Logo após acordar Mira não se deixara entregar a dor como seria lhe permitido, e esperado pela morte do marido, não, ela não se entregaria a dor por causa do seu marido que não acharia certo ela deixar com que a dor lhe tomasse enquanto pessoas estavam sendo mortas, naquele mesmo dia Mira teve que ficar de cama devido ao quase aborto que ela teve, e enquanto ela ficava de cama ela pensava nas pessoas que ela tinha que proteger.
E uma semana depois ela já estava sentada num trono com suas vestes de Rainha e sua filha ao seu lado, com suas vestes de Guerreira, sim, duas mulheres moldadas pela dor se encontravam na frente de quatro homens poderosos, para muitos aquelas duas não estavam nem ai para a morte do marido/pai, mas o que eles não sabiam era que a noite no quarto de Mira as duas acendiam velas e oravam para seus Deuses, logo depois da vela em fim morrer elas se dirigiam para a cama, se abraçavam e choravam por um homem que as duas amaram.
— Posso saber o porquê de estarmos aqui parados? — Mira pergunta com uma voz fria e cortante, em seus olhos não se encontrava mais o brilho que se via antes.
— Não podemos atacá-la sem antes convocá-la para que a mesma esclareça ou nos faça uma acusação! — Kadar fala enquanto Abhay e Yin Chang se olham.
— Bem, que eu saiba, Meu Rei, o senhor ia sacrificar seu próprio filho sem provas. — Mira fala enquanto sua filha dá um sorrisinho de lado para o Yin Chang.
— Isso não tem nada a ver! — Kadar fala enquanto Volkan tenta entender o que aconteceu com sua filha.
— Se tem a ver ou não, não me interessa, eu só quero que a Rainha Xing seja julgada. — Mira fala enquanto Xo Bou passa a observar o ambiente.
— Não podemos fazer isso, minha filha! — Volkan fala se levantando do Trono que se encontrava ao lado do de Kadar.
— Não podemos fazer isso? Então fique aí sentado nesse trono enquanto inocentes morrem pelo fato de vocês não aceitarem irem contra aquela Serpente! — Mira, enquanto fecha a mão em punho e sem pensar seu poder se faz presente.
— Mãe, por favor, fique calma! — Xo Bou ao ver que os poderes de sua mãe estavam descontrolados fala para ela em seu ouvido: — Mamãe, lembre-se, temos que esperar!
— Tudo bem... Eu vou esperar que ela venha até nós! — Mira diz enquanto alisa a barriga já saliente.
— Não é para fazer nada contra ela, Mira! — Abhay fala tentando não se levantar e ir na direção de Mira para lhe dar um tapa.
— Não se preocupe, Rei de Kon, eu não sou burra para fazer algo contra ela na frente de vocês.
— O que você quer dizer com isso? — Yin Chang pergunta.
Mas ele já sabe a resposta, os olhos dela a entregam para ele assim como os olhos dele o entregam para ela, eles se olham como se não tivesse mais ninguém no ambiente e tudo muda, era como se só os dois estivessem ali.
— Quero dizer que... — Ela não consegue terminar, já que as portas do Grande Salão do Trono é aberta por uma mulher num vestido azul e com um sorriso de sereia na face.
— Me desculpem, mas a Suprema Sereia pediu para que eu a representasse! - Derya fala enquanto se dirige para um dos tronos ao lado de Yin Chang, que se encontrava vazio.
Se ela estivesse observando o ambiente em vez de ficar a encarar Yin Chang, ela teria visto que Xo Bou estava com a mão na espada pronta para acabar com a vida de Derya, mas sua mãe apenas balançou o cabelo num sinal claro de não, a fazendo recuar.
— Claro, fique à vontade! — Mira fala com uma voz sarcástica que passa despercebido por quase todos, não de Yin Chang, que a olha como se estivesse perguntando o que ela queria dizer com aquilo, e ao ver ela sorrir apenas suspira.
— Estávamos falando sobre a Rainha Xing e a minha vontade de matar! — Mira fala assustando a todos. — E me lembrei de algo também.
Se Derya fosse mais esperta teria arranjado uma desculpa e ido embora, mas não, ela queria ficar ali dando uma de Rainha, um posto que ela almejava a tempos e se Mira não fosse tão esperta teria deixado passar algo que aconteceu no passado, mas como dizem: O passado não faz parte do presente, mas esquecera que se a pessoa de quem estamos falando era a Mira, que quando viu Derya sentiu uma fúria poderosa se apoderar de si, e para se livrar de uma inimiga decidira usar isso a seu favor.
— O que? Sua Graça, o que seria isso? — Derya pergunta sorrindo enquanto Xo Bou esconde o sorriso por detrás de sua mão coberta por um grande anel de rubi.
— Lembrei de algo que aconteceu a muito tempo... — Mira fala enquanto se levanta do Trono e sorrindo se dirige para Derya.
— E o que seria isso, posso saber? — Derya pergunta enquanto Mira se dirige na sua direção com um sorriso que escondia algo, sim Derya sabia que Mira estava aprontando algo, mas ela não podia fazer nada.
— Sim, você se lembra do que me disse nesse mesmo salão? — Mira pergunta.
Se as duas não estivessem tão centradas na confusão que ocorria entre elas, teriam visto quatro Reis tão perdidos quantos cegos, mas elas não viam nada, apenas uma a outra. E Derya a via como uma inimiga que queria o que era dela, e Mira via Derya como uma pessoa gananciosa que queria apenas o poder, e isso ela não deixaria acontecer.
— Claro que me lembro, Vossa Graça! — Derya fala sorrindo com todos os dentes brancos que tem na boca, fazendo com que Mira fique tentada a dar um soco na cara dela.
— Acredito que se lembre do que eu disse também?
— Sim!
Naquele momento, duas mulheres batalhavam com palavras e olhares, se um dia os homens soubessem, teriam impedido que elas começassem a falar com sorrisos e olhares, mas como aqueles homens não sabiam os significados daqueles gestos e manias femininas, as duas podiam simplesmente se matarem que eles nem saberia o verdadeiro motivo.
— Bem, como você se lembra posso dizer algo para você... Já que esqueci de dizer isso? — Mira fala enquanto sorri.
— Fique à vontade, sua Alteza! — Derya fala engolindo em seco.
Derya tenta manter o sorriso no rosto, mas quando Mira se põe na sua frente, o sorriso vai morrendo até que a mesma pudesse se dar conta, Mira já tinha lhe dado um tapa com todos os dedos abertos, fazendo com que seu rosto virasse para o lado e quando menos se espera Mira já tinha puxado os cabelos de Lan Derya, a jogando no chão.
— Bem, o que eu tinha para dizer é que nunca mais tente me fazer de boba porque você não vai gostar do que eu sou capaz de fazer! — Mira fala enquanto se agacha e sussurra para a mesma ouvir: — Fique longe de Yin Chang, por que ele é meu.
— Ele não é seu! — Derya fala enquanto tenta se levantar, mas Mira chuta seu braço a fazendo se desequilibra e cair com tudo no chão.
— Ops, eu não tinha visto seu braço aí... Mas o recado foi dado e espero que você seja mais esperta e não fique no meu caminho!
Mira apenas se levanta com a ajuda de sua filha, já que a barriga de grávida estava pesada, e joga os cabelos negros com mechas vermelhas para trás enquanto sua filha retira poeira da parte da frente do vestido.
Derya, que estava no chão a procura de um lugar para se esconder por causa da sua humilhação decide usar isso a seu favor, coloca no rosto a cara de uma Princesa Coitada e lágrimas de crocodilo se levanta enquanto Yin Chang e Abhay a ajudam a ficar de pé.
— Porque você fez isso? Eu não ti fiz nada! — Derya fala chorando enquanto começa a mancar como uma pobre coitada, o que faz com que Mira bufe com aquela cena ensaiada para uma peça.
— Bem, querida, acredito que você se lembre das suas palavras e das minhas, porque eu estou louca para ver você num campo de batalha.
Abhay e Yin Chang ficam sem entender o que estava acontecendo, mas alertas para futuros tapas que Mira seria capaz de dar em Derya. Nessa hora as portas do salão é aberta e por ela passa Yasmine, que para no meio do salão olhando confusa para todos, mas tentando não rir do que estava vendo.
— Achei que você fosse deixar passar em branco, Mira! — Yasmine fala enquanto sorri e vai caminhando até que para do seu lado. — Eu estava louca para poder ver essa cena, mas perdi!
— Yasmine? — Abhay, que estava ajudando Derya fala enquanto a mesma coloca a cabeça contra o peito de Abhay, o fazendo a abraçar.
Se Abhay fosse esperto o bastante teria visto que aquele abraço era um claro sinal para que Yasmine pudesse simplesmente pular no pescoço de Derya, mas ela pensou melhor e apenas suspirou.
— O que Abhay? Estou apenas dizendo a verdade, e tem mais... Se essa Serpente Branca não te soltar, acredito que vamos ter peixe no jantar! — Yasmine fala enquanto arregaça as mangas do vestido branco que usava, mas Mira apenas coloca a mão em cima da dela a fazendo a olhar.
— Não vale apenas Yasmine, essa Serpente Branca nem para ser servida no jantar serve! — Mira fala enquanto se vira e vai em direção a porta, ao seu lado sua filha, que com o olhar cala as bocas de todos.
Mira se vira e sai do Grande Salão acompanhada de sua filha que se encontra a pensar em como resolver as situações que estavam começando a acontecer, enquanto a mesma pensava nas situações, Mira estava pensando em uma maneira de tirar Derya do caminho.
— Mãe? — Xo Bou fala enquanto para num corredor deserto.
— Fala, minha filha! — Mira fala parado de frente a sua filha.
— A Senhora acha que a Derya ficara quieta?
— Não, ela vai fazer de tudo para ser Rainha e temos que impedir isso, ela não pode ser Rainha dos Reinos.
— Mas, Mãe, a senhora já tem o poder do reino de Umlilo! — Xo Bou fala enquanto olha para sua mãe.
— O poder do Reino do Umlilo não será o suficiente para o que está vindo e Derya fara de tudo para ter o poder de todos os reinos .
— Mas, se o poder do reino de Umlilo não é suficiente, então porque a senhora voltou?
— Eu voltei porque o meu destino é aqui, e seu pai se encontra aqui... Minha filha, seu pai humano fez de tudo para que o destino não acontecesse com medo de que nós não seguíssemos os mesmos passos que sua avó, mas parece que o Senhor Destino queria que acontecesse.
— A Senhora quer dizer que vai se sacrificar pelo meu pai? — Xo Bou pergunta.
— Não, eu vou ser a Rainha que seu pai sempre quis, temos que fazer tudo de acordo com o que o Senhor Destino quer, e se para que você seja a Rainha no futuro eu precise me livrar da Derya, eu o farei.
Xo Bou olha para sua mãe com um olhar assustado, que vai desaparecendo com o decorrer do tempo até o momento em que ela se dá conta de que, para que tudo dê certo e de acordo com que é destinado, sua mãe precise sujar as mãos ela iria e Xo Bou não ficaria atrás, num futuro próximo aquela pequena garota não seria mais tão pequena e inofensiva, ela seria uma grande guerreira e mulher, assim como sua avó e assim como sua mãe previu.
Se algum dia Yin Chang pensava que Mira seria capaz de fazer aquilo publicamente, ele não sabia, mesmo sabendo que ela o tinha machucado em segredo quando os dois foram inimigos, mas ali, sentado ao lado de Derya que chorava mais que um bebê recém-nascido, ele se deu conta de que se Mira fosse sua Rainha algum dia, teria que ficar de olho em Derya e Mira.
Suspirando Yin Chang se levanta do trono deixando para trás uma Derya chorosa e indignada por ter sido deixada ali sozinha com os outros três reis, e a Rainha, que a qualquer momento lhe arrancaria a cabeça, enquanto chorava ela tentava pensar em algo para fazer com que Yin Chang continuasse ali no salão, e ela pudesse fazer o papel de pobre coitada que precisava ser protegida da Mira, mas nada lhe vinha à mente, não com Yasmine a olhando com seus olhos afiados e com a pistola escondida para os outros, mais à vista para ela.
Derya sabia que se quisesse ser uma Rainha, tinha que tirar do caminho Yasmine e Mira, porque aquelas duas juntas poderiam fazer dela apenas uma mulher gananciosa e que em nada na história valia.
Enquanto Yin Chang andava pelos corredores do castelo, seus pensamentos estavam na mulher que assumira o trono no lugar do marido, bela, num vestido vermelho justo ao corpo com uma capa negra jogada nas suas costas ela passara a imagem de uma guerreira... E na hora em que ela abriu fogo abertamente contra Derya ele viu ali uma Rainha, que em meio a ganância e luxuria de uma corte era capaz de usar a força para fazer a outra cair.
Balançando a cabeça sem acreditar no que tinha visto no Salão, Yin Chang dá de cara com a Imperatriz Cixi, que se encontrava com um vestido branco, com flores bordadas com fios de ouros e seus cabelos presos em uma longa trança enfeitada com pequenas flores de Sakura.
— Espero que você esteja pensando em uma maneira de fazer minha neta sua Rainha! — A Imperatriz Cixi diz enquanto com um aceno de cabeça faz com que suas damas de companhia se retirem.
— Porque eu deveria fazer dela minha Rainha? — Yin Chang pergunta enquanto a Imperatriz Cixi o observa com seus olhos violetas, e depois dá um sorriso com seus dentes brancos.
— Vejo que recuperou as memórias! — Cixi fala enquanto se vira e começa a caminhar pelos corredores, fazendo com que Yin Chang tenha que acompanhá-la.
— Sim, recuperei!
— Então espero que você saiba que ela só fez tudo isso para te salvar, e tem mais, Majestade... Se Mira não for a Rainha, é bem possível que Derya, visando o Trono dê início a uma batalha silenciosa com a Mira.
— O que você quer dizer com isso?
— Que talvez a Derya tenha uma ajudinha para dar início a uma guerra silenciosa, e bem em baixo dos seus olhos! — A Imperatriz Cixi fala enquanto sorri com um sorriso que ocultava segredos, que se colocássemos numa balança certamente valeria uma fortuna.
— Você não seria capaz de ir contra sua própria neta... Sua preciosa Fire! — Yin Chang fala sorrindo, mas por dentro estava a fazer planos de como ir contra aquela mulher.
— Acredite se quiser, mas eu seria. Se for para ela ser uma Rainha, sou capaz de me aliar aos inimigos apenas para te ver encurralado.
— Você é louca! — Yin Chang fala enquanto a Imperatriz Cixi leva a mão esquerda até os lábios e esconde o riso.
— A uma guerra vindo, minha Majestade, e ela é mais feroz do que a Fúria de duas Rainhas que lutam há muitos anos, e essa guerra só acontecerá se Derya estiver no poder.
— Porque a Derya?
— Porque ela só visa o poder e mais nada... Quando Abhay era considerado o Herdeiro Supremo a Derya já visava o poder, e quando você foi considerado O Imperador Supremo do Reino Imortal, Derya visou você e o poder, mas quando a guerra chegar ela visara os dois Reinos e com isso, a Guerra será iniciada e Yin Chang, eu sei que você sabe a verdade sobre a Xo Bou pelas memórias de Dulal , e lhe peço que não fiquei bravo com a Mira, naquela época essa era a melhor escolha para as duas.
— Ela me escondeu a verdade! — Yin Chang fala enquanto para de frente a Imperatriz Cixi, que lhe olha com um olhar capaz de matar.
— Ela não sabia que estava grávida da Xo Bou, e você a feriu com suas cortantes palavras, não esqueça que foi você quem causou a fuga dela!
Ao dizer essas palavras a Imperatriz Cixi desvia de Yin Chang, que estava parado no meio do corredor e continua a andar pelo corredor até que para, e com sua voz sussurrante que desliza pelo vento.
— O Destino está dando uma segunda chance para vocês dois, espero que você aproveite, porque ele não é tão generoso assim... Ah, a Mira está te esperando no seu quarto, tenha uma boa noite, Sua Majestade!
Yin Chang continuou ali parado olhando o corredor deserto, iluminando pela luz da lua enquanto o som dos sapatos da Imperatriz Cixi ecoava pelos corredores até sumir, dando espaço a um silencio constrangedor por parte de um Rei que gostaria de se direcionar para o quarto onde estaria a mulher que ele desejava, mas antes disso ele teria de fazer algo, algo a respeito de uma mulher gananciosa que estava parada na sua frente com um sorriso de princesa, se formos compará-la a alguma princesa, talvez devêssemos compará-la a duas mulheres controversas da história... Lucrécia Bórgia e Ana Bolena, duas mulheres moldadas pela história como mulheres gananciosas e uma delas perdeu a cabeça.
— Olá! Yin Chang, será que podemos conversar? — Derya pergunta enquanto se dirigi até ele como um predador em direção a sua presa.
— Sim, podemos! — Yin Chang fala enquanto começa a caminhar pelo corredor apenas iluminado pelos raios lunares que entravam pelos arcos que se encontravam pelo corredor.
— Não podemos ir a algum lugar mais reservado para conversar? — Derya fala com um sorriso sedutor, capaz de fazer os homens se jogarem aos seus pés e seu perfume de sereia a deslizar no ar.
— Não, eu tenho coisas para fazer então temos que conversar depressa!
— Mas, Yin Chang, eu preciso conversar com você! — Derya disse enquanto corria atrás de Yin Chang, que a cada momento acelerava mais o passo querendo fazer com que ela desistisse.
— Então fala! — Yin Chang fala enquanto para bruscamente a fazendo ir com tudo contra suas costas, ao se dar conta de que sua cabeça está encostada nas costas de Yin Chang, Derya enrosca seus braços entre os vãos dos braços de Yin Chang, o abraçando enquanto pressiona os seios contra as costas largas dele.
— Yin Chag, eu estou com medo da Mira! — Derya fala enquanto pressiona mais ainda os braços em torno da cintura de Yin Chang, e seus seios contra as costas dele.
— Eu não sei o porquê de você está com medo dela, mas tem como me soltar? — Yin Chang fala enquanto retira os braços dela de entrono de si para então se vira para mesma.
Ela se encontrava banhada pela luz da lua, mas não via isso.
Ele apenas queria ir para seu quarto e encontrar a mulher que lhe esperava em sua cama, mas não, ele estava ali parado num corredor olhando para a Princesa das Sereias enquanto a mesma, com seus encantos tentava seduzir Yin Chang.
— Yin Chang, você não viu que ela tentou me matar? — Derya fala enquanto pisca com seus olhos de sereias e com falsa inocência.
Yin Chang apenas suspira e tenta encontrar uma forma de se retirar dali, antes que Yasmine com sua pistola pronta para atirar em Derya ou pior, uma mulher grávida que, além de ser Rainha é uma Guerreira que não desgrudava do chicote.
— Bem, eu não sei o que aconteceu para que ela quisesse lhe matar, mas deve ter algum motivo! — Yin Chang fala enquanto observa o corredor.
Derya, com seus olhos de sereias olha para Yin Chang como se não acreditasse no que ele tinha acabado de falar, sua mente não consegue entender aquilo e sem pensar ela segura na mão de dele, que se vira para ela com os olhos confusos.
— Yin Chang, eu nunca briguei com Mira, e tem mais, ela nunca gostou de mim, então eu não sei o motivo que a levou a fazer aquilo, por favor, Yin Chang, acredite em mim! — Derya fala enquanto segura a mão de Yin Chang e de seus olhos escorrem lágrimas que teriam enganado a todos, e bem Yin Chang estava sendo enganado pelas lágrimas que deslizavam dos olhos da sereia. — Eu não esperava que ela fosse me bater sem motivos, eu levei um susto quando ela veio para cima de mim com tudo.
— Derya... — Yin Chang fala enquanto com os dedos da mão limpa as lágrimas dos olhos da Sereia, que sorri para o mesmo.
— Yin Chang... — Ela fala enquanto inclina a cabeça contra a mão dele e fecha os olhos. — Por favor, acredite em mim!
— Ah, não acredito que você fez isso! — Yasmine, que estava parada na frente dos dois acompanhada de Xo Bou fala enquanto estala os dedos, pronta para briga e para a surra que daria em Derya.
Para Yasmine aquele momento era único, e ela estava esperando um momento como aquele como se esperasse a água que uma pessoa, que ficou dias no deserto espera... Desesperada.
E com um sorriso deu um passo à frente, pronta para acabar com a felicidade daquela sereia que estava a irritando.
— Eu estou louca para arranhar sua cara a dias!
Derya na hora puxa a mão que estava na mão de Yin Chang e dá um passo para trás, com medo do que Yasmine era capaz de fazer, os olhos da Rainha de Kon estavam escurecidos e suas unhas estavam afiadas como as unhas de um gato.
— Ainda não engoli o que você disse para a Mira há anos atrás! — Yasmine fala enquanto caminha até Derya, pronta para dar um golpe certeiro que a enviaria só de ida para bem longe e também para sete palmos de terra.
— Yasmine! — Yin Chang fala enquanto Xo Bou para na frente dele para que ele não se envolvesse na história.
— Cala-te, você não tem nada a ver com isso. Isso daqui é entre eu e essa Sereia que não sabe qual mar ficar.
Yasmine para em frente a Derya, que se encolhe ao ver os olhos da Rainha de Kon em brasa. Yin Chang, sabendo que a qualquer momento poderia rolar uma guerra, apenas suspira e se vira, ele sabe que não teria como impedir que Yasmine literalmente matasse a Derya, então para não se meter naquela briga que acordaria todo o palácio ele decide ir para seu quarto, para os braços de Mira.
Mira estava deitada na cama de lençóis brancos como a neve de Yin Chang de barriga para cima, olhando para o teto todo trabalhando em pinceladas delicadas de imagens de aves.
Ela rola para o lado, ficando de lado enquanto pensa se as suas escolhas a partir daquele momento lhe seriam uma punição ou uma dádiva, ela não sabia se Yin Chang e Ela ficassem juntos a partir daquele momento ela seria considerada uma mulher fácil e que apenas queria o trono, então ela rolou outra vez ficando de lado enquanto pensava em Dulal, que com seus sentimentos lhe penetraram fundo, lhe dando um fruto daquele amor passageiro, ela alisa a barriga enquanto sente um toque em cima da mesma, o toque é frio como a neve, mas para a criança que se encontrava agitada em seu ventre era como um toque delicado, o que o fez parar.
— No que está pensando? — Yin Chang, que estava deitado atrás dela pergunta, sua mão ainda se encontrava em cima do seu ventre.
— Na vida, apenas em como vai ser a partir de agora! — Mira fala enquanto Yin Chang a faz se virar, ficando deitada com a barriga para cima, sem pensar Yin Chang se coloca em cima dela e passa a olhar naqueles olhos vermelhos.
— Mira, porque você se encontra no meu quarto? — Yin Chang pergunta enquanto lhe toca o rosto.
— Porque eu precisava falar com você, precisava saber se você seria capaz de aceitar o que vem pela frente!
— E o que vêm pela frente?
— Posso apenas lhe dizer que o que vêm pela frente tem a ver com você e eu! — Mira fala enquanto escorrega para cima, deitado nos travesseiros que se encontravam atrás dela.
— E o que tem a ver com a gente? — Yin Chang fala enquanto Mira fica deitada na frente dele, com apenas um robe que esconde aquilo que ele mais deseja.
— O Nosso futuro! — Mira fala se inclinando para frente e passa a palma da mão no rosto de Yin Chang, e logo depois com essa mesma mão desliza pelo pescoço dele em direção a nuca do mesmo.
Yin Chang arregala os olhos quando vê Mira deslizar as unhas pintadas de vermelho pela pele da sua nuca, lhe causando um arrepio que não passou despercebido pela mesma, que lhe sorri enquanto lhe puxa para si.
Era como um deja'vu que Yin Chang estava sentido, mas diferente do Deja'vu, Mira lhe beijara enquanto rodeava seu pescoço com seus braços, o fazendo cair em cima dela, mas ele com a palma das mãos evita que o peso de seu corpo se encontre com seu ventre.
Algo deslizava entre os dois, se era energia ou apenas prazer, nenhum deles sabia, apenas que os beijos foram se tornando mais violentos, as mãos tão gulosas como desesperadas arrancavam as roupas, seus corpos tão febris como um deserto não conseguiam se desconectar, suas mentes apenas neblinadas pelo prazer não viam nada.
Ying Chang então rola para o lado levando Mira, que fica por cima dele, suas pernas prendendo a cintura de Yin Chang, sua pele febril se encontrava com a pele quente de Yin Chang a fazendo gemer enquanto jogava a cabeça para trás, seu robe se encontrava aberto, apenas cobrindo os seios esperando que Yin Chang arrancasse do corpo dela e distribuísse beijos pela pele dela.
Sem pensar ele se ergueu na cama e com as mãos de um desesperado puxou o Robe da mesma para trás, revelando seios fartos e uma barriga saliente de uma gravidez já avançada, com sua boca salivando e sua língua quente distribuiu beijos quentes desde do ombro até os seios, a fazendo jogar a cabeça para trás e aberto as pernas em torno a cintura de Yin Chang, que lhe deu uma mordida no ombro.
E sem pensar os dois se entregaram a paixão contida dentro de si como uma bomba preste a explodir, os corpos deles se grudaram e não soltaram mais, as mãos não sabiam mais o que fazer, o suor escorrendo entre os dois, os corpos se contorcendo de prazer e apenas uma lembrança do que um dia os dois foram sem outro lhes passaram pela mente.
Enquanto Mira se entregava a uma paixão passageira que lhe marcaria pelo resto da sua vida, Yin Chang se entregou a uma solidão que ele próprio não sabia o porquê, mas ali estavam os dois se entregando um ao outro como era para ser.
Corpos suados, mãos entrelaçadas, uma cama desarrumada e um coração que dois unidos formaram, enfim, o destino encontrou aqueles que deviam estar juntos desde de sempre, foi a partir daquele momento em que aquele casal viveria noites quentes que lembrariam o verão e dias doces que lembrariam a primavera.