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Chapter 16 - Uma situação pior

Eu não paro de pensar no Min Jun-Ho. Na volta para minha casa, o irmão dele acrescentou que Jun-Ho sofria com qualquer tipo de contato físico desnecessário e que esses serviam como gatilhos para suas reações mais graves. E então pediu que eu tomasse cuidado, pois Jun-Ho poderia se tornar agressivo nos primeiros instantes.

— Mas me surpreende que ele estivesse te beijando novamente e por vontade própria. Não pense que ninguém viu vocês naquela mesa naquele dia. Todos viram e foi o assunto do momento.

— Que vergonha.

— Ao contrário, teve uma repercussão positiva: "Min Jun-Ho não é impotente, é apenas gay".

— Isso é bom em que planeta?

— Na vida do meu irmão. — Ele sorriu. — Mas se não quiser nada com ele, apenas meta o pé. Jun-Ho vai ter que respeitar, eu garanto isso.

— Está tudo bem.

Não estava nada bem. Eu preciso me afastar dele. Se passarmos mais tempo juntos... eu irei me apaixonar. E não posso me dar esse luxo de erro.

O irmão de Min Jun-Ho pareceu muito gentil. Todos eles parecem ter rostos amigáveis, mas eu não tenho ideia do que são capazes. A Goden ainda é uma facção como qualquer outra, onde ninguém sabe como é o rosto do chefe. Bem, eu meio que conheço o filho. Isso é assustador. Usei o dinheiro para pagar as dívidas que tivemos com a plantação; todo o resto foi para o tratamento, e mesmo assim não foi suficiente.

— Hyung. — Ouvi a voz falha do meu irmão perto da porta do meu quarto. — Como você pagou a dívida com a Goden?

— Quem te bateu? — Perguntei. Park Sora parecia um tomate todo surrado. Eu me machucava assim quando praticava boxe, e é horrível.

Pelo visto, eles não ficaram contentes com os 5 mil.

— Não importa.

— Você andou apostando de novo, não é? Eu já disse pra você parar!

— Eu ajudei a gente, não foi?

— No começo, sim, mas agora? Só estamos vivos por causa daquele imbecil do Min Jun-Ho!

— Min Jun-Ho? — Ele olhou para mim surpreso.

— É, é o nome do imbecil que tá agarrado no meu pé agora. Eu tive que fazer um trabalho para ele para pagar a dívida, e agora estamos bem. Ou estávamos, se você não continuasse nos enterrando.

— Você está falando do Min Jun-Ho? Como você tem contato com ele? Que tipo de trabalho você fez? — Meu irmão me agarrou pela gola da blusa, assustado. — É pra eles que estávamos devendo.

— Eu sei. — Por que meu irmão parecia tão assustado? Será que era o Min Jun-Ho que estava caçando meu irmão? — Você conhece ele? Foi ele que bateu em você?

— O quê? Não. Nunca o vi. Todos têm medo dele. Se fizermos um pacto com a Goden, Min Jun-Ho é o demônio que vem atrás depois.

— Entendi... Pois ele realmente veio.

— O quê?

— Ele veio atrás de você, mas você tinha sumido, então ele ficou no meu pé. No fim, ele disse que me conhecia e decidiu me ajudar.

Pensando bem, Min Jun-Ho invadiu minha casa naquele dia. O que ele teria feito se não me conhecesse?

— O que você fez pra ele?

— Fiz o que foi necessário, não se preocupe. O lado que eu conheço dele não é tão ruim.

A confusão no rosto do meu irmão suavizou, e ele pareceu aliviado.

— Quanto eles estão te cobrando agora?

— 30...

Suspirei.

— Eu farei o possível para resolver isso.

Meu irmão se afastou.

— Você tem algum remédio?

— Tenho. — Fui até minha gaveta e peguei o kit. — Não morra. — Disse, entregando-o para ele.

Sora deve ter muita raiva. Eu fui embora de casa e o deixei.

(...)

— 30 mil, Yoma! Onde eu vou achar 30 mil? Nem se eu vender nossos rins, vai dar.

Jaemin nos esperava perto da porta, mas estava sério.

— Mô? — Yoma se preocupou com o namorado.

Jaemin sorriu fraco.

— Acho que todos vamos ser demitidos.

— Por quê? Você também? Seu tio vai te demitir? — Perguntamos, aflitos.

— Sim, eu também. Eu não sei direito, ele ficou estranho de repente. Disse que precisava demitir uma parte do pessoal.

Nós entramos naquela sala.

E não demorou cinco minutos para me chamarem.

"Seu rendimento é ótimo. Você trabalha bem sob pressão. Mas preciso cortar os mais bem assalariados."

Essa foi a coisa mais estúpida que já ouvi alguém dizer.

— Park Salin está prestando atenção no que estou falando?

— Estou, sim.

Fomos demitidos. E agora estamos com nossas coisas sentados na praça. Quem diria.

Eu tentei sorrir. Eu não tinha mais a dívida de 110 mil. Estava livre dessa parte. Mas ainda estava entre a cruz e a espada por causa da dívida do meu irmão e do tratamento dos meus pais. As coisas não parecem ter melhorado.

— Vamos, quer que eu te deixe em casa?

— Não, valeu. Vou pro apê mesmo. Tô com muita coisa na cabeça.

Eu precisava andar. Pior momento para ser demitido. Não tem como eu achar outro emprego tão facilmente.

Caminhei de volta, pensando em tudo que eu poderia vender. Não seria suficiente nem se eu vendesse meu corpo.

— Você é o irmão dele? — Levantei a cabeça, confuso. Havia um grupo de homens mais novos na minha frente.

Era só o que me faltava.

— Seu irmão disse que você pode pagar. Você tá com dinheiro aí?

— Posso. Vou receber meu pagamento essa semana. Eu fui demitido, então não é muito, mas irei me virar.

Eles sorriram entre si.

— Que bom, isso é ótimo. Sabia que você é uma gracinha. — Eles começaram a zoar enquanto entravam num carro.

— Ih, qual a ideia do nada?

— Mas é bonitinho mesmo.

— Se colocar um vestidinho, eu até confundo.

— Podem parar com esses comentários idiotas. — Reclamei para o único homem que ainda não havia entrado no automóvel.

— Desculpe, eles nunca viram um gay bonito. Nos veremos de novo, já que é você quem vai nos pagar. Se não trouxer o dinheiro até o final do mês, seu irmão será enterrado. O recado já está dado. — Ele disse com um sorriso, insinuando que eu olhasse para o meu prédio.

E quando olhei, vi uma ambulância parada.

Pensei em diversas possibilidades envolvendo minha família. Meu coração disparou, corri, e quando cheguei, meu pai estava ali, encostado em uma muleta. Seu olhar desesperado encontrou o meu.