Nas planícies do Império de Eryndor há uma pequena vila chamada Verdham. Afastada do caos do grande império e suas guerras os camponeses de Verdham prosperaram a sua maneira. As florestas de galhos espessos tornaram-na uma vila pouco conhecida e pouco explorada para o comércio do Império, deixando os cidadãos de Verdham experienciarem uma paz desconhecida por muitos... Mas que está prestes a mudar.
Yon, um jovem camponês com seus 14 anos, órfão desde os 4 anos de idade, seu pai e mãe mortos na última grande guerra fizeram-no um homem muito antes do tempo. Mas o que será que o destino teria reservado para ele...
Yon acorda ao ouvir o cantar do galo, mais um dia na vila Verdham está prestes a começar.
Yon parte para seu trabalho numa velha oficina de um velho ferreiro, o Senhor Ivar.
Ivar: Está atrasado, Yon
Yon: Desculpa, Senhor Ivar... Mas não é como se tivesse muita coisa para fazer aqui mesmo, não é?
Uma veia surge na teste do Senhor Ivar enquanto suas sobrancelhas franzem, ele levanta a mão e dá um cascudo em Yon.
Yon: Aí! Isso doeu!l
Ivar: Yon, eu cuido de você há muito tempo, e você não sabe disso pois ainda é jovem e inconsequente, mas deveria agradecer a tranquilidade que temos hoje... Nem sempre foi assim.
Yon segura um antigo colar pendurado em seu pescoço, deixado a ele por sua mãe. O colar não aparenta ter nada de especial ou de alto valor, mas é uma das poucas lembranças que restaram de seus pais.
Ivar vê a tristeza começando a tomar conta dos olhos de Yon.
Ivar: Ei, Yon!
Yon: Sim?!
Ivar: Parece que vamos precisar de um pouco mais de minério de ferro. Será que você poderia ir até às minas pegar um pouco?
Yon: Claro... Mas pensei que já tínhamos o suficiente.
Ivar: Tudo bem, se você está com medo de cumprir essa missão super perigosa talvez eu a passe para outra pessoa...
Yon franze a testa um pouco e retruca.
Yon: Tá legal, seu velho. Eu irei até a mina e pegarei mais minério de ferro do que essa velha oficina é capaz de guardar.
Yon parte. Ivar nunca foi um homem sentimental, nunca aprendeu a ser, mas nas vezes em que percebia que o jovem Yon estava triste, ele sempre dava a Yon alguma "missão super perigosa" para manter o jovem longe desses pensamentos. Depois de um tempo Yon percebeu, mas nunca falou nada a respeito, no fundo ele sabia que essa era a única forma do velho Ivar demonstrar algum tipo de amor.
Correndo em direção à mina Yon cumprimenta vários dos que ali vivem. A senhora Ursula, a florista da vila.
Yon: Bom dia, Senhora Ursula. Como tem passado?
Ursula: Estou bem, Yon. Só a velha costa que dói um pouco.
O doutor Lam, o médico da vila.
Yon: Bom dia, Doutor Lam. Tudo em cima?
Dr. Lam: Como vai, Yon? Cuidado para não se machucar, hein.
Todos estão cheios de vida, mais um dia como qualquer outro...
Ao chegar na mina Yon percebe algo estranho. O ar ao redor da mina parece mais densa do que costumava ser, o som dos animais ao redor silenciaram-se, o som do farfalhar das árvores também aquietaram-se, algo está estranho. De repente, ouve-se no ar um pequeno sussurro vindo de longe.
Yon: O que foi isso?
Novamente um sussurro. Dessa vez, Yon consegue discernir algumas palavras...
AJU...DA...
Sem pensar duas vezes Yon começa a correr na direção da voz. Ao longe é possível ver uma silhueta pequena deitada no chão. A criatura parece pequena, bem pequena, emitindo uma pequena luz que parece emanar dentro de si mesma.
AJUDE...ME
Yon chega mais perto da criatura, parece ser uma pessoinha com asas, emitindo uma fraca luz azul.
Yon: Quem é você? O que é você?
???: Tome...isso... e corra...
A criatura estende sua pequenina mão, e sobre a mão está uma pequena pedra branca fosca. Yon sem entender estende a mão para pegar aquela pequena pedra fosca, mas ao se aproximar da pedra, seu colar que carrega no peito começa a emitir uma luz, assim como a pedra antes fosca. O colar se quebra e de dentro dele uma pedra azul brilhante salta em direção àquela pedra branca, agora brilhante. As duas se unem e se fundem na mão de Yon. A luz irradiando da pedra começa a se expandir e iluminar todo o local. As paredes da mina começam a tremer, rachaduras começam a aparecer, todo o local parece estar prestes a desmoronar.
???: Garoto... Corra...
Yon hesita. Se abaixa para pegar a pequena criatura enquanto segura a pedra brilhante em outra mão e então... Corre. Yon corre como se sua vida dependesse disso... Porque agora ela depende.
As paredes começam a ceder, o teto começa a desmoronar, pedras e mais pedras acertam Yon que tenta desesperadamente proteger a Pedra brilhante e a pequena criatura.
???: Garoto, o que tens na mão é um dos fragmentos do coração de Al-hein. O fragmento da luz. Você precisa encontrar os outros... Antes que seja tarde....
Yon: O que é isso? o que quer dizer?
Yon para... A saída está fechada, as paredes estão cedendo, o teto desmoronando... Aparenta ser o fim...
Yon: Estou com medo, não quero morrer...
???: Garoto, você não deve morrer aqui... Sinto muito...
Yon: Como assim... sente muito?
Yon observa a pequena criatura por uma última vez antes de um forte clarão começar a emergir de dentro da criatura. O fragmento brilha, a luz mais forte que qualquer outra coisa que houvera visto antes, antes que possa ver qualquer outra coisa, Yon escuta apenas uma última coisa.
???: Super...nova...
Repentinamente toda a atmosfera se torna incrivelmente densa, uma pequena fagulha de luz extremamente brilhante surge da pequena criatura, ela se expande e sua luz é capaz de iluminar toda a caverna em instantes, e então, subitamente, a luz retorna a pequena fagulha.
???: Adeus, garoto. Desejo sorte em sua jornada.
Yon ouve um grande estrondo e uma luz cegante antes de desmaiar.
Algum tempo depois, Yon acorda. Não consegue descrever o que vê. Tudo foi apagado, não restou mais nada. As árvores, as rochas, a mina, tudo foi incinerado. A criatura em sua mão não está mais lá, o fragmento se fundiu a sua mão, uma dor lascinante toma conta de seu corpo, mas algo vem a sua mente.
Yon: A vila!!!
Yon começa a correr no que se lembra ser o caminho para a vila. Porém... Não importa o quanto corra, não há mais nada além de um grande vazio, uma grande planície que parece ter sido incinerada ao pó. Não há mais nada.
Yon: O que foi que aconteceu? Quem fez isso?
Yon cai sobre seus joelhos e chora. Não há mais nada, não há mais oficina, não há mais vila, não há mais ninguém. Ele está sozinho, agora como nunca antes havia estado.
Ele sente... medo.