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Chapter 5 - Aquela que não se deve ser nomeada

Se todos os reis fossem espertos como Kadar e Volkan temeriam uma Rainha, não porque ela era rainha, mas sim porque ela era uma mulher, e como todo homem sabe, as mulheres são capazes de acabar com uma guerra ou começar uma quando menos se espera, e eles sabiam que aquela Rainha não era como as outras rainhas, aquela era capaz de entrar numa guerra com as mãos vazias e mesmo assim ganhar, como também era capaz de acabar com uma guerra que nem se quer começar numa mesa de jantar com os seus olhos afiados escondendo as ameaças por trás de um sorriso de rainha.

E aquela mulher que tinha atravessado as portas de gelo do grande salão do Trono, estava com um sorriso que por detrás se encontrava uma mulher furiosa.

— Volkan, Kadar, como vão? — A mulher perguntou com os olhos violetas os observando enquanto andava até uma cadeira feita de gelo que se encontrava num dos lados do trono.

A mulher possuía longos cabelos negros que pareciam assas de um corvo e mechas violetas e vermelhas, usava um longo robe branco com flores douradas costuradas com fios de ouro, e na cabeça uma fina tiara que passaria despercebida se não fosse pela pedra que se encontrava no centro.

— Vamos bem Cixi e Vossa Graça, como está? — Volkan pergunta enquanto Kadar ergue a mão fazendo com que uma das serventes que estavam no salão levasse uma bandeja com três taças de gelo até eles.

— Onde está a minha neta, Volkan? — Cixi pergunta com seus olhos violetas a observarem aqueles dois homens que se encontravam na frente da mesma.

Volkan se mexe desconfortável com os olhares que a Imperatriz Cixi lhe envia, assim como Kadar sente sua espinha gelar ao ver que a Rainha estava os testando para ver qual seria a resposta dessa pergunta.

— Minha Graça... — Kadar fala, mas ao ver que a Imperatriz Cixi estava com seus olhos violetas como afiadas adagas, engole em seco rezando para todos os deuses, inclusive para o pai de seu amado filho.

— Não quero palavras que me digam que está bem. A quero aqui na minha frente, AGORA! — Ela fala batendo a parte de baixo do copo de gelo contra o braço da cadeira.

A Imperatriz Cixi não estava para brincadeira, naquele momento à única coisa que ela queria era ver a neta, nem que para isso tivesse que apelar para o medo que aqueles dois homens sentiam dela, ela conseguia sentir o cheiro de medo no ar, e depois de ver que aquele medo estava fincado como raízes de ervas daninhas, sorriu para os dois com seu tão famoso sorriso de Imperatriz Pronta para a guerra.

— Então, Volkan, onde está a sua filha, minha neta? — Ela pergunta enquanto com aquele mesmo sorriso se ergue como uma Imperatriz que ela era leva o copo de gelo até os lábios, deixando que um pequeno fio de vinho lhe escorresse para dentro de sua boca enquanto com a mão esquerda deslizava a ponta da espada no chão de granito do Salão do Trono.

— A Mira... Ela... Ela... — Volkan não consegue terminar a frase porque nem ele mesmo sabe onde se encontra sua filha.

— Não quero palavras vazias, Volkan... Quero minha neta, ou será que vou ter que desenhar para que você entenda isso? — Ela fala enquanto caminha em direção a Volkan com sua espada se arrastando pelo chão com a ponta deixando rastros de destruição, ele sabe que a Imperatriz Cixi não era uma Imperatriz qualquer... Por isso que quando ela colocou a espada no seu pescoço, sabia que ela o mataria se não falasse onde estava a neta da mesma.

A Imperatriz Cixi se encontrava pronta para dar o bote a qualquer momento em cima de Volkan se ele continuasse a não querer falar onde se encontrava Mira, ela estava pronta para mostrar a todos os homens que ela não era apenas uma Imperatriz, mas sim uma mulher que faria de tudo pelo seu bem mais precioso, e Volkan não tinha cuidado do seu Precioso Rubi, que no caso era sua filha, mãe de Mira e pelo que as visões da mesma mostrava, Mira teria que fazer escolhas que lhe trariam a felicidade, mas antes dela chegar a tristeza lhe será companhia e uma nova guerra será iniciada.

— Minha Graça, por favor, fique calma! — Kadar fala enquanto tenta encontrar uma solução para aquilo.

Mas Cixi não vê solução, ela quer a ação porque para ela Reis e Rainhas não eram apenas tronos e Salões de Tronos como eram Volkan e Kadar eram os Reis e Rainhas eram o sangue derramado, o suor que escorria e a poeira de um povo, porque Cixi era uma Imperatriz que teve o sangue derramado, o suor a escorrer e a poeira de um povo a cobrir sua armadura enquanto Volkan e Kadar eram Tronos e Salões de Tronos.

Ela olha para Kadar e depois para Volkan com seus olhos violetas a brilhar, enquanto com a espada contra o pescoço de Volkan sorri. Não era o sorriso de uma Imperatriz, era o sorriso de uma mulher que estava a tramar suas armadilhas para cima daqueles dois homens, se formos parar para observar, a Imperatriz Cixi não usava seus poderes porque sua força e palavras já causavam medo, assim como sua beleza era odiada.

— Volkan, meu querido Genro há anos quero lhe matar, mas eu fiz uma promessa a Yuri, mas vejo que essa mesma promessa pode ser quebrada por uma justa causa! — Ela fala enquanto crava mais ainda a espada no pescoço de Volkan, que lhe olha com os olhos arregalados.

Ele sabe que ela o odeia pelo que aconteceu, sua preciosa filha se desfez em pétalas por culpa dele e ele apenas fez um jardim em homenagem a ela enquanto usava seus poderes de Princesa do Reino das Fadas e deixava que sua preciosa Fire fosse feita de saco de pancada dos irmãos. Sim, a Imperatriz Cixi se pudesse mandava matar Volkan mas se ela fizesse isso, ela seria como a Rainha Sangrenta e isso ela não queria, ela apenas queria que sua filha fosse vingada, assim como sua neta que sofrera nas mãos dos próprios irmãos.

— Minha Graça... — Kadar fala se colocando de pé com seu cetro na direção da Imperatriz Cixi

— Cala-te, Kadar... A anos venho querendo fazer do Volkan uma lição para todos os homens do Reino Imortal! — Cixi fala com a espada contra o pescoço de Volkan, e na mão esquerda uma luz violeta sai e assume a forma de fogo. — Será que deveria te queimar vivo? Ou te desfazer em fumaça?

Volkan olha para a Imperatriz Cixi com os olhos arregalados, com medo do que aquela mulher é capaz de fazer, se aqueles dois homens fossem mais espertos tentariam usar a vantagem de que ela não estava em seu reino e se ela matasse um dos Reis dos Reinos seria declarado guerra, mas não, o medo parecia domar os pensamentos dos dois que olhavam para aquela mulher com medo.

— Cixi, por favor! — Volkan fala enquanto ergue as mãos juntas como um ato de perdão.

Cixi ao ver que aquele Rei seria capaz de se humilhar para ter o perdão dela sorri com o já conhecido sorriso de Imperatriz, e tira a espada do pescoço do mesmo e dá um passo para trás.

— Fique de joelhos, Volkan... Quero ver você pedir perdão como um miserável! — Cixi fala com seus olhos violetas cravados em Volkan, que a olha com os olhos arregalados, ele é um Rei e vai ter que pedir perdão de joelhos para uma mulher?

Volkan, sem alternativa engole em seco enquanto se levanta do trono de Gelo e vai até o centro do Salão de Trono, se um dia um Rei se humilharia como Volkan estava fazendo era para ficar na história, ainda mais se esse mesmo Rei estivesse se humilhando de joelhos aos pés de uma mulher, mas não uma mulher que lhe seria apenas uma Imperatriz, mas sim uma mulher que lhe causa medo. Sim, Volkan se ajoelhou aos pés da Imperatriz Cixi enquanto a mesma lhe entregava os sapatos de couro aos quais o mesmo se encontrava a beijar como um miserável que lutava pela vida.

— Isso, Rei Volkan, beije meus pés em nome da minha filha morta por sua culpa! — Cixi fala enquanto Volkan lhe beija os sapatos de couro sobre o olha assustado de Kadar. — Mas sabe, isso não quer dizer que lhe perdoe! — Ela fala enquanto ergue a espada que reflete o brilho do Salão e com o olhar violeta desliza a espada em direção ao pescoço de Volkan.

— Não!

Cixi ouve uma voz conhecida atrás de si e vira dando de cara com Mira, com o braço esquerdo por cima do ombro de um homem, mas antes mesmo de poder fazer qualquer coisa Mira já se encontrava na sua frente aos pés da mesma.

— Minha Graça... Não, minha avó por favor não faça isso! — Mira fala enquanto lhe agarra um pedaço do robe fazendo com que Cixi deixe com que a espada caia de sua mão.

— Mira? — Cixi pergunta enquanto olha para a mesma ajoelhada aos seus pés.

Cixi não consegue acreditar que sua Preciosa Fire se encontra na sua frente.

— Vovó, por favor, perdoe meu pai, lhe suplico! — Ela fala enquanto se afasta um pouco da mesma colocando a cabeça entre as mãos que se encontravam no chão.

— Minha pequena Fire. — Cixi fala enquanto se agacha para poder então tocar no ombro de Mira, que encolhe ao toque da avó, que franze as sobrancelhas e depois vê o sangue em seus dedos.

Ao olhar no ombro de Mira vê que ela está sem a parte de cima de sua armadura e o sangue está a deslizar pelo seu ombro, manchando o chão, Cixi ao se dar conta de que a mesma se encontra ferida a ergue e olha para a mesma com um olhar preocupado.

— O que aconteceu, Minha pequena Fire? — A Imperatriz Cixi pergunta enquanto a porta do grande Salão do Trono é aberta e por ela passa Abhay, Yasmine e Derya.

Assim que os três entraram no Salão Do Trono ficaram assustados ao verem Volkan aos pés de uma mulher que tinha uma espada na mão, enquanto com a outra abraçava Mira que geme de dor, a roupa de baixo de Mira se encontra ensopada de sangue que escorre entre suas pernas que deslizava em direção ao chão.

— Sofremos uma emboscada ao caminho daqui! — Dulal fala dando um passo à frente com a espada ao lado, enquanto coloca a mão esquerda contra o coração e abaixa a cabeça em sinal de respeito. — Imperatriz!

Cixi então olha para Dulal, que estava parado ao lado de Yin Chang, que ainda tinha a pequena Xo Bou nos braços adormecida, mas ela fica a olhar para Dulal com um olhar de carinho e sabe que aquele homem é o homem que se encontra casado com sua neta.

— Como assim sofreram uma emboscada? O que aconteceu de verdade? — Cixi pergunta enquanto ajuda Mira a se sentar numa cadeira de gelo, enquanto Volkan se levanta do chão e vai até perto da filha.

Volkan sabe que ao se humilhar aos pés de Cixi ele seria deixado de lado por um tempo, mas no momento em que sua filha se jogou aos pés da Imperatriz Cixi ele sabia que seria deixado de lado para sempre.

— Filha? O que aconteceu? — Volkan pergunta enquanto se coloca ao lado da cadeira da filha, o sangue da mesma suja a cadeira de gelo de onde sai uma fumaça.

— Sofremos uma emboscada ao caminho daqui! — Mira fala enquanto sua avó estava com seu colar perto da ferida.

— Isso já sabemos, pequena Fire, mas o porquê da emboscada... Melhor o porquê de você virem até aqui?

Cixi olha para Mira, que fecha os olhos quando o colar de sua avó encosta no seu ombro fazendo com que uma fumaça saia dali enquanto os tecidos voltam ao local, assim que passa a dor, Mira abre os olhos e olha para a sua avó.

— Eu não sei o porquê da emboscada, apenas que de uns dias para cá tenho sentido como se o fogo estivesse inquieto e as fadas que a senhora colocou para me observar estavam sumindo uma por uma, para entender o que estava aconteceu decidi vir para cá, mas Dulal não me deixaria vir sozinha, então ele veio comigo e a Xo Bou não fica sem um de nós dois.

— Então no calar da noite decidimos sair do reino e vir até aqui, Mira queira vir pela quebra do tempo, mas achamos que poderíamos deixar rastros pelo caminho, então viemos pela Floresta Negra até o Lago Sagrado onde um grupo de homens de preto estavam nos esperando. Quando vimos que eles estavam com espadas, pedimos para que a Xo Bou corresse enquanto lutávamos com eles, conseguimos fazer com que muitos ficassem machucados ou fossem mortos, mas não vimos que um deles escapou e atirou na Mira.

— Homens de preto? O Lago Sagrado não pode ser atravessado por imortais por causa das Leis Celestiais, então as pessoas que lhes atacaram podem ser humanos! — Cixi fala enquanto anda de um lado para o outro.

Ela sabe que se Mira foi atacada, não resta dúvidas de que pode ter outro ataque contra Mira, ainda mais agora que os poderes da mesma se encontravam fracos e centrados em um só lugar como forma de escudo.

— Eu acho que eles eram imortais. Eles conseguiam conjurar escudos feitos de fogo e de gelo! — Dulal fala enquanto anda até Mira e para ao lado dela.

— Espera, você está dizendo que eles podiam conjurar escudos dos dois reinos? — Kadar fala enquanto bate seu cajado de gelo no chão.

— Sim, eles conseguiam conjurar, me parece que eles não queriam pegar nem eu ou a Mira... Mas a Xo Bou! — Dulal fala enquanto Mira ofega.

Sim, Mira sabe que eles não queriam nem ela nem Dulal, mas sim, sua filha, seu bem mais precioso e a única pessoa que a ligaria ao homem que no momento se encontrava com Xo Bou nos braços enquanto o mesmo a olhava maravilhado com a pequena.

— Mas porque eles estariam atrás da Xo Bou? — Kadar pergunta enquanto observa Yin Chang com a criança no colo, ele pode ver que Yin Chang se encontra maravilhado com a criança, enquanto a mesma dorme, ele quer ir até eles e ver o que aquela criança tem de tão fascinante... Talvez seja porque ela é...

— Ela é minha bisneta... Filha da minha neta e futura Princesa do Reino das Fadas — Cixi fala enquanto se coloca na frente de Mira e puxa a roupa dela para baixo revelando um abdome definido e seios firmes cobertos pelos longos cabelos negros.

— Vó, o que a senhora está fazendo? — Mira pergunta tentando se cobrir, mas sua vó puxa as suas mãos para longe de seu corpo, enquanto com um aceno de cabeça chama uma das suas acompanhantes que vai até a mesma e se ajoelha enquanto lhe entrega um pano limpo.

— Quero ver se você está bem! — Cixi fala enquanto com o pano limpo tira o sangue da pele de Mira a procura de mais ferimentos.

— Eu estou bem, vó... Já disse que estou bem! — Mira, enquanto dava um tapinha na mão de sua avó que a olhou com um olhar zangado e pronta para bater em Mira.

— Fique parada, você não está em condições de falar nada, seus poderes estão oscilando e me parece que eles estão sumindo! — Cixi fala fazendo todos arregalares os olhos para aquela informação.

Mira então olha para sua avó com um olhar que lhe dizia: Cala a boca! Mas a Imperatriz Cixi estava a olhando com um olhar que daria medo em quem não a conhecesse.

— Não adianta me olhar assim, pequena Fire, seus poderes estão oscilando e num momento você pode ficar desprotegida sem eles, e eu não quero isso! — Cixi fala enquanto puxa outra vez os braços de Mira para longe do seu corpo e os amarrando com uma corda encantada.

— Eu já disse que não preciso disso e porque você me amarrou?

— Ora essa, minha Querida Fire, eu preciso ver se está tudo bem com você e ver se seus poderes ainda se encontram canalizados!

Mira bufa enquanto sua avó, com suas mãos canalizadas de poderes desliza pelo seu corpo atrás de algum rastro de poderes deixados para trás, mas ela não consegue ver o poder a deslizar pelas veias da mesma apenas canalizado num só lugar, ela olha para a Mira com um olhar que diz tudo e a mesma sabe que sua avó descobriu a verdade.

— Você estava ficando sem poderes, então não poderá participar de qualquer atividade de risco! — Cixi fala enquanto se ergue dando espaço para que todos possam ver o corpo seminu de Mira.

— Nem ouse me deixar de fora dessa guerra, está me ouvindo? Eu não vou ficar parada esperando que venham tentar levar minha filha!

— Não estou perguntando se você quer participar da Guerra ou não, estou declarando que você não vai participar devido a sua condição.

— Ora essa, vovó a senhora participou da guerra grávida da minha mãe e a ganhou, então porque eu não posso participar? — Mira pergunta com um olhar prepotente enquanto cruza os braços embaixo dos seios, os fazendo se destacarem em meio aos cabelos negros.

— Porque seus poderes estão desaparecendo e você pode morrer, entendeu? — Cixi fala enquanto com seus olhos violetas encara a neta como se pudesse a fazer ficar trancafiada na mais alta torre do reino.

— Entendi, sua linda! — Mira fala enquanto se levanta do trono de gelo e vai até Yin Chang, que estava com Xo Bou ainda nos braços.

Mira para na frente de Yin Chang, que a olha tentando somente olhar no seu rosto e não nos seus seios que estavam cobertos apenas com os seus cabelos longos, ela sabe que todos a estão observando, inclusive seu marido.

— Bem, acho que vou levar minha filha para algum quarto... Ela precisa descansar! — Mira fala enquanto toma dos braços de Yin Chang a sua filha, fazendo com que o mesmo sentisse um vazio no peito ao ter aquela menina tomada de seus braços.

— Mira!

— Já sei, não participar dessa guerra... Mas não quer dizer que eu não possa estar aqui, no meio dela! — Mira fala enquanto se retira do grande Salão acompanhada do marido, que lhe cobre com a capa escarlate.

— Você acha que ela vai tentar participar dessa guerra mesmo sem poder? — Abhay pergunta enquanto vai até um dos tronos que tem no grande salão e ao seu lado Yasmine.

— Se ela for que nem a mãe é bem capaz dela tentar nos convencer que ela tem que ir! — Cixi fala enquanto vai até um dos três tronos que tem no centro do salão.

— Bem, então temos que colocar seguranças na porta do quarto dela! — Kadar fala enquanto ajuda Volkan a se sentar num dos três tronos.

Se todos estivessem observando, assim como a Imperatriz Cixi estava teriam visto que Kadar estava com um pequeno lenço no pescoço de Volkan, enquanto o mesmo estava com sua mão esquerda por cima da mão dele, se aquela imagem fosse algo anormal para os outros, para a Imperatriz Cixi não era.

— Não se preocupe, o marido dela não vai deixá-la sozinha um minuto, ainda mais agora! — Cixi fala olhando para Yin Chang, que desvia o olhar.

Sim, A Imperatriz Cixi sabia do envolvimento dos dois, mas também sabia que Mira estava feliz com o marido, mas lá no fundo sabia também que Mira sempre amaria Yin Chang assim como ele estava começando a amar Mira, mesmo sem saber o motivo.

— Quer dizer que aquele homem que estava com a Mira é o marido dela? — Derya pergunta tentando esconder o sorriso de satisfação pela notícia.

Derya estava tão feliz por saber que Mira enfim saiu do seu caminho para o trono, agora ela poderia fazer seu caminho até Yin Chang sem se preocupar com uma mulher mais forte que ela, agora ela tinha o caminho livre. A Imperatriz Cixi ao ver que a princesa das sereias estava planejando usar isso ao seu favor, sorri para a mesma como um predador que decidi usar seu sorriso apenas para atrair a vítima.

— Princesa, por favor, não tente usar esse fator a seu favor que você não vai conseguir, você apenas fará que o destino seja mais esperto do que uma sereia a dar o bote, então por favor, fica aí quietinha no canto que seu papel de Princesa Indefesa já está desmoronando. — A Imperatriz Cixi falou com uma voz tão mansa que não teria passado de um conselho se Derya não tivesse visto o brilho de sarcasmo nos olhos violetas da Imperatriz . A Princesa das Sereias estava tentada a fazer o papel de vítima e pedir para o Rei do Reino de Kon mandar decapitar a Rainha se o mesmo não fosse um homem que temesse a mesma.

— Imperatriz Cixi? — Kadar fala tentando parecer preocupado ou zangado, mas por dentro está feliz por alguém poder dizer aquelas palavras para Derya.

— Que foi? Eu só disse a verdade, além do mais, eu estou tentada a lhe bater, Princesa das Sereias, mas eu fiz uma promessa de não me envolver nos problemas do Império Imortal, mas a tentação é grande com você com essa cara de coitada na minha frente.

Derya estava com os olhos arregalados como um peixe depois de ser espremido e os outros estavam apenas observando o momento. Yasmine estava quase para bater palmas, enquanto Abhay olhava para a Imperatriz Cixi com os olhos de indignação pelas palavras proferidas pela Imperatriz que se pudesse teria se desfeito de Derya no primeiro momento.

— Vamos falar agora sobre o que aconteceu com Mira e sua família, ou vamos começar uma guerra aqui dentro mesmo? — Volkan fala tentado fazer todos voltarem ao assunto.

— Se quiser posso começar uma agora, mas eu tenho uma guerra mais importante que essa que tenho certeza que ganharei. Então me parece que aqueles homens sabiam que eles veriam.

— Sim, mas como?

— Bem, espera... Zung? — A Imperatriz Cixi fala convocando uma das fadas que aparece em meio a uma luz.

— Sim, Minha Imperatriz? — A fada de cabelos rosa fala enquanto se curva na frente da mesma em sinal de respeito.

— Convoque as fadas que vigiavam a minha neta e veja como está o fogo.

— Sim, Minha Imperatriz ! - A fada fala enquanto desaparece em meio a uma luz rosa.

— Minha Graça, a senhora acha que foi uma das fadas?

— Não acho, mas tenho que tirar as dúvidas que tenho e...

A Imperatriz não pode terminar de falar porque naquela hora acabara de entrar um dos guardas do castelo ofegante enquanto se ajoelhava na frente de Kadar.

— Meu Rei, alguém invadiu o castelo!

— Como assim? — Kadar fala se levantado do Trono e olhando para o guarda, que mantinha a cabeça abaixada.

— Não sabia que tinha ocorrido uma briga perto do lago Sagrado, então não ficamos de prontidão perto do portão sul, o que fez com que o invasor entrasse pelo portão, mas num certo momento ele encontrou um dos guardas que deu o alarme antes de ser feito de estatua!

— Estatua?

— Sim, ele foi feito de estatua de gelo!

— Mira! — A Imperatriz Cixi fala enquanto corre para fora do Salão do Trono fazendo com que os outros fossem atrás da mesma pelos corredores do castelo.

Enquanto corriam pelos corredores do castelo, todos ficavam em alerta para devidas ameaças que poderiam aparecer no caminho, o medo deslizava pelas veias de Kadar e Volkan com o que poderia ter acontecido com Mira.

Quando a Imperatriz chegou em frente as portas do quarto de visita, viu as amas todas de fora com medo e encolhidas num canto com a pequena Xo Bou entre elas a observar a porta fechada do quarto.

— O que aconteceu? — A Imperatriz Cixi pergunta enquanto observa a bisneta, que não tirava os olhos da porta fechada do quarto.

A pequena não se encontrava mais chorando, apenas com um olhar vago observando a porta e sua face obscurecida por algum sentimento que a mesma não sabia.

— Estávamos ajudando a Princesa a trocar os lençóis para que a pequena dama pudesse dormir quando entrou um homem de preto e partiu para cima da Princesa a fazendo cair na cama, então o marido dela entrou e pediu para que tirássemos a pequena dama do quarto enquanto ele tirava o homem de cima da Princesa.

Foi então que ouviram um barulho de algo caindo, sem pensar Yin Chang correu para abrir a porta do quarto dando de cara com um homem de preto jogado na cama e por cima do mesmo Dulal com a espada contra seu pescoço.

— Ah, vocês chegaram! — Mira disse enquanto ia até a pequena penteadeira que estava no canto do quarto e enchia uma taça de gelo com vinho.

— Mira o que aconteceu?

— Bem, eu estava aqui arrumando as coisas para que minha filha pudesse dormir quando esse homem louco apareceu e foi para cima de mim! — Mira fala enquanto leva a taça até os lábios, mas ao ver os olhos de sua avó decidi não beber o vinho. — Tudo bem, não vou beber!

Se todos tivessem parado para observar teriam visto que a Mira estava apenas com um robe escarlate, que lhe marcava as curvas do corpo e dava ar a imaginação masculina, mas não, todos estavam olhando para Dulal, que tinha a espada cravada contra o pescoço do homem.

— O que acha de nos contar o que você queria com o atentado contra a minha mulher? — Dulal fala com uma voz sombria enquanto crava mais ainda a espada no colchão perto do pescoço do homem, que arregala os olhos.

— Nunca! — Fala cuspindo contra o rosto de Dulal, que fecha os olhos para tentar conter a ira que lhe toma o corpo.

— Nunca? Tem certeza? — Mira pergunta enquanto toca o pequeno colar que se encontra no seu pescoço, o fazer tomar a forma de um chicote que a mesma estala no ar antes de o direcionar até o pescoço do homem, que tenta fugir da mira mas não consegue porque Dulal o puxa para cima, fazendo com que o chicote se enrosque no pescoço do mesmo.

— O que você estava dizendo mesmo? — Dulal pergunta enquanto o homem se sufoca com o aperto que o chicote lhe causa no pescoço. — Bem, a minha esposa, digamos não é uma mulher que consegue ficar calada, então acho melhor você nos dizer o porquê de você ter atentado contra a vida da minha mulher!

— Nunca! — O homem fala enquanto tenta tirar o chicote que se encontrava enrolado em torno do seu pescoço, mas quanto mais ele tentava mais o chicote o sufocava.

— Você só sabe falar nunca por acaso? — Mira pergunta enrolado o cabo do chicote entorno da mão e se dirigindo a cama, e se sentando do lado do homem.

Yin Chang e os outros não conseguem acreditar no que estão vendo, Mira estava literalmente vestida para uma guerra se tirarmos o fato dela estar de robe, mas em seus olhos se podia ver a ira de uma mulher capaz de tudo para fazer aquele homem falar, Mira então olha para Dulal, com um olhar que lhe transmite uma mensagem o fazendo sorrir enquanto pega uma pequena adaga que se encontrava no cinto.

— Vou poder brincar com a minha mais nova adaga! — Dulal fala enquanto desliza pelo rosto do homem a lamina fria da adaga, fazendo o mesmo arregalar os olhos com medo de que aquele homem com a adaga lhe fincasse em algum momento a adaga no rosto.

— Dulal, não somos assassinos! — Mira fala enquanto afrouxa um pouco o aperto do chicote no pescoço do homem, o fazendo suspirar aliviado por poder respirar direito.

— Falou à mulher que quase matou o marido a base de cadeira atirada!

— Eu já pedi desculpas por aquele dia, você sabe como eu fico quando estou emotiva.

— Claro que sei, você atira facas, usa seu chicote e cadeira para tentar me matar.

— Quer que eu atire você pela janela? — Mira pergunta com uma sobrancelha erguida enquanto os outros arregalam os olhos para aquelas informações.

Eles não esperavam que Mira fosse capaz de fazer aquilo, mas a Imperatriz Cixi já esperava, assim como Volkan também, já que o mesmo quase foi morto por sua mulher em quase todas as gestações que a mesma tivera.

— Não precisa meu amor, eu vou ficar aqui quietinho no canto tá, então pelo amor dos Deuses, não fique emotiva!

— Ora essa, Dula,l eu não sou tão má assim! — Mira fala enquanto enrosca mais ainda o chicote entorno da mão fazendo com que o mesmo se enroscasse mais ainda no pescoço do homem.

— Claro que não! — Dulal e Xo Bou falam juntos e depois caem na risada, fazendo com que os outros fiquem se perguntando o porquê da risada enquanto a Imperatriz Cixi olhava para sua neta e via que ela estava mais leve e solta.

Mas depois voltou seus olhos para o homem que estava sendo quase enforcado pelo chicote e fala: — Levem-no a sala de interrogação e Mira, pelo amor dos Deuses não mate seu marido ainda, vocês ainda têm seis meses pela frente.