Chapter 2 - A luz

Império de Eryndor.

O castelo do reino está em alarde, rumores a respeito de uma grande explosão de luz já começam a circular pelo império.

Cavaleiro do reino: Imperador, algo aconteceu. Uma grande explosão numa vila remota ao norte do reino... Ela dizimou toda a área. Os batedores estão procurando sobreviventes, mas apenas encontraram um garoto.

Imperador: O quê?

Cavaleiro do reino: Mais uma coisa, senhor. O garoto possui um estranho artefato fundido a mão, a energia do artefato é semelhante a que nossos tecnomagos identificaram na explosão...

Imperador: Então... O garoto é responsável?

Cavaleiro do reino: Temo que sim...

Imperador: Onde ele está no momento?

Cavaleiro do reino: Na prisão... Nossos guardas estão de olho nele... Mas o garoto está catatônico desde que fora encontrado.

Imperador: O garoto está em posse de um dos fragmentos?

Cavaleiro do reino: Aparentemente sim, senhor.

Imperador: Alguém mais sabe disso?

Cavaleiro do reino: As notícias logo irão se espalhar pelos outro impérios, senhor. Temo que não resta muito tempo até descobrirem que estamos em posse de um dos fragmentos. E quando descobrirem... Não acho que ficarão quietos a respeito.

Imperador: Chame Dragne, precisamos de respostas desse garoto.

O cavaleiro parte em disparada ao centro acadêmico de tecnomagia do império. Dragne é o diretor geral da acadêmia, responsável também pelo escudo de tecnomagia que cerca o reino, protegendo de ataques externos.

Cavaleiro do reino: Diretor Dragne, o imperador precisa dos seus serviços.

Dragne: Cavaleiro Baro, o que o traz aqui com tanta urgência?

Baro: O imperador precisa que você extraia informações de um prisioneiro que achamos ser o responsável por dizimar uma vila inteira... Centenas morreram.

Dragne: ... Entendi... Vamos.

Dragne e Baro chegam a prisão. Mas Dragne não esperava que o que fosse encontrar fosse apenas uma criança.

Dragne: Baro... Explique-se.

Baro: Senhor, o fragmento na mão do garoto emite a mesma energia encontrada nas cinzas do vilarejo... Nossos tecnomagos acreditam que pode ser um fragmento primordial.

Dragne: Entendo... Um Deus antigo despertou em Eryndor. Os outros impérios não vão ficar felizes com isso.

A porta da cela se abre. Dentro está Yon, catatônico. Os olhos de Yon estão sem vida, a aura da cela está pesada, densa. É quase possível sentir a tristeza emanando do garoto. O fragmento em sua mão emite um brilho fraco, porém Dragne consegue sentir um poder incomensurável vindo do fundo do fragmento. Um poder antigo e há muito esquecido.

Dragne: Garoto... Como se chama?

...

Dragne: Sabe onde está?

...

Dragne: Você sabe o que aconteceu?

Yon: Eu... os matei... todos eles... Senhor Ivar...

Dragne: Tudo bem, garoto... Não é sua culpa... Apenas me entregue essa coisa na sua mão e tudo ficará bem

Yon olha para sua mão, o fragmento pulsa, parece sincronizar com seus próprios sentimentos. A raiva começa a tomar conta de Yon.

Yon: Essa coisa... Eu nunca a pedi... E agora que a tenho... Tamanha destruição... Ninguém deveria tê-la...

Dragne: Garoto, você não parece entender. Essa coisa na sua mão é um fragmento primordial, um Deus antigo selado em uma jóia, um poder que beira o infinito comprimido em um espaço minúsculo. Tal poder poderia acabar com guerras em instantes, é a arma definitiva. Você precisa entregá-la a nós, para o bem do império.

Yon: Desculpe... Eu não posso ...

Dragne: Lamento garoto, mas você não tem essa opção.

Dragne estende a mão para pegar o fragmento da mão de Yon, porém é repelido por uma força mágica gigantesca.

Dragne: ... Parece que vamos precisar de ferramentas para removê-lo. Baro, busque...

Guarda: Senhor!! Desculpe interromper, mas o exército do império de Ziha está se aproximando do nosso território pelo Sul, também recebemos informações de que o exército de Lazir se aproxima pelo leste, e Zandar pelo oeste.

Baro: Uma coalizão?

Dragne: Ao que parece as notícias do fragmento já se espalharam.

Yon olha para sua mão novamente, a energia do fragmento parece ter sido restaurada completamente. Ele não entende ao certo como sabe sobre isso, apenas sente.

Yon aproveita a chance enquanto os dois estão distraídos. Ele não sabe como usá-lo, mas sente o poder do fragmento correndo pelo seu corpo. Yon concentra sua energia, seu único pensamento é escapar daquele lugar.

O ar ao redor da cela começa a se amontoar em um único ponto, Dragne e Baro, antes distraídos, voltam sua atenção para Yon, mas já é tarde. A energia já está fora de controle.

Dragne: O que está fazendo?

Baro: O que é isso?

Antes que possam reagir, uma grande explosão de luz os arremessa para longe, destruindo a cela e as amarras que antes prendiam Yon.

Observando os dois atordoados Yon corre. Ele não sabe para onde ir, apenas corre. Os guardas prontamente começam a ir em direção a cela, sua explosão chamou atenção de todos do castelo.

Imperador: O que foi isso??!

Vários guardas começam a perseguir Yon, que consegue disparar pequenas rajadas de poder de luz em direção a eles. Algumas são fracas, outras fortes, o poder ainda está instável.

Deixando um rastro de destruição por onde passa, Yon consegue escapar para a floresta fora do castelo. No alto de uma colina Yon tem um vislumbre da situação atual. Exércitos atacando o castelo, cavaleiros morrendo, tudo por conta de um único fragmento.

Yon: Não deixarei que ninguém mais ponha a mão neles. Não posso permitir que mais pessoas sofram.

Na floresta escura, Yon escuta um sussurro

Venha garoto...

Yon: Quem está aí?

Voz misteriosa: Venha garoto, eu vou te ajudar na sua jornada.