quisesse que ela o protegesse contra algo, a fazendo acorda e ver o peitoral de Yin Chang todo molhando.
— Yin Chang? — Mira pergunta enquanto se ergue ficando de lado, fazendo com que seus cabelos caiam lhe cobrindo a nudez.
Ele ofega mais ainda, seu corpo parecia gelo entre as noites mais escuras que já se viram.
— Yin Chang? Por favor, pare com isso, está me assustando! — Mira fala enquanto com a palma da mão encosta na testa de Yin Chang, que ao sentir a mão dela lhe tocado sente como se uma chama lhe estivesse derretendo e sem pensar pega essa mesma mão e lhe distribui beijos até chegar no pulso, onde deslizou a língua fria contra a pele quente dela.
Mira geme enquanto que, com a outra mão lhe toca o peitoral, lhe arranhando... Sem pensar Yin Chang puxa Mira pelo braço que ele beijava e lhe beija, aquele beijo estava revestido de sentimentos de ambos os lados, sentimentos esses que explodiram em fogo e gelo, se eles tivessem parado um momento para ver, teriam visto a coisa mais bela de todas que aquele amor foi capaz de criar.
No chão, ao lado do casal que se entregava as sensações que era ter um no braço do outro surgiu um pequeno anjo feito gelo, que rodopiava entre pequenas labaredas de fogo, que deslizavam ao seu redor...
As mãos se encontravam entrelaçadas como se nunca estivesse em contato, eram frio e calor, inverno e verão... Duas pessoas totalmente diferentes, mas tão iguais que nunca pensariam que poderiam ficar juntos.
Volkan estava sentado na cadeira ao lado de Kadar na mesa de Jantar, enquanto as moças que serviam o café da manhã colocavam no centro da mesa uma cesta com bolo de gota de chuva, que o mesmo pegou dois e entregou um para Kadar, que lhe sorriu.
Se eles estivessem sozinhos, os olhares seriam mais abertos, as mãos se tocariam e eles ficariam abraçados como um casal, mas eles não estavam sozinhos... Na frente deles se encontravam a Princesa Derya e a Rainha Xing, que sorria com um sorriso que dizia que estava esperando algo mais, assim que a Imperatriz Cixi entrou no ressinto com seu vestido dourado e acompanhada da pequena Xo Bou, o sorriso da mesma desapareceu.
— Bom Dia a Todos! — Imperatriz Cixi e Xo Bou falam enquanto se sentam nas cadeiras que ficam ao lado de Volkan, que entrega para Xo Bou um bolo de gota de chuva.
— O que é isso, vovô? — Xo Bou pergunta olhando para o bolo que se encontra na sua mão.
Ele é como uma gota de orvalho e transparente.
— É um bolo feito com a água da chuva! — Kadar diz enquanto Volkan coloca o bolo entre as mãos e leva aos lábios, o sugando como se estivesse a sugar um doce.
Kadar, ao ver Volkan sugando o bolo se lembra da noite anterior, seus corpos grudados e suados, sua mão a deslizar em direção ao seu objeto de desejo, sua boca a beijar a coluna vertebral de Volkan... Ele se mexe desconfortável tentando ajustar a calça, a fim de esconder a ereção que acabara de ter ao ver Volkan com os lábios no bolo.
— É um bolo feito pelas sacerdotisas que ficam no templo, e só podem ser apreciados quando a chuva cai sobre o templo! — A Rainha Cixi fala enquanto olha para Volkan, e depois para Kadar.
Kadar, vendo que a mesma observava ambos se ajeita na cadeira e passa a agir em mecanismo de defesa, fazendo com que Volkan olhe de canto do olho para ele, que está olhando para a Imperatriz Cixi.
Volkan, ao se dar conta de que a Imperatriz Cixi está falando, apenas balança a cabeça e empurra a cadeira para trás.
— Com licença, mas terei que me retirar para resolver alguns assuntos, Kadar preciso conversar com você depois! — Volkan fala enquanto se ergue e vai até a porta.
Ao chegar à porta ele dá de cara com Yin Chang e Mira, que se encontravam de mãos dadas e com as faces coradas e seus corpos quase grudados, ao ver seu pai parado na sua frente, Mira sente sua face corar ainda mais. Mas Volkan apenas sorri, toca no ombro de Yin Chang e abraça sua filha com força, enquanto sussurra em sua orelha: Espero que seja feliz dessa vez!
Ao sair do salão Volkan começa a assobiar enquanto anda pelo corredor pensando se o destino de sua filha fosse dar certo, pelo menos o dela tinha que dar, então ele se lembrou do seu casamento com Yuri.
Ah, a doce Yuri que lhe lembrava sempre a primavera com seus sorrisos radiantes, seus olhos violetas a brilharem... E ele nunca a amou, nem mesmo quando o casamento fora consumado, ele apenas fizera o que um homem atencioso faria, a tomou com amor, mesmo que lhe fosse falso, mas no dia seguinte à noite de núpcias Yuri estava sorrindo, como se o fato de Volkan ter chamando o nome de Kadar não a tivesse machucado, nos dias seguintes, Volkan sempre tentava evitar Yuri com o objetivo de não se sentir tão mau pelo fato de que aquela doce rainha, mesmo que soubesse a verdade sempre lhe dirigia um sorriso.
Sorriu ao se lembrar que a Yuri nunca lhe cobrava o fato de ser única, apenas o fato de poder estar ao lado do mesmo quando ele estivesse triste, magoado ou quando tivesse que tomar decisões que seriam ultrajantes para os outros... Ela queria apenas ser seu porto seguro, seu braço direito nas decisões, e se pudesse, seria os dois braços que ele tinha... Mas aí veio a notícia que ele tinha uma amante, que era uma das concubinas de seu verdadeiro amor, Yuri então apenas abaixou a cabeça e esperou... Esperou que o destino não lhe fosse tão doloroso, e sem que ninguém soubesse, escreveu com um galho da Xuè um novo destino para todos... No chão coberto pela neve no jardim se podia ver escrito palavras aleatórias que ocultavam o verdadeiro destino de todos.
— Volkan... — Ele então para ao ouvir uma voz.
Ao se virar ele esperava ver a sua doce Yuri... Sua doce amiga e confidente, mas não era a Yuri, e sim sua mãe, que se encontrava acompanhada de Kadar, que lhe olhava com um olhar preocupado.
Sim, ele sabia que Volkan ainda carregava a culpa pelo fato de Yuri ter se desfeito em pétalas, mas Kadar sabia a verdade... Yuri se desfez em pétalas não por causa do amor não correspondido, e nem por causa da traição sofrida, mas sim por causa da dor de saber que dois amantes que se amavam nunca poderiam ficar juntos, e nem ela poderia ficar com o seu amor verdadeiro... Yuri sempre amou Xuè, que dera a vida para que ela pudesse ser Rainha do Reino de Umlilo, para ele ela deu sua alma, mas Volkan teve seu corpo e seu coração, assim como os filhos.
— Precisamos conversar com urgência! — A Imperatriz Cixi fala enquanto olha para os lados.
A algo de errado no ar e nem era o fato daqueles dois homens terem consumado o amor que mantinham dentro de si, mas sim as pessoas, que com seus olhos e ouvidos poderiam ver e ouvir a conversa dos três.
— Vamos até meu quarto, lá as paredes são mais grossas! — Kadar fala enquanto a Imperatriz Cixi se vira, mas ele dá um sorriso para Volkan, que apenas sorri como um sinal.
Sim, o quarto de Kadar possui grossas paredes, e Volkan podia gritar a vontade entre aquelas quatro paredes que ninguém o ouviria... Claro que os dois já aproveitaram e muito aquele quarto.
Assim que chegaram ao quarto a Imperatriz Cixi olha para os lençóis da cama como se eles fossem um monstro que estivesse preste a lhe morder a perna.
— Pode se sentar Alteza, os lençóis são trocados todos os dias de manhã! — Kadar fala enquanto se senta numa cadeira que se encontrava num canto do quarto, enquanto Volkan se coloca do seu lado pegando na mão do mesmo.
— Que bom, mas não é sobre lençóis que viemos falar! — A Imperatriz Cixi fala para os dois e pensa que formam um lindo casal.
Sim, a Imperatriz Cixi sabia que os dois estavam juntos, assim como sabia que Volkan e Kadar eram apaixonados antes mesmo da guerra que durara anos começar. Ainda que ela culpasse Volkan pela morte da filha, a mesma sabia que Volkan não tinha culpa alguma... Mas como toda mãe, ela precisava de um culpado, então porque não culpar o marido infiel da filha que lhe lembrava o seu próprio, que no momento se encontra exilado na montanha da Redenção?
— Então, Alteza, do que você gostaria de conversar conosco? — Volkan pergunta enquanto a observa.
— Preciso saber se alguém mais sabe sobre o envolvimento dos dois?
— Ninguém... Quer dizer, a Yuri e a Antiga Rainha de Kon sabiam! — Kadar comenta enquanto a Imperatriz a Cixi se manteve neutra como uma estátua.
— Porquê? — Volkan pergunta.
— Porque precisamos que alguém descubra!
— O que? Como assim? — Kadar fala se levantando.
— Vamos ser mortos se os outros descobrirem.
— Não vão ser mortos e nem exilados se é isso que estão pensando, precisamos usar isso ao nosso favor... A uma guerra chegando, uma mais perigosa que essa que no momento estamos vivendo dentro do castelo. Essa guerra que está vindo será travada entre humanos e imortais... Uma guerra só poderá ser impedida se eu conseguir fazer com que a Xing viva nesse castelo, por isso vou assinar um tratado de Paz amanhã com ela.
— Se vai assinar um tratado de paz, então porque precisa que revelamos que somos um casal?
— Porque o tratado vai ser apenas uma forma dela ter o poder....
— Como assim?
— A muito tempo atrás a Rainha Xing matara todos os herdeiros possíveis do trono, inclusive seus próprios filhos, mas esquecera de uma das filhas... A Princesa Bu Bu conseguira escapar quando ela se fingiu de morta, ela me procurou pedindo ajuda e eu a ajudei.
— Quer dizer que existe um, ou uma herdeira da Rainha Xing?
— Sim, a Princesa Bu Bu sabia que se ela vivesse no mundo Imortal ela seria caçada pela sua própria mãe, por isso ela me pediu para selar seus poderes para que ela pudesse viver no reino mortal.
— Então ela foi viver no mundo mortal... — Volkan fala enquanto Kadar se encontrava com as mãos cruzadas em cima dos joelhos, olhando para a Imperatriz Cixi esperando a continuação.
— Com pena da jovem que se tornara renegada, meu marido, o Imperador Fun Xu concedeu a jovem o privilégio de ser uma Rainha no reino Mortal, mas com a condição de que todos os Reis e Futuras Rainhas fossem seus descendestes.
— Porque o Imperador Fun Xu, o Imperador do Mundo faria isso? Faria dos descendentes da Rainha Xing todos Reis e Rainhas?
— Eu, no início também não entendi, mas se parar para pensar, é uma forma de evitar uma guerra... Você teria coragem de ir contra o seu próprio povo?
— Não!
— Mas se o poder e a ganância fossem maiores? Se os herdeiros da Princesa Bu Bu fossem tratados como amaldiçoados?
— Eles se voltariam contra o próprio povo
— Sim, daqui alguns anos a Rainha herdeira da Princesa Bu Bu vai ser assassinada deixando dois filhos... Um menino e uma menina, que não poderão subir no trono.
— Por quê?
— A uma nova Rainha que usara da sedução para fazer o Rei colocar seu filho como Príncipe Herdeiro, e daqui alguns anos o verdadeiro Príncipe Herdeiro se verá preso nas garras de boatos, do quais não poderá escapar e desistirá de ser Re....
— E...
— E ao desistir de ser Rei ele deixará aberta a porta para que a Rainha Xing possa usar o novo Rei ao seu favor.
— Por isso que precisa que revelamos uma verdade?
— Não, preciso que seja revelada a verdade para que Derya revele sua verdadeira face, e assim Mira esteja disposta a matá-la.
— O que?
— Sim, se Derya conseguir o trono que tanto quer ela poderia declarar guerra aos reinos, e usando seu poder de sedução e de Rainha ela poderá fazer uma guerra entre os humanos e Imortais, preciso que Mira declare guerra a Derya e coloque a Alina, que é a verdadeira Rainha Das sereias.
— Espera está tudo confuso!
— Sim, eu sei, mas na hora tudo vai se esclarecer, preciso apenas que Mira e Xo Bou não se deixem levar pela maldade... Enquanto a Mira irá travar uma batalha aqui, a Xo Bou travara outra no mundo mortal.
Ao falar isso a Imperatriz Cixi se vira para a porta e caminha até lá, em seus olhos se pode ver a determinação de alguém que já vira o futuro lhe passar na frente de seus olhos, e também a determinação de uma Imperatriz disposta a fazer com que a outra caia.
Sem pensar nas consequências que suas escolhas trariam para aquele casal que se encontrava no quarto, a Imperatriz Cixi caminhava pelos corredores planejando como fazer para que Xo Bou pudesse ir para o mundo Mortal, sem feridas e mágoas que ela levaria dali, mas a Imperatriz Cixi sabia que sua bisneta precisava carregar aquelas feridas e mágoas se ela quisesse se proteger de um futuro que lhe está escrito com sangue, mas como todo o futuro, ele podia ser apagado, mas a Imperatriz Cixi sabia que ela teria que fazer uma escolha, viver um amor único que lhe fora arrebatador e lhe destroçaria no momento em que ela mais queria ele, ou viver uma nova história de amor traçada por suas próprias mãos?
Suspirando a Imperatriz Cixi Caminha pelos corredores de um palácio frio e congelado, pensando em neve a sua mente, a sua neta com o Verdadeiro Imperador do Mundo Imortal... Mira e Yin Chang, seus destinos entrelaçados ao mesmo tempo, tão quebrados pelo tempo que viveu amaldiçoado. A Imperatriz Cixi se lembra de um casal que conhece muito tempo... Eles foram orientados a viver um amor único, mas com inveja e com vontade de poder, uma mulher gananciosa foi capaz de tudo pelo homem que amara, a ponto de matar a mulher a jogando do mais alto penhasco na Ilha da Redenção, fazendo com que seu corpo desaparecer em meio as ondas enormes e furiosas que batiam contra as rochas, quando o homem soubera que a mulher que ele amara eternamente morrera, ele se atirou do mesmo penhasco num dia de eclipse... Ao ver Os dois jovens apaixonados e trágicos, o Imperador Fun Xu, que se escondeu na Montanha da Redenção os conceder um desejo... O desejo de que em todas as reencarnações dos dois, eles pudessem ficar juntos, mas para que isso acontecesse, eles teriam que superar obstáculos, só que o Imperador omitiu um Fato, a mulher invejosa e gananciosa em todas as reencarnações tentaria separá-los para que no fim, ela tivesse poder, e para que isso acontecesse ela usaria todas as suas cartas que se encontrariam escondidas na manga... Mas ele também escondeu o fato de que em alguma reencarnação daquele casal, a mulher Invejosa E Gananciosa seria morta para sempre.
E ali estava a Imperatriz Cixi, disposta a ser uma arma para matar uma mulher Gananciosa e Invejosa, para que sua neta e o homem que ela ama fossem sempre felizes, para a primeira vez em muitas das reencarnações.
Mira e Yin Chang estavam sentados num banco do lado de fora do castelo olhando Xo Bou, que treinando com o Li Yi Feng, Mira sabe que aqueles dois estavam começando a se gostarem... Mas eram como o Verão e o Inverno, ou podemos ser verdadeiros e dizer que eles eram como Mira e Yin Chang antes.
— O que está pensando? — Yin Chang pergunta olhando para uma pequena guerreira que desvia de um ataque de grande geral Li Yi Feng.
— Será uma boa ideia deixar esses dois amigos juntos?!
— Eu acho que não, a Xo Bou é uma criança ainda, e Li Yi Feng já é quase um adulto, para o pensamento Li Yi Feng pode ser considerado adulto pelo fato de ter ido para a guerra e ter sido um general.
— Sim, é verdade. Mas um pouco quando estão juntos que me fazem ficar feliz, mas depois de uma tristeza que parece que é o coração da mãe.
— Talvez para seu coração de mãe que não é certo nossa filha ficar com o Li Yi Feng. — Yin Chang fala como se não fosse nada do fato de dizer Nossa filha.
— Então você já sabe que a Xo Bou é sua filha? — Mira pergunta enquanto observa Li Yi Feng derrubar Xo No.
— Sim, como recuperei depois que Dulal morreu.
— Espero que você não esteja bravo comigo por ter escondido isso de você! — Mira fala enquanto abaixa à cabeça, ela não quer que Yin Chang a odeie, mais que ela mesma se odiou.
— Eu não estou bravo com você, no início foi um pouco difícil aceitar o fato de que você me escondeu uma filha, mas conversei com a Rainha Cixi e entendi o que aconteceu.
— Mira... — Yin Chang fala pegando o queixo de Mira e virando para ele e o dá um beijo doce e gelado. — Foram as minhas escolhas que as afastaram de mim, antes mesmo de perder uma memória ou você como, terem sacrificado eu já estava trilhando esse caminho de escolhas erradas, e mal pensadas, eu sinto tão culpado pelo que aconteceu e sinto muito minha Fogo, devia ter sido mais horando.
— Não temos como mudar o passado, mas podemos escrever um novo futuro! — Mira fala enquanto Yin Chang toca sua barriga e sente o bebê se mexendo.
Não muito longe dali, uma pessoa se encontrava em um belo jardim com um pequeno galho de Xuè Xing, escrevendo um novo começo para dois elementos, a pessoa sorri com o galho deslizar pelo chão deixando um rastro de pétalas espalhadas pelo mesmo. Ela dançava ao som de uma música silenciosa que somente ela conseguia ouvir, o galho desliza pelo chão coberto por neve que parecia brilhar a cada momento em que ela deslizava o galho no mesmo, não muito longe dali, perto de uma árvore com seus galhos cheios de delicadas flores de Xuè Xing se encontravam dois homens que vestiam branco e assistiam a pessoa dançar enquanto pétalas de Xuè Xing deslizavam pelo ar e rodopiavam ao redor dela, suas vestes vermelhas se destacavam em meio a toda aquela brancura que parecia permenecer ali, enquanto que a pessoa dá um pequeno giro erguendo o galho que desliza no ar deixando um pequeno rastro de fagulhas de fogo.
— O casal enfim pode ficar juntos! — Um dos homens de branco que fala sobre uma aba de chapéu, de chapéu de palha para cobrir uma parte de rosto deixando oculto o rosto do mesmo que apenas sorri por debaixo do chapéu que lhe mantem oculto de tudo.
— Não, eles ainda têm que enfrentar o desafio mais doloroso! — Outro homem fala enquanto observa uma jovem mulher com a mão erguida para o céu a deslizar como se estivesse se preparando para dançar, sua mão faz um giro entorno de si mesma enquanto ela inclina o corpo para o outro lado e depois deslizar o galho no chão escrevendo palavras soltas, que desapareciam para ser encobertas pela neve ocultando suas profecias que se perdiam entre a neve.
— Você acha que chegou a hora dela voltar para eles?
— Ainda não, a criança ainda não nasceu!
Depois disso os dois voltaram a observar a mulher que parou de escrever, ela estava de costas para ele, seus cabelos negros se erguem como se fossem beijados pelo vento e se vira para sorrir para os dois homens, que a observam com muito interesse,, seu sorriso era como o calor da primavera e seus olhos violetas eram como uma porta do paraíso.
O destino outra vez escreveu pelas as mãos da mulher que se sacrificara por todos, ela se vira para o lago, que fora a sua casa por tantos anos e sorri... Mas foi um sorriso triste, carregado de lembranças que a seriam arrancadas, assim que ela Reencarnasse, aquela mulher estava feliz também pelo fato de poder ficar perto das pessoas que amava, aconselhar a filha que deixara para trás para morrer, apoiar o homem que amava, mas que nunca seria certa para ele, ficaria ao lado de suas memórias de sua vida... Ela seria uma nova pessoa, poderia ser como o verão, que com seu calor aquece corações ou poderia ser como o inverno, que com suas rajadas de ventos gelados fariam todos tremerem, ela não sabia como ela seria, apenas queria viver ao lado deles.
O verão estava chegando, deixando para trás o inverno que para uma vida de todos.