-Ano de 2050, um jovem cientista finaliza a sua mais nova invenção, uma máquina capaz de viajar no tempo, a mente por trás desse feito é Lumiel, o filho mais novo e o prodígio da família Herquio.
• "Pronto... Tudo finalizado com sucesso, reator de partículas inserido, e núcleo de energia carregado. Se tudo correr com base em meus cálculos, conseguirei chegar à época e Cidade de Jesus Cristo."
-Sistema ligado-
•"Deixa eu ver... Armadura de fibra de carbono e liga metálica, espada negra de aço tipo 5, ração militar, e líquido de hidratação... Tudo pronto pra primeira viagem no tempo da história da humanidade."
"Hora de colocá-la em prática."
Um clarão então toma conta do laboratório altamente tecnológico.
O ar gélido picava a pele de Lumiel, mesmo estando vestido uma armadura de fibra de carbono da era moderna. A tosse rouca que o atingiu foi um lembrete brutal da realidade: ele não estava mais em seu laboratório, cercado por equipamentos altamente tecnológicos. Estava em um acampamento militar. A tosse passou, e ele se sentiu um pouco melhor, observando o movimento frenético ao redor. Soldados britannianos se preparavam para a batalha.
" Você acordou... sou Lucas, o general do primeiro regimento, não pensei que o aventureiro que viria se juntas a nós seria tão jovem... Mas oque vc estava fazendo deitado na floresta?"
"Eu... Eu estava meio bêbado e acabei dormindo, peço desculpas pelas minhas ações... A propósito, me chamo Lumiel."
"Não precisa se desculpar, vários aventureiros fazem isso, só te peço que não faça isso antes da nossa batalha. Vou passar a situação para você, a alguns dias o exército do Reino da Somália avançou a fronteira do nosso Reino, como você já sabe, o primeiro regimento foi movido para a fronteira oeste, nosso objetivo é parar o avanço do exército inimigo, vamos armar uma emboscada para aumentar as nossas chances de vencer, então não se preocupe."
(Não acredito que meus cálculos deram errado.... DROGA! Era pra eu estar em Jerusalém, bem no nascimento de Jesus, mas onde eu vim parar? Tenho certeza que minha máquina do tempo não estava junto a mim... Estou preso nesse mundo, e não posso mais voltar para casa... Tenho que sobreviver, não importa como.)
Ele, Lumiel, o brilhante - ou pelo menos era - cientista que ousara desafiar o tempo, agora era tratado como um aventureiro de classe C. Sua máquina do tempo, um orgulho de anos de pesquisa e dedicação, havia falhado miseravelmente, cuspindo-o em um mundo medieval de fantasia - um mundo com elfos, anões, Demi humanos, e criaturas que ele só conhecia de livros de mitologia. A ironia não lhe escapava: o homem que planejava testemunha o nascimento de Cristo, estava preso em um conflito entre dois entre dois reinos, forçado a lutar por sua sobrevivência. Seu corpo magro e sua aparência comum - cabelos e olhos castanhos, altura e compleição médias - não o diferenciavam dos muitos soldados que o cercavam. Mas a frieza em seu olhar, a sagacidade em seus movimentos rápidos e calculados, denunciavam algo mais. Algo perigosamente manipulador por trás da fachada de um aventureiro inexperiente.
A visão de Roman, terceiro príncipe de Britânia, um jovem de rosto nobre e expressão séria, o confirmou. O príncipe, observando as defesas, parecia ansioso.
Lumiel, apesar de seu desprezo pela situação, havia demonstrado habilidades inesperadas na batalha contra o exército do Reino da Somália. Suas estratégias, cruéis e eficazes, haviam sido a chave para a vitória Britanniana, embora ninguém soubesse que ele as tinha planejado usando os princípios de seu mundo.
A recompensa pela sua contribuição na batalha e por ter salvo a vida do terceiro príncipe, o título de Barão e uma pequena, miserável, e isolada vila na fronteira com o Império de Omã. Uma terra árida e pobre, onde desenvolvimento, para o otimista, seria um árduo trabalho de anos. Mas para Lumiel... Bem, ele já avia enfrentado desafios maiores.
Agora, de posse de um pequeno feudo e de um título nobiliarquico, o Barão Lumiel se encontrava diante de um futuro incerto.
A sobrevivência da vila era apenas o começo de seus problemas; um passado que o assobrava e o destino daqueles que o rodeavam dependia de suas escolhas. Ele sabia que havia um objetivo maior para sua estadia neste mundo; algo além da mera sobrevivência. Mas a sombra dessa tarefa maior pairava no horizonte, silenciosa e sinistra, aguardando o momento certo para se revelar. Ele sentia isso, como uma ameaça latente, mas deixava-se perder em pensamentos.